Estudo de caso: O resgate da subjetividade numa instituição asilar - Dinâmica do colar

O Idoso asilado sofre algumas situações que refletem no seu comportamento e na sua qualidade de vida após sua inserção numa instituição asilar. O texto abaixo é o relato de uma dinâmica de grupo que organizei em meados de 2005 com o objetivo de facilitar a comunicação entre as idosas e o resgate da subjetividade de cada uma.

Dinâmica de grupo numa Instituição Asilar de Belo Horizonte

Publico: Idosas asiladas e enfermeira

Objetivo: Facilitar a comunicação entre os envolvidos e auxiliar no resgate da subjetividade das idosas asiladas.

Psicólogo:Angelo Gustavo Venâncio de Lima

Relato da experiência:

A dinâmica de grupo ocorreu durante a tarde de uma terça-feira. As idosas foram convidadas a irem à sala de TV para uma “brincadeira de presentes” como falamos, e denominamos de tarde do “colar”.

Iniciamos com um CD da cantora Dalva de Oliveira para ajudar as idosas a se soltarem, relaxarem e para que pudéssemos chegar mais próximos da história delas. Após as canções abrimos para discussão e perguntei a cada uma, o que estavam achando de estar relembrando musicas que faziam parte da vida delas. ( Essa dinâmica fazíamos uma vez por semana) A resposta era sempre de uma mistura de alegria e saudade nostálgica.

Após essa primeira parte anunciei que cada uma ganharia um presente onde pudessem sempre se lembrar desse elo “musical” que fizemos durante seis meses. Cada idosa e cada enfermeira ganhou um colar de miçangas. Assim que cada uma colocou no pescoço avisei que naquele momento seria a hora de escolherem uma pessoa querida que estivesse ali para dar o colar. Era preciso que cada uma fizesse na sua vez e que assim que desse outra pessoa também daria o seu colar a esta.

Essa dinâmica propiciou uma melhoria do vínculo afetivo entre os integrantes e ao mesmo tempo um desapego material não “forçado” como geralmente acontece com os asilados, mas um desapego que favoreceria o encontro entre todos.

Foi uma experiência muito interessante e pude verificar o quanto temos, como psicólogos, ter a sensibilidade de levar a dinâmica para o rumo onde ela possa encontrar o seu melhor fim.