A LIBERDADE... O CONHECIMENTO... A ARTE... "A Psiquiatria é polêmica, é perigosa, e, em alguns casos pode ser até criminosa". (J. M. C.).

Psiquiatria.

1ª parte.

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

“Foto: Ressonância Magnética do cérebro humano”.

Psiquiatria é uma especialidade da Medicina que lida com a prevenção, atendimento, diagnóstico, tratamento e reabilitação das diferentes formas de sofrimentos mentais, sejam elas de cunho orgânico ou funcional, com manifestações psicológicas severas.

São exemplos: a depressão, o transtorno bipolar, a esquizofrenia, a demência e os transtornos de ansiedade.

Os médicos especializados em psiquiatria são em geral designados por psiquiatras (até meados do século XX foi também comum a designação alienistas).

A meta principal é o alívio do sofrimento e o bem-estar psíquico. Para isso, é necessária uma avaliação completa do paciente, com perspectivas biológica, psicológica e de ordem cultural, entre outras afins.

Uma doença ou problema psíquico pode ser tratado com medicamentos ou terapêuticas diversas, como a psicoterapia, prática de maior tradição no tratamento.

A avaliação psiquiátrica envolve o exame do estado mental e a história clínica. Testes psicológicos, neurológicos, neuropsicológicos e exames de imagem podem ser utilizados como auxiliares na avaliação, assim como exames físicos e laboratoriais.

No Brasil, para uma avaliação auxiliar com aplicação de testes psicológicos, deve-se procurar um psicólogo, que é o profissional autorizado para isso. Os procedimentos diagnósticos são norteados a partir do campo das psicopatologias; critérios bastante usados hoje em dia, principalmente na saúde pública, são a CID-10 da Organização Mundial de Saúde, adotada no Brasil, e o DSM-IV da American Psychiatric Association.

Os medicamentos psiquiátricos são parte importante do arsenal terapêutico, o que é único na Psiquiatria, assim como procedimentos mais raramente utilizados, muito já criticados na história do movimento psiquiátrico, como a eletroconvulsoterapia.

A psicoterapia também faz parte do arsenal terapêutico do psiquiatra, embora também possa ser utilizada por outros profissionais de saúde mental: Psicólogos e Psicanalistas. No entanto, a ferramenta da psicoterapia é sempre útil para as entrevistas diagnósticas e orientações; para praticá-la o psiquiatra deve fazer a formação complementar.

Os serviços psiquiátricos podem fornecer atendimento de forma ambulatorial ou em internamento. Em casos de sofrimento grave do paciente e risco para si e para os outros que o cercam, a indicação de internação pode até ocorrer de forma involuntária. Tanto a clínica quanto a pesquisa em psiquiatria são realizadas de forma interdisciplinar. [1]

A palavra Psiquiatria deriva do Grego e quer dizer "arte de curar a alma".

Aparentemente, a Psiquiatria originou-se no século V A.C., enquanto que os primeiros hospitais para doentes mentais foram criados na Idade Média.

Durante o século XVIII a Psiquiatria evoluiu como campo médico e as instituições para doentes mentais passaram a utilizar tratamentos mais elaborados e humanos. No século XIX houve um aumento importante no número de pacientes.

No século XX houve o renascimento do entendimento biológico das doenças mentais, introdução de classificações para os transtornos e medicamentos psiquiátricos.

A antipsiquiatria ou movimento anti-psiquiátrico surgiu na década de 1960 e levou à desinstitucionalização em favor aos tratamentos na comunidade. Estudos científicos continuam a buscar explicações para as origens, classificação e tratamento dos transtornos mentais.

Os transtornos mentais são descritos por suas características patológicas, ou psicopatologia, que é um ramo descritivo destes fenômenos. Muitas doenças psiquiátricas ainda não têm cura.

Enquanto algumas têm curso breve e poucos sintomas, outras são condições crônicas que apresentam importante impacto na qualidade de vida do paciente, necessitando de tratamento a longo prazo ou por toda a vida. A efetividade do tratamento também varia em cada paciente.

A prática da psiquiatria.

Psiquiatras são médicos especializados no cuidado da saúde mental por meio do tratamento da doença mental [2], através do modelo biomédico de abordagem das perturbações psíquicas, incluindo o uso de medicamentos. [3] [4] [5]. Os psiquiatras e os médicos assistentes podem realizar exames físicos, solicitar e interpretar análises laboratoriais, eletroencefalograma (EEG) e exames como Tomografia computadorizada (CT), Ressonância magnética (RM) e PET (Tomografia por emissão de pósitrons).

O profissional tem que avaliar o paciente em busca de problemas médicos que possam ser a causa da perturbação mental.

Subespecialidades.

Alguns psiquiatras especializam-se em certos grupos etários como pedopsiquiatras (especialistas em crianças e adolescentes) e os gerontopsiquiatras (especialistas em problemas psiquiátricos dos idosos). Muitos médicos que redigem laudo de sanidade (tanto em casos civis quanto criminais) são psiquiatras forenses, que também se especializaram no tratamento de criminosos e ou pacientes que apresentam periculosidade.

A Associação Brasileira de Psiquiatria reconhece as seguintes subespecialidades em psiquiatria:

• Psiquiatria da infância e adolescência ou Pedopsiquiatria.

• Psiquiatria forense.

• Psicogeriatria, Psiquiatria da terceira idade ou Gerontopsiquiatria.

• Psicoterapia.

• Interconsulta em Hospital Geral ou Psiquiatria de Ligação.

Outras estão em fase de avaliação.

Áreas de estudos.

• Psicopatologia, ou ciência que estuda os comportamentos anormais.

• Emergência Psiquiátrica ou atendimento de casos críticos como doentes em crise (psicose, tentativa de suicídio, por exemplo).

• Psiquiatria da Infância e Adolescência, que atende problemas específicos desta faixa etária (Autismo, Transtorno do déficit de atenção e Hiperatividade).

• Psiquiatria Geral, estudo e atendimento de casos em psiquiatria em adultos (depressão nervosa, esquizofrenia).

• Psiquiatria da terceira idade, especializada no atendimento de problemas como Mal de Alzheimer e manifestações psíquicas da Síndrome de Parkinson.

• Psicoterapia.

• Toxicodependência ou abuso e dependência de drogas, lícitas e ilícitas.

• Psiquiatria de ligação ou Interconsulta psiquiátrica, que diz respeito ao atendimento de sintomas psíquicos em doenças de outros sistemas, especialmente em doentes internados em hospitais gerais (por exemplo, delírio causado por reações à anestesia ou à baixa oxigenação em doentes cardíacos).

• Psiquiatria forense.

• Epidemiologia psiquiátrica, que estuda risco e prevalência de doenças na população.

• Psiquiatria Comunitária.

• Psiquiatria Transcultural ou estudo das diversas manifestações da doença psíquica nas diferentes culturas.

Além destas, na formação do psiquiatra são também fundamentais conhecimentos de Medicina interna, neurologia, radiologia, psicologia, sociologia, farmacologia e psicofarmacologia..

O tratamento em psiquiatria.

Ver também: História da psiquiatria.

A terapêutica psiquiátrica evoluiu muito nas últimas décadas. No passado os pacientes psiquiátricos eram hospitalizados em Hospitais psiquiátricos por muitos meses ou mesmo por toda a vida.

Nos dias de hoje, a maioria dos pacientes é atendida em ambulatório (consultas externas). Se a hospitalização é necessária, em geral é por poucas semanas, sendo que poucos casos necessitam de hospitalização a longo prazo.

