Neurodiversidade

Por volta dos anos 90 foi desenvolvido o interessante conceito de neurodiversidade. Originalmente essa ideia decorreu da constatação de que algumas pessoas "estranhas" podiam ser classificadas em grupos de similaridade. Em cada um desses grupos, a “estranheza” das pessoas constitui a norma.

Uma interessante consequência dessa classificação ocorre com respeito à empatia, a capacidade de adivinhar, ou melhor de compartilhar aquilo que o outro esta pensando, ou sentindo.

As pessoas comuns, os neurotípicos ou NTs, estão acostumadas a perceber nos outros os mesmos sentimentos que, nas mesmas condições as invadiriam; pressupõem saber usualmente o que o outro está pensando e sentindo em cada contexto.

As pessoas que não fazem parte desse grupo hegemônico, e que constituem a rica diversidade humana, não costumam compartilhar os mesmos sentimentos que os outros. Quando em grupo, por serem diferentes, costumam estar sempre fora de contexto, de maneira que não compartilham, usualmente, nem os mesmos sentimentos nem os mesmos pensamentos que o grupo. Para tais pessoas é absolutamente natural não ter a menor ideia do que os outros estão pensando, usual estar fora do contexto do grupo. Assim sendo, encontram-se sempre deslocados do grupo, não conseguem compartilhar silenciosamente as mesmas emoções que os outros.

Um grupo diverso do usual, no entanto, composto majoritariamente por indivíduos de outros tipos que não o NT, situa-se, normalmente em um outro contexto, de difícil acesso aos NTs, que nele se sentem deslocados. Indivíduos pertencentes a um mesmo grupo "estranho" podem compartilhar entre si, silenciosamente, as mesmas emoções, podem compartilhar os mesmos contextos.

Após a invenção do conceito de neurodiversidade, passou a ser criado um refinamento dos grupos neurodiversos, sucessivas subdivisões dos grupos revelaram peculiaridades próprias compartilhadas apenas por indivíduos pertencentes a cada subgrupo. O conceito se estendeu abarcando também características anteriormente atribuídas aos neurotípicos.

Há uma forte tendência a que, no futuro, as divisões e subdivisões acabem classificando cada indivíduo em uma subdivisão de um subgrupo.