A LIBERDADE... (...). "O PODER CURATIVO DO SANGUE". Por Dr. OLÍVIO MARTINS (Médico nascido em Santo Amaro (BA) - 8ª parte - "DEUS, dívidas e DEUS".

AUTO-HEMOTERAPIA, Dr. Fleming e os antibióticos...

Artigo Extra.

O PODER CURATIVO DO SANGUE.

(8ª parte).

Página 46 – Está em branco, ou seja, nada consta.

Páginas 47, 48, 49, 50, 51, 52 e 53. – IV – DIABETE.

Nas moléstias trofo-nevróticas provocando o retardamento ou desvio da nutrição, como o DIABETE, as distrofias, a OBESIDADE, etc., o tratamento HEMOTERÁPICO é também indicado.

Há um aforismo em medicina, que diz: - Não há doenças, e sim doentes. Assim, poderemos dizer também que não há DIABETE e sim DIABÉTICOS.

Seja como fôr, na prática médica, o que mais interessa é a cura do paciente. E para chegar ao fim desejado devemos investigar a origem do mal para poder atacá-lo com maiores probabilidades de êxito. Mas, nem sempre é fácil ou mesmo possível verificar-se de pronto a causa verdadeira de determinada doença.

No próprio DIABETE quantas hipóteses e teorias existem a ilustrar o seu estudo! A medicina está sempre evoluindo. Dia a dia surgem novos trabalhos num esfôrço comum dos cientistas para atenuar os males da humanidade.

Apesar de tudo o DIABETE continua a ser tido como uma das doenças mais rebeldes às terapêuticas, ou mesmo como incurável. Muito embora a maioria dos cientistas aceite como sua sede o pâncreas, outros o julgam provocado pelo fígado, a tireóide, a hipófise ou por causas exteriores, como a SÍFILIS, etc. Não esquecendo, também, o sistema nervoso central, pois é comum muitos doentes alegarem que o seu DIABETE se manifestara depois de forte abalo nervoso ou após grande emoção.

Em nossa clínica, temos pessoas que atribuem o terem ficado DIABÉTICAS à morte repentina de um filho, outras a prejuízos em negócios comerciais, outras ao uso de certos MEDICAMENTOS, etc.

A propósito, contou-nos o Dr. J. M. M. que o seu DIABETE lhe aparecera depois de ter tomado algumas injeções de bismuto, pois havia feito exame de urina com resultado negativo antes de usá-las, e dias após lhe sobreviera intenso prurido cutâneo e em seguida a GLICOSÚRIA, daí o atribuí-lo ao bismuto.

Observações do escriba:

1ª – O fator emocional – quer seja o stress moderado ou intenso quer seja a depressão moderada, intensa ou prolongada – pode originar uma série de transtornos somáticos.

2ª – Aqui se trata da ação de fatores psicológicos agindo negativamente sobre a parte física.

3ª – Antes de procurar um (a) mercantilista psiquiatra (médico ou médica), gostaria de aconselhar os leitores, em primeiro lugar, a conversarem com seus familiares e/ou amigos de fé, e, só depois procurarem um psicólogo de sua confiança.

4ª – Um número considerável de psiquiatras, não vai além de contumazes passadores de remédios, mais das vezes, drogas com graves ou gravíssimos efeitos colaterais e/ou adversos.

5ª – Outros, mais perigosos ainda, pensam unicamente em enriquecer facilmente e fraudulentamente, através de suas CLÍNICAS PARTICULARES.

6ª – Muitas das drogas “maravilhosas”, quer sejam psiquiátricas ou não, podem causar o aparecimento da DIABETES.

7ª – O próprio Dr. OLÍVIO MARTINS alerta: - “Menos Remédios e Mais Ciência”.

Poderão ser ainda causas: - O excesso de alimentos hidrocarbonatados, ou gordurosos (segundo Bertran), doenças infecciosas, focos dentários, artério-esclerose, traumatismo, etc.

Seja como fôr, o DIABETE é, em si, uma doença da nutrição, cujo desequilíbrio poderá ser originado por qualquer das causas citadas ou mesmo outras.

Muitos DIABÉTICOS suportam perfeitamente o seu mal e, por vêzes, principalmente no início, não se percebem da doença, até que um dia, casualmente, por um exame de URINA descobrem a GLICOSÚRIA. Sôbre êste ponto muito se deve às Companhias de Seguro da Vida, que fazendo sistemàticamente exames de URINA dos candidatos, descobrem entre êles DIABÉTICOS que até então viviam em plena ignorância do próprio mal e isso devido à boa reação que o organismo pode exercer de início.

Outros, no entanto, são forçados a um constante uso de INSULINA para poderem viver, certos que estão de serem vítimas da acidose se o suspenderem, ou da tuberculose se fizerem regime exagerado.

