A LIBERDADE... (...). "O PODER CURATIVO DO SANGUE" - Por Dr. OLÍVIO MARTINS - (Médico nascido em Santo Amaro (BA). - 10ª parte - "DEUS, dívidas e DEUS".
AUTO-HEMOTERAPIA, Dr. Fleming e os antibióticos...
Artigo Extra.
O PODER CURATIVO DO SANGUE.
(10ª parte).
Páginas – 57, 58 e 59. – V – HIPERTENSÃO ARTERIAL.
Tendo o SANGUE, realmente, uma AÇÃO ILIMITADA e sendo INDISCUTÍVEL o seu MULTIFORME PODER CURATIVO, iremos transcrever, para maior conhecimento dos seus efeitos, UMA PARTE do interessante artigo sôbre “HIPERTENSÃO”, publicado em “RESENHA CLÍNICO-CIENTÍFICA”, de 1º de agosto de 1939. Diz o autor:
O tratamento da hipertensão adquiriu nestes últimos tempos novos recursos médicos, cirúrgicos e físicos que vale a pena considerar. A AUTO-HEMOTERAPIA, mau-grado o seu mecanismo de ação ser ainda pouco claro, foi empregada com sucesso no tratamento da hemorragia cerebral e da hipertensão arterial.
Arnault de Vevey foi o primeiro, em 1929, a publicar os resultados de 15 anos de aplicação do método em casos de hemorragia antiga e recente, com dados muito favoráveis.
Na Itália, o método foi aplicado por Colella, Polacco e outros, com ótimos resultados, em casos de apoplexia cerebral, epilepsia, Mal de Parkinson, histeria, encefalite letárgica e nos póstumos de hemorragia cerebral.
Buscaino e Longo estudaram as modificações da pressão arterial após AUTO-HEMOTERAPIA em indivíduos normais, em hipertensos sem hemiplegia e em hipertensos com hemorragia ou com amolecimento cerebral. Nos indivíduos normais os resultados não são concordantes; nos hipertensos a diminuição da pressão foi quase constante.
Rosselli, em estados preeclâmpticos, notou em todos os casos rápida diminuição de hipertensão e desaparecimento das perturbações dependentes da intoxicação gravídica.
Pizzilli, em hipertensos de tipos diversos, notou simples diminuição da pressão, menos acentuada nos hipertensos pálidos, mas nítida nos hipertensos vermelhos com hemiplegia; nos hipertensos diabéticos observa-se queda considerável da pressão; em dois casos de hipertensão com taquicardia paroxística verificou-se o desaparecimento das crises taquicárdicas.
Na hipertensão por menopausa, Casu obteve bons resultados, com acentuada diminuição da tensão. A cefaléia por hipertensão é freqüentemente modificada.
Em suma. Mediante a AUTO-HEMOTERAPIA obtém-se uma queda da pressão arterial numa porcentagem de casos de 75-80 a 100%, segundo os diferentes autores.
Adiante o autor entra em consideração, expondo diversas teorias de cientistas que procuram esclarecer o mecanismo de ação do sangue no tratamento da hipertensão. Dentre estas, destacamos uma, por estar mais de acôrdo com o processo que empregamos: - é a de Longo, que “é mais levado a pensar em fenômenos de ativação dos poderes de defesa do organismo determinados pelas proteínas heterogêneas, que agiriam com antígenos, como em processos imunitários, provocando anticorpos específicos e capazes de neutralizar antígenos correspondentes que se encontrariam no paciente”.
É provável que êsse magnífico resultado seja atribuído aos hormônios hematogênicos, que pomos em atividade com a nossa técnica, no preparo da VACINA do SANGUE, e que tem ação reguladora não só sôbre as funções glandulares como sôbre os centros nervosos.
Observações do escriba:
1ª – A Revista “Resenha Clínico-Científica” foi um das primeiras publicações médicas da Itália e do Brasil, fundada em 1932, pelo industrial ítalo-brasileiro Giovanni Lorenzini. Era um periódico mensal de doutrina e prática médica, patrocinada pelo Instituto Lorenzini de São Paulo, cuja redação e administração ficavam situadas na Rua Conselheiro Brotero, nº 1263, São Paulo – SP. A revista circulou até o início da década de 70 do século passado (século XX).
2ª – O artigo sobre HIPERTENSÃO a que se refere o Dr. OLÍVIO MARTINS, foi realmente publicado no dia 1º de agosto de 1939 – (Ano VIII – Nº 8).
3ª – Na verdade o artigo sobre HIPERTENSÃO é bastante extenso, se espalhando pelas páginas 339, 340, 341, 342, 343 e 344.
4ª – Como bem ressaltou o Dr. OLÍVIO MARTINS, ele transcreveu UMA PARTE do artigo, no qual existe uma relação entre a HIPERTENSÃO e a AUTO-HEMOTERAPIA.
5ª – A parte na qual existe a relação entre HIPERTENSÃO e AUTO-HEMOTERAPIA, consta apenas nas páginas 342 e 343. A partir de agora, iremos transcrevê-lo na íntegra.
O tratamento da HIPERTENSÃO adquiriu nestes últimos tempos novos recursos MÉDICOS, CIRÚRGICOS e FÍSICOS que vale a pena considerar.
