A mãe sabiá...
Em minha casa há vários tipos de plantas frutíferas, caju, manga, goiaba, jabuticaba, pitanga, pinha, graviola, mamão, dentre outros, tudo entrelaçados e próximo um ao outro, com boa produção, com espaçamento curto e exíguo, onde há também vários tipos de plantas medicinais e vários tipos de flores, e tudo obra de minha esposa.
Nesta ultima semana, ela me chamou para ver um Sabia tratando de dois filhotes, pretinhos, ou seja, não eram filhos dela, sendo a mesma mãe adotiva, que debaixo das plantas, carinhosamente alimentava os filhotes com pedaços de minhocas e outros alimentos, que colhia por ali.
A minha esposa explicou que provavelmente o sabia teria botado os ovos e algum bicho ou os mesmo os próprios pássaros pretos, os teriam comido, que botarão novos ovos e a sabia os chocou, pensando que fosse os seus, já que o tamanho é quase idêntico.
Pensei ainda bem que a sabia não tem preconceito se dando bem com os filhotes pretos e tornando uma mãe adotiva amorosa e carinhosa, alimentando, acompanhado e direcionando os primeiros vôos dos pássaros pretinhos, ávidos paras as primeiras aventuras, até dar conta que não são sabias com os cantos melódicos e sim pássaros pretos, com cantos mais refinados, altos e agudos.
Pegando uma carona nesta historinha verdadeira, ousei lembrar-me da historia de certo leãozinho, que enquanto filhote vivia junto a um rebanho de carneiros e que cresceu junto aos mesmos e levava uma vida também como estes, sendo que até berrava como eles, já sendo adulto. Certo dia ouviu urro de leões por perto, despertou, levantou a cabeça, emitindo um dos mais altos urros e evadiu-se pela floresta confiante que era verdadeiro leão, juntando a manada.
Lamentavelmente há milhões de pessoas que vivem por este mundo afora, como órfãos ou como o leãozinho no meio dos rebanhos de carneiros, pensando que não são filhos de Deus e que não possuem capacidade infinita, energias infinitas, sucesso infinito, alegria infinitas..., provindas do Alto, do Criador e faltando o despertar, para o paraíso já presente, vivendo cabisbaixo, deixando de deliciar os encantos da Vida.
José Pedroso
Verão de 2011