A LIBERDADE... (...). "MICROCEFALIA: RUBÉOLA, Zika vírus ou outras causas? - A VACINA contra a FEBRE AMARELA (usada a partir de de 1937), poderia diminuir a atual epidemia de DENGUE e de outras ARBOVIROSES?
AUTO-HEMOTERAPIA, Dr. Fleming e os antibióticos...
Artigo Extra.
MICROCEFALIA: RUBÉOLA, Zika vírus ou outras causas?
DENGUE.
O que nos ensinam alguns livros de Medicina.
Peguei o mais antigo deles, que é o livro de MICROBIOLOGIA MÉDICA (de 1970). A DENGUE faz parte do capítulo 30, no qual consta: Doenças por Vírus Transmitidas por ARTRÓPODES (Arbovírus).
O capítulo tem início na página 373 e termina na página 388 e inclui as seguintes enfermidades: Encefalites por Arbovírus, Encefalite da Califórnia, Febre do Oeste do Nilo, Febre Amarela, DENGUE ou Febre Quebra-Ossos, Febre Hemorrágica, Febre por Flebótomo, Febre por Carrapato do Colorado e Febre do “Rift Valley” ou Hepatite Enzoótica. A DENGUE é descrita nas páginas 384, 385 e 386. Vamos lá!
DENGUE ou FEBRE QUEBRA-OSSOS – O DENGUE é uma infecção transmitida por MOSQUITOS e caracterizada por febre, dor e exantema.
PROPRIEDADES do VÍRUS do (a) DENGUE.
A – O diâmetro do vírus é 17-25 milimicra.
B – Reação a agentes físicos e químicos: o vírus é estável por um mínimo de cinco anos no estado congelado, a – 70° C, e no estado liofilizado, a 5° C. O sangue humano pode ser infectante, se mantido a 5° C por várias semanas.
C – Suscetibilidade animal: o soro humano, contendo o vírus do dengue, produz somente infecções inaparentes em chimpanzés e macacos. A infecção é seguida pelo aparecimento de anticorpos fixadores do complemento e neutralizantes, os quais persistem por vários meses. Camundongos inoculados com soro humano contendo o vírus do dengue raramente apresentam sinais da doença. Várias linhagens do vírus têm sido adaptadas a camundongos.
Após inoculação intracerebral, os camundongos exibem PARALISIA FLÁCIDA, com lesões histológicas principalmente nos NEURÔNIOS. Os vírus do dengue adaptados ao camundongo podem produzir uma doença PARALÍTICA FATAL em macacos, a qual é semelhante, tanto clínica como patologicamente, à POLIOMIELITE experimental. O vírus do dengue desenvolve-se com exuberância em culturas de rim de macaco, rim de “hamster” e células HeLa, determinando alterações citopáticas, que podem ser usadas para titulação do vírus e para medida de anticorpos neutralizantes.
Observações do escriba:
1ª – Os autores do livro, frequentemente chamam A DENGUE de O DENGUE.
2ª – Experiências em animais provam que o vírus do (a) DENGUE, podem provocar lesões no Sistema Nervoso Central (PARALISIA FLÁCIDA semelhante à POLIOMIELITE).
3ª – Provavelmente tais lesões devem ser raríssimas, ou merecem estudos muito mais meticulosos.
PATOGENIA e PATOLOGIA do (a) DENGUE – Seguindo-se à introdução do vírus, pela picada do MOSQUITO, há edema local e eritema como resultado da multiplicação local do vírus. O vírus está presente, em altos títulos, no soro, 24 horas após a primeira elevação de temperatura.
A lesão histopatológica distribui-se dentro, e em volta, dos pequenos vasos sanguíneos, produzindo tumefação endotelial, edema perivascular, e infiltração por mononucleares.
A inoculação do derma, com pequenas doses do vírus, pode produzir ataques típicos de dengue, ataques leves sem exantema, ou nenhuma evidência da doença. A IMUNIDADE é adquirida em todos os três casos. Um investigador, no laboratório, teve o dengue nove dias depois que o soro de um paciente esguichou, acidentalmente, em seus olhos.
