"QUANTO VALE UMA VIDA PARA UM PLANO DE SAÚDE PARTICULAR NO BRASIL?"....
Quanto vale uma vida para um Plano de Saúde Particular no Brasil?
Quanto vale uma vida para um Plano de Saúde Particular aqui no Brasil? Resposta – NADA..
Neste último domingo, mais precisamente em 12/12/2010, o jornal “O Globo” publicou um belíssimo trabalho de reportagem, no qual denuncia que 92% dos médicos sofrem com interferências excessivas dos Planos de Saúde na aplicação de seus procedimentos médicos. Ou seja, interferem em suas decisões terapêuticas.
Nesta reportagem o jornal exemplificou um caso: Um rapaz de 28 anos estava na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital privado na Zona Sul do Rio, internado com infecção respiratória, evoluindo rapidamente para choque térmico séptico – uma condição extremamente grave – com falência múltipla de órgãos. Para aumentar suas chances de sobrevivência era preciso usar um medicamento de ponta, o único recomendado para o quadro, porém de custo elevadíssimo: quatro dias de tratamento poderia chegar a R$ 60 mil.
Era uma sexta-feira, o Plano de Saúde não autorizava o gasto e pedia dois dias úteis para analisar o pedido. O médico responsável pelo atendimento ligou pessoalmente para a Operadora e tentou argumentar com o funcionário: O medicamento só é eficaz se usado nas primeiras 48 horas, ou seja, eu só posso usá-lo até amanhã. Não posso esperar dois dias úteis para vocês avaliarem o pedido. Será que não dá para vocês apressarem a avaliação? Não tem ninguém de plantão? O atendente se mostra inflexível, nada pode ser feito, é preciso aguardar. O médico insiste: Eu não posso esperar, o paciente está em risco de vida. – sustenta. E o hospital não vai me liberar o remédio para o uso se vocês não derem a autorização. A Operadora não cede e o médico se frustra. Agora eu estou amarrado. O Plano não autoriza e o hospital não vai bancar para não correr o risco de não ser pago. “A saída é sugerir a família que procure a Justiça.”
Nesta mesma reportagem o presidente da Associação Médica Brasileira (AMB) disse que o resultado não o surpreendeu, dadas as queixas recorrentes da categoria.
Para o diretor-executivo da Federação Nacional de Saúde Suplementar – entidade que representa as seguradoras de saúde e as operadoras de medicina de grupo, aquilo que os médicos classificam de interferência é na verdade, uma “gestão responsável”, dos recursos de todos os beneficiários que pagam pelos planos de saúde.
É brincadeira! Se o talentoso humorista Bussunda estivesse, ainda, aqui entre nós, diria com todas as letras: “Fala sério!”... Um verdadeiro absurdo.
Agora pasmem meus amigos sobre o que eu vou relatar-lhes mais adiante: Folheando o caderno de esportes deste mesmo jornal encontrei uma resposta para o imbecil, que representa as Operadoras dos Planos de Saúde. Acima ele diz: Aquilo que os médicos classificam de interferência é na verdade, uma “gestão responsável”, dos recursos de todos os beneficiários que pagam pelos planos de saúde.
Gestão responsável ou Gestão Temerária? Vamos a nota da coluna de esportes: O COFRE DA UNIMED – Conca renovou por R$ 700 mil mensais. Deco e Fred embolsam, cada um, R$ 750 mil mensais e Muricy, R$ 650 mil. E além destes jogadores e o técnico, existem outros, como Emerson, Belleti e, ainda um outro goleiro que deve vir do exterior. Fora outros jogadores que a patrocinadora banca no fluminense. E completa a nota do colunista esportivo: Haja patrocínio!
Querem mais: Neste mesmo jornal e no mesmo dia – STJ proíbe UNIMED-RIO de reajustar planos de idosos. O Superior Tribunal de Justiça proíbe a UNIMED-RIO de reajustar as mensalidades dos segurados com idade igual ou superior a 60 anos, em razão da mudança de faixa etária. A sentença atende o cumprimento do que estabelece o Estatuto do Idoso. Portanto, uma cobrança ilegal. “E o que é pior, ainda, cabe recurso.”
Como podemos observar os efeitos colaterais para os portadores de Planos de Saúde no Brasil são danosos e perigosíssimos.
Existem denúncias, ainda, de que alguns Planos pagam gratificações a médicos para que eles peçam menos exames. Como, também, a de que médicos credenciados reclamam que recebem muito pouco por consultas e, por isso acabam tendo que atender dezenas de pessoas por dia, em detrimento da qualidade do atendimento.
Os Planos de Saúde são criados e projetados para atender, única e exclusivamente, os interesses financeiros e lucrativos de seus donos.
Bem, e o povo? Não passa de uma mercadoria de negociação. A saúde passa a ser coisa secundária.
Os Planos de Saúde Particulares fazem o que querem, usam e abusam do direito de existirem, não são fiscalizados a contento e muito menos punidos. É uma verdadeira máfia.
A agência reguladora do setor, a ANS, com o nome pomposo de Agência Nacional de Saúde Suplementar que, tem por finalidade de promover o interesse público na assistência suplementar e regular as operadoras setoriais, ou seja; Avaliação do desempenho dos Planos de Saúde no Brasil, não passam de inoperantes e omissas.
E no meio de toda esta esculhambação nós vamos enterrando nossos mortos. Segue o funeral......