O PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA COMO UM EDUCADOR EM SAÚDE E SUA INTERVENÇÃO NA EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE:
UMA APRECIAÇÃO À LUZ DA SUBJETIVIDADE.
POR:
PROFº. Ms. RICARDO LIMA DOS SANTOS
UMA APRECIAÇÃO À LUZ DA SUBJETIVIDADE.
POR:
PROFº. Ms. RICARDO LIMA DOS SANTOS
I – INTRODUÇÃO
O tema no mínimo é subjugante, não no sentido de submeter pela força das armas, mas, pela força da palavra que traduz um pensamento de existência pessoal partilhada, que busca na doação do eu a entrega da melhor parte para contigo. Assim é a subjetividade existente no sujeito. É relativa à existência humana, direcionando-a neste entrechocar-se de idéias, sinal de evolução no pluralismo ideativo do ser.
O campo da Educação Física é um terreno fértil para a germinação de idéias inovadoras, que garantem o crescimento do todo, do social, que uma vez universalizada, estará decretada a democracia do saber compartilhado. Como então falar de Saúde neste contexto? Partindo-se do princípio de que Educação e Saúde andam juntas, poderíamos dissociar de forma pretensiosa as duas e criar uma nova leitura a que poderíamos chamar de Educação em Saúde, cujo objetivo implícito passa a ser de certa forma subjetiva e universal, de objetivo explícito em fase de franca expansão, diria até já bastante avançada.
Não existe um objetivo de estudo e sim objetivos transversais a entrecruzarem-se na área da Educação e da Saúde, determinando assim inúmeras possibilidades de campos de atuação nas mais diversas áreas do conhecimento humano. Uma destas possibilidades que vislumbramos é a área ligada ao movimento humano, a motricidade humana para ser mais específico. Isto implica numa série de considerações que vão desde o campo filosófico ao fisiológico, passando pela subjetividade que está por trás do simples fato de mover-se, porque afinal, a própria vida é dinâmica, e no movimento o homem encontra forma de estar no mundo, transformando-o e transformando-se através destas ações.
Assim, é de capital importância considerar-se esta situação do ponto de vista da Educação em Saúde, isto se refere diretamente sobre os aspectos sociais, econômicos, de afetividade e cidadania, coisas tão necessárias nos dias de hoje.
II – SUBJETIVIDADE, SAÚDE E EXERCÍCIO FÍSICO.
Neste enfoque partimos do princípio de que o exercício físico é um fazer subjetivo e que as conseqüências por conseguintes advindas desta prática, também pertencem ao campo da subjetividade humana, do individuo que o realiza mais precisamente. A Saúde pode assim ser compreendida como uma atitude, um ato em permanente movimento em busca da auto satisfação e realização, mesmo que esta condição não implique só em ausência de doença, porque neste sentido pode-se ser saudável nestas circunstâncias. O que queremos falar é que exercício físico, saúde, ausência ou presença de doença são coisas que subjetivamente coexistem em um estado psicológico no indivíduo. O fazer de nada adianta se suas conseqüências não são percebidas, passa a ser algo estéril, um ativismo inconseqüente, um fim em si mesmo, sem sentido próprio, bastardo em sua essência, o que rouba o status de auto-realização e satisfação plena pelo que se faz.
Neste instante, nos referimos à realidade como um processo de percepção subjetivo. Desta forma a realidade se apresenta pela forma que o indivíduo percebe o mundo, gerando impressões pessoais acerca desta como tal e qual se dar a conhecer. O exercício físico pode ser uma auto-realização pela satisfação, pelo prazer, pela busca de uma totalidade ainda desconhecida com relação ao próprio território corporal, e neste sentido se faz necessário explicitar que isto envolve o ser humano em seu sentido universal, em sua totalidade existencial, criativa e subjetiva. Vida e corpo assumem posições que se complementam numa perspectiva suplementar. Realizar exercícios físicos pode ser uma forma pessoal e intransferível de buscar uma condição de vida. Face o exposto, esta condição pode ser colocada como uma maneira do ser se relacionar com sua realidade e com a realidade circundante, que se materializa nas ações e hábitos de higiene, de alimentação, de um estilo de vida positivo, pela ecologia que estamos diretamente ligados, interagindo de forma direta ou indireta. Esta compreensão passa por uma leitura dialética das relações de vida, e dentro destas relações está a interação com o outro ser, que sente e percebe que dá e recebe, que pensa e que faz, que busca e almeja, cada vez mais autônomo, capaz de viver com alegria e com a tristeza num ato direto com seus sentimentos de fracassos e de sucessos e mesmo assim se humanizar ainda mais.
