HORTA - ALECRIM

ALECRIM
Rosmarinus officinalis L.
 
Esta é a erva da juventude eterna, do amor, da amizade e da alegria de viver. É considerada também símbolo da fidelidade.
Se você passar um ramo de alecrim no corpo da pessoa amada, terá seu amor para sempre.
 
Muitas outras crenças fazem desta planta um verdadeiro amuleto:
- Para afastar más energias, coloque um vaso de alecrim ao lado direito da porta de entrada da casa.
- Para que um empreendimento dê certo, leve consigo um ramo de alecrim ao sair de casa.
- Para evitar pesadelos, coloque um ramo de alecrim sob o travesseiro, à noite.
- O “escalda pés” de Alecrim tira todas as energias negativas acumuladas durante o dia. 
E mais...
- Os romanos o consideravam símbolo do amor e da morte, cultivando-o junto à soleira das portas de suas casas;
- Na Era Medieval, seus caules eram queimados próximo aos doentes em hospitais, para purificar o ar dos quartos;
- Pela reputação de estimular a memória, estudantes gregos usavam seus ramos nos cabelos, ao serem submetidos a exames;
- Emblema do amor e também símbolo da saudade é, ainda, considerada planta mágica contra mau-olhado e um dos elementos protetores dos famosos vasos de sete ervas;
- Os gregos usavam coroas de alecrim em festas, como símbolo da imortalidade;
- O Imperador Franco, Carlos Magno, no século I, obrigava os camponeses a cultivá-lo;
- Foi companheiro inseparável dos portugueses nos relatos das Entradas e Bandeiras, no Brasil Colonial;
 

Conta-se que, numa viagem, Nossa Senhora sentou-se à sombra de um pé de alecrim para amamentar o Menino Jesus. Por isso, acredita-se que a altura da pequena árvore corresponda, no máximo, à altura de Jesus adulto.
Em templos e igrejas tradicionais é queimado como incenso desde a antiguidade. Na Igreja Ortodoxa grega, o seu óleo é usado até hoje para unção. Nos cultos de religiões afro, como umbanda e candomblé, é utilizado em banhos e também como incenso.
Na literatura infantil, a Bela Adormecida foi acordada pelo príncipe com um ramo de alecrim.
 
Conhecida popularmente como alecrim, alecrim de jardim ou alecrim do campo, essa planta tem seu nome científico vinculado à sua origem na Costa do Mar Mediterrâneo (Sul da Europa e Norte da África). Lá, foi batizada como Rosmarinus (ou ros marinus), expressão latina que significa ”rosa do mar” e que, no caso específico, é interpretada como "orvalho que vem do mar". É que suas flores azuladas inundam as praias do Mediterrâneo lembrando um tapete de orvalho.
Pertencente à família Labiatae (Lamiaceae) e encontrada em todo o planeta, esta planta pouco exigente pode aparecer em hortas e jardins sem que ninguém a semeie. Em espanhol, romero; em inglês, rosemary ; em francês, romarin; em italiano, ramerino; em alemão, rosmarin, o nosso conhecido alecrim exala um aroma forte e agradável.
Utilizado para fins culinários, medicinais, religiosos a sua essência também é aproveitada em perfumaria como, por exemplo, na produção da água-de-colônia,  pois contém princípios ativos que lhe conferem propriedades excitantes, tônicas e estimulantes, além de diversos outros usos.
Já adulto, transforma-se em pequeno arbusto rústico e perene, com altura variando entre um e dois metros dependendo das condições climáticas e de cultivo. Muito ramificado, possui hastes lenhosas, folhas pequenas e finas, opostas, lanceoladas, de cor verde-acinzentada na parte inferior, e prateada na parte superior.  As flores reúnem-se em espiguilhas terminais e são de cor azul ou esbranquiçada. Floresce quase todo o ano e não necessita de cuidados especiais, mas desenvolve-se melhor em solos com calcário e bem-drenados, ou mesmo em locais pedregosos.
O primeiro corte é realizado seis meses após o plantio. A altura de corte ideal é de 20 cm acima do solo para que rebrote.
Após a colheita, suas folhas podem secar rápido à sombra, já que são naturalmente semi-desidratadas.
É reproduzida através de sementes ou estacas de galhos (estacas de 10 a 15 cm). Deve ser irrigada, mas não tolera excesso de umidade e de matéria orgânica.
Para replantar no vaso, jardineira ou na horta, escolha um local bem iluminado, faça uma cavidade maior e ponha um pouco de terra vegetal. O sucesso do replantio depende de outros fatores, como adubação adequada e água na medida certa.  Mesmo assim, você vai reparar que seus galhos secam no inverno e rebrotam no verão.
 
