PRINCIPAIS CAUSAS DO ISOLACIONISMO SOCIAL E SUA SOLUÇÃO

Época: Dezenove horas e trinta minutos, de qualquer dia da década de 40 a 50. A mãe diz para os filhos pequenos: _Vamos minha gente, levem as cadeiras para a calçada, que a mamãe está acabando de enxugar as louças e a vizinhança já está quase chegando para o bate-papo.

Carregando a cadeira (uma por vez), dois filhos menores carregam a cadeira da mãe, enquanto o pai, sempre “senhor de seus deveres”, leva a sua cadeira. Em pouco mais de 20 a 25 minutos está formada a “tribo decisória, fofocatória”: vários casais se sentam formando um retângulo de cadeiras e começa o bate-papo.

Enquanto isto, a meninada brinca de “pique”, escondendo-se entre os pés de mamona do lote em frente “à assembléia”, aproveitando para fazer suas gracinhas e alguns para fazer suas declarações de amor, não raro com um beijo no rosto e ema alisadinha no “bum-bum”, da escolhida.

Roberto começa contando os problemas que teve que enfrentar; a esposa o apóia com um: “Coitado, é só trabalho!”. Josué ouve o entrave maior que Roberto não conseguiu se safar e dá sua sugestão para ajudar a resolver. Plínio discorda um pouco, acrescentando algumas modificações. Rosa concorda em parte, mas acha que falta algo. Alexandre, seu marido completa a solução e todos sorriem alegremente.

Plínio aproveita para contar uma anedota, que provoca risos gratificantes.

Outras discussões surgem e inúmeros problemas são resolvidos, ou a solução é levada para casa, onde cada um se compromete, silenciosamente, a ajudar no encontro da resposta amanhã, ou quem sabe daí a uma semana, ou um mês, dependendo da complexidade.

Desta descrição, podemos tirar uma lição: “Por mais complicada que fosse o problema, sempre alguém ajudava a resolver o “pepino” do outro.

De repente a sociedade começa a ser provocada a fingir-se de importante, pelos meios de comunicação, melhor dizendo de divulgação de desgraças e histórias de safados espertalhões, que ao contrário de derem presos “ad eternum”, são coroados “anjos sarneientos”.

A população começa a fingir de esperta, as cadeiras começam a desaparecer da calçada e em seu lugar surgem marginais capazes de roubar as cuecas dos incautos.

Os problemas passam a ser varridos para baixo dos tapetes, as maquiagens escondem as rugas, as pinturas das casas passam a esconder possíveis trincas e a “gororoba” passa a ser ingerida, invés de refeições gostosas, pois o “tomóvel” precisa ser pago mensalmente, para fingirmos que ganhamos muito dinheiro e temos mobilidade até para o “raio eu os partam”.

Doentes morrem, acidentes acontecem, desempregos surgem, mas o “nariz arrebitado” continua registrando o falso rico.

A politicalha percebe a oportunidade, engana os tontos e se elege com uma única finalidade: “propinar”.

A situação fica tão difícil, que a imprensa resolve vender sabonetes, dentifrícios e automóveis da marca “Bela Viola”, onde as revisões precisam trocar quase que de motorista, para o “veiáculo” continue fazendo inveja no vizinho.

A realidade surge: “O Brasil é o primeiro país no mundo em portadores de Estresse!”.

Se continuarmos “obamando” e “kadafiando” daremos chance para que colorimentos sejam lançados, depois de “propinadas” repartidas, palhaços dirijam a nação e para garantir que a situação se manterá, elege-se um “popozudo” que encherá de socos quem se atrever a resmungar, ou levaremos uma “embaixada” disfarçante pelo eleito “robário”, criando tudo isto a DEPRESSÃO como primeira causa de incapacidade para o trabalho no mundo, no ano da Copa “sinu-aero-hoteleira” fajuta que o “polvo sem dedo”, propinou, para conseguir.

Cansei de apontar desgraças! Vamos tentar achar as soluções?

Tudo deve começar de dentro para fora! Devemos nos enxergar completamente nus, buscando encontrar a visão real de nossa personalidade, numa abordagem interna e corajosa, só capaz de ser feita por gente de bem, que busca a felicidade, que não se esconde de seus erros; que sabe haver uma “Força Superior’, que só nos deseja a felicidade, a simplicidade, o amor a nós mesmos, para que possamos gostar de nosso próximo, e quem sabe, voltarmos um dia a sentarmos na calçada com nossos vizinhos e trocarmos experiências.

Tenho certeza de que se fizermos um exame interno, por escrito em um, ou vários cadernos como se estivéssemos narrando sobre um personagem, que coincidentemente leva nosso nome, sem precisarmos mostrar esta alta literatura a ninguém, mas só procurando relê-la quando acharmos tudo que podemos saber sobre nós, não o que a conveniência dita, mas a realidade, iremos achar soluções para aquele personagem, como nossos pais, aprendendo, achavam para seus amigos.

Se tivermos dificuldades para encontrarmos soluções, podemos discutí-las com nossos amigos, até dizendo que foi um amigo que nos pediu ajuda.

Creiam: “Esta é uma saída muito importante e se chama Abordagem Cognitiva-Comportamental, um luxo só!”

Façam, sem pensar: “Vou tentar!”

Simplesmente façam, pois não podemos desconhecer o nosso próximo mais próximo: “Nós mesmos!”

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