LIFESTYLE PARA A PROMOÇÃO DA SAÚDE
 
  
 
RICARDO LIMA DOS SANTOS, MS.
 
  
 
 
 
 
 
RESUMO
 
 
 
O estilo de vida é um importante determinante de saúde. Atitudes e hábitos positivos são fundamentais na esfera individual, a qual reflete no social. A saúde é vista atualmente não mais num sentido conceitual impraticável ou inatingível, mas como uma parte da vida diária, uma dimensão essencial da qualidade de nossas vidas. Condutas que levem o indivíduo a controlar fatores geradores de doenças, devem ser estimuladas, através de políticas reestruturadas, competentes e voluntariosas, valorizando projetos e estudos capazes de serem colocados em prática e de forma simples sem ser vulgar ou irresponsável, mas viáveis. A educação em saúde é outro fator determinante para a promoção da saúde, uma vez que ela é o meio de ligação entre o saber e o fazer, garantindo um conhecimento compartilhado entre os indivíduos, realçando o crescimento baseado na ajuda mútua e troca de experiências. O estilo de vida está para a promoção da saúde, assim como o homem está para a vida digna que merece.
 
ESTILOS DE VIDA
 
 
 
Quando se definiu a saúde como “um estado de bem estar físico, mental e social completo”, e não só a ausência de doença (OMS), não só gerou uma vastíssima disputa de opiniões, mas também abriu novas fronteiras no campo da pesquisa junto ao binômio saúde-doença. Estudiosos e especialistas dos mais diversos campos ligados a saúde, reuniram-se em encontros e congressos internacionais para discutirem e traçarem os novos paradigmas norteadores que a saúde tomaria. Em 1974, uma publicação Federal com o título “UMA NOVA PERSPECTIVA ACERCA DA SAÚDE DOS CANADENSES” (OPS – nº 557), destacou que a saúde das pessoas depende de muitos fatores como, por exemplo, a biologia humana, o estilo de vida, a organização da atenção da saúde e dos problemas físicos e sociais que estão presentes na vida do indivíduo. Isto nos mostra um novo horizonte, onde a saúde é vista como “uma parte da vida diária, uma dimensão essencial da qualidade de nossas vidas”. Assim, neste contexto, a qualidade de vida supõe a oportunidade de eleger e obter satisfações pelo direito de viver (OPS, 1974).
 
A partir do que foi exposto, nos prenderemos no que se convencionou chamar de “estilo de vida”, partindo do princípio de que ele é um importante determinante de saúde. O exemplo disso, dormir e descansar de maneira insuficiente reduz a nossa resistência a infeções ou a doenças degenerativas crônicas. Estilo de vida e promoção da saúde são conceitos que partem da subjetividade, contudo se complementam, interagem de maneira direta, gerando fatores em comum como, por exemplo, um dos mecanismos de sustentáculo para a promoção da saúde é o autocuidado, que se refere às decisões tomadas e as práticas adotadas por um indivíduo com a intenção específica de conservar a saúde. A pessoa com uma dieta equilibrada e que pratica exercícios regulares, é um exemplo de autocuidado. Sem aprofundamento podemos dizer que promoção da saúde seria os mecanismos que os indivíduos a partir de sua própria vontade e organizadamente, a partir de decisões intrínsecas e conscientes, valorizem o seu maior patrimônio, ou seja, a vida. O que seria então estilo de vida? Sem muito embargo, poderíamos dizer simplesmente que seria um modo de viver escolhido. O termo “escolhido” nos traduz um ato voluntário, denotando uma ação consciente, direta, sem mediações, levando ao indivíduo à responsabilidade pelos seus atos. Quando referenciados à vida como delineamento do comportamento temos o estilo de vida positivo e estilo de vida negativo. No primeiro, os indivíduos são levados a comportamentos que não comprometem diretamente a qualidade de sua saúde. Atitudes como a abstinência ao fumo, álcool, e alimentos saturados de gordura, fatores esses geradores de doenças mortais, e a adoção de hábitos como a prática de atividades físicas regulares (exercícios) e alimentação adequada às atividades profissionais e ao cotidiano são atitudes positivas. Fatores que temos completo controle sobre eles como o álcool, o fumo, a hipocinesia (sedentarismo), alimentação inadequada, sono, descanso etc., devem ser estimulados a serem controlados.
 
Outro fator que não pode ser esquecido, é o sistema político. As políticas de saúde devem conter em suas prioridades o apoio a promoção da saúde, o que confere na atualidade à busca de uma melhor qualidade de vida para as pessoas. As oportunidades devem ter características universais, para que estas políticas não sejam de caráter clientelista e elitista, beneficiando apenas uma parte da população. Os recursos necessários para a implantação e desenvolvimento de projetos nesta área deverão estar garantidos por uma política de prioridades. Os investimentos neste campo se traduzem em ações profiláticas, de prevenção, opondo-se ao modelo biomédico da cura, onde cifras elevadas encarecem e sucateia o sistema de saúde, já comprometido pela corrupção e escândalos da previdência. Políticas sérias e comprometidas com seus objetivos devem ser estimuladas pelo governo, programas implementados, projetos viáveis e de fácil execução devem ser postos em prática. São algumas receitas para se tirar um país que agoniza na UTI da saúde. Outro fator seria fortalecer os serviços de saúde comunitários.
 
A educação para a saúde pode ser compreendida como uma troca de experiência que objetiva criar oportunidades de aprendizagens e facilitar as condutas pré-determinadas em saúde. Neste campo, a educação para um estilo de vida positivo, é extremamente necessário e prioritário. A conscientização dos indivíduos com relação aos hábitos e atitudes é a pedra angular deste ponto. Como instrumento multiplicador possui uma função vital dentro de uma comunidade, trabalhando e construindo conceitos básicos em saúde, amplia o conhecimento e reforça os riscos dos fatores negativos para a saúde de todos. Informações, seminários, discussões e vivências, poderão servir de apoio as ações empreendidas. A prevenção às enfermidades é ainda o melhor remédio. Uma educação voltada para saúde possibilitará infinitas compreensões com respeito à doença, favorecendo uma tomada de posição mais efetiva diante das situações negativas.
 
O grande desafio do estilo de vida talvez seja a modificação dos hábitos e comportamentos. Isto para a promoção da saúde é de vital importância, uma vez que a mudança de padrão de conduta negativa para positiva, passa pela subjetividade e consciência do indivíduo, que sendo um ser social, gregário, dissemina em seu meio um fator positivo. O resultado disto é uma influência benigna. O importante são as pessoas perceberem que não existe um estado ideal de saúde, mas atitudes positivas em relação a ela, garantindo uma melhor qualidade de vida, e a diminuição da probabilidade de se contrair doenças. Estes são alguns determinantes com relação ao estilo de vida e podemos dizer sem receio que ele pode ser o mais fácil de se controlar para realçar a saúde.

 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 
 
 
 
A saúde do mundo (OMS). Maio de 1989.
 
Organización Panamericana de la Salud. (OMS). Promoción de la salud: Una Antologia. PC. nº 557

 
Ricardo Mascarenhas
Enviado por Ricardo Mascarenhas em 31/07/2011
Código do texto: T3129998
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