ASPECTOS CLÍNICOS do (a) DENGUE – O período de incubação é de 5-8 dias. O início da febre pode ser súbito, ou pode haver sintomas prodrômicos, como mal-estar, calafrios e dor de cabeça. A partir do início, aparecem as dores, especialmente nas costas, articulações, músculos e globos oculares... (...).
... Um exantema (máculo-papular ou escarlatiniforme) pode aparecer no terceiro ou quarto dia e perdurar por 24-72 horas. Os gânglios linfáticos estão, com frequência, aumentados. A leucopenia, com linfocitose relativa, é um achado regular. A convalescença pode durar algumas semanas, embora complicações e casos fatais sejam raros. O dengue pode também ocorrer como uma doença febril branda durando 1-3 dias. (...).
... A febre hemorrágica (síndrome de choque por dengue), tal como aparece nas ilhas Filipinas e na Tailândia, foi atribuída aos vírus tipo 3 e 4 do dengue, que diferem antigenicamente das amostras clássicas pertencentes aos tipo 1 e 2, ou pode ser devida a uma reação de hipersensibilidade causada por um segundo ou terceiro tipo de infecção motivada por um vírus dengue em um indivíduo infectado por 1 ou 2 dos outros tipos.
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL do (a) DENGUE – É difícil o isolamento do vírus. Os seguintes testes diagnósticos podem ser realizados. A – Teste presuntivo: (...). ... B – Sorologia: (...). 1 – Anticorpos neutralizantes. (...). ... 2 – Anticorpos fixadores do complemento. (...). ... 3 – Anticorpos inibidores de hemaglutinação. (...).
IMUNIDADE do (a) DENGUE – Há pelo menos quatro tipos antigênicos do vírus, como estabelecido pelo seguinte: (1) - Reações de IMUNIDADE cruzada ativa, em voluntários humanos; (2) – Testes de neutralização cutânea, com o soro de convalescentes, em voluntários humanos; (3) – Testes de neutralização em camundongos, com soros de convalescentes humanos e de macacos; e (4) – Reações de fixação do complemento e inibição de hemaglutinação, com soros de pacientes e macacos. (...).
... Pessoas previamente VACINADAS contra a FEBRE AMARELA apresentam uma resposta antigênica ampla contra o vírus do dengue atenuado; o mesmo é verdade em relação às pessoas previamente infectadas com outros membros do mesmo grupo de ARBOVÍRUS.
Observações do escriba:
1ª – Neste cenário de tantas perguntas e poucas respostas sobre a apavorante MICROCEFALIA, a prioridade número um é continuar combatendo o (s) MOSQUITO (S) transmissores de várias infecções viróticas!
2ª – Não seria o momento oportuno para que as autoridades sanitárias brasileiras começassem a pensar em intensificar a VACINAÇÃO do povo brasileiro contra a FEBRE AMARELA?
3ª – Estudos apontam que a VACINA contra a FEBRE AMARELA é extremamente segura. A vacina contra a FEBRE AMARELA começou a ser usada em 1937.
4ª - O desenvolvimento da VACINA da FEBRE AMARELA fez com que o cientista Max Theiler (a*) - (1899 – 1972) fosse agraciado em 1951, com o Prêmio Nobel de Fisiologia e Medicina, o que teoricamente demonstra a dureza e a honestidade de suas pesquisas.
5ª – O desenvolvimento e o uso da VACINA contra a FEBRE AMARELA antecedem o desenvolvimento e o uso das VACINAS, contra a POLIOMIELITE, o Sarampo, a Rubéola, a Caxumba e outras, cujas “descobertas” são mais recentes.
6ª – Mas, que também não sejamos transformados, em uma verdadeira tábua de pirulitos.
7ª – A abertura do Canal do Panamá pelos americanos no final da década de 10 e início da década de 20 do século XX, só foi possível, em 1º lugar, pelo ostensivo combate aos MOSQUITOS. Posteriormente é que a VACINA contra a FEBRE AMARELA surgiu (1937).
