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AUTO-HEMOTERAPIA, Dr. Fleming e os antibióticos...

Artigo Extra.

MICROCEFALIA: Rubéola, Zika vírus ou outras causas?

3ª parte.

O que nos ensinam alguns livros de MEDICINA.

Para início de conversa diz a sabedoria popular: “Panela velha também faz comida boa”. Em outras palavras: Livros antigos também trazem informações boas. O mesmo raciocínio é válido para certas músicas antigas, que pela sua poesia, seu conteúdo, sua harmonia, sua melodia, se tornam inesquecíveis e se tornam eternas. Da música para a natureza!

O meu Beija-Flor Arco-Íris (acho que ele pratica telepatia), foi numa das minhas estantes, pegou um dos meus livros e trouxe-o suavemente até a minha escrivaninha. E foi delicadamente taxativo: professor o senhor deve começar por este LIVRO. Este LIVRO contém muitas informações importantes. Tenho certeza. Já o li várias vezes...

- Puxei conversa com um dos meus botões ecológicos – O que você acha? – O botão respondeu: Além de telepatas os seus Beija-Flores são assíduos leitores. Sou testemunha viva e ocular disto. Quando você deixa a sua camisa verde pendurada numa das cadeiras, eu fico observando a dedicação deles à leitura. E olha que o senhor me põe na “geladeira” às vezes por 24 horas contínuas...

- Pior é quando o senhor escolhe uma das suas camisas cósmicas. Aí o “gelo” passa para 48 horas. - Mas nem ligo muito. Fico vendo os beija-flores voarem, lendo os livros, e saindo para beijar as flores, e, segundo eles, conversando com as flores.

- Mas, AS FLORES NÃO FALAM, retruquei. – Qual o quê? – O senhor é que é meio surdo. Por isso a sua dificuldade em aprender violão. Continuou o botão ecológico – Eu não estou afirmando que os vejo conversando com as FLORES. Eles é que me dizem que falam com as FLORES.

- Só me faltava mais esta. Beija-Flores conversando com as Flores. E botões conversando com Beija-Flores.

Nisto, o Beija-Flor Arco-Íris pousa na minha mesa pela segunda vez e diz: Depois desse primeiro LIVRO este é o segundo LIVRO. Peço licença, pois tenho de beijar as flores e conversar com elas.

- E as flores falam com você? Com um sorriso maroto ele respondeu: às vezes. E saiu voando rapidamente. Fiquei estupefato! Deixo a veia poética de lado e passo para a literatura médica. Agradeci ao botão ecológico pelo diálogo olhei para o meu violão raivosamente e resmunguei: SURDO e MUDO! O violão respondeu: por enquanto... Primeiro a Medicina, depois a Música... Tocando em frente!

O primeiro LIVRO escolhido pelo BEIJA-FLOR ARCO-ÍRIS chama-se MICROBIOLOGIA MÉDICA e é de 1970.

Fui direto ao índice, e, na página 534 encontrei: Letra Z – Zona (ver Herpes, zoster); Zoster (ver Herpes, zoster). Nadica de nada sobre ZIKA ou ZICA.

Passei para a página 530 do índice e lá encontrei uma bordoada de palavras com a letra C: CÂNCER, Candida, Carbono, Carbúnculo, Cárie, Catapora, Caxumba, Célula, Cestóides, Chilomastix, Chlamydia, Citologia, Clostrídios, Clostridium, Coccidioides, Cocos, Coloração, Conjuntivite, Corinebactérias, Coriomeningite, Corpo, Corynebacterium, “Cowpox”, Coxsackievírus, Crescimento, Cromoblastomicose, Cromossoma e Cryptococus. Mas, a maldita da CHICUNGUNHA ou CHIKUNGUNYA não aparece de jeito nenhum. Nem o CITOMEGALOVÍRUS.

Como no índice não aparecem a Dona ZIKA nem a Dona CHIKUNGUNHA, “pensei” com os meus botões: se não aparecem são “criaturas” de pouca relevância. Se já estava tranquilo, fiquei mais tranquilo ainda.

Retornei para a página 534 do índice e localizei a letra V e lá encontrei: Vacinações, Vagina, Varicela, Varíola, Verrugas, Vias, Víbrios, Viroses, Vírus.

Dediquei-me à palavra VÍRUS (o assunto “nasce” na página 317 e “morre” na página 491). O “vírus” da página 317 fala sobre classificação, fundamentos e sintomatologia. O “vírus” da página 491 fala de tumores sólidos. Os “VÍRUS” ZIKA e CHIKUNGUNYA não mostraram as suas caras.

