A LIBERDADE... O CONHECIMENTO... A ARTE... "A vida não imita a arte. Imita um programa ruim de televisão". (Paulo Leminski).

Pagando um débito...

(37) – Festival de Teatro de Nancy.

Por Márcia Tiburi, Renan Quinalha, Welington Andrade e Wilker Sousa.

Registros de uma história.

TUCA reúne em seu acervo documentos de uma trajetória de arte e engajamento. Ao longo de 43 anos, o TUCA – Teatro da Universidade Católica de São Paulo – tornou-se cenário de acontecimentos marcantes para a história da arte e política do país.

A partir de sua inauguração, em setembro de 1965, com o espetáculo Morte e vida Severina, expoentes da cultura, da academia e da política passaram pelo palco do teatro.

Chico Buarque, Caetano Veloso, Nara Leão e Elis Regina ali realizaram shows. Reuniões da UNE (União Nacional dos Estudantes) e do SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) tiveram importante papel de resistência frente ao regime militar e fizeram do TUCA um pólo de discussão da intelectualidade brasileira da época.

Registros dessa história estão preservados e reunidos pelo CDM TUCA (Centro de Documentação e Memória do teatro TUCA). Criado em 2006, o CDM reúne periódicos, documentos, fotografias, cartazes, plantas arquitetônicas e gravações em áudio – armazenados em 220 caixas-arquivo e divididos por dossiês temáticos.

“A PUC serviu de casa para os protestos nas décadas de 60 e 70. O TUCA foi se tornando um espaço de liberdade. Considerando essas questões importantes, nós achávamos que tínhamos que preservar não só o prédio, mas também toda a documentação que tinha as pegadas dessa história comenta Ana Salles Mariano, diretora do CDM TUCA.

Anteriormente, os documentos estavam soltos, não catalogados. A idéia de criar o centro de documentação tem como objetivo organizá-los e disponibilizá-los adequadamente para consulta pública.

“Os documentos tinham grampos de ferro, estavam em caixas não apropriadas. Então, foram feitos o rearranjo e a limpeza de todo esse material”, afirma Ana. A responsável pela organização do acervo é a cientista social Luiza Helena Novaes.

O acesso ao acervo, porém, não ocorre da forma ideal para um centro de memória. Luiza recebe os pesquisadores na mesma sala em que são armazenados os documentos, o que é prejudicial à conservação.

A intenção é criar uma nova sala, destinada à recepção dos consulentes. Para tal, o CDM TUCA criou um projeto de captação de recursos. Além da construção da nova sala, o projeto visa à aquisição de mobiliário e equipamentos adequados para o armazenamento e catalogação de todo o material.

“Precisamos de estantes deslizantes, computadores para montar realmente esse centro. O que temos hoje são esses documentos já organizados de algum modo, mas ainda não estão adequadamente conservados porque falta mobiliário”, comenta Ana Salles.

Para dar seqüência ao projeto e ampliar seu acervo, o TUCA conta com a doação de documentos. Pessoas que possuem materiais – sejam eles fotográficos, textuais ou audiovisuais – podem doá-los e, conseqüentemente, contribuir para o enriquecimento do acervo.

De Morte e vida Severina ao tombamento histórico.

Havia incertezas. Morte e vida Severina já fora encenado em 1958 sem muito sucesso por Walmor Chagas e Cacilda Becker.

Porém, a identificação com a realidade do país e a predileção por um autor nacional foram as razões que levaram o grupo de teatro universitário TUCA a escolher o texto de João Cabral de Melo Neto.

Às 21 horas do dia 11 de setembro de 1965, a estréia. Uma hora depois, dez minutos de aplausos e a angústia dá lugar ao alívio. No dia seguinte, jornais publicam críticas elogiosas à peça.

O auditório Tibiriçá estava inaugurado, porém, a partir daquela data, o nome torna-se outro: TUCA.

O espetáculo mobilizou estudantes e docentes de diversas disciplinas da PUC. Fauze Saadi, professor de Geografia, apresentou slides sobre a caatinga. O curso de Letras fez a análise literária do texto de João Cabral, enquanto que a faculdade de Psicologia estudou aspectos emocionais dos retirantes.

