A LIBERDADE... O CONHECIMENTO... A ARTE... O PREÇO... 'O Livro "A BIOPATIA DO CÂNCER" do genial Dr. WILHELM REICH, já está disponível em todas as livrarias do Brasil'. De leitura agradável, de conteúdo rico e de fácil compreensão. (J.M.C.)
A Energia Nuclear e a Energia Vital.
5ª parte.
A monografia do estudioso Carlos Eduardo Cantusio Abrahão, na verdade não é uma simples monografia. Na verdade o que ele escreveu praticamente é um precioso e moderno livro. Tentaremos selecionar as melhores partes do seu fabuloso trabalho.
“Ideias novas levam tempo para serem aceitas” (Carlos Eduardo Cantusio Abrahão). (página 4).
“Orgonomia é a denominação dada por Reich ao estudo e manejo da Energia Orgone, descrita por ele”. (página 6).
“Há várias possibilidades de investigação do trabalho de Wilhelm Reich, um médico determinantemente preocupado com a tríade sexualidade, crianças e educação”. (página 7).
“O saber em constante movimento permeia as psicoterapias e terapias corporais numa rede em que o nome de Wilhelm Reich é um ponto primordial”. (página 8).
“O Acumulador de Orgone foi descrito por Reich entre 1936 e 1939, e acabou sendo a principal controvérsia pela qual foi preso em 1957, ao descumprir um mandato de comparecimento ao júri por ordem da “Food and Drug Administration – FDA” (Administração de Alimentos e Medicamentos) nos Estados Unidos da América”. (página 8).
“O preconceito pestilento que levou o poder público a determinar uma das últimas queimas de livros do século XX, ocorrida entre 1956 e 1962, constituiu-se em violação constitucional nos EUA à época, o que, ao lado de uma truculenta prisão, traz o nome de Wilhelm Reich ao silêncio que perdura, mas que também se reverte”. (página 9).
“A difamação caluniosa perseguiu o homem e cidadão planetário Wilhelm Reich da Europa aos Estados Unidos”. Taxá-lo de paranoico é um ataque que reverberou no âmbito da fofoca, numa ressonância maligna da calúnia dissimulada que infelizmente adentra ao século XXI. Continua poderosa, controlando pelos cantos, encontra terreno fértil numa mentalidade de “big-brother”. (página 9).
“A polêmica em torno de Reich decorre das implicações de suas teorias, descobertas e afirmações, por terem potencial “desestabilizador” dos sistemas de controle ideológico, crenças, valores e tradição, fortemente arraigados na história da humanidade”. (página 9).
No prefácio de “Nos Caminhos de Reich”, David Boadella, escrevia em 1972 que ele “dizia muitas vezes que havia descoberto em ‘excesso’”. Sua atividade psiquiátrica rompeu fronteiras estabelecidas, levando-o à sociologia e à biologia. “Seus estudos conduziram-no do organismo aos limites da atmosfera e finalmente as implicações planetárias da ecologia humana, onde o problema da poluição se tornou a preocupação principal”. (página 10).
Em “Moral Sexual Civilizada e Doença Nervosa Moderna” Freud (1908) afirma a existência de um aumento da doença nervosa que se difunde rapidamente na sociedade contemporânea, e cita W. Erb (1893) para relacioná-la com a “moderna vida civilizada”. (página 12).
Com 11 anos de idade, naqueles idos de 1908, Wilhelm Reich iria viver mais quase meio século em tumultuados anos da história, passando pela revolução comunista e duas guerras mundiais, na segunda delas com o repudiado uso da então recém-descoberta bomba nuclear (atômica), sobre a população civil no Japão (Hiroshima e Nagasaki). (página 13).
O fenômeno da guerra foi objeto de textos de Sigmund Freud e comunicações (por cartas) dele com Albert Einstein. Wilhelm Reich, que se pronunciou sobre a guerra desde seu alistamento e ida aos campos na primeira guerra mundial (1914-1918), questionava a insanidade da guerra na civilização, e de como os jovens seguiam morrendo e matando, como cegos, subservientes à autoridade e à pátria, conforme relata em sua “Paixão de Juventude: uma autobiografia”. (1897-1922). (página 13).
Reich manifestou-se de forma profunda sobre a “Psicologia de Massas do Fascismo” militando no marxismo-leninismo florescente à sua época, à procura de uma compreensão natural ou biológica do funcionamento psicológico do indivíduo e da sociedade. (paginas 13 e 14).
O patriarcado, a tradição, a moral repressiva e a religião, através de uma psicologia política, formatariam o modo de ser irracional da humanidade, vulnerável, ator e sujeito da peste emocional, humanidade essa bloqueada socialmente desde o nascedouro na sua naturalidade e simplicidade da pulsação vital, impedindo a espontânea – porque natural – busca do amor e do prazer. (página 14).
Reich acabou acreditando que a doença mental, a doença física e os problemas “sociais” (como a guerra, a violência e o crime) eram o que ele chamou de “Praga Emocional”. (página 15).
Apesar dos protestos, a invasão e a guerra EUA-Iraque, mantém acesa a chama do ódio e o seu poderio bélico. Num balanço recente, um em cada cinco lares iraquianos perdeu ao menos um membro de sua família por causa da violência. “Acreditamos que o número de mortos entre março de 2003 e agosto de 2007, chegue a 1.033.000”, informou um instituto. (pagina 15).