Sobre VIROSES. – “Viroses” com interpretação epidemiológica foram localizadas na página 362. As “viroses” e patogenia são encontradas na página 338. “viroses” com patogenia também estão estabelecidas na página 338; As “viroses” com mecanismo imuno-patológico constam na página 339; “VIROSES” transmitidas por ARTRÓPODES foram detectadas na página 373; “VIROSES” crônicas do SISTEMA NERVOSO CENTRAL surgem na página 413.

Ainda na página 534, localizamos o TOXOPLASMA gondii que nos remete para a página 510.

Passei para a página 533 do índice, e lá encontramos: RUBELA (ou RUBÉOLA) – páginas 430, 431 e 432.

Mudei para a página 530 (ainda no índice), e, lá encontrei na letra D: DENGUE – páginas 384, 385 e 386.

Corri para a letra A do Índice Alfabético (página 529) e lá encontrei: ADENOVÍRUS (páginas 447, 448, 449, 450, 451 e 487); ARBOVÍRUS (páginas 373, 374, 375, 376, 377 e 379); e ARN-Vírus (página 477). Os vocábulos Aedes aegypti e artrópodes não aparecem. “Pensei” com os meus botões. Só pode ser falta de prestígio.

Fugi para a letra F (página 531 do índice) e lá encontrei: FEBRE AMARELA (páginas 381, 382 e 383).

Peguei minha bicicleta e saí correndo para a letra M (página 532 do índice). – Não encontrei MICROCEFALIA, nem MICROSCÓPIO, nem MOSQUITO e nem MOSQUITOS. Mas existem MICRÓBIOS (página 55) e MICRORGANISMOS (páginas 77, 78, 79, 80, 81, 82, 83 e 87).

- Como pode um livro de MICROBIOLOGIA MÉDICA, que deve nos ensinar sobre micróbios, microrganismos e vírus não colocar no índice MICROSCÓPIO? Lembrei-me de uma frase: “Quem manda na obra é o autor (ou os autores)”. Ponto final.

De acordo com a mídia, a média e a moda as palavras-chaves são: (por ordem alfabética) – Aedes aegypti, Dengue, Microcefalia, Mosquitos, Vírus Chikungunya e Vírus Zika. Mas, no livro de MICROBIOLOGIA MÉDICA só há referência à DENGUE. E agora?

Então devo fazer as seguintes leituras, para por ordem na bagunçada “casa”.

1º - Páginas 317, 338, 339, 362, 373 e 413 (Vírus e Viroses).

2º - Páginas 373, 374, 375, 377 e 379 (Arbovírus).

3º - Páginas 381, 382 e 383 (Febre Amarela).

4º - Páginas 384, 385 e 386 (Dengue).

5º - Páginas 430, 431 e 432 (Rubela ou Rubéola).

6º - Páginas 447, 448, 449, 450, 451 e 487 (Adenovírus).

7º - Página 510 – Toxoplasma.

Página 317.

Capítulo 27 – Propriedades Gerais dos Vírus.

Os VÍRUS são os menores entre os agentes infecciosos (20 a 300 MILIMÍCRON (*) e (**) de diâmetro) e em seu GENOMA contêm uma MOLÉCULA, seja de DNA ou de RNA, a qual se reduplica no interior de CÉLULAS VIVAS.

Em um estágio de seu processo de REDUPLICAÇÃO os VÍRUS convertem-se para uma forma não infecciosa que corresponde a uma etapa essencial do seu ciclo de crescimento.

O GENOMA VIRAL provoca o desvio dos processos normais do METABOLISMO da CÉLULA que os recebe, no sentido de produzir mais ÁCIDO NUCLÉICO VIRAL e codifica a síntese de PROTEÍNAS que lhe vão formar uma concha protetora (CAPSÍDEO).

Ao conjunto designa-se como VÍRION, no qual o CAPSÍDEO estabiliza o ÁCIDO NUCLÉICO VIRAL, de modo que o mesmo sobrevive no ambiente EXTRACELULAR, e facilita a sua adsorção, e talvez até mesmo a sua penetração nas CÉLULAS susceptíveis.

Os antígenos virais encontram-se no CAPSÍDEO, provavelmente em subunidades PROTÉICAS (CAPSÔMEROS).

Muitas informações sobre as relações vírus-hospedeiro têm sido obtidas de estudos com BACTERIÓFAGOS, ou seja, VÍRUS que atacam BACTÉRIAS. Este assunto foi estudado no Capítulo 09. As propriedades de outros VÍRUS, individualmente discutidos, encontram-se a partir do Capítulo 30 e até 39.

(*) - milimícron

mi.li.mí.cron

sm (mili1+mícron) Física Unidade de comprimento, equivalente à milésima parte de 1 mícron. Símbolo: mµ. Var: milimicro.