A música ficou por conta de um estudante de Arquitetura da USP, o “Carioca”, apelido do jovem Chico Buarque de Holanda. Após o sucesso inicial, Morte e vida Severina foi inscrito no 4º FESTIVAL MUNDIAL de TEATRO UNIVERSITÁRIO, em NANCY, na FRANÇA.

O dinheiro era escasso. Para viabilizar a viagem, artistas faziam shows após a encenação da peça. Elis Regina, Dorival Caymmi, Geraldo Vandré e o próprio Chico Buarque doaram seus cachês. Chico chegou a vender o “Clóvis”, seu Fusca. Levantado o dinheiro, o espetáculo vai à França e sagra-se o vencedor do festival.

Passado o sucesso de Morte e vida Severina, os anos seguintes foram marcados pelos shows dos grandes nomes da MPB. Sob o olhar atento da censura, Vinicius de Moraes, Elis, Caetano, Francis Hime, Nara Leão e Chico Buarque, entre outros, apresentavam-se para uma platéia de até 1.200 pessoas – número alto para os padrões da época.

Antes do início da temporada de shows, o repertório devia passar pelos censores. Em março de 1973, Chico, Nara Leão e MP4 fizeram cinco apresentações no TUCA.

O repertório, submetido à censura, foi aprovado; exceção feita à “Bárbara”, canção de Chico Buarque e Ruy Guerra, cuja temática gay não agradou os censores.

O incômodo à censura não se dava apenas no âmbito artístico. Ágora da PUC, o TUCA promovia debates ligados à universidade, o que afrontava os militares. Em julho de 1977, a reunião do 29º encontro anual do SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) fora proibida duas vezes – primeiramente, em Fortaleza, posteriormente, na USP.

A contragosto dos militares, a PUC decidiu realizá-la. Ao final da reunião, foi aprovado documento a favor da reintegração dos cientistas cassados às suas instituições de origem. O acinte estava feito. Em 22 de setembro do mesmo ano, líderes estudantis reuniram-se nas dependências do TUCA para o 3º ENE (Encontro Nacional dos Estudantes), que fora proibido pelo governo. Na entrada do teatro, faixas reivindicavam uma Constituinte livre e o fim da ditadura.

Às 21:30, bombas são atiradas contra os estudantes. Cerca de 900 policiais – comandados pelo coronel Antônio Erasmo Dias – perseguem os estudantes, que são conduzidos a bordoadas ao estacionamento da universidade.

Centenas de manifestantes são levados para o batalhão Tobias de Aguiar e 37 deles são indiciados na Lei de Segurança Nacional. O episódio chocou a opinião pública.

Na década de 1980, o teatro recebeu seu mais duro golpe. Em 22 de setembro de 1984, técnicos preparavam o teatro para um show humorístico, quando estouros foram ouvidos. Rapidamente, as chamas espalham-se pelo teto e platéia.

Os 90 homens do corpo de bombeiros lutam para conter o fogo, que toma todo o teatro. Após o incêndio, restaram ferros retorcidos e pedaços do teto. Apesar das suspeitas de um ato criminoso, nada foi comprovado e o inquérito ficou inconcluso.

O desafio de reconstruí-lo contou com o apoio das classes artística e estudantil. Quadros foram leiloados, músicos realizaram shows em meio aos escombros, na tentativa de arrecadar fundos para a reconstrução, que ocorreria dois anos depois, em 1986. Porém, faltavam ainda elementos básicos, como sistema elétrico e ar condicionado.

Somente em 2003, a reconstrução foi concluída. Foram nove meses de obras, a fim de que fossem implementados os padrões de conforto e segurança. No dia 22 de agosto de 2003, ocorreu a reinauguração.

Em reconhecimento ao legado cultural do TUCA, em 1998, o teatro teve sua fachada principal e espaço volumétrico tombados pelo Patrimônio Histórico do Estado de São Paulo.