Pessoas com doenças mentais são denominadas pacientes (Brasil) ou utentes (Portugal) e são encaminhadas a cuidados psiquiátricos mais comumente por demanda espontânea (doente procura o médico por si mesmo) ou encaminhadas por outros médicos.

Ocasionalmente uma pessoa pode ser encaminhada por solicitação da equipe médica de um hospital, por internação psiquiátrica involuntária ou por solicitação judicial.

Avaliação inicial.

Qualquer que tenha sido o motivo da consulta, o psiquiatra primeiro avalia a condição física e mental do paciente. Para tal, é realizada uma entrevista psiquiátrica para obter informação e se necessário, outras fontes são consultadas, como familiares, profissionais de saúde, assistentes sociais, policiais e relatórios judiciais e escalas de avaliação psiquiátricas.

O exame físico é realizado para excluir ou confirmar a existência de doenças orgânicas como tumores cerebrais, doenças da tireóide, ou identificar sinais de auto-agressividade.

O exame pode ser realizado por outros médicos, especialmente se exame de sangue ou diagnóstico por imagem é necessário.

O exame do estado mental do doente é parte fundamental da consulta e é através dele que se define o quadro e a capacidade do mesmo em julgar a realidade

O tratamento requer o consentimento do paciente, embora em muitos países existam leis que permitem o tratamento compulsório em determinados casos. Como com qualquer outro medicamento, medicamentos psiquiátricos podem apresentar efeito colateral e necessitar de monitoramento da droga frequente, como por exemplo, hemograma e litemia (necessária para pacientes em uso de sal de lítio).

Eletroconvulsoterapia (ECT ou terapia de eletrochoque) às vezes pode ser administrada para condições graves que não respondem ao medicamento. Existe muita controvérsia sobre este tratamento, apesar de evidências de sua eficácia.

Alguns estudos pilotos demonstraram que a Estimulação magnética transcraniana repetitiva pode ser útil para várias condições psiquiátricas (como depressão nervosa, alucinações auditivas). No entanto, o potencial da estimulação magnética transcraniana para a diagnóstica e terapia psiquiátrica ainda não foi comprovado, por falta de estudos clínicos de longo prazo. [6]

Consultas externas ou ambulatório.

Pacientes psiquiátricos podem ser seguidos em internamento ou em regime ambulatorial. Neste último, eles vão às consultas no ambulatório, geralmente marcadas antecipadamente, com duração de 30 a 60 minutos. Nestas consultas geralmente o psiquiatra entrevista o paciente para atualizar sua avaliação do estado mental, revê a terapêutica e pode realizar abordagem psicoterápica.

A frequência com que o médico marca as consultas varia de acordo com a severidade e tipo de cada doença.

Internamento psiquiátrico.

Existem duas formas de internamento psiquiátrico, o voluntário e o compulsivo. Os pacientes podem ser internados voluntariamente quando o quadro clínico o justifique e este seja aceito pelo paciente. O internamento compulsivo terá lugar sempre que o paciente seja alvo de um mandado e/ou processo de internamento compulsivo por reunir as condições previstas na Lei de Saúde Mental (Lei nº.36/98 de 24 de Julho - Portugal).

Os critérios para a internamento compulsivo variam de país para país, mas em geral visam a presença de transtorno mental que coloque em risco imediato a saúde do próprio, de terceiros ou a propriedade.

Quando internados os pacientes são avaliados, monitorados e medicados por uma equipe multidisciplinar, que inclui enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, médicos e outros profissionais de saúde.

Sistemas diagnósticos dos transtronos psiquiátricos.

A CID-10 ou Classificação Internacional de Doenças é publicado pela Organização Mundial de Saúde e utilizado mundialmente. Nos Estados Unidos, o sistema diagnóstico padrão é o DSM IV ou Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders revisado pela American Psychiatric Association (Associação Americana de Psiquiatria).

São sistemas compatíveis na acurácia dos diagnósticos com exceção de certas categorias, devido a diferenças culturais nos diversos países. A intenção tem sido criar critérios diagnósticos que são replicáveis e objetivos, embora muitas categorias sejam amplas e muitos sintomas apareçam em diversos transtornos.

Enquanto os sistemas diagnósticos foram criados para melhorar a pesquisa em diagnóstico e tratamento, a nomenclatura é agora largamente utilizada por clínicos, administradores e companhias de seguro de saúde em vários países.

Notas e referências.

1. Ir para cima↑ Pietrini, P.. (2003). "Toward a Biochemistry of Mind?". American Journal of Psychiatry 160: 1907-1908/.

2. Ir para cima↑ Shorter, E.. A History of Psychiatry: From the Era of the Asylum to the Age of Prozac.. [S.l.]: New York: John Wiley & Sons, Inc, p.326, ISBN = 978-0-47-124531-5, 1997.

3. Ir para cima↑ Campo de atuação do psiquiatra * Transtornos Mentais Orgânicos * Estados Confusionais agudos (Atual Delirium) * Demência (parkinson, Alzheimer e outras) * Dependência Química (Alcoolismo, Cocaína, Crack, Maconha, etc). * Esquizofrenia, Psicoses esquizofreniformes * Transtorno Esquizoafetivo * Depressao (leve, moderada e grave) * Transtorno Bipolar do Humor (antiga Psicose Maniaco depressiva) * Transtornos de Ansiedade (Pânico, Fobias, TAG=Transtorno de Ansiedade generalizada, Stress, Reação aguda e crônica ao stress, stress pós-traumático) * TOC=Transtorno Obsessivo Compulsivo, Tiques (vocais e motores) * Transtornos Dissociativos (Amnésia, Crises Conversivas, Afonia, Paralisia) * Transotornos Somatoformes (Somatizaçoes) * Transtornos Alimentares (Anorexia, Bulimia, Transtorno de Compulsão Alimentar) * Depressão e psicose pós parto * Transtornos de personalidade (Borderline, anancástico, histriônico, esquizoide, etc) * Retardo Mental (antiga oligofrenia), leve moderada e grave Fonte: Kaplna, Compêndio de Psiquiatria, 10a edição, Classificação Internacional das Doenças, 10a edição. Essen-Moller, E.. (1971). "On classification of mental disorders.". Acta Psychiatrica Scandinavica 37: 119-126..

4. Ir para cima↑ Krebs, M.O.. (2005). "Future contributions on genetics.". World Journal of Biological Psychiatry 6: 49-55.

5. Ir para cima↑ Hampel, H.;Teipel, S.J.; Kotter, H.U.; et al.. (1997). "Structural magnetic resonance imaging in diagnosis and research of Alzheimer's disease.". Nervenarzt 68: 365-378..

6. Ir para cima↑ Ridding MC & Rothwell, JC. (2007) "Is there a future for therapeutic use of transcranial magnetic stimulation?" Nature Reviews Neuroscience 8: 559-567

• American Psychiatric Association (2000), Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders. 4ª edição. Text revision. Washington, DC: American Psychiatric Association; 2000

• Ballone GJ, PsiqWeb, internet, disponível em www.psiqweb.med.br

• Sadock BJ, Sadock VA, eds. Kaplan & Sadock's Comprehensive Textbook of Psychiatry2000. 7ª edição. Baltimore: Lippincott Williams & Wilkins; 2000.

• World Health Organization (WHO) International Classification of Diseases Online Version, disponível em http://www.who.int/classifications/icd/en/

Ver também.

• Antipsiquiatria

• Psiquiatria biológica

• História da Psiquiatria

• Movimento antimanicomial

• Neurologia

• Neurociência

• Neuropsiquiatria

• Psicanálise

• Psicologia

• Psicofarmacologia

• Psicopatologia

• Psicoterapia

• Saúde mental

• Instituto de Psiquiatria da UFRJ (IPUB)

• Jornal Brasileiro de Psiquiatria

Listas.