A percepção subjetiva de saúde através da prática do exercício físico é uma questão também intersubjetiva, como é o caso do profissional de educação física e seus “clientes”. Existe nesta relação uma via de mão dupla, onde quem executa e quem orienta, acreditam no que fazem. Isto implica de certa forma uma cumplicidade em suas crenças, e, no entanto não podemos esquecer que a subjetividade pode ser considerada como uma expressão qualitativa do aparelho psíquico do indivíduo, frente a circunstancias diversas. É desnecessário afirmar que o exercício físico possui implicações positivas para a saúde dos indivíduos, daí afirmar-se que o movimento corporal não é virtual, ele é real. O esforço pode ser interpretado como prazeroso, gera uma nova condição de saúde e sob este olhar o Profissional de Educação Física é um Educador em Saúde, daí sua responsabilidade frente ao social e ao individual, que vislumbra a possibilidade ou mesmo o tempo para usufruir desse serviço que à seu modo de vê lhe é bom.
III – DESENVOLVENDO UM POUCO DO QUE PENSAMOS
O Universo vive um caos infinito, finito em nossa mente. O nosso planeta acompanha este caos universal até porque não pode dissociar-se dele. A própria terra, gerada do caos incandescente, traz em sua alma ainda hoje marcas que brotam de seu núcleo em forma de lágrimas de fogo. O próprio homem, em eterna evolução, desconhece suas faces, mostra apenas facetas de um passado remoto. GUATTARI (1999) nos mostra em sua ecologia, um quadro cinza, caótico, carente de organização, entretanto, o que nos alivia diante disto tudo é saber que o caos gera uma nova ordem. A desordem econômica mundial ordena o engrandecimento das grandes potências e o empobrecimento dos menos favorecidos. Isto sempre houve, existe desde os primórdios e a humanidade foi surgindo em saltos desiguais, incongruentes e paradoxais. A diferença é que somos iguais em essência, mas não iguais no modo de pensar, e a isto chamamos de subjetividade.
Seria deletério ao nosso pensamento pensar diferente. Temos que reconhecer o tratamento desumano que o homem impõe ao outro quando se trata de ideologias delineadas para atingir objetivos pessoais obscuros. A exploração dos explorados é coisa que se perpetuará junto com o caos Universal. Gostaríamos de mudar o tom grotesco de nossa fala, não num ato puramente ideativo, sonhador, até porque sonhar é preciso, mas para direcionar um pouco melhor os nossos desejos, as coisas em que acreditamos e como gostaríamos que fossem não como modelo, mas como realidade que se constrói, passa a passo. No eterno processo de construção da cidadania de uma sociedade que almeja a igualdade, ações de direcionamento precisam ser desenvolvidas com objetivos previamente traçados visando o bem comum.
Uma das coisas nesse processo está a Educação num ato Universal, a outra é o direito a saúde por toda a sociedade organizada. O Educador é aquele sujeito responsável pela ordenação do caos social. Vislumbra um mundo melhor, mais igualitário, mais humano. Todos os setores são vistos como possibilidades de crescimento e aprendizagem de todos. A Saúde passa a ser prioridade básica, gênero de primeira necessidade ao lado da Educação, uma parceria cuja incumbência incorpora outra identidade para ser completa, que é a Educação para a Saúde.
Os olhares múltiplos que assume este inovador campo prático do conhecimento empírico e científico. O Educador em Saúde personaliza-se, por exemplo, no Profissional de Educação Física (Educador Físico). Profissional que lida diretamente nos dois campos tendo dupla responsabilidade, a de educar através do movimento e através deste promover a Saúde. Este duplo papel só terá êxito se este Profissional for antes de tudo um INTELECTUAL, dotado de uma consciência crítica capaz de discernir o caos da desordem voluntária e mesmo assim atuar como agente transformador, cônscio do dever cumprido, agente à serviço do social.
Seu campo de atuação é vastíssimo, oferecendo destaque a este Profissional e não menos ampliando sua responsabilidade. Lidar diretamente com outro ser e mais precisamente à sua saúde, seu maior patrimônio, requer competência e abnegação. Trabalhar com diversas faixas etárias e sexos diferentes é outro desafio, mas tudo fica mais fácil quando fazemos o que gostamos. O Educador Físico é antes de tudo um ser humano, passivo de limitações, mas capaz de desenvolver um excelente trabalho em Educação para a Saúde.
IV – BIBLIOGRAFIA
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário Aurélio Básico da Língua Portuguesa. Nova Fronteira: São Paulo, 1995.