A corrida armamentista genocida é justificada sob a influência mística do bem e do mal, da defesa de uma salvação tão mítica quanto fanática da humanidade, nos diversos lados. O realinhamento de blocos político-religiosos e econômicos dos países em torno da inusitada ampliação do risco de novo holocausto nuclear, superam pela força as negociações que seriam de “paz”, ignorando a Organização das Nações Unidas (ONU). (página 16).
OBSERVAÇÃO DO ESCRIBA: desde há muito tempo que a ONU vem perdendo progressivamente o seu poder. Nos dias atuais a ONU praticamente não tem poder nenhum. Se a ONU não tem poder, sendo a OMS um apêndice da ONU, os leitores acham que a OMS tem algum poder? Tem nada!
No dizer de Odila Weigand: Nesse vazio, onde se instala o tédio, chega a tecnologia e principalmente a televisão, cultuada como referência dominante. Hoje a cultura da mídia é a cultura que domina e que organiza as formas sociais. Substitui as manifestações culturais, faz a cidadania enxergar o mundo sob sua ótica, nas suas lentes, com seus vieses. As mídias, hoje, principalmente a televisão, detém o poder de fazer crer e fazer ver. Seus ícones substituem os arquétipos do imaginário, são árbitros de valores e aceitação, de gosto e medida. (páginas 16 e 17).
Em civilização e cultura, o debate entre o mestre Freud e o discípulo Reich continua, portanto, atual, ao se tornar a polêmica quanto à pulsão-instinto de morte, e problemas dilemas por que passa a humanidade, quando se trata de sua felicidade e prazer. (pagina 17).
Na realidade o “glamour” do fim da guerra fria transforma-se em terror e atrocidade genocida da indústria de armas, do seu tráfico internacional que cruza com o de drogas, e o insano aparato policial e militar repressor cada vez mais cruel e perverso, as inúmeras guerras e crimes que se sucedem tão banalizados quanto mais atrozes, incluindo a violência urbana, a violência contra a mulher, crianças e idosos, a corrupção política e econômica, e a hipocrisia, que minam como uma peste o que seria uma sociedade sadia, num triste e surreal circo de horrores. (página 18).
Reich, ao descrever uma corrente vegetativa que, desinibida, percorre o corpo no momento do orgasmo, passou a defender que a neurose e impotência orgástica andavam juntas, e que uma poderosa ferramenta para ajudar a afastar a humanidade da peste emocional é o abraço genital orgasticamente potente e espontaneamente amoroso.
Defendia que todo organismo vivo pulsa, porque contém BIOENERGIA incorporada do ORGONE CÓSMICO, e que essa pulsação necessita de recorrer a um ciclo natural BIOLÓGICO, de tensão – carga – descarga – relaxamento (a curva orgástica) para a manutenção da VIDA CRIATIVA e PREVENÇÃO de BIOPATIAS, desde e até antes do nascimento de cada indivíduo, e no transcorrer de toda a sua existência. (página 21).
Há grandes resistências em se ampliar as concepções REICHIANAS nos sistemas formais de ensino, que já nos primeiros anos vivem um estranho fenômeno psicopático, no qual se inclui o complexo e o conceito de “bullying”. (página 22).
Em recente artigo de revisão, ao falar de “Reich, Lowen e o IIBA (Instituto Internacional de Análise BIOENERGÉTICA): enfrentando o desafio de um mundo dominado pelo conflito”, Virgínia W. Hilton confirma o primeiro aspecto: O nascimento do filho de Reich, Peter, em 1944, intensificou o seu interesse sobre a vida dos bebês. Durante os anos seguintes, ele fez algumas contribuições inestimáveis ao cuidado e tratamento de bebês, que estavam longe das práticas comuns da época. Enfatizou a importância da energia entre mãe e bebê através do contato de olho e do toque, defendeu pegar o bebê quando chorasse, o parto natural, e pouca ou nenhuma medicação durante e após o nascimento. Ele ensinou às mães o que chamava de “primeiros socorros emocionais”. (página 23).
A questão ambiental foi objeto de preocupação por parte de Reich: “O animal humano só poderá aprender a compreender e amar a natureza dentro e fora de si mesmo, se pensar e agir do modo como a natureza funciona, a saber, funcionalmente e não de forma mecanicista ou mística”. (página 29).
Reich, a partir de sua pesquisa científica, chega à conclusão da existência de uma ordem vital, regida por uma ENERGIA MAIOR (ORGONE), que gera e regula de forma autonômica os processos de origem e manutenção de VIDA.
Ele conduziu os experimentos ORANUR, expondo radiação à ENERGIA ORGÔNICA, com a esperança de que esta última abrandasse os efeitos da RADIAÇÃO ATÔMICA. Esses experimentos foram feitos em decorrência de sua grande preocupação com a BOMBA ATÔMICA e os efeitos da ENERGIA NUCLEAR. Ele organizou técnicas de "bombardear nuvens" por meio das quais tentou (e conseguiu) produzir chuva em áreas assoladas pela seca.
