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Um médico psiquiatra francês, Alberto Eiguer, 
também formado em psicanálise, escreveu um livro intitulado L'Inconscient De La Maison - O Inconsciente da Casa - , onde ele afirma que nossa residência é um reflexo do que somos, ou seja há uma interação entre nosso inconsciente e nosso habitat.

Mas antes dele, o Dr. Paul Shilder, neuropsiquiatra e psicanalista, já havia teorizado o conceito de que os afetos, fantasias e pensamentos que envolvem nosso corpo têm uma função imprescindível na concepção que fazemos do nosso eu, comportamentos e nas nossas relações com o ambiente.

Assim, entendemos que nossas emoções e sentimentos emprestam uma configuração específica - e por que não dizer especial - ao meio em que vivemos.

O autor do livro em questão, disse que em suas visitas psiquiátricas à incontáveis domicílios, ele observava como a residência se adequava ao estado psíquico e emocional  do morador.
 
Quanto mais profunda era a crise do paciente, maior era a bagunça e a desordem, sendo que em alguns casos tinha até alimentos misturados com roupa, e a sujeira se confundia com a limpeza. 
 
Também segundo ele, o território do paciente psicótico quando em período crítico, se modificava totalmente, chegando ao ponto de a cama ir parar no corredor ou em um outro comodo já que o paciente perdia completamente o seu espaço pessoal.

Podemos dizer então que o ser humano reproduz à sua moradia aquilo que vive dentro de si.

Outra coisa que o autor menciona é que muitas vezes guardamos coisas sem uma razão aparente. E esses objetos podem representar segredos de família que não podemos trazer à lembrança como desejaríamos mas que também não conseguimos eliminar.

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E acrescenta que nossa habitação é carregada de memórias e o modo como distribuimos as peças decorativas traduz hierarquias e dinâmicas psíquicas.

E por fim termina dizendo que é o afeto que dá sentido a cada peça e a cada canto em uma residência.
 
http://vidadeumaborderline.blogspot.com.br/2012/08/o-inconsciente-da-casa.html