Caralluma (a dieta da Ivete Sangalo).

Após Ivete Sangalo e a Carolina Dieckmann ter feito um alarde na TV sobre as propriedades emagrecedoras da caralluma fimbriata, a substância se tornou febre nacional. A ponto que hoje a substância encontra-se em falta no mercado e nas farmácias de manipulação. Existem anúncios nas principais revistas de entretenimento feminino, internet, na TV, jornais e por aí afora alardeando milagrosos sucessos no cambate à obesidade, ou seja, a caralluma fimbriata tornou-se a número 1 no consumo das substâncias emagrecedoras entre as mulheres.

A Caralluma fimbrita é uma planta da família Asdepiadeceae, sua flor em forma de estrela carnuda que geralmente aparece no outono. É originaria da África e na Índia, das ilhas Canárias, no Sul da Europa e da Arábia e no Afeganistão. As plantas crescem em grupos de até 8 centímetros de altura. Ela tem sido utilizada durante séculos na Índia como um método de controlar a fome. Os trabalhadores na Índia usavam essa planta quando saiam em viagens longas ou caça de longos dias, pois inibe o apetite, aumenta a energia e sacia a sede.

Cabe ressaltar, que apesar da obesidade ter se tornado a grande preocupação do século e, sendo várias as maneiras como hoje esse assunto é tratado, no sentido de abordar e tratar a obesidade como espécie de patologia, procurando atenuar os vários problemas acarretados por esse mal, em especial a síndrome metabólica. Todavia, isso não se justifica a maneira irresponsável como a matéria tem sido abordada por alguns segmentos do mercado, sem falar de alguns inescrupulosos que atuam no mercado cometendo crimes de estelionato e falso, pois saem anunciando aos quatro ventos suas porções milagrosas. Por outro lado, a pressão que a mídia exerce sobre as pessoas em termos de aparência chega ser cruel, porque se quer leva em conta as características genéticas individuais de cada um, bem como também não respeita os valores éticos, estéticos, morais e religiosos de cada um desses grupos étnicos que vivem inserido no contexto da própria população.

Assim, pressionado, fica fácil para alguém que não esteja dentro do padrão estético, ditado pelo imediatismo da moda, cair nos vários engodos apregoados pelas aves de rapinas de plantões. Levando em conta que o que mais bem sabe fazer o mercado é o marketing de seus próprios produtos, uma vez que anuncia resultados rápidos e sem muitos sacrifícios. Ora quem de sã consciência e pouco informado não se deixaria ser atraído por esse canto de sereia. O pior é que os inescrupulosos, no afã de vender suas porções milagrosas, não levam em consideração a saúde física e mental de sua clientela, se ficar frustrada ou doente eles não estão nem aí, pois, assim como vem um vem também dez... os lucros não vão cessar, o apelo pelo físico perfeito é muito grande.

Todavia, a caralluma tem suas beneficies, muito embora não se tenha nenhum estudo científico sobre a matéria, apenas constatações empíricas sobre suas propriedades. Acho que ela pode até favorecer o emagrecimento, uma vez que entre suas propriedades supostamente existem algumas que atuam em nível cortical, fazendo com que o exercício pareça mais fácil de ser executado, proporcionando maior aptidão ao esforço físico. Por outro lado, agem também sobre ansiedade, o que faz reduzir a busca por alimentos calóricos como forma de atenuá-la.

Claro que uma substância assim pode ser um aliado de “peso” na briga contra a balança. Mas cabe ressaltar, que a caralluma por si só não faz efeito. É preciso antes já ter cultuado uma dieta alimentar equilibrada, ter feito da prática do exercício físico um hábito saudável e, sobretudo, prazeroso. Pois, a malhação quando é feita por obrigação acaba não dando resultado. Veja que a caralluma não é aquela pílula mágica que é só tomar e pronto, no dia seguinte você vai estar linda e maravilhosa. Por outro, é claro que algo que lhe dar mais aptidão para suporta a carga do esforço físico, pode lhe proporcionar sim a obtenção de um maior gasto calórico, na medida em que lhe faz prolongar um pouco mais a sua atividade física, ou seja, se você estava disposta a correr uma hora, e acaba correndo uma hora e quinze minutos, é claro que aumentando o seu gasto calórico você vai acabar emagrecendo, consequência natural.

Contudo, volto a ressaltar, nada disso em relação à caralluma é uma certeza científica, o que temos são apenas evidências empíricas de relatos de pessoas que fizeram o auto-experimento da substância, baseadas nos testemunhos de nativos que costumavam fazer uso da caralluma.

Outra substância que tem efeito semelhante a caralluma é a cafeína. E, essa sim, já com uma vasta pesquisa científica de campo que ratifica os seus efeitos sobre organismo humano. Segundo estudos, a cafeína por ser também um estimulante cortical, atuando no sistema nervoso central por intermédio das sinapses propicia uma melhor tolerância ao esforço resultante dos exercícios físicos. Ela acentua a produção de neurotransmissores (beta-endorfina e dinorfina), que dentro da corrente sangüínea provoca a sensação de bem estar, e além do mais provoca efeitos broncodilatadores e vasodilatadores que facilitam a prática de exercícios físicos.

Estudos ainda comprovaram que o consumo de cafeína antes do exercício elevava o metabolismo da escovação das gorduras, uma vez que torna mais eficiente o trabalho das enzimas responsáveis pela quebra das moléculas de gordura do tecido adiposo, bem como facilita também o transporte destas até o músculo para serem disponibilizadas como energia para contração muscular e, como consequência, acaba por reduzir a oxidação dos carboidratos, na forma de glicogênio muscular e hepático, que é o combustível de mais fácil absorção pelo mecanismo da contração muscular, deixando esta importante reserva em “stand by” para os momentos de maior demanda ou para o “sprint” final. Chegou-se a esta conclusão tomando por base os níveis plasmáticos de glicerol e de ácidos graxos livres, na corrente sangüínea e no quociente respiratório dos atletas meio-fundistas. As doses de cafeína mais altas também induziam um efeito ergogênico sobre a prova de longa duração (ex: iroman).

Assim, chegamos à conclusão que nada vai substituir o velho e bom suor na perda dos quilinhos indesejáveis. Não existem pílulas mágicas, e a regra geral é: mexa-se e quanto mais fazê-lo melhor. Pois é a melhor forma da gente estimular a renovação celular do corpo, o que proporciona ainda uma relação saudável e prazerosa com nossas próprias vidas, reduzindo consideravelmente o stress do dia a dia nos tornando, em consequência, mais longevos, mais disposto e com maior qualidade de vida para gozarmos aquilo que de bom a vida nos oferece.

(Fábio Omena)

Ohhdin
Enviado por Ohhdin em 25/12/2010
Reeditado em 31/12/2010
Código do texto: T2690598