Esses experimentos elevaram a consciência ecológica de Reich. Observando o que acreditava ser o impacto do que chamou de DOR (Deadly Orgone Energy – ENERGIA ORGÔNICA morta) no ambiente, tornou-se preocupado não só com a RADIAÇÃO e os EFEITOS NUCELARES, mas também com a POLUIÇÃO QUÍMICA e formas não nucleares de emissões ELETROMAGNÉTICAS.
Aqui, novamente, embora na época parecesse paranoico, Reich antecipou muitas preocupações que se tornaram amplamente defendidas nos anos seguintes. (páginas 29 e 30).
Toda uma patologia social ambiental emerge decorrente da ressonância consumista da política hegemônico-midiática, suplantando paradoxalmente a essência vital que tanto almeja, num planeta que também sofre as consequências de um desenvolvimento insustentável.
Do ponto de vista da capacidade de suporte da natureza, a sofreguidão tecnológica em busca de um bem estar materialista de felicidade, dilapida recursos e energia de tal forma perdulária, que as previsões apontam profundas alterações na configuração planetária no transcorrer deste século. (página 30).
Chamando atenção para a "febre do dióxido de carbono", em 1988 James Lovelock intuía que "a menos que se reduza enormemente o índice de queima de combustíveis fósseis, o dióxido de carbono atmosférico continuará a aumentar até chegar a seu estado estável e dobrará a sua concentração mais ou menos entre os anos 2050 e 2100. Os detalhes sobre o calor previsto não passam de mera suposição. Será que Boston, Londres, Veneza e Holanda desaparecerão sob o mar? O Saara se estenderá, atravessando o equador?" perguntava. (página 31).
Todos os países mobilizam-se na tentativa de reverter o que se prenuncia, um contexto bastante adverso para o futuro do clima na Terra decorrente dos desequilíbrios de origem antrópica, perpetrados pelas emissões de gases, principalmente a queima de combustíveis fósseis, queima e supressão de matas, no agora denominado aquecimento global do efeito estufa. (página 31).
Neste momento de impasse pelo aquecimento global a humanidade e os brasileiros acompanharam boquiabertos e estarrecidos o desastroso crime de lesa humanidade perpetrado por interesses de madeireiros, agricultores e pecuaristas no avanço da devastação da floresta amazônica, com complacência intolerável por parte das autoridades governamentais. (páginas 31 e 32).
Aquecimento global é somente a ponta de um imenso iceberg no que diz respeito à agressão à natureza que vem sendo perpetrada e que se intensificou abruptamente nesses últimos cinquenta ou cem anos de desenvolvimento industrial, tecnológico e agrícola, com contínua supressão de matas nativas, desertificação de extensas áreas, o ataque à biodiversidade com extinção de espécies, e profundas repercussões na regulação climática, ciclo da água e na cadeia alimentar com efeitos - alguns cumulativos - em gerações de todas as espécies, destacadamente a humana. (página 32).
Raquel Carson dedica sua antológica "Primavera Silenciosa" a Albert Schweitzer que disse: "O homem perdeu a sua capacidade de prever e de prevenir. Ele acabará destruindo a Terra".
Reconhecida como marco do ambientalismo, na publicação da obra a autora buscou uma "tentativa de explicação" para o "que foi que já silenciou as vozes da primavera em inúmeras cidades dos Estados Unidos". Escrevia sobre a espiral sem fim de dissipação (e persistência) ambiental da inusitada exposição ao ecossistema de uma profusão de substâncias químicas sintéticas nocivas e potencialmente nocivas totalmente fora dos limites da experiência biológica.
Juntamente com a possibilidade da extinção da humanidade por meio da guerra nuclear, o problema central da nossa Idade se tornou, portanto, o da contaminação do meio ambiente total do Homem, por força do uso das referidas substâncias de incrível potência para produzir danos; são substâncias que se acumulam nos tecidos das plantas e dos animais, e que até conseguem penetrar nas células germinais, a fim de estilhaçar ou alterar o próprio material em que a hereditariedade se consubstancia, e de que depende a forma do futuro.
Sua obra surge num momento de uma intensa expansão da indústria química após a segunda guerra mundial, que teve o objetivo fundamental de produzir armas químicas que afetassem o homem e a vegetação. (página 32).
A poluição e contaminação do ar, das águas, do solo, dos alimentos, as radiações ionizantes (incluindo as explosões e acidentes nucleares) acrescidas agora com todas as formas de uso expansivo de tecnologias de comunicação sem fio (radiações não ionizantes) expondo a população de forma artificial a campos eletromagnéticos, tudo interagindo de forma potencialmente agressiva à natureza, incluindo a humana, traz motivo para apreensão.
A precaução aponta o que o interesse econômico esconde: a cautela deveria ser ainda maior quando o elo mais vulnerável - concepção, gravidez e primeiros anos de vida - acabam por poder manifestar de forma insuspeita, alterações que resultam em anomalias resultantes de agressões ambientais pregressas. (página 33).
Portanto, a constatação do problema ambiental planetário pode evidenciar o caminho tomado pela ideologia tornada hegemônica no planeta globalizado, da
usurpação dos benefícios da natureza e da vida, destruindo-a, contaminando já e cumulativamente para as próximas gerações de entes viventes e seres humanos, crianças do presente e do futuro.
Uma substituição do superior pelo banal, do profundo pelo efêmero, culto a narciso e destruição da natureza. (páginas 33 e 34).