• Personalidades ilustres em psiquiatria

• Psiquiatras na ficção

• Medicamentos psiquiátricos

• Medicamentos psiquiátricos de acordo com a indicação.

Ligações externas.

• Associação Brasileira de Psiquiatria

• Associação Portuguesa de Internos de Psiquiatria

• Site Psiquiatria Geral, Prof. e Dr. Paulo Nicolau

• PSIQWEB - Portal de Psiquiatria

• SPPSM - Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental

Bibliografia.

• COSTA, Adriana Cajado. Psicanálise e saúde mental: a análise do sujeito psicótico na instituição psiquiátrica. São Luis/MA: EDUFMA, 2009 [1]

Categoria:

Psiquiatria.

Psiquiatria.

2ª parte.

História da psiquiatria.

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

A história da psiquiatria provavelmente ter-se-á iniciado ao mesmo tempo que a história da própria medicina.

“Foto: Hipócrates”.

Antiguidade.

Antes da cultura grega, toda a medicina física e psíquica do homem primitivo se apoiava em conceções de natureza mágica e intuitiva, constituindo assim atividade de sacerdotes e feiticeiros.

Entretanto, no antigo Egito já existiam médicos cirurgiões que operavam o cérebro e na antiga China, 30 séculos antes da Era Cristã, já existiam alguns conhecimentos de farmacologia e farmacoterapia.

Em I Reis da Bíblia, Saul, primeiro rei de Israel, sofria de estados depressivos, que atribuía ao fato de se encontrar possesso de um espírito maligno. Para combater essas crises, Saul pedia a David, seu sucessor, que lhe tocasse a harpa.

Hipócrates (460-377 a.C.) acreditava que a epilepsia (Mal Sagrado) era uma enfermidade natural com origem no cérebro e que a maioria das doenças resultava de transtornos de humores. Um dos seus grandes méritos foi advogar a origem natural de todas as doenças e pôr em causa a concepção sobrenatural das doenças psíquicas.

Hipócrates também classificou os tipos constitucionais humanos em quatro grande categorias: sanguíneos, melancólicos, coléricos e fleumáticos. Essa classificação se dava de acordo com o predomínio ou deficiência dos quatro humores existentes no organismo: sangue, linfa, bilis e fleuma.

Hipócrates também criou aforismas (conceitos clínicos) referentes ao delírio ("o delírio risonho não é tão perigoso quanto o meditabundo") e a três tipos de doenças mentais: a frenite (transtorno mental acompanhado de febre); a Mania (transtorno mental crônico, sem agitação ou febre) e a melancolia (transtorno mental crônico, sem agitação nem febre).

A escola hipocrática considerava as doenças como "reações de adaptação" do organismo.

Asclepíades de Bitínia foi um médico grego que se destacou no campo da medicina mental. Viveu no século anterior a Cristo e era adepto do Atomismo (teoria que interpreta os diversos fenômenos psicológicos como combinações de elementos simples ou "átomos"). Asclepíades defendia que a alma não tinha localização (era o resultado da concentração de funções perceptivas) e de que as doenças mentais apareciam como consequência de alterações das paixões.

Galeno, no início da era cristã, defendeu que o sistema nervoso era o centro da sensação, motilidade e funções mentais e que os transtornos psíquicos tinham uma origem cerebral. Galeno foi ainda o primeiro autor a afirmar que a "histeria" não deveria ser considerada uma doença exclusiva da mulher.

Erasístrato (355-280 a.C.), designado o pai da fisiologia e seu contemporâneo Herófilo (310-250 a.C.), considerado pai da anatomia dedicaram-se ao estudo dos nervos sensitivos e motores e produziram considerações importantes sobre os ventrículos cerebrais.

Aurélio Cornélio Celso (25 a.C - 50 d.C) designou as doenças psíquicas por "insânias".

A Psiquiatria e a Filosofia Grega.

“Foto: Platão”.

Aristóteles (384-322 a.C) pode ser considerado o verdadeiro pai da psicologia. Estudou as sensações e a inteligência, fez considerações sobre a imaginação, os juízos, o raciocínio e a memória e emitiu a opinião de que as operações psíquicas constituíam funções dos órgãos materiais. Defendia a "metodologia da razão" e fundou a "escola peripatética" que pode ser considerada uma das precursoras da psicoterapia e da psicopedagogia.

Sócrates foi o primeiro a defender a supremacia da faculdade do "pensamento", que considerava a melhor via para se chegar ao "conhecimento de si próprio".

Durante o período socrático, a filosofia transformou-se numa verdadeira antropologia (Nosce te ipsum, de Sócrates).

Platão (427-347 a.C.) foi quem definiu o mundo das "ideias", conceito monista (corpo e natureza são manifestações da essência ideal) que dominou toda a filosofia do Ocidente. Com Platão e Aristóteles, a filosofia entra no período "sistemático", com a elaboração de conceitos (Teoria das Ideias, de Platão), por meio dos quais se pode chegar até as leis de associação (lógica formal de Aristóteles) e à definição do corpo científico do que viria a constituir mais tarde a ciência da psicologia.

Devem-se à filosofia e cultura gregas muitos dos principais conhecimentos sobre a natureza dos fenômenos psicológicos. Daí a razão para muitas das designações e terminologia universalmente usadas em psiquiatria, tais como esquizofrenia, paranoia, oligofrenia.

Daí também a razão pela qual a Psicanálise buscou muitos dos seus conceitos à civilização helênica, como por exemplo o Complexo de Édipo.

Nos próximos séculos, porém, a psiquiatria novamente deixou-se contaminar por conceitos teológicos revestindo-se novamente de caráter místico.

A difusão do Cristianismo e a Psiquiatria.

Conforme o cristianismo difundia-se, paralelamente ampliava-se a superstição de que a doença psíquica representava manifestação da ira divina.

Santo Agostinho de Hipona (354-430) dedicou-se a observação dos fenômenos da memória e da consciência. Entretanto, sua religiosidade não permitia que suas observações contrariassem a concepção sobrenatural das doenças psíquicas.

Ele acreditava que o homem mantinha, desde o nascimento, uma "inclinação original para o pecado e para a concupiscência por um desejo de posse e de gozo". Esta observação influenciou a psicanálise e a própria fenomenologia.

Na Idade Média as doenças mentais voltam ao reino do sobrenatural e as terapêuticas consistem novamente em esconjuros e exorcismos para livrar o corpo dos espíritos malignos.

Um exemplo é o Malleus Maleficarum (O Martelo das Bruxas) é um livro escrito por dois padres dominicanos ( Heinrich Kraemer e James Sprenger em 1484 que e é um manual de "pornografia e psicopatologia", em que se descreve a influência do demônio nas feiticeiras (através do desejo carnal), a forma de identificar a feitiçaria e o modo como as feiticeiras deveriam ser julgadas e punidas.

Contrariando esta superstição que dominava a época, surge na Europa no fim do primeiro milênio os primeiros "asilos" ou hospitais para doentes mentais.

Os primeiros foram a colônia de Geel na Bélgica (850) e o Bethlem Royal Hospital em Londres. Infelizmente o conceito degradou-se de forma progressiva e os doentes mentais, os pobres e os abandonados pelas famílias eram recolhidos em Hospícios, instituições caridosas que eram um misto de casas de assistência e reclusão. Ali viviam também delinquentes e todos eram submetidos às mesmas normas de vigilância e repressão: grilhetas nos pés, açoites, privação alimentar.

