UM ERRO FATAL

OPINIÃO:

Hoje a cidade de São Paulo recebeu com extremo pesar a notícia da morte duma criança ocorrida após a infusão acidental de vaselina líquida na sua corrente sanguínea, um produto oleoso, ao invés do soro fisiológico que lhe fora prescrito num pronto atendimento do serviço público de saúde, para a reposição hidrossalina objetivando a correção das perdas provocadas por uma diarréia.

Deveras impressionante o que ocorreu, embora um erro não intencional que infelizmente valeu a perda duma vida.

Paralelamente se noticiava que numa outra região da cidade uma criança fora submetida a dois procedimentos cirúrgicos no lugar de outra criança.

As duas noticias nos remetem à atual situação da saúde pública não apenas de São Paulo mas do país inteiro, que por mais que se invista esforços para recuperá-la, é o que dizem, cada vez mais se defronta com situações alarmantes de descaso e negligência do poder público.

Embora o que ocorreu também sejam erros de responsabilidade profissional, o fato é que os trabalhadores da saúde pública trabalham no limite de suas possibilidades humanas e o poder público é corresponsavel solidário pelas tragédias que pipocam por todos os lados da saúde pública brasileira.

Horas de trabalho acumuladas, na maioria das vezes péssimas condições de trabalho, doenças profissionais e do trabalho, sobrecarga de pacientes, défcit de profissionais, despreparo, aquele que o país assiste calado em todas as categorias profissionais, em todas as áreas de atuação.

Enfim, um cenário de caos que com certeza induz aos erros.

Destarte, não é só de políticos bem intencionados que se toca um país para frente, e com os mal intencionados talvez toquemos mais para trás ainda.

Parece que a sociedade começa a pagar o preço pelo nosso apagão intelectual em tudo! -porém quando o assunto é saúde a problemática se amplia e choca a todos.

Curioso é que os dois casos de hoje ocorreram em instituições de saúde "terceirizadas" pelos governos, nas chamada ORGANIZAÇÕES SOCIAIS, que prometem resolver o gerenciamento do atendimento primário do SUS em todo o país.

O caso da criança operada por engano pertence ao gerenciamento dum dos maiores e mais conceituados hospitais de São Paulo, do país, e quiçá do mundo. Um hospital particular renomado, que prima pelo atendimento privado a quem o governo repassa fortunas para que o gerenciamento ocorra a contento. Porém não o é o que se vê e não cabe ao meu parco entendimento explicar o porquê.É no mínimo curioso o que ocorre etal elucidação pertence ao poder público que representa a sociedade que paga seus impostos e que vê seus recursos aplicados no que nem sempre retorna a contento, a exemplo do que já ocorreu com a famigerada CPMF QUE SERVIU PARA TUDO MENOS PARA RESOLVER O CAOS DA SAÚDE PÚBLICA BRASILEIRA MAIS DOENTE DO QUE NUNCA OU TÃO DOENTE COMO SEMPRE.

UMA CPMF QUE VERGONHOSAMENTE VOLTOU A PAUTA NA PRIMEIRA SEMANA DEPOIS DA ELEIÇÃO PRESIDENCIAL.

Lamentável e desanimador o nosso cenário de breu também na saúde e a nossa insensatez governamental.

Na qualidade de mãe me compadeço do que ocorreu com a menina que por engano recebeu vaselina na sua corrente sanguínea.

Produto altamente fatal cuja infusão provoca consequência incorrigível.

Por outro lado penso no desespero de quem cometeu tal erro.

Decerto estaríamos mais protegidos de tais fatalidades se as ações nesse país fossem mais sérias.

É hora de rever o todo Brasil e começar a cobrar que nos devolvam as prioridades sociais às quais todos fazemos jus...por Direito Magno.