TERAPIA DO LUTO
Morrer é algo tão natural quanto viver !
Mas, experimentar a falta de um ente querido que partiu, costuma ser dor muito dolorosa.
Tenho visto a perda de entes queridos ser enfrentada de maneira desastrosa, por muitas pessoas.
Isso porque não experimentam a vivência do luto como deveriam fazê-lo.
A vida é feita de ciclos que se renovam sempre, então entender que aquela fase vai passar é extremamente importante.
Somente é necessário que deixemos fluir a dor da ausência, que não se jogue embaixo do tapete a tristeza a saudades que estamos sentido, com a partida da pessoa que morreu.
A terapia do luto, é muito comum em países como Inglaterra e Estados Unidos, onde com a ajuda de profissionais como Terapeutas, Psicólogos e Psiquiatras, as pessoas enlutadas, são acompanhadas, e ajudadas a viver essa fase e não encondê-la dentro de si.
Se optarmos por esconder a dor da perda, ela se transforma com o passar do tempo em um "luto cronico".
Viver o luto é deixar fluir a dor, a saudade, a tristeza, a culpa, (se houver) o remorso (se houver) é poder falar sobre aquele que morreu. Enfim promover ao longo do tempo do luto uma catarse que alivia e esvazia o coração da dor e da tristeza.
Deixando no lugar um sentimento de saudades e amor pelo morto querido.
Há poucos anos atrás quando minha avó partiu dessa vida. Experimentei mais uma vez essa dor e tristeza, que já havia vivido em minha infância aos onze anos com a morte de minha Mãe.
A diferença foi que na meninice não pude viver esse luto tão necessário e saudável, por inúmeras razões.
Foi somente há alguns anos, quando comecei a estudar sobre a dor da perda e a necessidade de vivenciá-la, que percebi o quanto aquela dor e aquele luto ainda existiam dentro de mim, transformando-se no que a psicologia chama hoje de "luto crônico".
Aprendi que falar sobre a morte e o morrer deve ser tão natural e necessário como comer e dormir.
Tenho trabalhado multiplicando esse conhecimento valioso sempre que posso. Pois o entendimento dessa fase dolorida e como enfrentá-la, faz toda diferença na hora da separação de um ser amado.
Saber que podemos sentir tristeza, saudades, abatimento por um período, que pode ser de um a dois anos, mas que se bem vivido e entendido, passará como tudo nessa vida. O melhor é que findará sem deixar mazelas emocionais crônicas.
Há poucos meses tive a oportunidade de conviver com uma pessoa que perdeu a filha de 9 anos, com uma doença terminal, digo "oportunidade" porque pude ajudar de alguma maneira, fazendo-a compreender, que a dor que sentia era legitima e que tinha que ser posta para fora, e não guardada em um lugar a sete chaves.
Conversei muito mostrando o quanto devia, se tivesse vontade, ver fotos da menina, espalhá-las pela casa ou não.
Guardar por hora tudo que havia sido da filha ou não.
Contar sobre como tudo aconteceu sempre a qualquer hora que tivesse vontade ou não.
Chorar toda vez que o coração sangrasse de saudades.
Que falasse sobre a menina com os familiares e amigos, se isso trouxesse alivio e paz ao seu íntimo.
Que ela se permitisse estar bem uma hora, para na seguinte estar desalentada e triste.
Enfim, isso tudo faz parte do período de luto. Fase que passa como tudo o mais nessa vida. Mas que, não deixa sequelas pro resto da existência se for experimentado como deve ser. E não escondido de todos, e de nós mesmos esse estado de ânimo.
Na perda nosso coração se quebra em múltiplos pedacinhos, e com isso sangra, sangra e sangra, e esse sangue inunda nossos
olhos e face. Produzindo em nós uma "anemia emocional".
olhos e face. Produzindo em nós uma "anemia emocional".
Nossa alma esta desolada e faminta de afeto, atenção, amor, colo. Porém, se tevirmos o conhecimento que passa! E se nos permitirmos sofre, sangrar de dor, de lembranças, de amor, na medida necessária, sairemos do luto renovados, com forças novas e com valores diferentes em nós.
A pessoa que perdeu um ente amado, quando acolhida e amparada pelos seus familiares e amigos, se consola mais rápido.
E o coração que se partiu em dezenas de pedaços, começa a se colar pedacinho por pedacinho, em um movimento lento mais constante, sempre que o enlutado viver a dor da saudade, e toda vez que se deixar emocionar pelas lembranças.
Um dia a pessoa enlutada acorda e percebe que seu coração foi todo colado, e está inteiro novamente.
Claro as cicatrizes estão lá, mas agora não sangram mais, elas são feitas de saudades, gratidão e amor, por aquele que se foi.
A dor compartilhada é dor amenizada !
É muito feliz aquele, que no seu quadro de conhecimento, trás a FÉ como aliada direta para acalmar a dor da perda. A fé
é o alimento da alma combalida e anêmica pela dor da saudades.
Fé em nós, em nossas possibilidades de ser maior do que aquela enorme perda.
Fé nas Leis Naturais e Perfeitas, que nos regem, e são comandadas por um Sábio e Amoroso Legislador.
(Imagem: Lenapena)