“Foto: Cena do Bethlem Royal Hospital William Hogarth”.

O Renascimento não trouxe benefícios aos doentes psíquicos, mas pelo contrário, exacerbou as práticas de perseguição e desrespeito. Três séculos mais tarde (no Iluminismo) os doentes mentais viviam ainda em condições de promiscuidade, mal alimentados e submetidos a maus tratos.

Alguns pensadores porém, trouxeram alguns avanços à psiquiatria durante a Idade Média.

São Tomás de Aquino, influenciado por Aristóteles, dedicou-se ao estudo da psicologia, e criou o Tomismo, uma espécie de neo-aristotelismo.

Já no período do Renascimento, Paracelso (1493-1541) advogava que a doença mental era uma perturbação da substância interna do corpo, o qual estava intimamente ligado à alma. Deveria-se então reforçar a capacidade do corpo para "curar a si próprio". Assim, Paracelso pode ser considerado como o primeiro psicoterapeuta.

Johann Weyer (1515-1588), médico holandês, escreveu o De Praestigiis Daemonum et Incantationibus ac Venificiis que postulava que as doenças mentais não eram sobrenaturais e que as feiticeiras precisavam ser tratadas como doentes psíquicos.

Porém, estas foram manifestações racionais isoladas e apenas no final do século XVII notou-se maior interesse pela interpretação científica das "doenças do espírito".

Racionalismo.

O século XVII traz o tema da loucura em obras poéticas tais como Hamlet e Rei Lear de William Shakespeare, o Elogio da Loucura de Erasmo e Don Quixote de Cervantes.

No mundo científico, Copérnico, Leonardo da Vinci, Galileu Galilei, René Descartes, Blaise Pascal e Isaac Newton revolucionavam as ciências naturais e o pensamento humano.

Estas descobertas influenciaram decisivamente a evolução científico natural da medicina e também na própria psiquiatria.

Thomas Sydenham (1624-1689) foi o primeiro autor a descrever os efeitos dos opiáceos e realizou descrições sobre a coreia aguda, sobre a mania e a histeria.

Thomas Willis (1621-1675) foi um anatomista e neurologista e descreveu o Polígono de Willis, a paralisia geral (Sífilis) e a miastenia. Descreveu ainda alguns casos de jovens que na puberdade entravam em "estupidez", estado clínico que correspondia ou que veio ser designado por esquizofrenia.

Do ponto de vista assistencial, entretanto, os doentes continuavam marginalizados. Na França, os doentes mentais eram enviados para os dois hospitais gerais existentes: Salpetrière e Bicêtre, criados por Luís XIV em 1656.

A Revolução Francesa e Philippe Pinel.

“Foto: Philippe Pinel”.

As ideias humanistas da Revolução Francesa combatendo a degradante conceção das doenças mentais tiveram seu ápice no gesto do médico francês Philippe Pinel (1745-1826). Pinel era diretor do manicônio de Bicêtre, nos arredores de Paris. Impressionado pelas condições sub-humanas conseguiu a 24 de maio de 1798 autorização da comuna revolucionária parisiense para libertar os asilados, muitos deles algemados há mais de 30 anos.

As ideias de Pinel foram publicadas no seu Tratado médico-filosófico sobre a alienação mental, que pode ser considerado como o primeiro livro anti-psiquiátrico. Deve-se a Pinel a primeira tentativa séria de classificação das doenças mentais, que agrupou em quatro categorias: "manias" ou delírios gerais, "melancolias" ou "delírios exclusivos", "demências" e "idiotias".

Seus estudos e reformas constituíram a Primeira revolução psiquiátrica, introduzindo os conceitos de moral e liberdade.

Uma outra hipótese indica ainda que estas ideias de Pinel tiveram a influência das práticas iniciadas por S. João de Deus no séc. XV no tratamento humano, mas, ao mesmo tempo, bastante vanguardista que este aplicava nos seus hospitais (separando já aqueles que acolhia por enfermidade, procurando edifícios com pátios interiores, etc).

O trabalho de Pinel teve larga repercussão e influenciou muitos em outros países, como William Tuke, um comerciante de chá que criou o primeiro retiro ou asilo humanizado nas proximidades de York, na Inglaterra.

No século do Iluminismo, muitas contribuições foram devidamente assinaladas como as de William Cullen (1712-1790), psiquiatra em Edimburgo que estabeleceu uma das primeiras classificações das doenças psíquicas com alguma base científica.

Foi o criador do termo neurose (doença funcional ou sem patologia localizada).

A segunda metade do século XVIII é conhecida como Período da Psiquiatria Ilustrada. Foi uma etapa decisiva na maturação do pensamento científico psiquiátrico e a mais significativa figura foi sem dúvida Immanuel Kant (1724-1804) criador da filosofia transcendental.

Romantismo e neurofisiologia.

“Foto: Jean-Martin Charcot dando uma aula”.

Os conceitos introduzidos por Pinel constituíram o fermento das duas mais famosas escolas psiquiátricas dos séculos XIX e XX: A Escola Francesa de Psiquiatria e a Escola Alemã de Psiquiatria.

Na escola francesa, o estudo e a terapêutica das neuroses eram um terreno de grande disputa devido aos trabalhos do neurologista Jean-Martin Charcot (1825-1893) que se dedicou ao estudo da hipnose e da histeria.

Charcot considerava que estes dois fenômenos eram devidos a uma debilidade orgânica do sistema nervoso. Esta concepção era combatida pela escola de Nancy que defendia a "natureza sugestiva" e não orgânica daqueles fenômenos.

Ao lado de Charcot estava Pierre Janet, psiquiatra que criou para aquela debilidade orgânica o termo Psicastenia. Janet hipnotizou muitos doentes e descobriu que sob hipnose, estes podiam relembrar acontecimentos traumáticos e a rememoração poderia ajudar na cura.

Esta técnica de "descarga emocional" foi descoberta e descrita quase ao mesmo tempo pela escola de Viena (Freud).

As ciências naturais influenciaram grandemente o pensamento psiquiátrico da época, especialmente os trabalhos de Charles Darwin e Louis Pasteur. As obras destes e vários outros autores constituem o início da Era Moderna da medicina.

A maioria dos psiquiatras da segunda metade do século XIX passou a procurar uma causa orgânica para as doenças psíquicas e esclarecer relações histológicas objetivas entre elas.

Theodor Hermann Meynert e Karl Wernicke, neurologistas, dedicaram-se ao estudo do córtex e base do cérebro descobrindo relações associativas. Wernick realizou trabalhos sobre afasia e descobriu a dominância de um dos hemisférios cerebrais.

Alois Alzheimer e Arnold Pick engrandeceram o estudo histo e anatomopatológico das demências.

A partir destes conhecimentos surgem duas correntes teóricas divergentes na escola alemã, representadas por dois grandes nomes da psiquiatria: Emil Kraepelin e Sigmund Freud.

Kraepelin (1856-1926) estudava a psiquiatria "pesada" (psicoses e asilos) enquanto Freud (1856-1939) estudou a psiquiatria "ligeira" (neuroses e consultórios). Kraepelin fez prevalecer os dados da observação clínica sobre os anátomo-patológicos.

Com Freud, a biografia individual ganha importância e os fatores psicológicos adquiridos tem papel predominante na elaboração e valorização da doença.

Na Itália, o antropologista Cesare Lombroso (1836-1909) criou importantes conceitos para a criminologia, como a "degenerescência psicológica" e tentou definir o "criminoso", o"louco" e o "atrasado mental".

Foram os trabalhos de autores como Charcot, Meinert, Wernicke, Alzheirmer e Pick que permitiram designar este período do século XIX como período áureo da neuropsiquiatria.