EPIDEMIOLOGIA do (a) DENGUE – A doença ocorre nos países do Leste Mediterrâneo, na África, na Índia, no Extremo-Oriente e nas ilhas do Havaí e Caraíbas. Têm aparecido casos no sul dos Estados Unidos e na Austrália. O vírus do dengue é transmitido somente por certas espécies de MOSQUITOS Aedes, particularmente o Aedes aegypti.
O Aedes aegypti é um MOSQUITO doméstico; o Aedes albopictus existe nos bosques e florestas e pode responsabilizar-se pela manutenção da infecção entre os macacos (DENGUE silvestre).
Em uma epidemia, habitualmente, um grande número de pessoas aparece infectado num curto período, como pode ser esperado onde haja um grande número de VETORES INFECTADOS ao lado de pessoas sensíveis. Os MOSQUITOS podem infectar-se ao se alimentarem em hospedeiros infectantes, entre 12 horas antes até 72 horas depois do início dos sintomas. Uma incubação extrínseca de 11-14 dias é necessária para que os MOSQUITOS possam transmitir o vírus. Eles agem, então, como VETORES, pelo resto de suas vidas (1-3 meses ou mais). (...).
... Assim, a endemia de dengue no Caribe é uma constante ameaça aos Estados Unidos, devido à prevalência dos MOSQUITOS Aedes aegypti nos meses de verão. Uma grande epidemia de dengue, envolvendo vários milhares de pessoas, ocorreu no sul dos Estados Unidos, em 1934. A epidemia cessou com a chegada do inverno.
Em 1963 uma epidemia de dengue grassou em Porto Rico, com mais de 20.000 casos. Em algumas cidades a taxa de morbidade esteve acima de 30%, com o índice máximo no grupo de 20-30 anos de idade. Mais de 20 casos conhecidos foram importados para os Estados Unidos a partir dessas áreas epidêmicas.
CONTRÔLE do (a) DENGUE – O contrôle depende das medidas ANTIMOSQUITO, por exemplo, eliminação dos locais de procriação, e o uso de inseticidas como o DDT (b*). Uma VACINA experimental de vírus atenuado foi produzida, mas não foi ainda testada num campo de aplicação em larga escala.
Observações do escriba:
1ª – O DDT não é mais usado como inseticida.
2ª – Segundo o Livro de MICROBILOGIA MÉDICA (que é de 1970), uma VACINA experimental de vírus atenuado já tinha sido produzida naquela época, ou seja, há aproximadamente 45 anos.
3ª – Os Livros “Doenças Infecciosas e Parasitárias” (de 1972), e, “Tratado de Medicina Interna” (de 1975), não acrescentam muita coisa em relação à Dengue. Por isto, nossos próximos artigos irão focalizar os vírus CHIKUNGUNYA e Zika vírus.
Max Theiler (a*).
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Informação Geral.
Nascimento – 30 de janeiro de 1899.
Local – Pretória (África do Sul).
Morte – 11 de agosto de 1972 (73 anos).
Local – New Haven (Estados Unidos).
Atividade – Campo – Microbiologia.
Prêmio (s):
- Prêmio Lasker-Debakey (1949).
- Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina (1951).
Max Theiler (Pretória, 30 de janeiro de 1899 — New Haven, 11 de agosto de 1972) foi um microbiologista sul-africano.
Foi agraciado com o Nobel de Fisiologia ou Medicina de 1951, por pesquisar a vacina contra a febre amarela.
Categorias:
• Nascidos em 1899.
• Mortos em 1972.
• Nobel de Fisiologia ou Medicina.
• Laureados com o Nobel por país - África do Sul.
• Laureados com o Nobel por país - Estados Unidos.
• Biólogos da África do Sul.
• Médicos do século XX.
DDT (b*).