Tornam-se êstes, portanto, VERDADEIROS ESCRAVOS da INSULINA, cujo uso também não é inócuo, podendo, quando prolongado, comprometer sèriamente as CORONÁRIAS e, consequentemente, o CORAÇÃO.

Sendo o DIABETE tão comum, seria bem aconselhável a todo aquêle que lhe notasse algum sintoma (depressão física, poliúria, polifagia, furunculose, mesmo insônia, prurido cutâneo, fome e sêde exageradas, perda ou aumento de pêso mais ou menos rápido, etc.) mandar fazer logo exame das URINAS ou, melhor ainda, a dosagem da GLICEMIA.

Observações do escriba:

1ª – Conforme eu aprendi quando cursava medicina, na década de 70, com um dos meus Professores, no caso, o exemplar Dr. Gilton Rezende, (já falecido), dizia ele na época, que a DIABETE CLÁSSICA era a doença dos QUATRO P (s): - POLIFAGIA, POLIDPSIA, POLIÚRIA e PERDA de PESO. Em outras palavras, o enfermo COME muito, BEBE muita água, URINA muito e EMAGRECE muito (perde peso rapidamente).

2ª – Os DIABÉTICOS, além de ficarem ESCRAVOS da INSULINA, e, com a prática constante da chamada INSULINOTERAPIA, tal terapia prolongada, poderá afetar as CORONÁRIAS, com subsequente INFARTO AGUDO do MOCÁRDIO, poderá provocar RETINOPATIA DIABÉTICA grave (podendo levar à CEGUEIRA), e poderá causar o surgimento do chamado PÉ DIABÉTICO, que, frequentemente, pode ocasionar a AMPUTAÇÃO dos pés, depois das pernas e, finalmente, a AMPUTAÇÃO dos membros inferiores, unilateralmente ou bilateralmente.

3ª – Os fabricantes de INSULINA agradecem à sua preferência. Caixinha... OBRIGADO... (O obrigado é do humorista Juca Chaves).

O êxito maior do tratamento do diabete, assim como da tuberculose, está na precocidade do diagnóstico. Aliás, tuberculose e diabete poderão ser, em parte, encarados conjuntamente, porque, na opinião do Professor Escudero, aquela é também doença da nutrição. Por isto não deveria desprezar tais exames o indivíduo portador de lesões pulmonares.

Esta precocidade de diagnóstico depende mais dos próprios médicos, que devem pedir sistemàticamente aos seus clientes os exames de URINA, não se devendo desculpar aquêle que, por desídia profissional, deixa de verificar, em sua clínica, um caso de diabete, pelo simples fato de o paciente não se queixar de nenhum sintoma característico dêste mal.

Já temos tido, por mais de uma vez, conhecimento de casos semelhantes, em que a atenção do doente é despertada por leigos. Feito o diagnóstico, que é facílimo, deve-se de pronto iniciar o tratamento apropriado.

É êste, geralmente, instituído sob dois pontos de vista: - o sintomático, pelo regime e a insulina, e o específico, quando se pode verificar realmente a etiologia da moléstia, o que, aliás, não é muito fácil.

A maioria dos diabéticos faz sòmente o tratamento sintomático, isto é, pelo regime, com ou sem insulina.

Não resta a menor dúvida que muito devemos a BANTING e a BEST pelo grande serviço prestado à medicina com a descoberta da INSULINA. Mas, infelizmente, ESTA NÃO CURA O DIABETE, embora já faça muito com o baixar a TAXA GLICÊMICA.

Os tratamentos pelos extratos de fígado, hipófise, tireóide, cortex suprarrenal, etc., têm ação muito relativa, neles não se podendo, portanto, confiar em demasia.

O tratamento antiluético poderá ser de grande valor, quando a causa fôr realmente a lues, tornando-se, porém, contraproducente se não fôr esta a responsável pelo caso.

As águas de Araxá têm também valor notável no diabete, mas geralmente os doentes só delas tiram proveito no início do mal, assim mesmo ficando sujeitos à volta da glicosúria e dos demais sintomas diabéticos uma vez afastados das aludidas fontes.

Pelo regime alimentar, exclusivamente, não se consegue a cura; e a dieta exagerada ocasiona levar muitas vêzes ao paciente uma doença ainda pior, a tuberculose.

SENDO ASSIM TÃO FALHO O TRATAMENTO DO DIABETE, temos então de apelar para uma TERAPÊUTICA mais geral e mais racional que vise o conjunto das causas possíveis, capaz de normalizar as funções glandulares e, conseqüentemente, as da nutrição.

O organismo é formado por um conjunto de órgãos muito delicados, cujas funções são entredependentes e harmônicas entre si.