Início do Século XX e a Psicoterapia.

Além dos impactos no pensamento científico vindos dos cientistas, acrescentou-se outro, desta vez de concepções sociológicas revolucionárias do "materialismo histórico" elaboradas por Karl Marx e Friedrich Engels, que mudaram profundamente a estrutura das relações sociais.

A psiquiatria também foi influenciada pelo positivismo naturalista que caracterizou o final do século XIX e persistiu até a Primeira Guerra Mundial.

A descoberta do agente da Sífilis Treponema pallidum inclinou ainda mais intensamente a psiquiatria para uma orientação organicista.

Entretanto, com a difusão das teorias freudianas, acentuou-se ainda mais a bipolarização conceitual da psiquiatria. Assim, no entreguerras a psiquiatria estava dividida entre duas teses inconciliáveis: uma de natureza organicista e outra de natureza psicologista, considerando os mecanismos emocionais perturbadores e as situações de conflito como principais causas das doenças mentais.

Na psiquiatria organicista, os estudos genéticos desenvolveram-se muito principalmente na Alemanha, onde foi criado o Institut für Erbforschung ou Instituto de Genética de Munique. Os trabalhos desenvolvidos lá comprovaram que diversas entidades nosográfica definidas pro Kraeplin (especialmente as psicoses endógenas) tinham base hereditária.

Ernst Kretschmer (1888-1964) elaborou a "teoria de maturação biológica", na qual certas constelações psicofísicas (biotipo-personalidade-doença psíquica) são interpretadas na base de grandes círculos heredo-constitucionais.

Na psicanálise, autores que contribuíram para a sistematização e divulgação de conceitos psicanalíticos foram Adler, Jung, Melanie Klein, e Sandor Ferenczi.

A dualidade psiquiátrica sofreu um grande abalo na Primeira Guerra Mundial. A incidência de quadros clínicos resultantes de situações emocionais causadas pela guerra causaram uma reação contra a "rigidez" das entidades clínicas propostas por Kraeplin e passou-se a defender a noção de síndrome.

Síndromes são agrupamentos de sintomas que se observam associados e cuja causa é desconhecida ou de natureza múltipla.

A psicanálise também sofreu abalos nas suas concepções de "continuidade causal" com o desenvolvimento da Teoria quântica de Max Planck e a Teoria da Relatividade de Albert Einstein.

Surgiram então psiquiatras que defendiam maior compromisso entre as teses e associavam teorias, como Eugen Bleuler (1857-1939), que exerceu grande influência na psiquiatria europeia sendo psiquiatra de formação organicista que aceitava a valorização motivacional dos acontecimentos psicológicos e sua participação na causalidade das doenças mentais.

Em 1911 Bleuler criou o conceito Esquizofrenia, processo mórbido de cisão da personalidade para substituir o termo Demência precoce, criado por Bénédict Morel no século XIX e confirmado pro Kraeplin.

Os trabalhos de Ivan Pavlov com a descoberta do reflexo condicionado e das teorias da reflexologia favoreceram a contestação de não especificidade etiopatológica e etiológica das doenças psiquiátricas. Aceitava-se, nesta época o modelo médico mas também defendia-se que fatores psicogênicos e relações interpessoais poderiam causar descompensação psíquica.

Na base dessa relação aparecia mais uma vez os próprios fundamentos da filosofia. Willy Mayer-Gross foi um entusiasta da fenomenologia no campo da psiquiatria, mas foram os trabalhos de Karl Jaspers, publicados em 1913 com o título Psicopatologia Geral os mais significativos.

Jaspers estabeleceu uma síntese entre o pensamento filosófico e os conhecimentos psiquiátricos, elaborando uma metodologia sistemática para abordar as doenças mentais através de duas vias: o método explicativo (erklären) e o método compreensivo (versthehen).

“Foto: Ivan Pavlov”.

Kurt Schneider foi outro autor de grande repercussão ao contribuir para a sistematização nosográfica das entidades psiquiátricas e para a compreensão da esquizofrenia.

Quanto à terapêutica, a primeira tentativa de estender conhecimentos biofísicos foi feita por Julius von Wagner Jauregg, que utilizou o tratamento da malária nas manifestações psíquicas da sífilis.

Com o isolamento da insulina em 1922, em 1933 aparecem as primeiras experiências de choque insulínico em doentes esquizofrênicos, feitas por Manfred Sakel.

Também em 1933 foram conhecidos os efeitos terapêuticos das convulsões na esquizofrenia por Ladislau von Meduna.

Egas Moniz, em 1935, realizou as primeiras intervenções psicocirúrgicas na primeira lobotomia, ou psicocirurgia. A eletroconvulsoterapia foi utilizada pela primeira vez para fins terapêuticos em 1938.

Em 1952, Jean Delay e Pierre Deniker relataram os efeitos da clorpromazina em doentes psicóticos. Começou a revolução dos psicofármacos no tratamento das doenças psiquiátricas. A isso foi chamado Segunda Revolução Psiquiátrica.

A Terceira Revolução Psiquiátrica teve início nos anos 60, nos Estados Unidos da América, a partir da chamada antropologia cultural, constituindo-se num movimento de caráter preventivo (saúde mental). Este é um dos principais aspetos da psiquiatria americana de hoje.

Há que se destacar que existe, dentro da sociologia, todo um movimento antipsiquiátrico, tendo como um dos seus exemplos Foulcault. Também existem correntes que acreditam que a loucura é, na verdade, uma criação dos psiquiatras a serviço de uma burguesia em ascensão.

Outros autores acreditam que a sociedade burguesa se aliou à psiquiatria para resolver um grande problema: o que fazer dos indivíduos cujo comportamento era incompatível com a ordem proposta e ao mesmo tempo impossível de serem tratados como criminosos.

Segunda metade do século XX.

Este período trouxe a re-emergência da psiquiatria biológica. A Psicofarmacologia tornou-se parte integral da psiquiatria, iniciando-se com a descoberta do primeiro neurotransmissor por Otto Loewi, a acetilcolina. [1]

A Radiologia e diagnóstico por imagem foi primeiro utilizada como ferramenta pela psiquiatria nos anos de 1980. [2] A descoberta da eficácia da clorpromazina no tratamento da esquizofrenia em 1952 revolucionou o tratamento da doença, [3] assim como o carbonato de lítio revolucionou o tratamento da euforia e depressão no Transtorno bipolar em 1948. [4]

Quando problemáticas psicossociais pareciam ser válidas, a psicoterapia parecia ser a "cura". [5].

Mais uma vez pensava-se que a genética tinha papel fundamental na doença mental. [1].

Em 1995 genes que contribuem para a esquizofrenia foram identificados no cromossomo 6 e genes para o Transtorno bipolar nos cromossomos 18 e 21. [1]

Antipsiquiatria e desinstitucionalização.

Com a introdução dos medicamentos psiquiátricos e o uso de exames laboratoriais na relação entre o psiquiatra e o paciente, [6] a mudança da psiquiatria em ciência foi interpretada como falta de preocupação com o doente. [6].

Outros argumentavam que a psiquiatria constituía-se numa forma de controle social e exigiam que o internamento psiquiátrico fosse abolido, seguindo as ideias de Philippe Pinel.[7].

Diversos incidentes de abuso por parte de psiquiatras ocorreram durante regimes totalitários, como parte do sistema de controle político, com algum abuso presente ainda nos dias de hoje.[8].

Exemplos históricos de abuso na psiquiatria ocorreram na Alemanha nazista [9], na União Soviética sob Psikhushka, e no regime de apartheid na África do Sul.[10].

