A LIBERDADE... O CONHECIMENTO... A ARTE... O PREÇO... O TEMPO... "MICROCEFALIA: Rubéola, Zika vírus ou outras causas? (4ª parte).
AUTO-HEMOTERAPIA, Dr. Fleming e os antibióticos...
Artigo Extra.
MICROCEFALIA: Rubéola, Zika vírus ou outras causas?
4ª parte.
O que nos ensinam alguns livros de MEDICINA.
Classificação dos Vírus de Acordo com as Propriedades Físicas, Químicas e Biológicas.
Os vírus podem ser nitidamente separados em grupos, de acordo com o tipo de ácido nucleico e com o tamanho, forma e subestrutura da partícula. Dentro de cada grupo (gênero) a subdivisão das espécies baseia-se em diferenças antigênicas; tais diferenças são expressas por números que representam os tipos.
São classificados de acordo com o Cerne de Ácido Nucléico, a Simetria do Capsídeo, O Vírion: com ou sem invólucro, A Sensibilidade ao éter, O Número de Capsômeros, O Tamanho da partícula de vírus (em milimícron), O Peso Molecular do ácido nucleico no vírion (X 10 elevado a seis) e número aproximado de genes.
A – Grupo Poxvírus. Exemplo: Varíola. B – Grupo do Vírus Herpético. Exemplos: Herpes Simples, Herpes Zóster, Varicela e o CITOMEGALOVÍRUS. C – Grupo Adenovírus. No ser humano, mostram preferência pelas mucosas e persistem durante anos no tecido linfóide. Grupo Papovavírus. Exemplo: O vírus do Papiloma ou Verruga. E – Grupo Picodnavírus. Exemplo: Os vírus osteolíticos H do “hamster”. F – Grupo Myxovírus. Exemplo: O vírus da influenza humana e suína e o da peste aviária. G – Grupo Paramyxovírus. Exemplos: Os vírus do sarampo e da caxumba do homem. H – Grupo Rhabdovírus. Exemplo – O vírus da raiva. I – Grupo Arbovírus. Corresponde a um agrupamento em bases ecológicas de mais de 150 vírus, que atravessam um complexo ciclo vital envolvendo ARTÓPODES HEMATÓFAGOS. Multiplicam-se em variadas espécies de animais incluindo o homem, cavalos, aves domésticas e selvagens, morcegos, cobras, MOSQUITOS e carrapatos. Exemplos: Os vírus da DENGUE, encefalites equinas do Leste e Oeste, encefalite japonesa, encefalite de St. Louis e da FEBRE AMARELA. J – Grupo Reovírus. Estirpes provenientes de chimpanzés, macacos, bovinos e camundongos são indistinguíveis das do homem. K – Grupo Picornavírus. É subdividido em enterovírus e rhinovírus. Pelo menos 63 enterovírus de origem humana foram tipados, incluindo o vírus PÓLIO, coxsackie e echo. Outros tipos encontram-se espalhados pelo reino animal. Entre os rhinovírus, mais de 70 tipos foram encontrados e mostram-se como a causa mais comum do resfriado no homem. Sabe-se que também existem rhinovírus em outras espécies. Destes, o mais estudado tem sido o rhinovírus da febre aftosa dos bovinos. L – Vírus da Leucemia – Inclui vírus do complexo da leucose aviária e da leucemia murina. Caracterizam-se pelo RNA de elevado peso molecular. Nenhum vírus de leucemia humana foi até agora identificado. M – Restam alguns vírus para os quais os dados disponíveis não permitem a inclusão em nenhum dos grupos acima relacionados. Entre esses, os agentes da hepatite infecciosa e da sôro-hepatite, da mononucleose infecciosa, da coriomeningite linfocitária, da RUBÉOLA e alguns novos vírus respiratórios.
No momento, para nós, interessa-nos o Grupo M, do qual faz parte a RUBÉOLA e o Grupo Arbovírus do qual faz parte a Dengue Futebol Clube.
Embora os vírus causadores da RUBÉOLA façam parte do Grupo M, no nosso livro de MICROBIOLOGIA MÉDICA eles são descritos no capítulo 35 aonde são estudados os PARAMIXOVÍRUS.
