Maconha vicia ou não?

Algumas pessoas acham que a utilização da maconha não compromete a vida em nada, que o uso da erva apenas relaxa, que não vicia e nem acarreta problemas de saúde.

Considerando que toda atividade feita assiduamente e que a pessoa não consegue viver sem ela, e que esse hábito se incorpora como parte integrante de sua vida, pode-se afirmar que isto se trata de um vício.

Portanto, a maconha vicia, sim.

O dependente, fazendo uso dessa droga de maneira diária ou constante, pode colocar em risco sua saúde tanto quanto o viciado em álcool ou cocaína. Os problemas mais comuns vão de alteração temporária da memória recente a câncer no aparelho respiratório, passando por bronquite e até crises psicóticas.

Na maioria das vezes, o dependente da maconha é um sujeito jovem, quase sempre ansioso e eventualmente depressivo que se isola da família para não comentar sobre o fato e, algumas vezes, não consegue cumprir adequadamente atividades escolares, faltando às aulas e/ou a compromissos de trabalho, por perder horários e até por se distrair no serviço, vindo a potencializar graves acidentes de trabalho - isso quando o vício se torna frequente.

O vício na maconha requer também tratamento adequado, talvez não tão custoso quanto as modalidades de terapias para combater as demais drogas, porém acarreta grande sofrimento, como qualquer transtorno mental grave.

O consumo da erva com frequência pode ser considerado vício, porém, não há relatos clínicos de casos de abstinência. Experiências comparativas com pessoas que não fumavam maconha e com usuários assíduos, que consumiam até cinco baseados por dia, num período de

mais de 15 anos, mostraram diferenças consideráveis nos resultados de memória e atenção.

Não há relatos científicos que provem a relação direta entre fumar maconha e câncer de pulmão, traqueia ou outros associados ao uso do cigarro. Nem por isso o baseado está livre de seus males. Embora existam ainda controvérsias, o fato de ser inalada sob a forma de fumaça resultante da queima da erva enrolada num papel pode acarretar consequências tão ou mais negativas que as do tabaco.

Entre as consequências danosas identificadas, as mais frequentes são de poder apresentar alguns efeitos físicos, como memória prejudicada, confusão entre passado, presente e futuro, sentidos aguçados, mas com pouco equilíbrio e força muscular, perda da coordenação, aumento dos batimentos cardíacos, percepção distorcida, ansiedade, olhos avermelhados por causa da dilatação dos vasos sanguíneos oculares, boca seca e dificuldade com pensamentos e solução de problemas.

A planta da maconha contém mais de 400 substâncias químicas, das quais 60 se classificam na categoria dos canabinoides. Basicamente o que ocorre é que ao inalar a fumaça da maconha, o THC (tetra-hidrocarbinol, um desses canabinoides) vai diretamente para os pulmões que são revestidos pelos alvéolos, responsáveis pelas trocas gasosas. Por possuírem uma superfície grande, os alvéolos absorvem facilmente o THC e as outras substâncias. Minutos depois de inalado, o THC cai na corrente sanguínea, chegando até o cérebro.

Em nosso cérebro existem alguns receptores canabinoides que se concentram em lugares diferentes, como no hipocampo, cerebelo e gânglios basais. Esses receptores possuem efeitos em algumas atividades mentais e físicas como memória, coordenação, aprendizado e soluções de problemas.

Na maioria das vezes, a maconha pode ser a porta de entrada para outros vícios, sendo que pesquisas mostram que uma parcela muito pequena de usuários de maconha migram para outras drogas. Isso irá depender da convicção do usuário, pois o acesso a outras drogas é fácil e normalmente pode ser conseguido nos mesmo locais onde é vendido a maconha.

Os usuários de maconha afirmam que conseguirão largar a droga quando bem entenderem, porém os especialistas concluem que se libertar do vício não é tão simples assim, basta você questionar isso com um dependente e pedir que faça o teste de abstinência e verá que sozinho não conseguirá ficar sem a droga.

O teste é ficar 3 meses sem o uso e fazer exame de urina a cada 15 dias para verificar se o organismo conseguiu eliminar toda a erva consumida.

Existem cidades onde pode ser feito o tratamento com ajuda médica e psicológica que oferecem Programa de Atenção a Dependentes Químicos e algumas universidades são capacitadas com Centro de Assistência Toxicológica.

Nas cidades pequenas é quase sempre mais difícil encontrar um serviço especializado, porém procure um posto de atendimento do município que tenha serviço social ou psicológico que poderá fazer as orientações iniciais. É importante conversar com o dependente e saber se ele quer ajuda, isso é fundamental para o sucesso do tratamento.

Vale lembrar que, depois de algum tempo de uso, a tendência é que o organismo irá se acostumar e até mesmo o contato com outros adictos poderá levar a fazer uso dessa e de outras drogas cada vez mais pesadas.