A eletroconvulsoterapia (ECT) era especialmente um tratamento que a antipsiquiatria queria eliminado.[11].

O movimento alegava que a ECT causava danos ao cérebro e que era utilizada como ferramenta para impor disciplina.[11].

Enquanto não há provas de que a ECT causa lesões no cérebro [12] [13] [14] , houve relatos de incidentes isolados nos quais a ECT era utilizada como ameaça para manter os pacientes "na linha"."[11] [15] [16].

A pressão do movimento antipsiquiátrico e da ideologia do tratamento em Comunidade Terapêutica levou à implementação da política de desinstitucionalização.[15].

Os profissionais de saúde mental redefiniram o tratamento como um processo no qual os pacientes seriam recolocados na comunidade e participariam de atividades de vida diária, enquanto vivendo em uma atmosfera terapêutiva.[15]

Entretanto, atualmente a eletroconvulsoterapia (ECT) é técnica empregada para casos especialmente selecionados (dada a gravidade do quadro) e tem indicações bastante específicas como, por exemplo, em depressões graves e com risco de suicídio ou desnutrição que nåo responde à farmocoterapia e psicoterapia, esquizofrenia refratária com comportamentos de risco ou no transtorno bipolar do humor de difícil estabilização e com impacto danoso na vida do paciente.

A aplicação da ECT é feita em ambiente hospitalar, havendo prévio consentimento esclarecido pelo paciente e/ou familiares, realizado sob anestesia e com atenção na recuperação pós-anestésica que é rápida e simples.

Ver também.

• Psiquiatria

• Neurociência

• História da medicina

• História da medicina no Brasil

• A Loucura sob novo prisma. Bezerra de Menezes (1831 — 1900)

• Os Africanos no Brasil. Nina Rodrigues (1862 — 1906)

Referências.

1. ↑ Ir para:a b c Shorter, E. (1997). A History of Psychiatry: From the Era of the Asylum to the Age of Prozac. New York: John Wiley & Sons, Inc, p. 246. ISBN 978-0-47-124531-5

2. Ir para cima↑ Shorter, E. (1997)A History of Psychiatry: From the Era of the Asylum to the Age of Prozac. New York: John Wiley & Sons, Inc, p. 270. ISBN 978-0-47-124531-5

3. Ir para cima↑ Turner T.. (2007). "Unlocking psychosis". Brit J Med 334 (suppl): s7. DOI:10.1136/bmj.39034.609074.94. PMID 17204765.

4. Ir para cima↑ Cade, JFJ; Lithium salts in the treatment of psychotic excitement. Med J Aust 1949, 36, p349-352

5. Ir para cima↑ Shorter, E. (1997). A History of Psychiatry: From the Era of the Asylum to the Age of Prozac. New York: John Wiley & Sons, Inc, p. 239. ISBN 978-0-47-124531-5

6. ↑ Ir para:a b Shorter, E. (1997). A History of Psychiatry: From the Era of the Asylum to the Age of Prozac. New York: John Wiley & Sons, Inc, p. 273. ISBN 978-0-47-124531-5

7. Ir para cima↑ Shorter, E. (1997). A History of Psychiatry: From the Era of the Asylum to the Age of Prozac. New York: John Wiley & Sons, Inc, p. 277. ISBN 978-0-47-124531-5

8. Ir para cima↑ Sunny Y. Lu & Viviana B. Galli, The Journal of the American Academy of Psychiatry and the Law

9. Ir para cima↑ The killing of psychiatric patients in Nazi German...[Isr J Psychiatry Relat Sci. 2003] - PubMed Result

10. Ir para cima↑ Mental Health During Apartheid

11. ↑ Ir para:a b c Shorter, E. (1997). A History of Psychiatry: From the Era of the Asylum to the Age of Prozac. New York: John Wiley & Sons, Inc, p. 282. ISBN 978-0-47-124531-5

12. Ir para cima↑ Weiner, R.D. (1984). Does ECT cause brain damage? Behavioral and Brain Sciences, 7, 153.

13. Ir para cima↑ Meldrum, B.S. (1986). Neuropathological consequences of chemically and electrically induced seizures. Annals of the New York Academy of Sciences, 462, 18693.

14. Ir para cima↑ Dwork, A.J.; Arango, V.; Underwood, M.; Ilievski, B.; Rosoklija, G.; Sackeim, H.A.; Lisanby, S.H. (2004). Absence of histological lesions in primate models of ECT and magnetic seizure therapy. American Journal of Psychiatry, 161, 576-578.

15. ↑ Ir para:a b c Shorter, E. (1997). A History of Psychiatry: From the Era of the Asylum to the Age of Prozac. New York: John Wiley &; Sons, Inc, p. 280. ISBN 978-0-47-124531-5

16. Ir para cima↑ Shorter, E. (1997). A History of Psychiatry: From the Era of the Asylum to the Age of Prozac. New York: John Wiley & Sons, Inc, p. 279. ISBN 978-0-47-124531-5

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• Psiquiatria

• História da medicina.

Psiquiatria.

3ª parte.

Movimento antimanicomial.

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

O Movimento Antimanicomial, também conhecido como Luta Antimanicomial, se refere a um processo mais ou menos organizado de transformação dos Serviços Psiquiátricos, derivado de uma série de eventos políticos nacionais e internacionais. O termo costuma ser usado de modo generalizante e pouco preciso.

O Movimento Antimanicomial tem o dia 18 de maio como data de comemoração no calendário nacional brasileiro.

Esta data remete ao Encontro dos Trabalhadores da Saúde Mental, ocorrido em 1987, na cidade de Bauru, no estado de São Paulo, que reuniu mais de 350 trabalhadores na área de saúde mental.

Na sua origem, esse movimento está ligado à Reforma Sanitária Brasileira da qual resultou a criação do Sistema Unico de Saúde - (SUS); está ligado também à experiência de desinstitucionalização da Psiquiatria desenvolvidas em Gorizia e em Trieste, na Itália, por Franco Basaglia nos anos 60.

Como processo decorrente deste movimento, temos a Reforma Psiquiátrica, definida pela Lei 10216 de 2001 (Lei Paulo Delgado) como diretriz de reformulação do modelo de Atenção à Saúde Mental, transferido o foco do tratamento que se concentrava na instituição hospitalar, para uma Rede de Atenção Psicossocial, estruturada em unidades de serviços comunitários e abertos.

Segundo os estudos do Dr. Paulo Amarante, coordenador do livro Loucos Pela Vida: a Trajetória da Reforma Psiquiátrica no Brasil [1] , a reforma psiquiátrica é um processo complexo [2] , pode-se registrar como evento inaugural, desse movimento, a crise institucional vivida pela Divisão de Saúde Mental do Ministério da Saúde,(DINSAM) na década de setenta.

Política pública de saúde mental é um processo político e social complexo, composto de participantes, instituições e forças de diferentes origens que acontece em diversos territórios.

É um conjunto de transformações de práticas, saberes, valores culturais e sociais, e é no cotidiano da vida das instituições, dos serviços e das relações interpessoais que o processo da política avança, passando por tensões, conflitos e desafios. [3]

Nos séculos passados, quando ainda não havia controle de saúde mental, a loucura era uma questão privada onde, as famílias eram responsáveis por seus membros portadores de transtorno mental. Os loucos eram livres para circulação nos campos, mas, nem tudo eram flores.

Eles também eram alvo de chacotas, zombarias e escárnio público.