Capítulo 35 – PARAMIXOVÍRUS – Os PARAMIXOVÍRUS incluem os vírus da CAXUMBA (também conhecida como PAPEIRA ou Parotidite Epidêmica), SARAMPO, parainfluenza, doença respiratória sincicial (RS), e doença de Newcastle. Não está assentado se os vírus da RUBÉOLA (RUBELA ou SARAMPO ALEMÃO) pertencem a este grupo; a doença, contudo, será discutida no presente capítulo.
RUBÉOLA (RUBELA ou Sarampo Alemão). A RUBEÓLA é uma infecção comum e benigna da infância, caracterizada por um exantema generalizado e adenopatia auricular posterior e suboccipital. Entretanto, a infecção NOS PRIMEIROS ESTÁDIOS DA GESTAÇÃO pode produzir sérias anormalidades no FETO.
PROPRIEDADES DO VÍRUS. O vírus pode propagar-se em culturas de tecido. Pode ser prontamente isolado de lavados de garganta desde cerca de 7 dias antes até 7 dias após o aparecimento do exantema. Em recém-nascidos com a SÍNDROME da RUBÉOLA CONGÊNITA, o vírus pode ser isolado de “swab” da garganta, “swab” retal, urina, LCR, medula óssea, sangue periférico, cristalino, e material do ouvido médio, e post-mortem de tecidos do cérebro, coração, pulmão, fígado, baço, nódulos linfáticos, rim, timo, tireóide. O vírus tem as características dos vírus éter-sensíveis que encerram RNA. O diâmetro é de cerca de 50 a 70 milimícron. Morfologicamente contém um nucleóide interno com dupla membrana.
PATOGENIA E PATOLOGIA. A via comum de infecção é mais amiúde através da mucosa do trato respiratório superior. A multiplicação primária do vírus provavelmente ocorre nos nódulos linfáticos cervicais. Após cerca de 7 dias surge a viremia, que se prolonga até o aparecimento de anticorpos em torno de 12 a 14 dias. Essa fase coincide com a ocorrência da erupção, o que sugere um mecanismo imunológico para o exantema. Durante o período de viremia, o vírus pode ser isolado da urina e das fezes. Todavia, após o aparecimento do exantema, o vírus continua identificável apenas na nasofaringe...
ASPECTOS CLÍNICOS – A – Sintomas e Sinais: após um período de incubação de 2 a 3 semanas, aparecem sintomas brandos no trato respiratório superior, aumento dos gânglios linfáticos pós-auriculares e suboccipitais, e um exantema generalizado. O exantema, constituído de máculas, começa na face e crânio e se espalha para o pescoço e o torso. O exantema dura, em geral, 2 ou 3 dias. No princípio da doença há uma leucopenia com linfocitose relativa. B – Complicações: A principal complicação, resultante da infecção de mulheres grávidas, no primeiro trimestre, é a SÍNDROME da RUBÉOLA CONGÊNITA. Recém-nascidos destas mães podem apresentar uma ou mais das seguintes anormalidades: catarata, surdez, retardamento mental, MICROCEFALIA, defeitos cardíacos congênitos (particularmente persistência do canal arterial), crescimento retardado, púrpura trombocitopênica, hepatoesplenomegalia com icterícia de regurgitação, alterações radiológicas dos ossos longos e do crânio, e pneumonite intersticial. Diz-se que a incidência da SÍNDROME da RUBÉOLA CONGÊNITA é de cerca de 30% no primeiro trimestre de gestação, mas pode chegar a 80% quando nas quatro primeiras semanas. Em consequência da rubéola materna pode haver também aborto espontâneo e natimortos.
IMUNIDADE – Como só existe um único tipo antigênico do vírus, a imunidade conferida por um ataque da doença perdura por toda a vida...
TRATAMENTO – Não há tratamento específico, a menos, que a paciente esteja grávida... (...) O aborto terapêutico é fortemente recomendado nos casos laboratorialmente confirmados, a fim de que sejam evitados os nascimentos de crianças defeituosas... (...) Não há evidências convincentes de que a gamaglobulina ofereça algum benefício à paciente ou ao feto.