Na culinária, recomenda-se utilizar o alecrim, preferencialmente fresco. É apreciado na preparação de aves, caça carne deporco, peixes, salsichas, linguiças, batatas assadas. Na Itália é utilizado em assados de carneiro, cabrito e vitela. Em carnes decherrasco, recomenda-se misturar as folhinhas trituradas ao sal grosso. Um punhado de suas folhas sobre as brasas, além de perfumar a carne, espalha um agradável odor no ambiente.
Pode ser acrescentado, ainda, em sopas e molhos e para aromatizar vinagres e óleos.
O alecrim fresco, misturado em pequenas quantidades aos ingredientes caseiros do pão, dá um gosto saboroso e exótico à massa, deixando o produto mais digestivo e energético.
Imprime sabor especial às batatas, manteigas ou margarinas e patês. É usado como decoração de pratos já prontos. Faz parte do famoso Herbes de Provence (tempero francês com várias ervas).
Algumas receitas podem trazer novos sabores à culinária. Vejam estas:
Vinho com Alecrim: coloque alguns galhos dessa erva fresca na garrafa de um bom vinho tinto e deixe macerar durante 21 dias (bem fechado com parafina na rolha). Guarde a garrafa deitada em local escuro, girando-a de vez em quando. Após esse tempo, coe e acrescente mel puro a gosto (opcional). Sirva pequenos cálices antes do jantar. Além de ser ótimo para a digestão, ajuda a clarear as idéias para um novo dia de trabalho.
Conserva de alecrim para saladas: Em um vidro de boca estreita, esterilizado, coloque um galhinho de alecrim, um de manjericão, alguns grãos de coentro e um grão de pimenta da jamaica. Acrescente em ¾ do vidro vinagre de maçã, complete com água filtrada e sal. Deixe descansar durante 8 dias. Use-o para temperar qualquer salada. Na hora de servir, acrescente óleo ou azeite.
 
As folhas do Alecrim são utilizadas pela indústria farmacêutica e pela medicina natural para combater diversos males. Sua essência entra em muitos medicamentos, composição de bálsamos para fricções e de certos produtos de perfumaria.
Auxiliar na digestão de gorduras e no combate à dor de cabeça associada à tensão nervosa, o alecrim é estimulante para pessoas com debilidade extrema. É empregado para combater problemas de circulação, estômago, estados de depressão, problemas de menstruação e intestinais, dores reumáticas, gota, icterícia, febres intermitentes e febre tifóide; para melhorar o funcionamento dos rins, vesícula, para equilibrar a pressão arterial; é anti-séptico, sedativo, fortalece a memória; bochechos de infusão são recomendados para aliviar aftas, estomatites e gengivites; purifica o sangue, é tônico para o coração e ligeiramente diurético.
Uma tosse insistente desaparecerá com chás de alecrim em infusão e mel.
Recomenda-se às pessoas com digestão lenta uma xícara de chá de alecrim puro após as refeições. O chá também limpa e afina o sangue, auxilia no tratamento do coração e do reumatismo.

Indicado ainda para abrir o apetite, ajuda em casos de hepatite, amenorréia e dismenorréia. É anti-reumático, redutor da formação de gases e anti-inflamatório.
Na forma de loção, creme ou pomada, o óleo essencial de alecrim é utilizado para dores musculares e articulares, artrite, contusões, prisão de ventre, sinusite, resfriado, bronquite, enxaqueca, deficiência de memória, cansaço mental.
É estimulante e regenerador do corpo.
Em infusão bem forte aplicada externamente, elimina sarna e recupera a pele.
Folhas secas reduzidas a pó ou suco são cicatrizantes de feridas ou tumores, principalmente em diabéticos e pessoas que têm dificuldades para cicatrização.

As folhas de alecrim-do-campo apresentam forte potencial terapêutico na prevenção da cárie dental. A conclusão é de uma pesquisa de doutorado apresentada na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP), em Ribeirão Preto.
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Por ser uma erva de efeitos muito abrangentes, deve-se tomar cuidado para não exagerar nas quantidades utilizadas.

Não é indicado durante a gravidez e nem para epiléticos.
Excessos e uso inadequado, sem recomendação médica, podem causar danos à saúde, ao invés de curar.
 
Compressas com chá forte de alecrim são ótimas para celulite e para os cabelos, assim como o xampu e o óleo de alecrim. Além de serem cicatrizantes, acentuam-lhes a tonalidade e o brilho; estimulam a circulação, fortificam o couro cabeludo e o crescimento de cabelos, sendo usado contra caspa e para prevenir a queda excessiva dos fios.
O vinagre de alecrim ou chá bem forte no cabelo depois de lavado estimula a saúde dos folículos capilares e evita a calvície.
Na pele, o óleo de alecrim, aplicado após o banho, restabelece o pH natural (é ligeiramente adstringente).
Encontrei algumas dicas na área da cosmética caseira:
Creme para lábios sensíveis: 1 colher (café) de manteiga de cacau, 1/3 de colher (café) de glicerina, essência de alecrim. Derreta a manteiga, misture a glicerina e o alecrim. Impede rachadura dos lábios ou irritação.
Tônico facial de alecrim: uma xícara e meia de água, um molho de alecrim, meia dose de conhaque. Ferver o alecrim na mistura de água e conhaque por 15 minutos. Filtre e conserve em vidro escuro. Use-o embebido em algodão.
Para pele precocemente envelhecida: 50 gramas de alecrim colocado em infusão em 1 litro de água por 10 minutos. Coe e faça compressa morna no rosto após a limpeza.

Seus ramos colocados frescos entre as roupas defendem-nas de ataque de traças.

Plantado na horta, protege as outras verduras e temperos de algumas pragas.
Galhos e flores de alecrim dão mais beleza aos buquês e arranjos florais.
 
No Rio Grande do Norte, é nome de time de futebol - Alecrim Futebol Clube.
Alecrim é também nome de um Bairro em Natal - RN e de cidade no Rio Grande do Sul e em Alagoas.


 
 
 
Sandra Fayad Bsb
Enviado por Sandra Fayad Bsb em 18/02/2015
Reeditado em 18/02/2015
Código do texto: T5141325
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