Com o passar dos anos, começou então a discussão e luta pela implantação de serviços de saúde mental no Brasil. Foi ai então que surgiram as primeiras instituições, no ano de 1841 na cidade do Rio de Janeiro, que era um abrigo provisório, logo após surgirem outras instituições como hospícios e casas de saúde.

Somente no final do século XX é que a militância por serviços humanizados consegue as primeiras implantações de Centros de Atenção Psicossocial os CAPS .

Foi em 2001 que a Lei Paulo Delgado foi sancionada no país. A Lei redireciona a assistência em saúde mental, privilegiando o oferecimento de tratamento em serviços de base comunitária, dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas com transtornos mentais, mas não institui mecanismos claros para a progressiva extinção dos manicômios.

As condições da saúde mental no Brasil evoluíram, porém a Luta Antimanicomial não parou.

Ainda acontecem manifestações em todo o país no dia 18 de maio, para que se mantenha vivo o cuidado com os doentes, e para que fique claro que eles não devem ser excluídos da sociedade e maltratados como eram antigamente, mas sim orientados e acompanhados para que possam encontrar seu lugar no mundo.

O dia 18 de maio também se tornou Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.

Referências.

Ir para cima↑ AMARANTE, Paulo. Loucos Pela Vida: a Trajetória da Reforma Psiquiátrica no Brasil Realease

1. Ir para cima↑ Textos da Mostara em Saúde Mental da UFES

2. Ir para cima↑ RESENDE,Heitor. Cidadania e Loucura: Políticas de Saúde Mental no Brasil. 7. Ed. Petrópolis: Vozes, 2001.

Ver também.

• Antipsiquiatria

• Reforma psiquiátrica

• Nise da Silveira

• "Malleus Maleficarum"

• Caça às bruxas

• Psicofarmacologia

• Eletroconvulsoterapia

• "A Loucura sob novo prisma"

• "História da Loucura"

Ligações externas.

• Plano Nacional de Saúde Mental, Pt

• Política Nacional de Saúde Mental, Br

• Memória da Loucura, Exposição MS, Br

• Museu de Imagens do Inconsciente

• Franco Basaglia It

• PubMed - Biblioteca de medicina e saúde (em inglês).

Categorias:

• Reforma psiquiátrica

• História da psicologia

• Psicologia.

Psiquiatria.

4ª parte.

Nise da Silveira.

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Nise da Silveira (Maceió, 15 de fevereiro de 1905 — Rio de Janeiro, 30 de outubro de 1999) – (aos 94 anos) - foi uma renomada médica psiquiatra brasileira, aluna de Carl Jung [1] .

Dedicou sua vida à psiquiatria e manifestou-se radicalmente contrária às formas agressivas de tratamento de sua época, tais como o confinamento em hospitais psiquiátricos, eletrochoque, insulinoterapia e lobotomia.

Formação.

Sua formação básica realiza-se em um colégio de freiras, na época, exclusivo para meninas, o Colégio Santíssimo Sacramento, localizado em Maceió. Seu pai foi jornalista e diretor do "Jornal de Alagoas". [2] [3]

De 1921 a 1926 cursa a Faculdade de Medicina da Bahia, onde formou-se como a única mulher entre os 157 homens desta turma.

Está entre as primeiras mulheres no Brasil a se formar em Medicina. [2].

Casa-se nesta época com o sanitarista Mário Magalhães da Silveira, seu colega de turma na faculdade, com quem vive até seu falecimento em 1986.

Em seu trabalho, ele aponta as relações entre pobreza, desigualdade, promoção da saúde e prevenção da doença no Brasil.

Em 1927, após o falecimento de seu pai, ambos mudam-se para o Rio de Janeiro, onde engajou-se nos meio artístico e literário.

Em 1933 estagia na clínica neurológica de Antônio Austregésilo.

Aprovada aos 27 anos num concurso para psiquiatra, em 1933 começou a trabalhar no Serviço de Assistência a Psicopatas e Profilaxia Mental do Hospital da Praia Vermelha.

Prisão.

“Foto: Spinoza (1632-1677)”.

Durante a Intentona Comunista foi denunciada por uma enfermeira pela posse de livros marxistas. A denúncia levou à sua prisão em 1936 no presídio da Frei Caneca por 18 meses.

Neste presídio também se encontrava preso Graciliano Ramos, assim ela tornou-se uma das personagens de seu livro Memórias do Cárcere.

De 1936 a 1944 permanece com seu marido na semi-clandestinidade, afastada do serviço público por razões políticas. Durante seu afastamento faz uma profunda leitura reflexiva das obras de Spinoza, material publicado em seu livro Cartas a Spinoza em 1995.

Centro Psiquiátrico do Engenho de Dentro.

“Foto: Gravura de William Hogarth representando um manicomio”.

O trabalho de Nise da Silveira é pioneiro na luta antimanicomial no Brasil.

Em 1944 é reintegrada ao serviço público e inicia seu trabalho no Centro Psiquiátrico Nacional Pedro II, no Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro, onde retoma sua luta contra as técnicas psiquiatricas que considera agressivas aos pacientes.

Por sua discordância com os métodos adotados nas enfermarias, recusando-se a aplicar eletrochoques em pacientes, Nise da Silveira é transferida para o trabalho com terapia ocupacional, atividade então menosprezada pelos médicos.

Assim em 1946 funda nesta instituição a "Seção de Terapêutica Ocupacional".

No lugar das tradicionais tarefas de limpeza e manutenção que os pacientes exerciam sob o título de terapia ocupacional, ela cria ateliês de pintura e modelagem com a intenção de possibilitar aos doentes reatar seus vínculos com a realidade através da expressão simbólica e da criatividade, revolucionando a Psiquiatria então praticada no país.

O Museu de Imagens do Inconsciente.

“Foto: A biografia de Van Gogh é uma referência importante para os estudiosos interessados em compreender as possibilidades terapeuticas do trabalho criativo frente às perturbações emocionais”.

Em 1952, ela funda o Museu de Imagens do Inconsciente, no Rio de Janeiro, um centro de estudo e pesquisa destinado à preservação dos trabalhos produzidos nos estúdios de modelagem e pintura que criou na instituição, valorizando-os como documentos que abrem novas possibilidades para uma compreensão mais profunda do universo interior do esquizofrênico.

Entre outros artistas-pacientes que criaram obras incorporadas na coleção desta instituição podemos citar: Adelina Gomes; Carlos Pertuis; Emygdio de Barros, e Octávio Inácio.

Este valioso acervo alimentou a escrita de seu livro "Imagens do Inconsciente", filmes e exposições, participando de exposições significativas, como a "Mostra Brasil 500 Anos".

Entre 1983 e 1985 o cineasta Leon Hirszman realizou o filme "Imagens do Inconsciente", trilogia mostrando obras realizadas pelos internos a partir de um roteiro criado por Nise da Silveira.

A Casa das Palmeiras.

Poucos anos depois da fundação do museu, em 1956, Nise desenvolve outro projeto também revolucionário para sua época: cria a Casa das Palmeiras, uma clínica voltada à reabilitação de antigos pacientes de instituições psiquiátricas.

Neste local podem diariamente expressar sua criatividade, sendo tratados como pacientes externos numa etapa intermediária entre a rotina hospitalar e sua reintegração à vida em sociedade.

O auxílio dos animais aos pacientes.

“Foto: Ao perceber que a responsabilidade de cuidar de um animal e o desenvolvimento de laços afetivos pode contribuir para a reabilitação de doentes mentais, Nise da Silveira os incorporou a seu trabalho como co-terapeutas”.

Foi uma pioneira na pesquisa das relações emocionais entre pacientes e animais, que costumava chamar de co-terapeutas.

