6. PASSOS CONTRA A DEPRESSÃO - A depressão decorrente do trauma decorrente da exaustão.

A depressão nada mais é do que o negativismo ao nível extremo, quando a pessoa, por mais que busque boas âncoras, apenas vê a possibilidade de tudo dar errado, quando então perde completamente a coragem, o ânimo e a esperança, tudo isso por pena de si mesma, como uma forma de prevenir novos sofrimentos. Porém, tudo começou em seu orgulho, seu desejo que exaltação decorrente do reconhecimento dos outros por seus feitos tão altruístas a seus próprios olhos. E o não reconhecimento suscitou a exaltação de seu orgulho rebaixado, ressentindo-se ainda mais ao ficar reencenando aos atos traumáticos em seus discursos íntimos a planejar vingança e o recobrar sua soberania. Agora, em vez de assumir intimamente que esteve no caminho errado e retornar dele, o indivíduo se posta de injustiçado, penalizando-se por si mesmo cada vez mais, pois passa a concentrar-se nos erros alheiros para justificar os seus, porém, essas lembranças o ferem mais e mais, pelo que vai se afastando cada vez mais das pessoas, tornando-se assim cada vez mais ressentido, mais queixoso, mais intolerante, mais agressivo, mais insuportável e mais indesejável, achando que as pessoas é que têm culpa e ressentindo-se ainda mais por isto.

Ninguém precisa continuar no sistema depressivo. Pode haver carência de neurotransmissores, que dificulta o raciocínio e conseqüente retrocesso do sistema pessimista. Um psiquiatra poderá recomendar o uso de substâncias de reposição, que estão também em muitos alimentos que os indivíduos obcecados por seus compromissos dificilmente ingerem. Entretanto, mesmo com tal carência, não é preciso continuar vassalo de um sistema depressivo. As pessoas continuam, porém, nos tempos modernos muito mais do que antigamente, porque estão trancadas em suas vontades, com a mente obcecada pela realização de seus ímpetos, cegas por fazer o que querem a qualquer custo, querendo transpor a muralha a qualquer preço para fazer e ter o que a influência lhes faz que pensem que lhes fará felizes. Estão fixas nos meios e perderam de vista o sentido. Estão tão firmemente concretadas em seu desejo de auto-realização que perderam de vista a via por onde poderiam chegar a nisso. Por outro lado, seu orgulho não lhes permite admitir que estiveram e seguem erradas, que precisam reaver seus motivos. Ao contrário disso, por esse orgulho apenas vêm que as outras pessoas e as circunstâncias envolvidas estiveram erradas. Todavia, se tomo o ônibus errado não é o motorista daquele coletivo que está errado, mas eu que tomei o ônibus cujo destino não é o mesmo que o meu. Portanto, as pessoas não estão erradas, nós é que estamos e para não cairmos num sistema de depressão basta nos determos um pouco em nossos verdadeiros objetivos, descobrindo o que realmente queremos, o que verdadeiramente nos fará felizes, que sensação esperamos que cada coisa que possuirmos nos produza, então descobriremos que elegemos o sentidos errado para tudo que fazemos, elegemos os meios como se eles fossem os fins, por isto desperdiçamos nossa energia no trabalhar excessivamente para adquirir muitos bens, embora, por isso, não nos restou tempo e nem com quem desfrutá-los. Isto sim é desvio de meta; errar o alvo ao quadrado. E para fazer essa autocrítica, muito melhor é Cristo do que Freud, melhor é o analista da Logoterapia (a busca do sentido, conforme o método do Dr. Victor Frankel), devendo principalmente procurar um grupo de auto-ajuda, onde veremos nossos erros expostos nos depoimentos dos companheiro e teremos oportunidade de criticar intimamente.

Wilson do Amaral