(37) – Festival de Teatro de Nancy.

(Em español).

Nombre – Festival Mundial de Teatro de la Universidad de Nancy.

El Festival de Teatro de Nancy (que inició su andadura como Festival Mundial de Teatro de la Universidad de Nancy) es un festival de artes escénicas, que nació oficialmente en 1963, a partir del aula de teatro universitario fundada por Jack Lang al final de la década de 1950. En sus primeras ediciones se orientó hacia el teatro de Europa del Este (Jerzy Grotowski, Tadeusz Kantor, etc.), y a partir de 1968 se convirtió en el primer festival de teatro experimental del mundo con la presencia en su programa de grupos revolucionarios como el Bread and Puppet Theatre.

En la década de 1980 el festival entró en un periodo de desinterés y abandono, desplazado por otras reuniones culturales convocadas en la ciudad de la Lorena, dedicadas al Cine, la Danza y la Música Coral.

Recuperado a partir de 1990, el encuentro teatral de Nancy no ha conseguido recuperar su antiguo lugar de privilegio.

Politización y Revelaciones.

Entre 1967 y 1978, el festival francés vivió su periodo de mayor proyección internacional, convertido desde 1968 en meca de todo tipo de teatro experimental a nivel mundial.

Las "revelaciones" más importantes se produjeron en 1968 y los años siguientes. Los espectáculos y grupos presentes parecían haberse permeabilizado con la concienciación social y política no solo en Francia sino en toda la franja occidental.

Peter Schumann, pan y títeres.

"El teatro es como el pan, más que una necesidad"; con este lema, el norteamericano de origen germano Peter Schumann, escultor de vocación y bailarín amateur, encabezó en 1961 un movimiento que con el título de Bread and Puppet Theatre llegó a Nancy en el mes de abril del oportuno año 1968.

Presentaron el montaje titulado Fire, una especie de misterio laico sobre la vida de una familia vietnamita que a lo largo de una "semana de pasión" (según la definición del crítico Bernard Dort) sucumbía a la lluvia de napalm hasta su total extinción.

El espectáculo, breve, y presentado en una pequeña sala en los sótanos del Ayuntamiento de la ciudad de Nancy, en la que apenas cabían ochenta personas, llegaba a su clímax tras una larga y desenfadada introducción en la que los propios actores vendían dibujos (Bread and Puppet, como el Living Theater que apenas cobraban por sus actuaciones, se ayudaban con estos recursos de primitivo merchandising) y repartían colines de un tosco pan de pueblo.

Como el espectáculo se tardaba en "empezar", los asistentes acababan comiéndoselos casi sin darse cuenta. También sin conciencia de ello, iba produciéndose un "silencio denso y comunicativo".

Luego, una burda cortina se abría para mostras a un conjunto de extraños seres enmascarados y un no menos inquietante grupo de gigantescos títeres de más de seis metros... Todo el espectáculo se desarrollaba en silencio.

El grupo de Schumann completó su repertorio en aquella edición memorable del Festival de Nancy con una serie de montajes callejeros.

Ricard Salvat, en sus crónicas recuerdo como uno de los más emotivos, el titulado Un hombre dice adiós a su madre.

Luís Váldez y el teatro campesino.

En 1969, el mejicano Luís Váldez llevó a Nancy los Actos (skeches medio improvisados salpicados de humor negro). Sus maestros en moderna dramaturgia habían sido Peter Schumann, la San Francisco Mime Troupe y las técnicas tradicionales de la Commedia dell'Arte.

Su puesta en escena en espacios campesinos, con los propios campesinos como actores y protagonistas, y con las herramientas de trabajo y las pancartas de huelguistas como único atrezzo, definen y justifican la etiqueta teatro campesino.

Bob Wilson y los sordomudos.

Bob Wilson, rodeado de la máxima morbosidad y como un Julio Cesar estremecedoramente sordomudo llegó, vio y venció. Sus montajes de silencio, terror psíquico y reflexión transgresora, en obras como La mirada del sordo (que llegaron a alcanzar en Nancy las siete horas y media de duración), marcaron un sendero en la dramaturgia del siglo XX que el tiempo convertiría en autovía.

