A SAÚDE NO BRASIL
 
Durval Carvalhal

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          A saúde, no Brasil, era inexistente. Não havia quase nada no período colonial, resumindo- se ao pajé com suas ervas e cantos, bem como aos boticários que viajavam pelo País e quatro médicos que existiam em 1789 no Rio de Janeiro.
       Com a transmigração da família real portuguesa para o Brasil, criaram-se o Colégio Médico-Cirúrgico no Real Hospital Militar da Cidade de Salvador e a Escola de Cirurgia do Rio de Janeiro para atender as necessidades da corte.
       Na República Velha (1889-1930), a falta de saneamento básico era a tônica, convivendo-se com varíola, malária, febre amarela, e só no primeiro governo de Rodrigues Alves (1902-1906) houve a primeira medida sanitarista no país, que convocou o médico Oswaldo Cruz para enfrentar o problema. Mas o fez de forma ininteligente e violenta, gerando a Revolta da Vacina e a indignação de Ruy Barbosa: “Não tem nome, na categoria dos crimes do poder, a temeridade, a violência, a tirania a que ele se aventura”.
          Mas pouco foi feito no âmbito da saúde, até a chegada dos imigrantes europeus, a primeira massa de operários do Brasil, que pressionaram e conquistaram um modelo de assistência médica para a população pobre daquela época.
        Com Getúlio Vargas, em 1930, cria-se o Ministério da Educação e Saúde que mudou um pouco o quadro da saúde pública, posto que a prioridade ficou com a educação, e só em 1967, pelas mãos dos militares, criou-se o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), quando se aumentou em 500% o número de leitos, mas logo foi substituído pelo Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS) em 1978 que vige até os dias atuais, fundamentado na medicina curativa.
            Com o advento da Nova República em 1985, esperava-se que novos horizontes se abririam para a saúde brasileira. Ledo engano! As falhas na saúde pública brasileira continuram gritantes, favorecendo o vertiginoso crescimento dos planos de saúde para atender a classe média generalizada que paga caro e não é bem atendida. E mesmo com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), em 1988, a saúde pública no Brasil é lastimável para a grande maioria dos brasileiros.
          No governo FHC, de 1995 a 2002, o sucesso do Plano Real trouxe um sopro de esperança para o País. Ledo engano! Criou-se a Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira (CPMF) para aplicação exclusiva no custeio da saúde; mas, o descompromisso com a nação brasileira desviou as dezenas de bilhões arrecadados para outras áreas.
        Todavia, no governo Lula, de 2003 a 2010, não foi diferente. Mesmo contando com os recursos da CPMF, que vigeu até 2007, não se fez nada, nada pela saúde, porque os recursos foram igualmente desviados para outras áreas.
        No governo Dilma Rousseff, a saúde também foi totalmente desprezada, cujo setor é avaliado como dos piores: “os maiores índices de desaprovação foram nas áreas de segurança pública e saúde, que atingiram 67% e 66%, respectivamente”. E não fossem os gritos do movimento de junho de 2013, nada teria sido feito.
   Como tentativa de resposta à indignação popular, a presidente, sem planejamento e de afogadilho, lançou o programa “Mais Médico” com enormes inconsistências, gerando inúmeras críticas. Dará certo? Oxalá!
       Mas SAÚDE é um composto, no qual se envolve muita gente. Precisa-se de hospital ou posto médico, profissionais de limpeza, administração, diretoria, recepção, pessoal de portaria, segurança e principalmente profissionais de saúde, como nutricionistas, médicos, cirurgiões-dentistas, enfermeiros, fisioterapeutas, auxiliares de enfermagem, psicólogos,  além de auxiliares da copa, equipamentos e remédios. Portanto, o médico é só mais um detalhe.








 
Durval Carvalhal
Enviado por Durval Carvalhal em 13/09/2013
Reeditado em 18/09/2013
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