VICTOZA: O QUE A " VEJA " NÃO VIU...

E ao povo iludiu:

É fato gritante entre nós, público, que as notícias de saúde "bombam" na mídia, seja na mídia televisiva ou das rádios, como também na Internet, através dos sites de busca da web, principalmente quando surge alguma novidade no mercado farmacêutico que promete modificar a evolução natural duma doença crônica como, por exemplo, são a obesidade e o diabetes melito TIPO II.

A duas entidades nosológicas andam tão juntas que hoje na comunidade científica já se usa o termo "DIABESIDADE" para ilustrar a simbiose entre ambas.

Bem, mas o meu objetivo aqui não é falar das ciências médicas, longe disso, e sim alertar sobre a avalanche de noticiários e de reportagens que buscam trazer em primeira mão as informações quase sempre muito leigas e deturpadas ao público leitor ou espectador, principalmente aos que anseiam perder peso, sem que as pessoas tenham como se proteger dos interesses jornalísticos de se fazer notícias bombásticas.

No mundo de hoje, tocado ao torque do tempo, do Ibope e do lucro, as novidades científicas da indústria farmacêutica deixam até os profissionais do meio científico um tanto ressabiados quando se lança novos medicamentos "milagrosos" para esta ou aquela doença, em evidente detrimento dos medicamentos que até o presente momento funcionaram mas que agora são nitidamente bombardeados como obsoletos,algo fora de moda. É preciso muito cuidado e muito senso de crítica para não se iludir antes do tempo. Saúde não é questão de moda. É direito Natural e tem que ser preservada.

Mais recentemente quantas fórmulas de sais que surgiram nas quais se investiu exorbitantes quantias em pesquisa científica e que após um curto período de lançamento no "mercado" tiveram que ser retiradas às pressas das farmácias em decorrência dos seus graves efeitos colaterais?

Perderíamos as contas...

A maioria das medicações que causaram problemas foi justamente a categoria que hoje é tão freneticamente estudada para os distúrbios crônicos do metabolismo do açúcar e das gorduras, tão comuns entre nós, principalmente nos diabéticos, todos eles relacionados com aumento de peso e prejuízo da estética, e portanto, da auto-estima das pessoas.

A última reportagem da VEJA sobre VICTOZA, um medicamento que NÃO VISA PRIMARIAMENTE A PERDA DE PESO e sim restabelecer os mecanismos naturais perdidos nos diabéticos, os que garantem uma glicemia normal,talvez não tenha avaliado os efeitos catástróficos sobre o leitor leigo que procura a perda de peso de maneira milagrosa. "Parece milagre" prometia a mensagem da capa.

Milagre... NÃO EXISTE, NÃO EXISTE, NÃO EXISTE.

Foi um "frenesi..."

Salvo em algumas poucas exceções em que a obesidade e tudo que dela decorre tenham fatores claramente identificados e sanados, a grande maioria dos casos está relacionada a hábitos de vida equivocados, dentre eles a má alimentação com flagrantes erros alimentares e o sedentarismo perene, portanto, há que primeiramente se corrigir o estilo de vida.

Qualquer tentativa de emagrecimento que não leve em conta o estilo de vida é um caminho mal direcionado e sem sucesso.

Emagrecer com saúde é, sobretudo, rever alguns conceitos equivocados de vida, e tal ato deverá ser aconselhado pelos profissionais da área, geralmente um equipe multiprofissional, e não pelas reportagens da mídia leiga e sensacionalista.

Considerar-se um "expert" em saúde apenas se baseando nos furos da mídia quanto aos remédios milagrosos é no mínimo irresponsabilidade consigo e, convenhamos, um grande "mico" científico.

Lamentável o que tem acontecido no Brasil no que tange à instigação de tantos "leigos técnicos em saúde" e em tudo o mais, através dos meios de comunicação.

Mais do que na hora de a ANVISA rever e fiscalizar alguns conceitos de ciência farmacêutica jornalistica e bombástica.

Orientações em saúde conferidas por profissionais da área são sempre bem vindas e muito produtivas, sempre que não levem o expectante espectador à auto medicação, muito menos ao diploma de "médico leigo".

Dizem que "de médico e de louco todo mundo tem um pouco".

Difícil é perceber que os médicos são tão poucos a despeito de tantos loucos leigos médicos...