Ansiedade - Medicamentos e Terapias Naturais, mudanças do hábito de vida
Publicado originalmente no informativo da Lemnis Farmácia, Belo Horizonte - MG, em 16.03.2010.
Título Original: ANSIEDADE – Medicamentos naturais, terapia artística, musicoterapia, massagens e mudança do hábito de vida como outras perspectivas para o tratamento.
Por que sentimos ansiedade?
A ansiedade em si não é de todo ruim. Ela é positiva para o desenvolvimento do ser humano, pois nos dá motivação para realizar nossos objetivos. Sem ansiedade, seríamos todos acomodados, e a humanidade não teria atingido o grau de evolução atual.
Também sentimos ansiedade por bons motivos, e isso é absolutamente saudável. Pode ser um novo emprego, uma mudança de cidade ou até de país, aquela reunião que pode mudar o rumo da empresa... Pode ser a preparação para uma festa ou evento, cuidando para que tudo dê certo. Pode ser a volta à cidade natal, depois de uma longa ausência; ou um encontro especial. E no esporte, quem não curte aquela decisão nos momentos finais? Sem esse gostinho de expectativa, de “será que vai dar certo”, a nossa vida não teria graça.
O problema está na desarmonia. Tanto a ansiedade em excesso como a falta dela trazem graves prejuízos à saúde. Ansiedade demais causa gastrite, dor de cabeça, tontura, irritação por motivos banais – todo mundo sente na prática. Quem não demonstra ansiedade, por outro lado, está sempre de cabeça baixa, sem interesse pela vida e pelos outros. Reprimir os sentimentos é ainda pior, pois a pessoa que manifesta ansiedade pelo menos não sofre sozinha e tende a dividir suas angústias.
É possível “medir” a ansiedade?
A pessoa ansiosa já toma um grande passo, se puder medir e identificar as situações que alteram o seu estado de espírito, ainda que de forma subjetiva. Uma dica dos especialistas é registrar em um diário tudo aquilo que eleva o nível de ansiedade. Existe até uma escala de 0 a 100, criada pelo psiquiatra Joseph Wolpe em 1967 e conhecida pela sigla USP que significa “Unidades Subjetivas de Perturbação”.
Segundo Wolpe, o grau de desconforto é revelado pelos batimentos cardíacos (pulso), respiração, temperatura das mãos e pés, sudorese, e tensão muscular. Por exemplo: uma pessoa totalmente relaxada em um sofá ou cadeira, pensando em imagens descontraídas, corresponde à nota 0. A leitura de um livro, na mesma posição confortável, sobe a nota para 20 (ou mais, conforme o tipo de livro). O pico de estresse – que corresponde à nota 100 na escala USP - é atingido nas situações de fuga: um acidente grave, inundação, catástrofe, etc. A maioria dos adultos vive hoje na faixa dos 20 a 50 pontos. Esse número aumenta com a tensão no trabalho, medo da violência, trânsito, problemas familiares...
Qual a chave para viver equilibrado (a)?
Algumas situações que trazem desconforto podem ser evitadas; outras nem sempre. Faz parte da natureza humana fugir das experiências que nos incomodam – mas é preciso ficar atento para essa fuga não prejudicar nossa rotina. Se não estou acostumado a falar em público, é natural sentir medo nas primeiras palestras. Afinal ninguém é perfeito, e ninguém nasce sabendo. Mas quem pretende seguir carreira na área precisa lidar com essa nova situação. Se tenho medo daquela rodovia movimentada, e que não acesso com tanta freqüência, é claro que vou preferir o caminho mais tranqüilo. Mas para quem vive nas grandes cidades, o trânsito é uma constante, e é difícil evitar. Outra situação comum: Quantas vezes resolvemos por e-mail aqueles problemas que poderiam ser discutidos ali, cara a cara, só por medo de enfrentar o colega ou chefe?
Portanto, quando a ansiedade se manifesta com freqüência em nossa vida, e sem causa aparente, alguma coisa está errada. Se o simples fato de imaginar aquela situação estressante já causa desconforto, é bom procurar ajuda médica, e rápido!
Tratamento
Primeiro, é preciso identificar se é uma ansiedade passageira ou um problema crônico. No primeiro caso, uma mudança na rotina pode trazer vários benefícios.