EPIDEMIOLOGIA – O vírus foi isolado da nasofaringe, garganta, sangue e urina, e supõe-se que a infecção será transmitida por via respiratória (perdigotos). As epidemias não são tão frequentes quanto no sarampo e, por isso, são mais comuns em adultos jovens. A RUBÉOLA ocorre principalmente na primavera. Resultado de uma severa epidemia de RUBÉOLA nos E. U. A., na primavera de 1964, a maior epidemia dos últimos 20 anos pelo menos apareceu milhares de recém-nascidos com a SÍNDROME da RUBÉOLA CONGÊNITA, após setembro de 1964... (...) A persistência do vírus no Líquido Céfalo Raquidiano (LCR) pode explicar, em parte, o retardo mental progressivo e as doenças do Sistema Nervoso Central (SNC), observadas em muitas crianças. (...) Crianças congenitamente infectadas são capazes de transmitir RUBÉOLA a contatos susceptíveis, tais como enfermeiras e médicos que cuidam das mesmas. Isto representa um risco para as mulheres no primeiro trimestre de gestação, que devem evitar contato com tais crianças...
CONTROLE – (...) Mais encorajador foi o recente desenvolvimento de uma VACINA de vírus vivos atenuados. Esta VACINA produziu infecção “silenciosa” em crianças assim VACINADAS, e possui a desejada propriedade de não se transmitir às pessoas em contato com os que a receberam. Ao tempo que está sendo escrito este LIVRO, a VACINA ainda não se encontra comercialmente disponível.
OBSERVAÇÕES DO ESCRIBA:
1ª - O ramo da ciência que estuda os vírus é chamado VIROLOGIA, e, por causa das suas pequenas dimensões, exige o uso de microscópios ópticos e principalmente de microscópios eletrônicos.
2ª - Segundo os virologistas, os vírus são divididos em 13 grupos, a saber: 1º - Grupo Poxvírus. (DNA). 2º - Grupo do Vírus Herpético. (DNA). 3º - Grupo Adenovírus. (DNA). 4º - Grupo Papovavírus. (DNA). 5º - Grupo Picodnavírus. (DNA). 6º - Grupo Myxovírus. (RNA). 7º - Grupo Paramyxovírus. (RNA). 8º - Grupo Rhabdovírus. (RNA). 9º - Grupo Arbovírus. – (RNA). 10º - Grupo Reovírus. (RNA). 11º - Grupo Picornavírus. (RNA). 12º - Vírus da Leucemia. (RNA). 13º - Grupo M. (RNA).
3ª - Embora a RUBÉOLA pertença ao Grupo M (RNA), ela é descrita e estudada no Grupo Paramixovírus (RNA).
4ª - Durante as primeiras semanas de gestação, entre outras deformações fetais, está comprovado cientificamente que a RUBÉOLA, RUBELA ou SARAMPO ALEMÃO, pode provocar a MICROCEFALIA.
5ª - Em gestantes acometidas por RUBÉOLA podem ocorrer abortos espontâneos.
6ª - O aborto terapêutico é fortemente recomendado nos casos laboratorialmente comprovados, a fim de que sejam evitados os nascimentos de crianças defeituosas.
7ª - Do mesmo modo como ocorreu com a ANENCEFALIA, a MICROCEFALIA poderá gerar debates acalorados entre grupos religiosos e grupos científicos.
8ª - Como já afirmei anteriormente a atual “epidemia” de MICROCEFALIA, para mim é um estudo secundário, e, portanto, se religiosos e cientistas quiserem brigar, nesta briga eu não entrarei.
9ª - No próximo artigo farei comentários sobre o GRUPO ARBOVÍRUS, no qual se encontra metido o barulhento e polêmico MOSQUITO Aedes aegypti, e, provavelmente, o “misterioso” Zika vírus.
A luta contra a debilitante POLIOMIELITE (paralisia infantil) continua, e, a luta a favor da inofensiva AUTO-HEMOTERAPIA (AHT), também continua.
Se DEUS nos permitir voltaremos outro dia. Boa leitura e bom dia.
Aracaju, domingo, 20 de dezembro de 2015.
Jorge Martins Cardoso – Médico – CREMESE – 573.
Fonte: (1) - LIVRO de MICROBIOLOGIA MÉDICA de 1970, páginas 318, 319, 320, 423, 430, 431, 432 e 433.