Assim, se foram necessários dois milhões de anos para que a humanidade atingisse o primeiro bilhão de habitantes em torno do ano 1.800, cerca de 130 anos após (1930) é atingido o segundo bilhão (período Reichiano), mais 30 anos (1963) o terceiro bilhão, 4 bilhões de habitantes em 1978 (15 anos após), mais 12 anos o quinto bilhão em 1990, e dez anos mais para o sexto bilhão, sendo que as estimativas mundiais apontam para 6,5 bilhões o número de seres humanos habitando o planeta Terra ao final de 2007.
Ou seja, nos últimos 50 anos a população mundial cresce em progressão geométrica, passando em curtíssimo intervalo histórico, de 2 para 6 bilhões de seres humanos. (página 34).
O "flagelo do câncer" merece destaque quando se fala em Wilhelm Reich. Foi acusado por ação da peste emocional, de ter proposto a "cura" do câncer com o ACUMULADOR de ORGÔNIO. Reiteradamente negou que sua proposta de modelo de compreensão da fenomenologia do câncer (e outras biopatias) oferecia uma "cura", mas que pacientes de câncer pareciam beneficiar-se com o uso do tal acumulador. Não é o propósito discorrer aqui sobre ACUMULADOR de ORGÔNIO como
abordagem contra hegemônica do tratamento do câncer, ainda que seja tema de relevante interesse. (páginas 36 e 37).
OBSERVAÇÃO DO ESCRIBA: talvez seja a única falha no trabalho do senhor Carlos Eduardo, pois para a medicina é a parte mais importante. Na verdade, o ACUMULADOR de ORGÔNIO, a CAIXA ORGÔNICA, a BIOENERGÉTICA, a ORGONOMIA, enfim, a ENERGIA VITAL previne efetivamente o surgimento do câncer. E há médicos que afirmam que, em certos casos, curam definitivamente o câncer.
Mais do que isso, Reich sublinha que uma possibilidade de abordar o problema do câncer residiria mais na profilaxia da enfermidade que em sua cura, defendendo a profilaxia das neuroses desde a gestação e parto e por toda a vida, oferecendo aos que já passaram essas fases traumáticas a alternativa do aumento do fluxo bioenergético psíquico e corporal, num sentido do prazer natural da vida e da sexualidade, poderem se complementar no afastamento da neurose e da peste emocional.
Então essa sua abordagem é atual, até porque, tenham se agravado os fatores estressores ambientais na complexa fenomenologia da história natural das biopatias da sociedade contemporânea. (página 37).
No caso do câncer e outras doenças que Reich classificava como biopáticas - exatamente as não infecciosas, porque estas seriam as não biopáticas, as hipóteses evoluem, mas alguma incógnita prevalece, principalmente quando se toma por base a concepção mecanicista da "boa" ciência, que deseja encontrar um agente causador.
Dessa forma, Reich observava em 1942 o fenômeno epidemiológico do decréscimo das doenças infecciosas e aumento das doenças biopáticas, tais sejam, as doenças mentais, as doenças cardiovasculares, a hipertensão sistêmica, o câncer, os suicídios e a criminalidade.
Esse movimento continua, e tem quarenta anos depois, na Síndrome de Imunodeficiência Adquirida – SIDA (AIDS), uma expressão inusitada de um hibridismo entre infecção e biopatia nesta acepção formulada por Reich, que impôs refreio e ressaca numa revolução sexual abortada.
A ciência avançou no diagnóstico e tratamento do câncer nesses últimos cinquenta anos, obtendo até "cura" e prolongando a qualidade de vida em numerosos casos, mas quanto a uma abordagem científica que vá mais profundamente às suas origens biológicas, e principalmente em formas de evitá-lo - profilaxia - muitas perguntas ficam sem respostas. (página 37).
A resposta preponderante nos meios oficiais e acadêmicos passa hoje ao tabagismo e o uso de álcool o seu devido peso, numa titânica luta contra a indústria do fumo, e do abuso do álcool, este principalmente pelo cofator de abuso e violências em geral, como no genocídio, e nos acidentes de trânsito neste momento no Brasil.
Para além disso há o estímulo aos demais hábitos saudáveis como a prática de esportes etc., mas quando entra em alimentação, o mutismo se inicia por dar de encontro com os interesses da agricultura, pecuária e da indústria alimentícia que são corresponsáveis, por exemplo, pela epidemia de obesidade da sociedade humana.
Aí começa um processo de vitimização da vítima, responsabilizando-a por seu câncer, porque fumou, bebeu, não praticou esportes, consumiu alimentos inadequados, postergou ou não procurou o exame preventivo periódico, não esteve atento aos primeiros sinais...
Falar de contaminação e, portanto da necessidade de maior rigor no controle da exposição ambiental de um sem número de poluentes que contaminam os alimentos, a água e ar, não faz parte das políticas hegemônicas de "controle" do câncer e dos demais agravos decorrentes da exposição eco-psico-ambiental a fatores de estresse e potencial agressão.
Muito menos de que o câncer possa também ser uma manifestação de uma resignação geral de caráter como resposta ao prazer bloqueado, comprometendo por qualquer motivo os mais vulneráveis a esse processo.