(**) - Nanômetro

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Um nanômetro, milimícron ou milimicro é a subunidade do metro, correspondente a 1 x 10−9 metro, ou seja, um milionésimo de milímetro ou um bilionésimo do metro. Tem como símbolo nm.

A forma não acentuada da palavra, nanometro, tem sido defendida como sendo a correta, contudo, não está atualmente presente em qualquer dicionário da língua portuguesa.

É uma unidade de comprimento do SI, comumente usada para medição de comprimentos de onda de luz visível (400 nm a 700 nm), radiação ultravioleta, radiação infravermelha e radiação gama, entre outras coisas.

1 nm = 1000 pm

1000 nm = 1 µm.

Categoria:

• Unidades de comprimento.

Observações do escriba:

1ª – Estamos adentrando em uma área que envolve a microscopia óptica e principalmente a microscopia eletrônica.

2ª – O estudo da Dengue Futebol Clube envolve a participação de biólogos, Imunologistas, microbiologistas, virologistas e inúmeros cientistas da área da medicina, física, química, etc. Não é exclusividade da classe médica coisíssima nenhuma.

3ª – Não demorará a aparecer na imprensa de um modo geral e principalmente nas emissoras de televisão uma dezena de médicos falando um monte de bobagens sobre o assunto.

4ª – Para mim, o estudo da Microcefalia e Companhia Limitada, continua sendo um tema secundário. Absolutamente secundário.

Sobre os estudos do vírus existem várias classificações. De uma das classificações selecionei apenas um tópico, o ítem de número seis. (6) – Tropismos em relação a hospedeiros, tecidos ou células. Tentaremos explicar o assunto posteriormente.

Classificação pela Sintomatologia.

Uma classificação simples, inspirada nas doenças humanas produzidas pelos vírus, apresenta algumas conveniências para o médico, mas não satisfaz ao biologista. Desse modo, na classificação a seguir, o mesmo vírus aparece em diferentes grupos, porque pode dar origem a mais de uma doença, de acordo com o órgão que acomete.

A. Doenças generalizadas: nas quais o vírus difunde-se pelo corpo através da corrente sanguínea, não se restringindo somente aos órgãos isolados. Podem aparecer erupções cutâneas. Incluem-se a varíola, vacina, sarampo, rubéola, catapora, febre amarela, dengue, febre de carrapato do Colorado, febre do Oeste do Nilo, febre por flebótomo (“Sandfly Fever”), pleurodínia e exantema súbito, além de alguns exantemas devidos aos enterovírus, especialmente os vírus Echo 4, 9, 16 e 18 e vírus Coxsackie A9, A19, B1 e B3.

B. – Doenças que acometem primariamente determinados órgãos: os vírus podem alcançar esses órgãos através da corrente sanguínea, seguindo os nervos periféricos ou por outras vias.

1. – Doenças do sistema nervoso – POLIOMIELITE, meningite devidas aos enterovírus (vírus Echo, Coxsackie e pólio), raiva, encefalite letárgica, ENCEFALITES TRANSMITIDAS POR ARTRÓPODES, coriomeningite linfocitária, herpes simples, herpes-B, e as meningoencefalites da caxumba, sarampo, da vacina variólica e outras.

2. – Doenças do trato respiratório – Gripe, etc. (...)

3. – Doenças localizadas da pele e das mucosas – Herpes simples, molusco contagioso, verruga, herpangina, e herpes zoster.

4. – Doenças dos olhos – Tracoma, etc. (...)

5. – Doenças do fígado – Hepatite infecciosa e sôro-hepatite.

6. – Doenças das glândulas salivares – Caxumba e doença a vírus da glândula salivar (CITOMEGALOVÍRUS).

7. – Doenças dos gânglios linfáticos – Linfogranuloma venéreo.

Observações do escriba: 1ª – Baseado na Classificação pela Sintomatologia, ficamos sabendo que entre as Doenças do Sistema Nervoso, encontram-se as ENCEFALITES TRANSMITIDAS POR ARTRÓPODES, que vem a ser exatamente o alvo das nossas pesquisas atuais. 2ª – Por conseguinte, no próximo artigo iremos transcrever a Classificação dos Vírus de Acordo com as Propriedades Físicas, Químicas e Biológicas.

Se DEUS nos permitir voltaremos outro dia. Boa leitura e bom dia.

Aracaju, sexta-feira, 18 de dezembro de 2015.

Jorge Martins Cardoso – Médico – CREMESE – 573.

Fontes: (1) – Livro de Microbiologia Médica de 1970, várias páginas, principalmente as páginas 317 e 318. As informações detalhadas sobre este livro sairão no último artigo. (2) – Wikipédia.