Longevidade – Como chegar aos cem anos ou mais

Longevidade – Como chegar aos cem anos ou mais

Quero começar dizendo que isto não é um tratado de saúde e que não sou médico, endocrinologista, geriatra ou algo do gênero. Não passo de um simples ser humano que procura ver a vida de uma forma globalizada e isenta de pequenez. Por que uso essa palavra: pequenez? Porque o ser humano, com exceções, é claro, tende a não se valorizar da forma que deveria; os problemas tendem a não ser encarados da forma que deveriam, ou seja, livres de ideias preconcebidas. Com esta espécie de introdução quero enfatizar o valor da mente e de sua correta aplicação em todos os setores da vida. Viver muito - e dou a este “muito” todas as suas conotações -vai além do trivial caracterizado por mediocridade e mesmices. Desfazer-se da crença cega que joga todos os pormenores da vida na aceitação da sagacidade humana; isto só pode frear a mente de pensar por si e adormecer, incapaz de galgar o caminho da independência.

Somos feitos dentro de uma unidade criativa que nos tornas iguais em muitos aspectos; vivemos escravos de nosso modelo de vida; espelhamo-nos no outro em achamos que, se não agirmos do jeito que ele age, ficaremos mal vistos. Por que apenas uma minoria alcança o sucesso verdadeiro, a riqueza incontestável e a felicidade completa? Porque não se deixa levar pela crença comum. Alentam um propósito de vida e vão à busca de sua execução, alheios ao que pensam os outros. A opinião que importa é a deles e não a do mundo. Há uma série de situações que atestam o que foi afirmado, mas que não cabe aqui relatar por fugir da questão que precisa ser abordada. O homem, definitivamente, não é uma máquina, como é comum se afirmar. Uma máquina não pensa, não tem sentimentos e não possui, sobretudo, a alavanca do viver dinâmico: a fé. Querer comparar o homem a uma máquina - imaginada e criada pelo próprio homem - seria o cúmulo da ociosidade pensante.

Se, em algum tempo e lugar, um ser humano conseguiu ultrapassar, com saúde e total lucidez, a barreira do centenário, fica aí, mais do que evidente, sem um laivo de contestação, ser isto possível a todo e qualquer ser humano. Então, onde está a diferença; por que uns chegam e outros não? Devo afirmar que seja este, embora, o x da questão, não é difícil entender a razão. Vai, à frente de tudo, o aviso de que, não é copiando ou imitando o que fizeram os centenários que se conseguirá igualá-los em longevidade. Peguemos, por exemplo, dez ou cem longevos acima dos cem anos e tentemos elaborar uma média de comportamentos e atitudes que os levaram a tal proeza; não há tarefa mais difícil de ser realizada. Já está provado pelas ciências; não há um ponto comum exato que possa ser seguido como exemplo de longevidade. Há, por outro lado, uma gama de fatores dispersos entre os afortunados que poderiam fazer um efeito positivo.

O que estou tentando colocar é que existe uma premissa determinante que vai muito à dianteira do sucesso em alcançar uma idade centenária. Esta se encontra na vontade de chegar lá; este é um fator decisivo para se alcançar a meta. Tendo isto como alvo, começará o interessado a desenvolver uma série de comportamentos condizentes com uma vida longeva; começa o inconsciente a trabalhar a seu favor, procurando, por todos os meios, beneficiar a vida daquele que se dispôs a andar em harmonia com ela. O pensamento foco do dia a dia passa a extrair do próprio comportamento as sementes da saúde e do comedimento. Sabedor de que o excesso é fator prejudicial, tudo que decair para este malefício tende a ser eliminado. Note que, a partir daí, a vida segue em toda sua normalidade com vistas a um futuro livre de ansiedades e medos. A imposição pura e diametralmente científica, galgada em fatores como hereditariedade, poluição, agrotóxicos, exames de rotina darão lugar a tal segurança interna e fortalecida pela convicção. Não há, no mundo fator, seja ele médico, científico, religioso ou ambiental que supere a convicção.

Vivemos em função de nossas decisões; são elas que diferenciam as vidas. Tomar decisões a partir de um exame prévio de consciência da rotina de vida que vinha se levando e, a partir daí, esforçar-se visando uma mudança positiva é mais do que meio caminho andado para a independência mental. Nosso físico responde às influências internas dos nossos pensamentos costumeiros muito mais do que qualquer influência externa, seja ela de que grau e intensidade forem. Precisamos viver em conformidade com os padrões sociais de nossa época, contudo, restringindo à análise de nossa sabedoria aqueles dos quais desconfiamos; e são tantos hoje em dia! Por que tenho que fazer ou deixar de fazer o que o outro faz porque deu no rádio que faz bem ou que faz mal? Se nos acomodarmos com a chusma de opiniões e conselhos que ouvimos ao longo de uma semana viraremos seres robotizados, manipulados por controles repletos de, sabe que intenções.

Ter uma vida, portanto, propensa a se estender à casa dos cem anos ou mais compreende o resultado do esforço em não rotinizar conceitos padronizados, ter uma vida regrada em todo e qualquer sentido, positivando os pensamentos em relação à própria autonomia. Analisar cabalmente o comportamento do mundo em relação a si próprio, adequar esse comportamento de forma a produzir pensamentos de vitalidade. Evitar, em tudo, os excessos, trabalhando a inteligência de maneira a não fazer parar a mente, é crucialmente importante. O homem vive pela crença e pela crença supera suas barreiras e limitações. A maior limitação imposta a um ser humano é a destruição de sua crença em um poder maior que o criou e o sustenta. Quando conseguir entender que toda criação advém de uma inteligência superior que a colocou no mundo, que não há efeito sem causa, estará formado o alicerce da vida ampla e longeva. A mudança de atitude e de pensamento mesquinho trás a humildade. Esta aniquila o egoísmo e a alma se torna leve, pronta a suportar o peso do mundo e deslizar vida afora. Até o infinito.

Professor Edgard Santos
Enviado por Professor Edgard Santos em 24/02/2011
Reeditado em 24/02/2011
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