O cenário das pesquisas atuais aponta que o problema do câncer tende a se agravar na humanidade, com número crescente de casos e óbitos, hoje em torno de 10 e 7,5 milhões respectivamente, esperando-se maior severidade de grande acometimento de populações pobres ou em países em desenvolvimento, e que historicamente vem também comprometendo mais crianças.
A realidade hoje do câncer de mama em mulheres cada vez mais jovens e o de próstata em homens seriam indicadores do fator exposição ambiental a hormônios, ou ao efeito nocivo da estase da bioenergia como uma biopatia de todo o ser? (página 38).
A obra de Reich na sua última década de vida passa a uma densidade para a qual avalio ainda devamos melhor nos preparar para compreender. "A
Biopatia do Câncer" é uma publicação de 1947 que ao momento, ainda não recebeu edição brasileira.
(páginas 38 e 39).
OBSERVAÇÃO MUITO IMPORTANTE DO ESCRIBA: Realmente em 2007, o livro “A BIOPATIA DO CÂNCER”, de autoria do Dr. Wilhelm Reich, ainda não tinha sido traduzido para o português. No entanto, uma 1ª edição em português foi publicada em 2009, e encontra-se disponível em todas as livrarias do Brasil. A tradução foi feita por Maya Hantower, a revisão da tradução foi feita por Aníbal Mari e a revisão técnica foi realizada por Ricardo Amaral Rego. A editora é a wmmartinsfontes, São Paulo – 2009. O livro contém 479 páginas e possui várias ilustrações. Atualmente O PREÇO... varia de 80 (oitenta) a 100 (cem) reais.
Embora a obra tenha sido escrita por um médico e cientista, o livro é de leitura agradável, rico em seu conteúdo e de fácil compreensão. Recomendo a todos os participantes do Recanto das Letras. A recomendação é minha, é dos Beija-Flores, é da Primavera e é do “Outubro Rosa”. Façam uma boa leitura. Vocês irão adorar.
A hipótese Reichiana da BIOPATIA DO CÂNCER como problema sexual sociológico merece consideração, não de forma isolada, mas no conjunto da multifatorialidade e da etiopatogenia atribuída a essa doença.
Não se pode negar que o fato de poder haver a vulnerabilidade caracterológica e energética defendida por ele, agora agravada pelos fatores ambientais, de estresse psicossomático e biológico.
Privados da função sexual natural, cancerosos em potencial - qualquer ser humano enfim - desenvolveria resignação caracterológica, a partir da qual o bio-sistema passa a claudicar em sua capacidade autonômica de defesa e manutenção da vida.
A partir daí, cada indivíduo com a sua história e vulnerabilidade genotípica e fenotípica, poderia desenvolver, em algum ponto significante da sua corporeidade e energética, um anelo de conflito psi-corporal que resulte em proliferação celular de natureza invasora e agressiva, como manifestação orgânica ulterior de uma anterior enfermidade sistêmica do organismo, que evoluiu da couraça muscular e caracterológica também desenvolvidas como defesa ao impedimento crônico ao prazer.
Para Reich o câncer seria uma putrefação dos tecidos que se produz em vida, como consequência da fome de prazer do organismo. Uma parte autônoma desloca-se do todo orgânico de forma contrária ao sistema vital que a contém, minando-o em sua energia, destruindo-o. Uma biopatia de encolhimento à inexorável renúncia orgástica. (página 39).
A entrada do século XXI é pronunciadamente marcada por evoluções na questão da violência, aqui re-significada para todas as suas formas e diversificações complexas do mundo globalizado, e suas consequências individuais e coletivas no cotidiano planetário de todos e de cada um, a partir das suas incontáveis vítimas.
Uma violência que banaliza a vida no seio da civilização globalizada, como "biopatia psicopática" da peste emocional da humanidade, como se assim alguém talvez pudesse propor numa tentativa de compreensão Reichiana deste fenômeno que recrudesce no século XXI.
Crianças do futuro: da natureza pura à criminalidade na juventude, agressores e vítimas. Adquire uma multiplicidade de formas deploráveis, mas exerce fascínio nas massas. Acaba de ganhar prêmio urso de ouro no Festival de Berlim o filme "Tropa de Elite" do diretor José Padilha, sobre o qual Jurandir Freire Costa comenta:
Tropa de Elite (...) mostra o Brasil de hoje. Precisamente o Rio de Janeiro de 1997, por ocasião da visita do papa João Paulo II. O pano de fundo é totalmente diverso: favelas, tráfico de drogas, corrupção policial e, por fim, as entranhas do Bope, a tropa policial de elite que dá título ao filme. Se o inferno tivesse alguma feição, com certeza seria algo semelhante ao que o diretor nos faz ver. Nos guetos marginais das favelas, miséria socioeconômica e miséria moral dão-se as mãos na corrida desenfreada de delinquentes e policiais para provar quem consegue ser mais violento. Tortura, sanguinolência, delação, falta de escrúpulos, tudo fede a mais estúpida desumanidade. [...] o que de mais macabro produzimos em desrespeito à vida e à dignidade da pessoa. Instituições falidas e indivíduos desencantados debatem-se como moscas tentando escapar da maligna teia de destruição que se contrai e os tritura de forma inexorável. (páginas 40 e 41).
