A vocação de ser feliz

A VOCAÇÃO DE SER FELIZ

J.J.Fontes –

A nossa herança genética, resultado de milhões de anos de evolução, carrega um tesouro fantástico. Uma infinidade de dons e aptidões que podem nos conduzir ao sucesso. O segredo está em como descobrir estes dons e identificá-los com seus objetivos. As pessoas bem sucedidas são aquelas que conseguiram descobrir seus potenciais e investir neles. Falo em “descobrir” porque na realidade estes dons estão muito bem escondidos em nosso subconsciente. Para que possamos tomar consciência deles é necessário retirar a cobertura, o véu que os esconde. O que seja este véu está incluído nas seguintes possibilidades: medo, superstições, preconceitos, baixa autoestima, desconhecimento de seu verdadeiro eu e sugestões hipnóticas. A partir do momento que passamos a nos conhecer e aceitarmo-nos sem preconceitos, o véu passa a se abrir e revelar o verdadeiro caminho do nosso sucesso. Nunca é demais repetir: caminho do sucesso é aquele que nos leva à felicidade. Conhecemos pessoas felizes nas mais variadas atividades desde as mais sofisticadas até as mais humildes. Por outro lado, não são poucas as pessoas muito ricas, ou famosas, ou poderosas que se revelam extremamente infelizes. A pessoa aparentemente bem sucedida na profissão, no jogo, na relação amorosa, poderá não o ser de verdade. A profissão pode não ser aquela que teria livremente escolhido, o dinheiro ganho no jogo não foi de bom proveito, conquistou o amor errado, e outros enganos cometidos por falta de autoconhecimento. Entretanto, muitas pessoas ainda acreditam, erradamente, que suas vidas são como são por conta de fatores externos como origem, ambiente, educação, família, economia, sorte ou azar. Contudo, não são estas circunstâncias externas que dão a última palavra sobre se seremos felizes e bem sucedidos de um lado, ou frustrados e infelizes de outro. São de fato as crenças, pensamentos, atitudes e comportamentos enraizados nos níveis mais profundos de nossas mentes, bem como nossos pensamentos conscientes que fazem a nossa vida ser o que ela é hoje. É o modo como pensamos que faz nossas vidas serem o que são. Nós somos um produto dos nossos próprios pensamentos. Todo o conhecimento que a humanidade conquistou ao longo da existência está contido em nossa massa genética. Tudo o que seríamos capazes de realizar. Tudo o que deveríamos estar realizando. O nosso subconsciente tem todas essas informações registradas em seus arquivos. Basta aprendermos a acessá-las. Em termos de vocação profissional, por exemplo, não é pequeno o numero de adolescentes que concluem o ensino médio desprovidos da menor ideia da área na qual deverão se preparar profissionalmente. Conhecemos, inclusive, muitos profissionais que depois de dedicar a melhor parte de suas vidas em determinada formação acabam por se realizar em atividades bem diferentes. Em minhas atividades de consultoria testei inúmeras vezes, com bastante sucesso, uma forma muito simples de identificar a verdadeira vocação de profissionais que não se sentiam felizes em seus postos de trabalho. Pedia-lhes que tentassem se lembrar das primeiras figuras que gostavam de desenhar, repetidamente, nas suas mais tenras infâncias. A partir dessas simples figuras de sol, lua, árvore, animais, casa, árvore, montanha, etc, desenvolvíamos, juntos, um processo de identificação vocacional que não raras vezes causaram mudanças radicais nas vidas profissionais dessas pessoas. Na verdade trazemos, em nossa carga genética, todo o potencial para realizarmos, durante as nossas vidas, determinadas coisas que tragam o progresso não só nosso, enquanto indivíduo, mas de toda a espécie humana. Este conceito faz parte da Teoria da Evolução das Espécies de Charles Darwin (1859). Para as demais espécies vivas é muito fácil cumprirem com os seus objetivos: seguem apenas os seus instintos. Se surge alguma resistência, como por exemplo, um novo predador ou mudança climática, automaticamente seus organismos reagem provocando uma mutação genética para que consigam se defender do agressor. Este fenômeno pode ser observado no caso dos micro-organismos, como vírus e bactérias, que conseguem se tornar resistentes aos antibióticos criados para combatê-los. Os humanos, no entanto, tornaram-se reféns da própria evolução ao serem dotados da capacidade de pensar. A evolução fez com que a espécie humana fosse perdendo, paulatinamente, a sua capacidade de se valer dos instintos e intuições para resolver os seus problemas. Processos cognitivos de arquivos recentes foram priorizados, em detrimento às consultas em arquivos mais profundos localizados no subconsciente. Como efeito colateral da evolução da cultura, nós, os civilizados, educados para pensar e agir racionalmente, de tanto utilizar a nossa consciência acabamos por esquecer os endereços dos valiosíssimos arquivos depositados em nosso subconsciente.

Texto extraído do livro “O computador de bordo” da minha autoria. - Editora 24 horas

JJ Fontes
Enviado por JJ Fontes em 29/09/2013
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