Um dos objetivos do lutador de MMA (Mixed Martial Arts) é produzir no seu adversário uma concussão cerebral. A concussão é uma forma mais branda de lesão cerebral difusa, de origem traumática, estando incluída nos tipos mais leves de traumatismo cranioencefálico. Os mecanismos da concussão são a aceleração e a desaceleração bruscas, geralmente rotacionais; o cérebro literalmente “sacode” dentro da caixa craniana. Esses mecanismos ocasionam distúrbios transitórios da função dos neurônios, principalmente repentinas mudanças nos níveis de neurotransmissores. Acredita-se que os níveis de glutamato, um neurotransmissor excitatório, elevam-se e o cérebro entra em um estado de hipermetabolismo, com “quebra” exacerbada da glicose. Uma concussão cerebral clássica dura não mais que 6 horas.
    Entretanto, para derrotar o oponente, basta que o lutador desfira um golpe certeiro, deixando-o confuso, levemente sonolento ou tonto, sintomas de uma concussão bem mais leve. No decorrer das horas que se seguem, o indivíduo que sofreu o golpe pode apresentar dores de cabeça, dificuldade para concentrar-se, esquecimento e alterações do humor. A concussão, por definição, não gera anormalidades aos exames médicos complementares, como a tomografia computadorizada.
     Assim ocorreu na última luta do card principal do UFC 148, por muitos, a mais esperada de todos os tempos. Após joelhada certeira na cabeça de Chael Sonnen, quando este ainda se encontrava ao solo, Anderson Silva iniciou uma sequência de vários golpes. O juiz, percebendo Sonnen tonto e vulnerável, de guarda baixa, decidiu por encerrar a luta e conceder ao brasileiro a décima sexta vitória consecutiva. Ele não é derrotado desde 2006. Apesar dos números, o golpe mais contundente de Anderson Silva foi mostrar que somente palavras não fazem um campeão; é preciso oportunidade e atitude.   

 Por Leonardo Faria.

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Enviado por mindasks em 09/07/2012
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