Em matéria na revista do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo Luís Mir traz que:
Quando se fala de guerra civil no Brasil, confundem-se duas realidades: o país oficial e o país real. O Estado evita qualquer abordagem direta e indireta sobre o conflito civil e metropolitano que temos instalado hoje em todo o país, que não parta de sua ótica e dos seus diagnósticos.
Vamos aos fatos: oficialmente 550 mil pessoas morreram vítimas de disparos de armas de fogo no Brasil entre 1979 e 2003 (SIM/UNESCO), num ritmo infernal. Se somarmos a subnotificação de 20% sobre esse total (o mínimo admissível, em alguns Estados nordestinos chega a 60%), temos 600 mil assassinatos.
Nos últimos 24 anos as vítimas de armas de fogo cresceram 461,8%, enquanto a população do país cresceu 51,8%. Em 1979, as mortes por arma de fogo representavam 1% do total de óbitos do país e passaram para 3,9% em 2003. Entre os jovens a taxa de mortes por armas de fogo aumentou de 7,9% (1979) para 34,4% (2003).
Das 550 mil mortes provocadas por disparos de armas de fogo, 206 mil foram vítimas nessa faixa etária.
Para o pesquisador, do total de despesas do sistema de saúde do Brasil, 24% é gasto com vítimas de trauma. "A conta médica da guerra civil é impagável”. A medicalização da violência tem um custo proibitivo para um país desequilibrado e injusto como o nosso. Por conta da guerra civil o sistema de saúde pública começou a entrar em colapso na década de 80 e a crise atinge na década de 90 o grau de catástrofe. “No novo século, com apenas cinco anos, a catástrofe continua". (página 42).
Pode-se falar em violência como fenômeno polissêmico: todo e qualquer ato que resulte em morte, sofrimento ou dano de natureza física, psicológica, social, sexual, todos são atos destrutivos e/ou autodestrutivos. Aí temos uma ampla gama de situações especificando o tipo e contexto de atuação envolvido: abandono ou abuso, situações em trabalho (exploração e assédio) e na esfera sexual, intrafamiliar e doméstica, contra criança, a mulher e o idoso, em escolas (assassinatos em série e o fenômeno do "bullying") e na rede Internet (que o amplia), a pedofilia, os estádios de futebol, todos os crimes e torturas, o terrorismo e o sequestro, as facções criminosas, os crimes, todas as formas de corrupção e o evidente componente sexual frequentemente associado à violência e ao abuso de poder. (página 43).
Raízes psíquicas e corporais. Para Flávio Roberto de Carvalho Santos, "A criminalidade não pode deixar de ser compreendida por um aspecto clínico, no sentido econômico-sexual, dentro da abordagem Reichiana". E prossegue:
Dentre tantas colocações, destacou Reich que quando o instinto sexual não é satisfeito adequadamente, este mesmo se transforma em destrutividade. [...] A destrutividade necessita da neuro-muscularidade tal como a satisfação sexual saudável. No indivíduo com uma estrutura de personalidade desajustada ao longo de sua história, a excitação sexual insatisfeita invade o corpo não mais com um cunho sensual agradável, mas com um cunho ameaçador e destrutivo. [...] Desta forma, sem essa compreensão, nada muda na sociedade porque nada é feito de fato no sentido da economia sexual.
Sabemos que a leitura Reichiana é uma tarefa difícil por se associar à brutalidade do criminoso e às questões econômico-sexuais de seu desenvolvimento afetivo. Porém, tudo que tem sido feito até agora, das medidas corretivas, em nada modificou a condição da atualidade. (página 44).
A parafernália do controle acaba por estimular a violência, como o dito de que violência atrai violência. A ressonância perversa. As abordagens tradicionalistas contentam-se em reconhecê-la como um fenômeno humano, e que por isso não se almeja erradicá-la, mas compreendê-la para lidar com ela.
Não se toca na profilaxia da violência, como na da neurose em geral, como defendeu Wilhelm Reich, termo mais adequadamente empregado aqui ao invés de prevenção: previne-se uma doença ao se evitar a exposição aos fatores etiológicos e de risco.
No caso da violência, como na profilaxia da neurose, alude-se a um conjunto complexo de fatores, num âmbito muito mais amplo do que numa relação mecanicista de causa efeito, e que numa hipótese Reichiana merece uma possibilidade de análise a partir da compreensão simples e profunda da economia sexual humana. O mesmo se aplica ao câncer. (página 45).
Tem-se tocado nesse assunto de um ponto de vista da gênese da fenomenologia para além do conceito de pulsão de morte no caso da violência? Ao nos aproximarmos de uma síntese neste trabalho devo aqui destacar a edição de uma entrevista gravada com Reich em fita magnética em 18 e 19 de
outubro de 1952, aproximadamente 5 anos antes de sua morte, na qual ele fala longamente de sua relação com Sigmund Freud ao entrevistador.
Ali, ao ouvir Reich, uma fala de profundo respeito a Freud vai mostrar os pontos de sintonia e dissonância diametral.
A questão do instinto-pulsão de morte é um deles, que tem implicação com visões-postura no mundo opostas: acreditar no vivo lutando para um caminho de preservar seu desabrochar natural, ou acreditar que a morte mata o vivo em vida, e que, portanto temos de aprender a viver no inferno terrestre.
