Não é só no Nordeste
Até mesmo em estados do Sul, vistos como um pouco da Europa, o caos na saúde tem sido objeto de manchetes na mídia nacional. Quando isto ocorre no Nordeste enfatiza-se a questão da pobreza e falta de educação de seu povo para exigir o cumprimento de deveres por parte do governo. Provado está que se trata de uma questão de âmbito nacional, agravada pela má gestão pública. Assim como na educação, a saúde também padece de uma precária administração, com evidentes desperdícios de recursos financeiros, empregados nos chamados “elefantes brancos”, que existem, mas não funcionam.
Equipamentos sofisticados, de alta tecnologia, são estocados em almoxarifados hospitalares, sem o devido uso. Falta de organização no escalonamento de médicos plantonistas deixa a comunidade desassistida, como se houvesse dia e hora para adoecer. E isto nas barbas do poder central, a capital federal.
Não dá para admitir que seja apenas fruto de uma má gestão ou incompetência. O mais evidente mesmo é que seja resultado de tanta corrupção, desviando o nosso dinheiro para coisas espúrias.
Sempre que a Polícia Federal descobre certas falcatruas, compara-se o que daria para fazer com o volume de dinheiro desviado. Constata-se, então, que bem administrado, resolveria inúmeros problemas sociais. Infelizmente, não é só no Nordeste que vemos esse descalabro da corrupção alastrar-se cada vez mais. Ocorre em todo o país e nas regiões mais prósperas, também nas de cultura europeia.