Uma vez confirmado o diagnóstico, o tratamento da ansiedade é bem diversificado. A psicoterapia é um recurso bastante empregado, e os resultados são eficazes e duradouros. Alguns medos são “típicos” de um grande número de pessoas: medo de dirigir, medo de sangue, medo de falar em público... Se for o caso, é interessante associar-se a grupos de terapia e ajuda mútua.
Medicamentos químicos, que alteram os neurotransmissores cerebrais (ansiolíticos), exigem cautela, pois podem causar dependência além de outros efeitos colaterais. E nunca se deve iniciar nem abandonar um tratamento com essas substâncias sem um rigoroso acompanhamento médico.
A terapia artística também traz resultados interessantes, pois ensina a pessoa a aceitar mais naturalmente os próprios erros. Em vez de “passar a borracha” em cima, podemos transformar aquele borrão inesperado numa linda paisagem. Musicoterapia também é uma ferramenta poderosa, mas ainda pouco utilizada. Até o tipo de música que ouvimos no dia a dia pode melhorar – ou piorar - o nosso humor.
Massagens com óleos relaxantes, como Lavanda, também são muito bem vindas. Às vezes nos esquecemos que a pele é o maior órgão sensório do nosso corpo, e que absorve com facilidade as substâncias do meio externo. O nosso nariz possui ligação direta com as emoções. Mas prefira produtos à base de óleos essenciais vegetais, que atuam de forma curativa, muito mais completa do que um simples aromatizante.
A atividade física ajuda a aumentar aquela sensação de bem estar, citada no início, e melhora a resposta do coração aos estímulos externos. É prudente escolher uma atividade adequada à sua constituição, ao seu estilo de vida; e não esquecer da orientação médica. Pode ser corrida, natação, esportes coletivos, ioga, pilates, não importa. O ganho em qualidade de vida é bem visível.
Numa visão médica holística, que vê o paciente como um todo, a ansiedade nunca deve ser vista como “a doença” em si; ela é parte de um quadro maior. O médico ou terapeuta deve sempre tentar investigar as causas da ansiedade, para então sugerir mudanças no estilo de vida e na rotina do paciente. O tratamento mais eficaz é aquele cujos resultados persistem por muito tempo, mesmo após o término.
No organismo humano, tudo está interligado, e é por isso que a ansiedade causa distúrbios digestivos. As doenças psíquicas freqüentemente têm origem metabólica, e vice-versa. Para essa interação entre corpo e mente, dá-se o nome de psicossomática.
Medicamentos homeopáticos e antroposóficos vêm se destacando cada vez mais no tratamento da ansiedade, pânico, estresse e outras doenças comuns da atualidade, pois eles tratam o conjunto, e não o sintoma isolado. E a desculpa de que eles são “mais fracos”, ou “mais suaves” não cabe mais. Pesquisas recentes mostram resultados comparáveis ou até mesmo superiores aos ansiolíticos convencionais.
Uma das plantas mais utilizadas na medicina antroposófica é o Bryophyllum calycinum, indicado por Rudolf Steiner. Por sua extrema vitalidade e capacidade reprodutiva sem igual no reino vegetal, ela é capaz de revitalizar o sistema nervoso desgastado. Sua ação é potencializada por um processo exclusivo da Weleda (www.weleda.com.br), onde o solo é adubado com um composto à base de prata – metal ligado à lua, às emoções e sentimentos.
Informe-se com seu médico ou com um farmacêutico antroposófico.
Bibliografia
Alberti, R., Emmons, M. Como se tornar mais confiante e assertivo. Rio de Janeiro: Sextante, 2008.
McCaffrey R, Thomas DJ, Kinzelman A. O. The effects of lavender and rosemary essential oils on test-taking anxiety among graduate nursing students. Holistic Nursing Practice v. 23, n. 2, p. 88-93, mar-apr 2009.
Moraes, W. A. As bases epistemológicas da medicina ampliada pela antroposofia. 2. Ed. São Paulo: ABMA – Associação Brasileira de Medicina Antroposófica, 2007.
VIDA SIMPLES. São Paulo: Abril, n. 83, set. 2009, p.12.
"SE PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO"
“BRYOPHYLLUM ARGENTO CULTUM É UM MEDICAMENTO. SEU USO PODE TRAZER RISCOS. PROCURE O MÉDICO E O FARMACÊUTICO. LEIA A BULA”.