Pode decorrer também daí o descaso ainda hoje com a ideia de profilaxia das neuroses. Admite-se como salutar os cuidados no ciclo concepção-puerpério, mas nem se toca em que isso seja parte de uma abordagem maior numa proposta Reichiana.
Portanto, diferentemente de considerá-la como “natural” nas relações humanas a partir de um "instinto" de morte, Reich enquadra a violência como uma enfermidade, uma biopatia adquirida da cultura de uma civilização fundada na hegemonia patriarcal-capitalista que necessita sepultar, no seu nascedouro, toda força vital que potencialmente a desloque de sua dominação.
As energias vitais regulam-se a si mesmas naturalmente, sem qualquer obrigação compulsiva ou moralidade compulsiva - ambas, sinais certos da existência de impulsos anti-sociais. As ações anti-sociais são a expressão de impulsos secundários. Esses impulsos são produzidos pela supressão da vida natural, e estão em contradição com a sexualidade natural. (páginas 45 e 46).
A atualidade Reichiana: por outra globalização. Nesses cinquenta anos após a morte de Reich, a "arquitetura" cultural, social e agora ambiental do planeta teve suas características autodestrutivas bastante acentuadas, e no início do século XXI continua agindo nos moldes patriarcais, nas relações de autoridade, no abuso e no uso de poder econômico, pela força policial ou coerção moral, na repressão no paradigma pulsional e na insatisfação no objetal, na competitividade, e não na cooperação como valor ético. (página 46).
Além de toda a sua contribuição às técnicas de psicoterapia e terapêuticas, Reich fala de profilaxia das neuroses. Transposto de forma adequada ao tempo presente parece atual, e, portanto merece avaliação ponderada, haja vista que o total abandono da inusitada proposta não lha permitiu ser cogitada como possibilidade para uma civilização humana que passe, desde uma concepção desejada, por uma outra ordem de valores simples, e que de fato preservem a vida.
Reich trouxe e traz reflexões e aplicações no campo das ciências naturais e biofísicas, da medicina, da psicologia e psicanálise, da sociologia e da política, e das inter-relações entre tudo isso, cujas consequências têm implicações práticas sociológicas e políticas relevantes para este momento por que passa hoje a humanidade.
Para Reich deveria dizer que nós, das gerações subsequentes aos cinquenta anos de sua morte, crianças que éramos do futuro de há cinquenta anos atrás, ainda não conseguimos transformar a trajetória do mal estar da civilização para uma humanidade mais sadia, ao se observar todo uso e o abuso que são perpetrados na "torre de babel em que vive nossa era globalizada".
Milton Santos nos convida:
Todavia, podemos pensar na construção de um outro mundo, mediante uma globalização mais humana. As bases materiais do atual período são, entre outras, a unicidade da técnica, a convergência dos momentos e o conhecimento do planeta. É nessas bases técnicas que o grande capital se apoia para construir a globalização perversa de que falamos [...]. Mas, essas mesmas bases técnicas poderão servir a outros objetivos, se forem postas ao serviço de outros fundamentos sociais e políticos. Parece que as condições históricas do fim do século XX apontavam para esta última possibilidade. Tais novas condições tanto se dão no plano empírico quanto no plano teórico. (página 47).
De forma análoga Reich pensava que, ao longo do curso da história a verdade vai eliciando seus caminhos, e os eventos cotidianos apontam que a intensificação da crise global possa ser indicador potente de que algo de fundamental deva ser levado em conta, por exemplo, na forma como se trata questões vitais do gênero humano hoje.
O divórcio e o uso de células tronco embrionárias entram no mundo da civilidade ao contragosto das batinas.
A (im) possibilidade da saída possa, ao menos em parte - talvez essencial, estar relacionada ao que aponta de válido Wilhelm Reich na sua economia sexual, psicologia política e de massas da humanidade, assuntos mantidos sob tabu, o que merece análise. Por que não se analisar a fenomenologia da violência à luz da economia sexual de Wilhelm Reich hoje? (páginas 47 e 48).
Na interessante contribuição de Ricardo Amaral do Rego em "Temas Utópicos e Outros Tópicos: sexo, agressão e o mal-estar na civilização" ele também nos convida a "prosseguir essa jornada de busca em condições mais confortáveis e mais favoráveis, não só para a nossa espécie, mas também para todos os seres vivos que compartilham conosco este belo planeta".
Naquela entrevista em que Reich fala de Freud, ele comenta das grandes esperanças e expectativas do mestre, e de que ele (Reich) continuasse somente como um clínico da psicanálise. E aí, segundo ele, alguma coisa aconteceu: deu-se conta das crianças e da infelicidade das pessoas, e da relutância em se adentrar nas raízes sociais da neurose.
Perguntava: "Como é que eles (falava dos psiquiatras) corrigirão a economia psíquica nas crianças, nos recém-nascidos, nos adolescentes, se eles excluem a libido?"
"Donde vem essa infelicidade?": E aqui começaram as dificuldades. Enquanto Freud elaborou a sua teoria do instinto de morte, que dizia "a infelicidade vem de dentro", e eu fui ao encontro das pessoas até onde elas se encontravam. [...] Eu tinha traçado as consequências sociais da teoria da libido. Na ideia de Freud isto foi a pior coisa que eu fiz. Ora, quais são estas consequências sociais? Quais são as consequências sociais da teoria da libido? [...] Gostaria de resumi-lo em poucas palavras: Se há uma corrente, uma corrente natural, deve-se deixá-la correr. Se se bloqueia nalgum ponto, a água transborda para as margens. É isto. Agora, quando se bloqueia a corrente natural da bioenergia, também ela transborda, resultando em irracionalidade, perversões, neuroses, etc. Que há de fazer para corrigir isto? Tem que se reconduzir a corrente ao (página 48).
