Opção sexual é uma escolha pessoal
Com frequência surgem notícias dando conta de que alguns psicólogos enfrentam problemas por atenderem pacientes homossexuais com dificuldades de autoaceitação.
Desde quando eu ainda era estudante de psicologia, havia intensas discussões sobre o tema homossexualidade, existindo correntes radicais que chegavam ao absurdo de classificar essa opção sexual como "doença".
As pessoas são livres, ou pelo menos deveriam ser, para fazer escolhas na vida. Toda escolha, como sabemos, têm consequências. Não é diferente em relação às escolhas ligadas à sexualidade.
A pergunta é a seguinte: uma pessoa que optou pela homossexualidade mas que, por "n" motivos não tem se ajustado a tal prática, vindo a desenvolver intenso desconforto e até sofrimento emocional por causa dessa opção, não poderá buscar ajuda psicológica para essa finalidade? e um psicólogo, por sua vez, incidiria em violação de uma conduta ética se aceitar essa pessoa como paciente?
A Psicologia, como ciência, está a serviço do bem-estar emocional das pessoas - todas as pessoas. Ajudar profissionalmente alguém que demonstre claros conflitos sobre sua opção sexual ou qualquer outra questão. Não me parece ser o caso de ferir quaisquer princípios éticos, muito pelo contrário: trata-se de corroborar para que o indivíduo reafirme ou não sua opção sexual, mas, ao fazê-lo, que esteja harmonizado consigo mesmo e cônscio de seu papel assumido como homo ou heterossexual.
Existem pessoas que optaram pela homossexualidade e possivelmente lidem bem com sua escolha. Isto já é uma questão de foro íntimo, que diz respeito tão-só ao indivíduo e suas razões. Mas estou certa de que, quando este não for o caso, os profissionais habilitados em Psicologia podem sim serem procurados para uma abordagem com as técnicas apropriadas focadas nas necessidades do paciente.
Não creio que o termo "tratamento" se aplique ao atendimento de pacientes que queiram conversar sobre sua opção sexual, haja vista que não se trata de uma "doença", mas de uma assistência profissional, das muitas inseridas na área da psicologia.
Em tais abordagens, é óbvio, há que se evitar proselitismo seja da homossexualidade ou da heterossexualidade como opções de escolha pessoal, guardando-se a necessária isenção profissional na dinâmica do atendimento de cada caso. E o paciente tem todo o direito de mudar ou não "sua opção", já que hoje em dia se muda tudo o tempo todo. Tem até quem diga que não é uma opção, que a pessoa já nasce assim, o que eu particularmente não creio, pois nos casos que conheço tem sempre uma história forte na vida desses indivíduos que os levaram a essa "opção".
Portanto, acho despótica a afirmação :
Você é homossexual e não pode mudar, tem que continuar assim mesmo que não queira".
Luiza Gosuen
Psicóloga