Percebeu esta possibilidade de tratamento ao observar como um paciente a quem delegara os cuidados de uma cadela abandonada no hospital melhorou tendo a responsabilidade de tratar deste animal como um ponto de referência afetiva estável em sua vida.

Ela expõe parte deste processo em seu livro "Gatos, A Emoção de Lidar", publicado em 1998.

Pioneira da psicologia junguiana no Brasil.

Através do conjunto de seu trabalho, Nise da Silveira introduziu e divulgou no Brasil a psicologia junguiana.

Interessada em seu estudo sobre os mandalas, tema recorrente nas pinturas de seus pacientes, ela escreveu em 1954 a Carl Gustav Jung, iniciando uma proveitosa troca de correspondência.

Jung a estimulou a apresentar uma mostra das obras de seus pacientes que recebeu o nome "A Arte e a Esquizofrenia", ocupando cinco salas no "II Congresso Internacional de Psiquiatria", realizado em 1957, em Zurique.

Ao visitar com ela a exposição, a orientou a estudar mitologia como uma chave para a compreensão dos trabalhos criados pelos internos.

Nise da Silveira estudou no "Instituto Carl Gustav Jung" em dois períodos: de 1957 a 1958; e de 1961 a 1962. Lá recebeu supervisão em psicanálise da assistente de Jung, Marie-Louise von Franz.

Retornando ao Brasil após seu primeiro período de estudos jungianos, formou em sua residência o "Grupo de Estudos Carl Jung", que presidiu até 1968.

Escreveu, dentre outros, o livro "Jung: vida e obra", publicado em primeira edição em 1968.

Reconhecimento internacional.

Foi membro fundadora da Sociedade Internacional de Expressão Psicopatológica ("Societé Internationale de Psychopathologie de l'Expression"), sediada em Paris.

Sua pesquisa em terapia ocupacional e o entendimento do processo psiquiátrico através das imagens do inconsciente deram origem a diversas exibições, filmes, documentários, audiovisuais, cursos, simpósios, publicações e conferências.

Em reconhecimento a seu trabalho, Nise foi agraciada com diversas condecorações, títulos e prêmios em diferentes áreas do conhecimento, entre outras:

• "Ordem do Rio Branco" no Grau de Oficial, pelo Ministério das Relações Exteriores (1987)

• "Prêmio Personalidade do Ano de 1992", da Associação Brasileira de Críticos de Arte

• "Medalha Chico Mendes", do grupo Tortura Nunca Mais (1993)

• "Ordem Nacional do Mérito Educativo", pelo Ministério da Educação e do Desporto (1993)

Seu trabalho e idéias inspiraram a criação de museus, centros culturais e instituições terapêuticas similares às que criou em diversos estados do Brasil e no exterior, por exemplo:

• o "Museu Bispo do Rosário", da Colônia Juliano Moreira (Rio de Janeiro).

• o "Centro de Estudos Nise da Silveira" (Juiz de Fora, Minas Gerais).

• o "Espaço Nise da Silveira" do Núcleo de Atenção Psico-Social (Recife).

• o "Núcleo de Atividades Expressivas Nise da Silveira", do Hospital Psiquiátrico São Pedro (Porto Alegre, Rio Grande do Sul).

• a "Associação de Convivência Estudo e Pesquisa Nise da Silveira" (Salvador, Bahia).

• o "Centro de Estudos Imagens do Inconsciente", da Universidade do Porto (Portugal).

• a "Association Nise da Silveira - Images de L'Inconscient" (Paris, França).

• o "Museo Attivo delle Forme Inconsapevoli" (hoje renomeado "Museattivo Claudio Costa", Genova, Itália).

O antigo "Centro Psiquiátrico Nacional" do Rio de Janeiro recebeu um sua homenagem o nome de "Instituto Municipal Nise da Silveira".

Obras publicadas.

• SILVEIRA, Nise da. Jung: vida e obra, Rio de Janeiro: José Álvaro Ed. 1968.

• SILVEIRA, Nise da. Imagens do inconsciente. Rio de Janeiro: Alhambra, 1981.

• SILVEIRA, Nise da. Casa das Palmeiras. A emoção de lidar. Uma experiência em psiquiatria. Rio de Janeiro: Alhambra. 1986.

• SILVEIRA, Nise da. O mundo das imagens. São Paulo: Ática, 1992.

• SILVEIRA, Nise da. Nise da Silveira. Brasil, COGEAE/PUC-SP 1992.

• SILVEIRA, Nise da. Cartas a Spinoza. Rio de Janeiro: Francisco Alves. 1995.

• SILVEIRA, Nise da. Gatos, A Emoção de Lidar. Rio de Janeiro: Léo Christiano Editorial, 1998.

Referências bibliográficas.

• CÂMARA, Fernando Portela "Vida e obra de Nise da Silveira" Psychiatry On-line Brazil, 7 de Setembro de 2002.

• CÂMARA, Fernando Portela "A contribuição de Nise da Silveira para a psicologia junguiana" - Psychiatry On-line Brazil, 9 de Março de 2004.

• Gullar, Ferreira. "Nise da Silveira: uma psiquiatra rebelde", 1996.

• FRAYZE-PEREIRA, João A. "Nise da Silveira: imagens do inconsciente entre psicologia, arte e política" in Estudos Avançados. vol.17 no.49 São Paulo Sept./Dec. 2003. Disponível em [1] no formato .pdf

• "Expérience d'art spontané chez des schizophrènes dans un service de therapeutique occupationelle" (em colaboração com o Dr. Pierre Le Gallais, apresentado no II Congresso Internacional de Psiquiatria em Zurique), Congress Report vol. IV, 380-386, 1957.

• Philatelic Release (2005), n. 1, Brasil.

Referências.

1. Ir para cima↑ Conheça mulheres que se tornaram grandes cientistas - Nise da Silveira Portal BOL - acessado em 8 de março de 2015

2. ↑ Ir para:a b Os 10 anos da morte de Nise da Silveira (html) (em português). Visitado em 15/01/2010.

3. Ir para cima↑ Colégio de freiras, francês e disciplina. No ponto de exame, ela recitou Le Cid, de Corneille (pdf) (em português). Visitado em 15/01/2010.

Ligações externas.

• Site do Museu de Imagens do Inconsciente

• Textos de Nise da Silveira

• "Nise da Silveira: imagens do inconsciente entre psicologia, arte e política" - João A. Frayze-Pereira

• Mostra Nise da Silveira - Vida e Obra, com diversas fotos

• "A psiquiatria rebelde de Nise da Silveira", por Katia Rubio

• "Mar do Inconsciente - A Imagem Como Linguagem" , com depoimentos de Carlos Drummond de Andrade, Frei Betto e da própria doutora Nise.

• "Felinos e as janelas da mente", matéria da revista Época

• Enciclopédia do Nordeste.

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• História da saúde mental.

Psiquiatria.

5ª parte.

A quinta parte será contada quando começarmos a escrever artigos envolvendo política e saúde. Na verdade será a história de um grupo de médicos fascistas, liderados por um médico fascista do PT (Partido dos Trambiqueiros).

Entre os médicos fascistas, encontra-se uma médica psiquiatra, bastante envelhecida, portadora de esquizofrenia ou de outra patologia mental, que só pode ser curada com insulinoterapia em doses maciças.

Se DEUS nos permitir voltaremos outro dia. Boa leitura e bom dia.

Aracaju. Quinta-feira, 17 de setembro de 2015.

Jorge Martins Cardoso – Médico – CREMESE – 573.

Fontes: (1) – Wikipédia. (2) – Arquivo do escriba. (3) – Outras fontes.