QI DE OSTRA?

HOJE, participei de interessante palestra, na qual foi enfocada nossa capacidade, não muito utilizada, de poder efetivar leituras de forma muito mais dinâmica e com muito melhor entendimento.

Achei algo tão interessante que resolvi compartilhar com meus AMIGOS RL!

Creio que é muito interessante!

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Texto extraído da revista SUPERINTERESSANTE – Nº 11

QI DE OSTRA

Não é a toa que na hora de estudar para o vestibular, o verbo mais usado é “rachar”. É mesmo preciso abrir a cabeça para a informação entrar. Depois de aberta, ela tem de guardar o que aprendeu. Por isso, os candidatos a uma vaga na faculdade colecionam frases engraçadas e músicas que ajudam a decorar fórmulas, nomes, regras. O maior pânico, nessa época é esquecer.

Boa memória é mesmo fundamental. Sem ela, ninguém vai em frente. E isso ao pé da letra. A gente só anda, corre, chora, ri, entende uma piada e um problema de matemática porque vai gravando experiências desde o nascimento. Mas como isso funciona? Ainda não se sabe ao certo. Embora existam pistas sobre onde guardamos algum dado no cérebro, não se sabe bem como a coisa acontece lá dentro.

Quem está trazendo novidades no assunto são moscas de frutas e ratos de laboratório. Analisando a fisiologia e o comportamento de seus animais experimentais, os neurocientistas da Universidade de Colúmbia, em Nova Iorque, identificaram dois tipos de uma proteína chamada creb que mora dentro dos neurônios, as células nervosas. Para Eric Kandel, que em 1993 identificou essa proteína analisando moluscos, é a proporção entre os dois tipos de creb (um estimulante e outro inibidor da memória) que determina a capacidade de lembrar.

O trabalho é polêmico. Ainda é preciso provar que a proteína age da mesma forma no homem, o que levaria a comparação estrambólica da mente humana com o QI de ostra.

O creb é uma proteína no núcleo da célula e, quando ela falta, nada é memorizado, confirma Ivan Izquierdo, neuroquímico da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Os estudos ainda estão em andamento, mas já se observou que há dois picos de creb na formação da memória: um imediato, quando o cérebro capta a informação, e outro mais lento, quando o cérebro liga uma informação com outra. Além de enigmática, a memória é delicada. Izquierdo lembra que períodos de muita ansiedade, estresse e depressão são a principal causa da amnésia.

Algo entre 6% e 8% da população mundial padece de depressão clínica e tem problemas de memória, conta ele. Não é o caso de quem sente que as lembranças se embaralham. Segundo o cientista, isso é normal porque uma mesma célula nervosa gera muitas memórias diferentes. A eventual confusão entre elas é uma espécie de curto circuito causado pela sobrecarga de impulsos elétricos nas conexões entre os neurônios, aconselhando que ai “é melhor estudar um pouco menos”.

Agora vamos ver como funciona nosso computador por dentro. O CÓRTEX FRONTAL, na altura da testa, é a porta de entrada da memória. Dali, as informações são distribuídas para os diversos arquivos nas profundezas da mente. Este córtex também grava os dados que serão lembrados por apenas alguns dias (memória de curta duração) e os que ficam lá só por alguns segundos, como o número de telefone que você vê na lista antes de discar (memória de curtíssima duração).

A região que envolve o hipocampo é uma espécie de miolo do cérebro. É uma ferramenta importante porque ajuda a fixar informações, guarda noções de espaço e como o córtex frontal, grava dados de curta duração, como um bate-papo que você teve na semana passada.

Existem cenas, nomes, rostos, textos, cálculos e uma infinidade de outras coisas que a gente não esquece nunca. Como aquela lição de álgebra que você nunca precisou usar na vida prática, mas continua na cabeça. É a chamada memória de longa duração, guardada no CÓRTEX PARIETAL, a faixa chamada cinza que recobre a parte médio traseira do cérebro.

É na AMÍGDALA CEREBELOSA e no TÁLAMO, dois pequenos conjuntos de tecidos nervosos, que fica a memória emocional. São arquivos personalizados, pois a informação chegou aqui associada a uma sensação agradável ou terrível. Lábios femininos podem estar vinculados a lembranças prazerosas para uns e torturantes para outros.

No ESTRIADO (no meio dos hemisférios cerebrais) e no CEREBELO (que fica na parte de trás) existe um tipo especial de memória, ligado às ações automáticas. Uma vez aprendida, a experiência se repete sem que a gente perceba. É a memória que usamos para caminhar, nadar, andar de bicicleta ou dirigir um automóvel.

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Ainda sorrindo muito, quero agradecer nosso jovem MESTRE poeta/escritor Aleixenko, que mesmo em um artigo seríssimo como este postado, nos vem presentear com toda a sua verve e criatividade, concebendo esta impagável interação:

Quem vai concorrer no vestibular

Faz de tudo para memorizar

Recomendo dente de alho

Vejo que não ajudo nem atrapalho

O tal de Izquerdo nem é canhoto

Mas está dando uma de maroto

Que amnésia vem de depressão de momento

Ele não sabe que simplesmente esquecimento

Esta de memória automática

Empata com incógnita matemática

Que QI de ostra? Uma ova!

Se não lembrar leva sova!

CONVENHAMOS: DÁ PARA FICAR SEM SORRIR?

Perfeição na criação, perfeição na rima, perfeição na concepção...