O mito das dietas hipocalóricas II

O mito se baseia na generalidade do suposto fato de que dietas hipocalóricas favoreceriam a longevidade de todos os tipos de organismos, incluindo aqueles que, como as bactérias se reproduzem por divisão, ou cissiparidade, caso em que a reprodução é interpretada como morte.

Definamos “peso ótimo” como o peso com o qual o indivíduo tende a ter a maior longevidade. Decorre da definição que indivíduos abaixo desse peso tendem a ter o tempo de vida encurtado. Como a redução da ingestão calórica de um indivíduo previamente mantido no peso ótimo reduzirá seu peso, reduzirá também, consequentemente, sua longevidade.

A acreditarmos no mito, devemos concluir também que o sedentarismo, contrariamente à prática de exercícios físicos, favorece a sobrevida dos indivíduos, pela seguinte razão:

Sejam dois grupos de indivíduos mantidos com o mesmo peso, um dos quais mantido sob condições sedentárias; o outro grupo praticante de atividades físicas intensas e constantes. Como as atividades físicas impõem um consumo de energia, para que os dois grupos se mantenham com o mesmo peso, o grupo dos “atleta” deve ingerir mais calorias que o outro. O mito de que dietas hipocalóricas favorece a longevidade dos indivíduos acarretaria, portanto, a conclusão de que atividades físicas desfavorecem a longevidade.

Um erro simples e comum tende a fortalecer o mito: a definição de “peso ótimo” acima do de maior longevidade. Nesse caso, a redução de ingestão calórica acarretará a eliminação do sobrepeso e consequente aumento de longevidade. Trata-se de uma explicação trivial para a crença e sucessiva “confirmação” do mito.