O CALOR E A TERCEIRA IDADE
Estamos em pleno verão dum país tropical e as temperaturas batem recordes insanos até mesmo aqui por São Paulo, aonde o clima outrora era bem mais ameno, ainda que no verão.
Altas temperaturas climáticas sempre colocam a saúde em maior risco, porém os idosos são pessoas que precisam de cuidados especiais, perdem líquidos com maior facilidade posto que nem sempre os sensores de desidratação extra e intracelulares são acionados a tempo da correta reposição hídrica pelo mecanismo da sede.
Especial importância há que se dar para as pessoas idosas que fazem uso de medicações antihipertensivas, principalmente diuréticos, que predispõem, juntamente à menor ingestão de líquidos, às quedas abruptas de pressão arterial.
Não é incomum vermos nessa época de verão intolerável os "desmaios" súbitos da terceira idade frente ao calor excessivo, principalmente após as refeições, que sempre assustam os familiares os levando a dúvidas quanto à possibilidade da ocorrência de doenças agudas mais sérias.
Outra modalidade de medicamentos que causam as lipotímias e sincopes (tonturas e desmaios) são os medicamentos para tratamento da próstata, principalmente se também estiverem associados aos remédios para a pressão alta e a baixa ingestão hídrica.
Condição muito comum entre nós é determinada pelas infecções gastrointestinais agudas, acompanhadas de vômitos e diarréia, principalmente em idosos debilitados, que desidratam rapidamente, e que muitas vezes são provocadas pela superpopulação de bactérias alojadas nos alimentos mal acondicionados que facilmente deterioram com o calor.
Há que se ter especial atenção para os alimentos na geladeira, lavar bem frutas e alimentos crús, se possível deixá-los imersos na água por trinta minutos com algumas gotas de cloro em preparação adequada para tal.
Ideal é oferecer ao idoso comida fresquinha e leve, em poucas porções periódicas , feitas todos os dias, e líquidos suficientes para mantê-los com urina clara. Urina amarela demais pode indicar falta de líquidos.
O vestuário também é de suma importância neste verão surreal.
O idoso, principalmente o chamado fragilizado, com pouca massa muscular, muitas vezes tem seu metabolismo basal mais lento por doenças da tireóide e costuma sentir mais frio.
A despeito dum calorão, muitas vezes os vemos com vestuários pesados, o que também lhes facilita a perda hidrosalina e a desidratação.
Importante ressaltar que um idoso desidratado pode apresentar vários sintomas, desde uma simples apatia e sonolência, até desmaios ou confusões mentais, inclusive alterações renais, podendo chegar até ao torpor ou mesmo coma.
Vale também alertar sobre os cuidados com o sol, que deve ser para todos nós, mas principalmente para os idosos.
Nas praias, mesmo para os idosos hígidos, deve-se escolher o sol até às nove da manhã e o de depois das cinco, lembrando que estamos no horário de verão aqui por São Paulo.
Não esquecer o chapéu e o filtro solar...mesmo no calor nublado.
Esportes, mesmo as simples caminhadas ,devem ser praticados nesses mesmos horários especiais, com menor esforço, e com reposição hídrica para se evitar incidentes circulatórios.
Destarte, assim conseguiremos evitar situações de agravo à saúde do idoso, e sempre em caso de dúvidas, melhor mesmo é procurar o médico, antes de qualquer automedicação ou qualquer "achismo", sempre desaconselhável para qualquer idade, em qualquer um de nós.
E que Deus nos proteja deste calorão...inacreditavelmente infernal.