Resignação

É muito fácil para qualquer pessoa falar de coisas boas, de momentos felizes, o mais difícil, porém, é abordar sobre o fim. Muitas pessoas descobrem que estão prestes do fim como seres materializados. Essa notícia deve arrasar; aniquilar esperanças; frustrar o dia de amanhã; já que se passa a viver somente o hoje.

Já vi muitos exemplos de coragem e de resignação, já que a morte não é coisa para brincadeira. É algo que não foge à regra. Qualquer um de nós está sujeito ao momento derradeiro.

Não gostamos de falar sobre isso. Até para o escritor há um fino e indelével medo de se abordar sobre algo que não desejamos para ninguém, mas que se trata de algo inalienável na concepção universal. Entretanto, em alguns momentos são necessários que venhamos a refletir e a abordar essa questão como uma fonte de crescimento e de evolução, pois as pessoas têm medo do porvir.

Resolvi escrever sobre o tema ao ver a foto de nosso ídolo do basquetebol. Todos temos conhecimento que o Oscar Schmidt está com um tumor no cérebro. Ele passou por cirurgia em 2011. Teve de se submeter a outra intervenção cirúrgica porque o tumor apareceu de forma mais aguda.

Interessante o grau de altivez e de resignação que enxergamos na atitude desse nosso ídolo. Ele deixou de ser grande atleta para continuar exercendo a função de grande exemplo como ser humano.

Veja o que ele disse ao site da globo:

- Estou fazendo o tratamento e espero que resolva. Se não resolver, paciência, minha vida foi muito boa. Ele (o tumor) veio de novo e, desta vez, veio malvado – disse o Mão Santa em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo.

Outro exemplo que quero ilustrar como ato de resignação e amor à vida, veio da conduta de alguém que já foi chamado por Deus, mas que deixou um legado de paciência e de amor. Falo do ex-vice-presidente José Alencar. Ele sofreu inúmeras cirurgias por conta do câncer. Mas, saia do hospital bem debilitado e ainda assim, reconhecendo sua função de homem público, só tinha palavras de grandeza para se referir ao seu sofrimento. Ele também dizia que se conformava com a vontade de Deus e se tinha que sofrer estava lá para enfrentar seu destino. Ele dizia: - Se não fui antes é porque Deus ainda me quer um pouco aqui com vocês.

São essas grandes coisas que levam as pessoas a serem generosas e a seguirem o caminho do bem. A meu ver nossos ídolos só são completos no seu papel de celebridade quando ultrapassam a própria arte para, através de seu foco, construir nas pessoas as ideias de grandeza espiritual.

Assim, só temos a agradecer ao Oscar Schmidt pelo fato de ele ser, além de um grande ídolo, alguém que cultua a grandeza de ser humilde e de reconhecer que a hora derradeira só cabe a Deus comandar.

Machadinho
Enviado por Machadinho em 29/05/2013
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