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
O DDT (sigla de diclorodifeniltricloroetano) é o primeiro pesticida moderno, tendo sido largamente usado após a Segunda Guerra Mundial para o combate aos mosquitos vetores da malária e do tifo.
Sintetizado em 1874, suas propriedades inseticidas contra vários tipos de artrópodes só foram descobertas em 1939 pelo químico suíço Paul Hermann Müller, que, por essa descoberta, recebeu o Nobel de Fisiologia ou Medicina de 1948.
O pesticida é sintetizado pela reação entre o cloral e o clorobenzeno, usando-se o ácido sulfúrico como catalisador.
O estado químico do DDT é sólido em condições de temperatura entre 0° a 40 °C. É insolúvel em água, mas solúvel em compostos orgânicos como a gordura e o óleo e tem um odor suave.
Trata-se de inseticida barato e altamente eficiente a curto prazo, mas a longo prazo tem efeitos prejudiciais à saúde humana, como demonstrou a bióloga norte-americana Rachel Carson, em seu livro Primavera Silenciosa (ou Silent Spring, no original).
De acordo com Carson, o DDT pode ocasionar câncer em seres humanos e interfere com a vida animal, causando, por exemplo, o aumento de mortalidade entre os pássaros.
Por este e outros estudos, o DDT foi banido de vários países na década de 1970 e tem seu uso controlado pela Convenção de Estocolmo sobre os Poluentes Orgânicos Persistentes.
No Brasil, só em 2009 o DDT teve sua fabricação, importação, exportação, manutenção em estoque, comercialização e uso proibidos pela Lei nº. 11.936 de 14 de maio de 2009.
Como o DDT é facilmente transportado pelo ar e pela chuva, pode ser encontrado em lagos, por exemplo, mas quase sempre em níveis aceitáveis.
A substância tem uma meia vida de vários dias em lagos e rios e se acumula na cadeia alimentar, pois os animais são contaminados por ele e depois ingeridos por seus predadores, que absorvem o DDT.
O acúmulo de DDT na cadeia alimentar causa uma mortalidade maior do que o habitual nos predadores naturais das pragas, tornando questionável a utilidade do inseticida a longo prazo, uma vez que pode levar ao descontrole dos insetos.
Além disso, o acúmulo da substância em peixes pode contaminar os seres humanos.
O DDT apresenta grande eficiência no combate a mosquitos. Com ajuda do DDT, a malária foi banida de Portugal, da Flórida, da Itália e da Espanha, entre outros.
No Brasil, houve erradicação da malária em estados como Ceará, Minas Gerais e Piauí.
Em 1950, o então presidente Eurico Gaspar Dutra chegou a anunciar a erradicação da dengue no Brasil, graças ao DDT.
Não existem pesquisas que demonstrem como seria o prisma de doenças como a dengue hoje se o DDT jamais tivesse existido, visto que ele combateu o inseto causador da dengue e ao mesmo tempo combateu pássaros e predadores naturais do inseto.
Categorias:
• Pesticidas.
• Poluição.
• Compostos aromáticos.
• Organoclorados.
• DDT.
• Disruptores endócrinos.
A luta contra a debilitante POLIOMIELITE (paralisia infantil) continua, e, a luta a favor da inofensiva AUTO-HEMOTERAPIA (AHT), também continua.
Se DEUS nos permitir voltaremos outro dia ou a qualquer momento. Boa leitura e bom dia.
Aracaju, sábado, 23 de janeiro de 2016.
Jorge Martins Cardoso – Médico – CREMESE.
Fontes: (1) – Livro de MICROBIOLOGIA MÉDICA – Autores: Ernest Jawetz (Microbiologista), Joseph L. Melnick (Virologista e Epidemiologista) e Edward A. Adelberg (Microbiologista e Biofísico Molecular) – Editora Guanabara Koogan S. A. – Rio de Janeiro – GB – 1970 – 8ª Edição Americana e 2ª Edição Brasileira – (535 páginas) – páginas 384, 385 e 386. (2) – Wikipédia. (3) – Outras fontes.