Nota no original: "O conflito entre Wilhelm Reich e Sigmund Freud é apenas o reflexo do conflito entre a segurança do mundo cultivado e a vida autêntica do povo em geral. Este é um capítulo assustador do conhecimento". Reich, 1952. Arquivos do Instituto Orgone. (página 48).
seu leito normal e deixá-la fluir de novo naturalmente. Isso requer uma quantidade de alterações na educação, na formação da criança, no ambiente familiar.
São estas as consequências sociais. E de certo modo, Freud não conseguiu compreender-me neste ponto. O que o incomodava, não era a técnica caráter-analítica, era a revolução sexual. Alguma pergunta? A polêmica de Reich com Freud que não é casual é atual. O desafio é relançado:
"Educação de Educadores: Pressuposto Psicanalítico ou Utopia Reichiana?"
Não obtivemos êxito na empreitada de um futuro melhor para as crianças como almejava Reich, tomando por base o acirramento exponencial das guerras e todas as demais violências do mundo globalizado de hoje - em ameaça de "convulsão febril", que se espalham como praga, evidenciando uma terrível e ressonante peste emocional da humanidade.
É-me simpática a ideia de pensar Wilhelm Reich como um meta-cientista. Michael Mannion cita-o em "O Experimento Oranur, Primeiro Relatório (1947-1951)", ao trazer o pensamento de Reich aos dias atuais: "Todas as fronteiras entre ciência e religião, ciência e arte, objetivo e subjetivo, quantidade e qualidade, física e psicologia, astronomia e religião, Deus e Éter, estão irrevogavelmente sendo rompidas, sendo repostas por um princípio de funcionamento comum de toda a natureza que se ramifica de várias formas na experiência humana". Comenta Mannion:
No início de um novo século, é apropriado para todos os seres humanos preocupados com nossas vidas de pessoas, sociedade e planeta - cientistas de saúde, médicos, educadores, estudantes, terapeutas e pacientes - para revisitar os notáveis estudos das funções da energia vital no ser humano e na natureza, e verificar como essa informação pode ser usada para se construir um mundo melhor.
Próximo ao fim de sua vida, Reich deixa um aviso premente: “Estamos em face de uma emergência, não só como espécie humana; o princípio da VIDA EM SI da Terra”. (página 49).
Nota no original: "Quando criei o termo "Revolução Sexual" na década de trinta, idealizei uma modificação básica na habitual negação da vida e do amor, para uma abordagem da função amorosa do gênero humano, racional, positiva, enaltecedora da felicidade”. Reich, 1952. Arquivos do Instituto Orgone. (página 49).
está sendo desafiado. “Nós estamos num processo de mudanças profundas e cruciais em toda a nossa existência, biológica, física, emocional e cósmica". Estamos prontos para o desafio?
Espero ter estimulado novos circuitos neuronais do seu ente psi-corporal, leitor, para que se entusiasme em continuar sua pesquisa-ação em torno de Wilhelm Reich.
Não me resta dúvida da relevância da obra de Wilhelm Reich para a Humanidade, consignando aqui uma pequena mostra para que toda a contribuição dele receba, por todos os meios, a divulgação necessária: uma hipermídia da sua obra e de toda a contribuição que se lhe sucede e que dele decorre, e virá a se suceder.
Convido quem deseja daqui se aprofundar, que tenha à frente esperanças de transformação da humanidade no sentido do seu-nosso melhor estar neste mundo, através das "crianças do futuro", nós do aqui, e dos que chegam de agora. (página 50).
Observações do escriba: 1ª – A monografia do estudioso Carlos Eduardo Cantusio Abrahão deve ter sido concluída em 2007, e foi publicada em 2007. 2ª - A monografia tem o título: “Wilhelm Reich no Século XXI: de violência à globalização”. 3ª – A monografia foi uma homenagem ao cinquentenário da morte de Wilhelm Reich (2007 – 1957 = 50 anos). 4ª – A monografia foi apresentada como crédito parcial para obtenção do título de CBT (Certified Bioenergetic Therapist), no Curso de Especialização em Análise Bioenergética e Psicologia Clínica no Ligare – Centro de Psicoterapia Corporal, filiado ao Instituto de Análise Bioenergética de São Paulo. 5ª – A monografia consta de 64 páginas e de 93 Referências Bibliográficas. 6ª – De fato, no ano de 2007, o Livro “A BIOPATIA DO CÂNCER”, de autoria do Dr. Wilhelm Reich, ainda não havia sido traduzido para o português.
Se DEUS nos permitir voltaremos outro dia. Boa leitura e bom dia.
Aracaju, sexta-feira, 09 de outubro de 2015.
Jorge Martins – Médico – CREMESE – 573.
Fontes: (1) – Dra. Internet. (2) – Dr. Google. (3) – Carlos Eduardo Cantusio Abrahão.