Como utilizar Laxantes
Os laxantes são medicamentos estimuladores da evacuação e podem ser muito úteis em casos de prisão de ventre ou de simples diversão. Muitos mitos e dúvidas cercam a sua utilização e o seu funcionamento no organismo humano. Vamos discutir a partir de agora algumas ideias a esse respeito.
As formas como eles se apresentam são as mais variadas possíveis: comprimidos, cápsulas, chás, xaropes, etc. Há nos Estados Unidos até mesmo chocolates laxantes. São medicamentos seguros para se tomar e não apresentam nenhum efeito colateral. Entretanto, muitas pessoas alimentam crenças falsas sobre esse tipo de remédio.
Há quem faça uso de laxantes visando ao emagrecimento ou ao esvaziamento do organismo. Esse é o principal mito sobre o funcionamento deles. Os laxantes atuam principalmente no intestino grosso, após quase todos os nutrientes ingeridos através da alimentação já terem sido absorvidos no intestino delgado. Portanto, eles não interferem no metabolismo e não “expulsam do corpo a comida ingerida”, como acreditam as pessoas que têm esse objetivo.
Os laxantes demoram várias horas para fazer efeito. Infelizmente, aquelas deliciosas sequências de comédias americanas em que alguém coloca um laxante na bebida ou na comida de um rapaz e, dentro de pouco tempo, ele sente terríveis dores de barriga e corre para um banheiro, não passam de uma licença poética. É certo que o organismo de cada pessoa reage de forma diferente a um laxante, porém é certo também que o medicamento precisa de tempo considerável para fazer efeito. Jamais uma pessoa evacuará em menos de uma hora após ter tomado um laxante e, normalmente, evacuará após o transcurso de um intervalo de quatro a oito horas. As pessoas que apresentam intestino mais solto sentem o efeito em menos tempo do que aquelas que apresentam intestino preso. Em virtude da complexa relação de fatores orgânicos envolvidos, é impossível a determinação precisa do intervalo de tempo em que um laxante funcionará.
Diante do exposto, conclui-se que a brincadeira de dar laxante secretamente a alguém para ver a pessoa desesperada por um banheiro, além de ser de muito mau gosto, também não apresenta graça. O autor da brincadeira não veria o resultado, a não ser que passasse muitas horas com a vítima.
A dosagem administrada também influencia no tempo do efeito, mas até certo ponto. Em geral, quanto maior a dose de laxante ingerida, mais rapidamente este fará efeito. Porém, para cada organismo existe uma “dose limite”, a partir da qual os efeitos não se intensificam mais. Como exemplo, se a “dose limite” de uma pessoa equivale a cinco comprimidos (esta é a média de muitas pessoas), essa dose provocará a mais intensa diarreia; e se a pessoa ingerir mais de cinco comprimidos, o efeito ainda será o mesmo.
Um fator que influencia muito na ação de um laxante é o sono. Durante o período de sono profundo, as atividades orgânicas diminuem de intensidade e a absorção do laxante no intestino ocorre lentamente, o que proporciona um efeito de melhor qualidade. É por isso que se recomenda sempre que a pessoa administre o medicamento antes de se deitar, pois, após um período normal de sono, certamente ele já fará efeito quando ela acordar na manhã seguinte.
Outro fator importante é a condição do organismo no momento da ingestão do laxante. Se a pessoa estiver em jejum, ele precisará de um intervalo de tempo para fazer efeito bem menor do que precisaria se a pessoa estivesse com algum alimento no estômago. Quanto mais alimentos a pessoa tiver ingerido antes de ingerir o laxante, maior será o tempo necessário para o seu efeito. Se o laxante for ingerido durante ou logo após o almoço, por exemplo, a espera por seu funcionamento poderá chegar até a doze horas.
A alimentação após a administração do medicamento também requer cuidados. Não se deve tomar leite ou ingerir seus derivados durante um período de, pelo menos, duas horas após a ingestão do laxante. Os laticínios em geral apresentam proteínas cuja metabolização no intestino interfere na ação dos laxantes, podendo até mesmo anulá-la.
É importante salientar também que a utilização de laxantes não pode ser frequente. O principal perigo desse hábito é a capacidade de o organismo “se acostumar” com o laxante, de forma que a pessoa não consiga mais evacuar sem a sua utilização. Em geral, qualquer pessoa apresenta uma tendência a “se acostumar” com um dado laxante, de forma que seu funcionamento diminui progressivamente e ela se vê obrigada a utilizar doses cada vez maiores para conseguir os mesmos efeitos, podendo inclusive ultrapassar a “dose limite”.
As ideias apresentadas são válidas para qualquer tipo de laxante: líquido ou em comprimidos, natural ou industrializado. Com estas dicas, já se pode partir para a exploração do alívio ou do prazer que o corpo pode proporcionar com a utilização dos laxantes.