Será difícil borrar de la memoria, para todos los que lo conocieron en escena, su mimo impasible, su mirar petrificado, hipnótico. Wilson, mudo hasta los 17 años, por una lesión de origen psíquico, ya maduro y curado, adoptó a un niño negro encarcelado por haber apedreado los cristales de una iglesia. El niño era sordomudo.

Tiempo después Wilson llegó a descubrir que aquel niño enmudeció tras el shock que le produjo en su infancia ver a una mujer apuñalar a un niño.

Salvador Távora, teatro flamenco.

En 1972, el grupo de teatro independiente La Cuadra de Sevilla, asesorado por José Monleón y dirigido por Salvador Távora, presentó en Nancy su espectáculo Quejío, a la medida del más simple teatro de la crueldad.

El choque del auténtico duende flamenco con el mito comercializado en Europa del flamenco-olé y el «typical spanish», resultó tan demoledor que la obra fue contratada para diecisiete festivales internacionales y llegó a alcanzar las ochocientas representaciones, entre España, Europa y América.

Frivolización y decadencia.

En 1980, el plato fuerte fue el montaje de estrasburgués Andre Engel titulado Prometeo: portador de fuego. Un auténtico "tour de force" que comenzaba a las cuatro de la madrugada, hora en la que los espectadores se trasladaban en diversos transportes a una antigua mina de hierro para contemplar un incendio de verdad, con bomberos y policías auténticos y hasta un helicóptero.

Un Prometeo efectista muy lejano de las atávicas emociones despertadas por el taconeo de los actores del Quejío sevillano o los silenciosos títeres gigantes de la cuadrilla de Peter Schumann; respuestas que podían haber provocado otros espectáculos presentados en aquella décimo cuarta edición. Como la danza macabra, barroca y exótica del bailarín japonés, de 74 años, Kazu Oono, (discípulo de la bailarina hispanoargentina «La Argentina»); o la puesta en escena carnavalesca de una Macunaíma teatralizada a lo largo de cuatro coloristas horas.

Lew Bogdan, director de la reunión, anunció la muerte del festival por dificultades económicas, pero lo cierto es que las 33 compañías de los diecinueve países que visitaron en 1980 los escenarios de Nancy dejaron una alarmante sensación de caos.

Quizá el desconcierto fuese de fondo ideológico y viniese emparejado con la crisis de valores sociales de aquellos años o simplemente ocurrió que la cita teatral de Nancy ya no soportaba la excesiva presión de los años dorados de anteriores ediciones.

Una década después, en 1990, el festival de teatro de la Universidad de Nancy reanudó sus actividades con la nueva dirección de Nicole Granger y con Denis Milos como director artístico. El objetivo de recuperar su antiguo rango internacional no ha podido superar el verso manriqueño cualquier tiempo pasado fue mejor.

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• Francia en 1963.

Observações do escriba: 1ª – Fica assim confirmada que a reportagem do jornalista Paulo Rogério Gilani, publicada na Revista Caros Amigos, está absolutamente correta. 2ª – Roberto Freire realmente foi um cidadão que teve atuações marcantes em diversos tipos de atividades, e teve relacionamentos com muitas pessoas importantes que fazem parte da história nacional. 3ª – Roberto Freire foi um médico que criou no Brasil uma terapia alternativa conhecida como SOMATERAPIA. 4ª – O Médico Roberto Freire foi um estudioso da obra do Médico austríaco WILHELM REICH. 4ª – Provavelmente ainda hoje saberemos um pouco da história do Médico WILHELM REICH.

Se DEUS nos permitir voltaremos ainda hoje ou em outro dia. Boa leitura e bom dia.

Aracaju, quarta-feira, 9 de setembro de 2015.

Jorge Martins Cardoso – Médico – CREMESE - 573

Fontes: (1) - Dra. Internet. (2) - Dr. Google. (3) – Dra. Wikipédia. (4) - Revista Caros Amigos. (5) – Outros autores.