É o equilíbrio recíproco das funções que dá um bom índice de saúde. Logo, não é racional que, sem um verdadeiro conhecimento de causa, às cegas, se force a função de um órgão. Muitas vêzes tal intervenção unilateral não sendo oportuna, dela resulta sério comprometimento da harmonia geral.

O mais aconselhável será, então, buscar no organismo os meios capazes de revitalizar-lhes as PRÓPRIAS DEFESAS NATURAIS, para que estas possam agir eficientemente e corrigir as perturbações que afetam os órgãos. Pratica-se, assim, a HEMOTERAPIA CIENTÍFICA que é a mais racional das TERAPÊUTICAS modernas.

É o que temos feito em um GRANDE NÚMERO DE CASOS com o emprêgo da VACINA e dos elementos do SANGUE.

Conseguimos muitas vêzes, com esta TERAPÊUTICA, regular a função glandular e o metabolismo orgânico, verificando que MUITOS DIABÉTICOS perdem a GLICOSÚRIA, passando à NORMALIDADE a TAXA GLICÊMICA e desaparecendo a astenia. E não raro os pacientes magros aumentam e os obesos diminuem de pêso. Prova de que se consegue por êste processo TERAPÊUTICO regular a nutrição.

Quando, porém, não se consegue o fim almejado, verifica-se que o paciente aproveita o TRATAMENTO como tônico, colhendo dêle um regime dietético muito liberal, que é o seguinte:

É-lhes permitido comer de tôdas as carnes, inclusive o presunto, as vísceras, o peixe, as ostras, gelatinas e ovos. As verduras devem, de preferência, ser cozidas em duas águas; as batatas inglesas em três águas. Assim, podem comer espinafres, xuxú, quiabos, aipo, repolho, rabanetes, cebolas, tomates, alface, agrião, chicórea, couve-flor, pepinos e giló; aveia e soja, na canja ou como mingau, farinha de amendoim e nozes; o leite fervido ou em coalhada, manteiga, queijo, e requeijão; abacates, pêssegos, maçãs ácidas e morangos.

Êste regime está sujeito a ligeiras modificações, segundo a natureza do diabete, de modo a adaptar-se melhor a cada caso; principalmente com relação às carnes e gorduras quando houver pré-disposição para a acidose, assim como nas lesões renais, na arterioesclerose, etc.

Quanto à quantidade, damos sempre orientação apropriada à circunstância, tendo em conta o pêso do doente, sua atividade, etc. Êste regime é sempre observado durante o TRATAMENTO, que compreende um período, em regra, de três a seis meses.

Depois é, pouco a pouco, modificado até que se consiga uma tolerância melhor ou estável para os hidrocarbonados.

Não está incluído nesta relação o “pão para diabéticos”, que existe no comércio, porque nós não o aconselhamos. Substituímo-lo pelos bolinhos de aveia, feitos de acôrdo com a seguinte receita:

Duas xícaras de aveia, uma xícara de leite, dois ovos, duas colheres (sopa) de manteiga, uma colherinha (rasa) de bicarbonato de sódio, meia colherinha de sal e uma raspinha de noz-moscada.

Modo de fazer: - Misture a aveia com o leite, junte a manteiga derretida e mexa bem. Em seguida junte os ingredientes mencionados. Bata os ovos, primeiramente as claras em neve e depois muito bem com as gemas, e junte à massa de aveia. Leve ao fôrno em forminhas untadas com manteiga. Esta receita está calculada para 15 bolinhos, podendo ser servidos no máximo de seis dias.

Finalmente, indicamos como um ligeiro estimulante do fígado uma colherinha de sulfato de sódio, em meio copo dágua, pela manhã, em jejum e em dias alternados, ou o uso de Água mineral Prata.

Temos com esta orientação TERAPÊUTICA, conseguido resultados brilhantes em muitos casos de diabete, como se pode ver do testemunho de clientes nossos que obtiveram êxitos. (continua na 9ª parte).

A luta contra a debilitante POLIOMIELITE (paralisia infantil) continua, e, a luta a favor da inofensiva AUTO-HEMOTERAPIA (AHT), também continua.

Se DEUS nos permitir voltaremos outro dia ou a qualquer momento. Boa leitura e bom dia.

Aracaju, quinta-feira, 10 de março de 2016.

Jorge Martins Cardoso – Médico – CREMESE – 573.

Fontes: (1) – Livro do Dr. OLÍVIO MARTINS – O PODER CURATIVO DO SANGUE. – “Menos Remédios e Mais Ciência”. – 8ª EDIÇÃO – 1960 – Rio de Janeiro – páginas 46, 47, 48, 49, 50, 51, 52 e 53. (2) – Outras fontes.