GUATTARI, Feliz. As Três Ecologias. Papirus: São Paulo, 1999.
LINS, Daniel. Cultura e Subjetividade. Papirus: São Paulo, s/d.
O tema no mínimo é subjugante, não no sentido de submeter pela força das armas, mas, pela força da palavra que traduz um pensamento de existência pessoal partilhada, que busca na doação do eu a entrega da melhor parte para contigo. Assim é a subjetividade existente no sujeito. É relativa à existência humana, direcionando-a neste entrechocar-se de idéias, sinal de evolução no pluralismo ideativo do ser.
O campo da Educação Física é um terreno fértil para a germinação de idéias inovadoras, que garantem o crescimento do todo, do social, que uma vez universalizada, estará decretada a democracia do saber compartilhado. Como então falar de Saúde neste contexto? Partindo-se do princípio de que Educação e Saúde andam juntas, poderíamos dissociar de forma pretensiosa as duas e criar uma nova leitura a que poderíamos chamar de Educação em Saúde, cujo objetivo implícito passa a ser de certa forma subjetiva e universal, de objetivo explícito em fase de franca expansão, diria até já bastante avançada.
Não existe um objetivo de estudo e sim objetivos transversais a entrecruzarem-se na área da Educação e da Saúde, determinando assim inúmeras possibilidades de campos de atuação nas mais diversas áreas do conhecimento humano. Uma destas possibilidades que vislumbramos é a área ligada ao movimento humano, a motricidade humana para ser mais específico. Isto implica numa série de considerações que vão desde o campo filosófico ao fisiológico, passando pela subjetividade que está por trás do simples fato de mover-se, porque afinal, a própria vida é dinâmica, e no movimento o homem encontra forma de estar no mundo, transformando-o e transformando-se através destas ações.
Assim, é de capital importância considerar-se esta situação do ponto de vista da Educação em Saúde, isto se refere diretamente sobre os aspectos sociais, econômicos, de afetividade e cidadania, coisas tão necessárias nos dias de hoje.
II – SUBJETIVIDADE, SAÚDE E EXERCÍCIO FÍSICO.
Neste enfoque partimos do princípio de que o exercício físico é um fazer subjetivo e que as conseqüências por conseguintes advindas desta prática, também pertencem ao campo da subjetividade humana, do individuo que o realiza mais precisamente. A Saúde pode assim ser compreendida como uma atitude, um ato em permanente movimento em busca da auto satisfação e realização, mesmo que esta condição não implique só em ausência de doença, porque neste sentido pode-se ser saudável nestas circunstâncias. O que queremos falar é que exercício físico, saúde, ausência ou presença de doença são coisas que subjetivamente coexistem em um estado psicológico no indivíduo. O fazer de nada adianta se suas conseqüências não são percebidas, passa a ser algo estéril, um ativismo inconseqüente, um fim em si mesmo, sem sentido próprio, bastardo em sua essência, o que rouba o status de auto-realização e satisfação plena pelo que se faz.
Neste instante, nos referimos à realidade como um processo de percepção subjetivo. Desta forma a realidade se apresenta pela forma que o indivíduo percebe o mundo, gerando impressões pessoais acerca desta como tal e qual se dar a conhecer. O exercício físico pode ser uma auto-realização pela satisfação, pelo prazer, pela busca de uma totalidade ainda desconhecida com relação ao próprio território corporal, e neste sentido se faz necessário explicitar que isto envolve o ser humano em seu sentido universal, em sua totalidade existencial, criativa e subjetiva. Vida e corpo assumem posições que se complementam numa perspectiva suplementar. Realizar exercícios físicos pode ser uma forma pessoal e intransferível de buscar uma condição de vida. Face o exposto, esta condição pode ser colocada como uma maneira do ser se relacionar com sua realidade e com a realidade circundante, que se materializa nas ações e hábitos de higiene, de alimentação, de um estilo de vida positivo, pela ecologia que estamos diretamente ligados, interagindo de forma direta ou indireta. Esta compreensão passa por uma leitura dialética das relações de vida, e dentro destas relações está a interação com o outro ser, que sente e percebe que dá e recebe, que pensa e que faz, que busca e almeja, cada vez mais autônomo, capaz de viver com alegria e com a tristeza num ato direto com seus sentimentos de fracassos e de sucessos e mesmo assim se humanizar ainda mais.
