Estudo

A determinação do nível do marcador de proliferação Ki67 no câncer de mama por meio de imunohistoquímica (IHC) está associada com boa reprodutibilidade intra observador, mas baixa inter observador, de acordo com os resultados de um estudo internacional, em andamento.

O coeficiente de correlação intra classe (ICC) para a reprodutibilidade intra observador foi de 0,94, indicando um alto nível de concordância. O ICC global de variabilida de inter observador foi de 0,77 para as lâminas coradas centralmente e de 0,59 quando as lâminas foram coradas localmente pelo laboratório participante. Quanto mais próximo de 1,0 for o ICC, menos variáveis ​​são os resultados.

"Nós já confirmamos as conclusões que muitos haviam suspeitados, o qual relata sobre a grande variabilidade entre os patologistas", comentou o Dr. Torsten Nielsen, Patologista Clínico e cientista da University of British Columbia, no Canadá. De fato, a média de valores de Ki67 variou de 7% a 24%.

A variabilidade inter observador é maior do que a normalmente consideradacomo aceitável em uma ferramenta de tomada de decisão clínica e uma pobre reprodutibilidade analítica é a principal razão pela qual não exista uma diretriz preconizada para os testes de Ki67 atualmente disponíveis.

O Ki67 é um marcador clínico válido, com prognóstico possível e provavelmente com qualidades preditivas e havia sido utilizada como um objetivo final nos ensaios clínicos de terapia endócrina neoadjuvante.

"A boa notícia é que os observadores individuais poderiam ser razoavelmente coerentes em sua coloração própria e metodologia de pontuação e, assim, a esperança é que poderíamos construir sobre essa ideia, para tentarmos descobrir quais métodos são mais consistentes e poderiam ser adotados por outros patologistas ", acrescentou Dr. Nielsen. Os métodos formais de contagem de células apresentaram resultados mais consistentes do que as estimativas visuais.

O estudo de reprodutibilidade internacional consistiu em duas fases. A primeira fase focou para a reprodutibilidade do IHC-Ki67 detectado em oito experientes laboratórios de patologia, com sede no Canadá, França, Itália, Reino Unido e EUA. Um total de 100 casos de câncer da mama organizados em microarraysem tecido de 1 mm de núcleo (TMA), foram coradas centralmente utilizando o anticorpo MIB-1 e os laboratórios solicitaram a marcação dos níveis de Ki67 com base no preferido método(s) de pontuação local visual. Os laboratórios também coraram suas próprias lâminas para verificar se isto afetaria os resultados.

A segunda fase do processo está em curso e envolve o desenvolvimento de um sistema de pontuação padronizado. Onze laboratórios estão participando nesta fase do estudo, que envolve patologistas marcando uma série de imagens de TMA baseadas na web, lâminas de TMA e, a longo prazo, cortes de tecidos extraídos de biópsias.

Comentando o estudo, o patologista Professor W. Fraser Symmans do MD Anderson Cancer Center, em Houston, Texas, EUA, disse: "Nós, os patologistas somos criaturas com hábitos, no entanto, todos têm hábitos diferentes."

Professor Symmans acrescentou: "A imuno histoquímica para a Ki67 não é, no momento, confiável para uma medição precisa da fração de proliferação do câncer de mama." A justificativa para a utilização da IHC consiste em ser um método simples e barato, que está amplamente disponível e então poderia estar integrado na prática, se um método padrão de identificação pudesse ser desenvolvido.

"Nós somos, de alguma forma, treináveis," disse o Professor Symmans. "Houve alguma melhora com o uso de uma ferramenta online, que não alcançou significância, mas claramente houve alguma melhora." Um método de interpretação padronizado poderia ajudar a melhorar a reprodutibilidade de pontuação do Ki67, concluiu.

Valdinei Marinho de Sousa e Valdinei Marinho de Sousa
Enviado por Valdinei Marinho de Sousa em 28/04/2013
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