Energia Energia curativa.
Acabo de me submeter a todos aqueles exames que os médicos recomendam que se façam uma vez por ano...
Impressiona-me tudo aquilo que muda de um ano para outro nos consultórios médicos. A ciência médica não cessa de progredir mas muitos não têm acesso a esse progresso. Meu bom amigo Agenor, freqüentemente expõe tudo aquilo que na América Latina se desenvolve em forma de tratamentos e de cura. A medicina alternativa atrai o povo pobre que não pode pagar consultas privadas e remédios das multinacionais farmacêuticas e nem conta com um sistema de saúde digno.
A medicina alternativa interessa também aos que, por convicções espirituais, sabem que na base de cada doença há alguma ruptura ou ameaça do equilíbrio e da comunhão da pessoa consigo mesma, com o outro, ou com o universo.
Existem inúmeras explicações e diferentes propostas de cura. Muitos médicos consideram inoperantes os métodos alternativos, e até prejudiciais. Por outro lado, muitos adeptos desses métodos de cura ignoram e condenam os médicos e remédios oficiais. Graças a Deus, em diferentes lugares, já se vêem uns e outros trabalhando em comum e se complementando. Procuram unir pressupostos culturais das terapias tradicionais, indígenas ou orientais e, ao mesmo tempo, recursos e avanços da medicina moderna que não agridam o organismo, nem deixem de ver a pessoa em seu conjunto individual e social.
Médicos e enfermeiros podem medir o colesterol ou a insulina no sangue. Verificam a pressão arterial, mas não têm instrumentos para sanar a causa da solidão, carência afetiva, mau humor e tristeza. As religiões antigas nos lembram que curar não é só recuperar a saúde perdida, mas conquistar um novo equilíbrio. Se a doença é, de fato, uma ameaça à vida, pode ser também profundo apelo a uma mudança. Quantas pessoas, a partir da experiência de uma doença grave transformaram o seu modo de viver.
Todas as religiões concordam que o projeto divino para o ser humano não é uma salvação que atinge apenas uma parte da pessoa ( o espírito), mas se deve traduzir em força de cura e de vida. Se a maior energia curativa é o amor, nos enganaríamos a nós mesmos se fizéssemos uma religião que funcionasse como uma espécie de supermercado, onde
encontrássemos à disposição apenas receitas de curas. Deus seria, caro leitor, uma espécie de tapa-buraco à disposição de nossas carências egocêntricas ou regressivas.
A proposta da fé e de uma espiritualidade profunda é a de religar ( daí vem o termo “religião”) a pessoa consigo mesma, com os outros e com o universo numa relação de amor. Na maioria das religiões, a fonte de todo amor chama-se Deus. Para quem crê, a relação com Deus é terapêutica e nos leva a viver a cura de nossas feridas interiores e físicas como forma de acolher profundamente a vida recebida de Deus como dom e missão.
Um método usado em toda tradição espiritual para se alcançar a cura através da intimidade com Deus é a oração, tanto a prece da pessoa enferma, como a intercessão da comunidade, de parentes ou amigos ou de alguém dedicado a esse ministério espiritual. Nunca podemos prever o resultado de uma intercessão que fazemos a Deus por alguém, mas a fé nos garante que toda oração é escutada.
No cristianismo, os relatos evangélicos das curas que Jesus Cristo faz revelam que o amor de Deus atua como força curadora e como “amostra-grátis “do Reino de Deus, futuro do mundo e da vida como Deus quer que seja para todos. Conforme os Evangelhos, cada vez que Jesus cura alguém ele mostra estar recriando a pessoa. Nessa relação de fé a pessoa é curada se aceitar ser realmente nova. Deus é amor, como diz São Paulo na carta aos romanos: ‘Nada nos separará do amor divino. Nem a morte, nem a vida, nem os poderes do céu e da terra nos poderão fazer mal”.