A percepção subjetiva de saúde através da prática do exercício físico é uma questão também intersubjetiva, como é o caso do profissional de educação física e seus “clientes”. Existe nesta relação uma via de mão dupla, onde quem executa e quem orienta, acreditam no que fazem. Isto implica de certa forma uma cumplicidade em suas crenças, e, no entanto não podemos esquecer que a subjetividade pode ser considerada como uma expressão qualitativa do aparelho psíquico do indivíduo, frente a circunstancias diversas. É desnecessário afirmar que o exercício físico possui implicações positivas para a saúde dos indivíduos, daí afirmar-se que o movimento corporal não é virtual, ele é real. O esforço pode ser interpretado como prazeroso, gera uma nova condição de saúde e sob este olhar o Profissional de Educação Física é um Educador em Saúde, daí sua responsabilidade frente ao social e ao individual, que vislumbra a possibilidade ou mesmo o tempo para usufruir desse serviço que à seu modo de vê lhe é bom.
III – DESENVOLVENDO UM POUCO DO QUE PENSAMOS
O Universo vive um caos infinito, finito em nossa mente. O nosso planeta acompanha este caos universal até porque não pode dissociar-se dele. A própria terra, gerada do caos incandescente, traz em sua alma ainda hoje marcas que brotam de seu núcleo em forma de lágrimas de fogo. O próprio homem, em eterna evolução, desconhece suas faces, mostra apenas facetas de um passado remoto. GUATTARI (1999) nos mostra em sua ecologia, um quadro cinza, caótico, carente de organização, entretanto, o que nos alivia diante disto tudo é saber que o caos gera uma nova ordem. A desordem econômica mundial ordena o engrandecimento das grandes potências e o empobrecimento dos menos favorecidos. Isto sempre houve, existe desde os primórdios e a humanidade foi surgindo em saltos desiguais, incongruentes e paradoxais. A diferença é que somos iguais em essência, mas não iguais no modo de pensar, e a isto chamamos de subjetividade.
Seria deletério ao nosso pensamento pensar diferente. Temos que reconhecer o tratamento desumano que o homem impõe ao outro quando se trata de ideologias delineadas para atingir objetivos pessoais obscuros. A exploração dos explorados é coisa que se perpetuará junto com o caos Universal. Gostaríamos de mudar o tom grotesco de nossa fala, não num ato puramente ideativo, sonhador, até porque sonhar é preciso, mas para direcionar um pouco melhor os nossos desejos, as coisas em que acreditamos e como gostaríamos que fossem não como modelo, mas como realidade que se constrói, passa a passo. No eterno processo de construção da cidadania de uma sociedade que almeja a igualdade, ações de direcionamento precisam ser desenvolvidas com objetivos previamente traçados visando o bem comum.
Uma das coisas nesse processo está a Educação num ato Universal, a outra é o direito a saúde por toda a sociedade organizada. O Educador é aquele sujeito responsável pela ordenação do caos social. Vislumbra um mundo melhor, mais igualitário, mais humano. Todos os setores são vistos como possibilidades de crescimento e aprendizagem de todos. A Saúde passa a ser prioridade básica, gênero de primeira necessidade ao lado da Educação, uma parceria cuja incumbência incorpora outra identidade para ser completa, que é a Educação para a Saúde.
Os olhares múltiplos que assume este inovador campo prático do conhecimento empírico e científico. O Educador em Saúde personaliza-se, por exemplo, no Profissional de Educação Física (Educador Físico). Profissional que lida diretamente nos dois campos tendo dupla responsabilidade, a de educar através do movimento e através deste promover a Saúde. Este duplo papel só terá êxito se este Profissional for antes de tudo um INTELECTUAL, dotado de uma consciência crítica capaz de discernir o caos da desordem voluntária e mesmo assim atuar como agente transformador, cônscio do dever cumprido, agente à serviço do social.
Seu campo de atuação é vastíssimo, oferecendo destaque a este Profissional e não menos ampliando sua responsabilidade. Lidar diretamente com outro ser e mais precisamente à sua saúde, seu maior patrimônio, requer competência e abnegação. Trabalhar com diversas faixas etárias e sexos diferentes é outro desafio, mas tudo fica mais fácil quando fazemos o que gostamos. O Educador Físico é antes de tudo um ser humano, passivo de limitações, mas capaz de desenvolver um excelente trabalho em Educação para a Saúde.
IV – BIBLIOGRAFIA
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário Aurélio Básico da Língua Portuguesa. Nova Fronteira: São Paulo, 1995.
GUATTARI, Feliz. As Três Ecologias. Papirus: São Paulo, 1999.
LINS, Daniel. Cultura e Subjetividade. Papirus: São Paulo, s/d.