A AUTO-HEMOTERAPIA, maugrado o seu mecanismo de ação ser ainda pouco claro, foi empregada com sucesso no tratamento da HEMORRAGIA CEREBRAL e da HIPERTENSÃO ARTERIAL.
ARNAULT de VEVEY foi o primeiro, em 1929, a publicar os resultados de 15 anos de aplicação do método em casos de HEMORRAGIA ANTIGA e RECENTE, com dados muito favoráveis.
Na ITÁLIA, o método foi aplicado por COLELLA, POLACCO e outros, com ótimos resultados, em casos de apoplexia cerebral, epilepsia, Mal de Parkinson, histeria, encefalite letárgica e nos póstumos de hemorragia cerebral.
BUSCAINO e LONGO estudaram as modificações da pressão arterial após AUTO-HEMOTERAPIA em indivíduos normais, em HIPERTENSOS sem hemiplegia e em HIPERTENSOS com hemorragia ou com amolecimento cerebral. Nos indivíduos normais os resultados não são concordantes; nos HIPERTENSOS a diminuição da pressão foi quase constante.
ROSSELLI, em estados preeclâmpticos, notou em todos os casos rápida diminuição de HIPERTENSÃO e desaparecimento das perturbações dependentes da intoxicação gravídica.
PIZZILLI, em HIPERTENSOS de tipos diversos, notou simples diminuição da pressão, menos acentuada nos HIPERTENSOS pálidos, mas nítida nos HIPERTENSOS vermelhos com hemiplegia; nos HIPERTENSOS diabéticos observa-se queda considerável da pressão e ligeira e transitória diminuição da taxa glicêmica; em dois casos de HIPERTENSÃO com taquicardia paroxística verificou-se o desaparecimento das crises taquicárdicas.
Na HIPERTENSÃO por menopausa, CASU obteve bons resultados, com acentuada diminuição da tensão. A cefaléia por HIPERTENSÃO é freqüentemente modificada, si bem que não diminua a pressão arterial (BLAS e MOIA).
Em suma, mediante a AUTO-HEMOTERAPIA obtém-se uma queda da pressão arterial numa porcentagem de casos de 75-80 a 100%, segundo os diferentes autores.
O mecanismo de ação, segundo LONGO, seria o do choque hemoclásico; embora êste sempre determine uma hipotensão, ela é transitória, por isso a explicação não satisfaz. Admite-se também que a histamina que se liberta lentamente do SANGUE injetado determine o abaixamento contínuo da pressão.
Sendo o problema patogenético da HIPERTENSÃO ainda um tanto obscuro e complexo, devemos nele considerar numerosos fatores: estado emocional do coração e dos vasos, massa circulante, sistema nervoso central e vegetativo, funções das glândulas endócrinas, etc.
Alguns autores observaram que INJETANDO num indivíduo os seus GLÓBULOS VERMELHOS ÍNTEGROS não se modifica a pressão, ao passo que a INJEÇÃO de GLÓBULOS HEMOLISADOS determina aumento da pressão, por provável libertação de maiores quantidades de adrenalina.
Isso parecia estar em desacôrdo com o que acima foi dito, mas, de fato, INJETANDO-SE SANGUE, introduzem-se substâncias de ação antagônica à adrenalina, como a colina, acetilcolina, histamina, que neutralizam a adrenalina.
Essas substâncias estão contidas em quantidades quase duplas no SANGUE dos HIPERTENSOS essenciais, em relação ao que se observa nos HIPERTENSOS com nefrosclerose. Isso concorda com as observações de quase todos os autores sobre a maior eficácia da AUTO-HEMOTERAPIA em casos de HIPERTENSÃO essencial em relação com os de HIPERTENSÃO com nefrosclerose.
Longo é mais pensado em levar em fenômenos de ativação dos poderes de defesa do organismo determinados pelas proteínas heterogêneas, que agiriam como antígenos, como em processos imunitários, provocando anticorpos específicos e capazes de neutralizar antígenos correspondentes que se encontrariam no paciente.
O TRATAMENTO faz-se com SANGUE não CITRATADO em quantidade de 15 a 25 centímetros cúbicos, em dias alternados, por 10 vezes.
Observações do escriba:
1ª – No caso em questão parece tratar-se da injeção de sangue integral, ou seja, in natura.
2ª – O que impressiona é o volume sanguíneo empregado em cada aplicação – 15 a 25 centímetros cúbicos.
A luta contra a debilitante POLIOMIELITE (paralisia infantil) continua, e, a luta a favor da inofensiva AUTO-HEMOTERAPIA (AHT), também continua.
Se DEUS nos permitir voltaremos outro dia ou a qualquer momento. Boa leitura e bom dia.
Aracaju, domingo, 13 de março de 2016.
Jorge Martins Cardoso – Médico – CREMESE – 573.
Fontes: (1) – Livro do Dr. OLÍVIO MARTINS – O PODER CURATIVO DO SANGUE – “Menos Remédios e Mais Ciência” – 8ª EDIÇÃO – 1960 – Rio de Janeiro – páginas 57, 58 e 59. (2) – Revista “Resenha Clínico-Científica” – Ano VIII – Nº 8 – 1º de agosto de 1939 – páginas 342 e 343. (3) – Outras fontes.