EDUCAÇÃO - PROBLEMAS, POSSÍVEIS CAUSAS E CORREÇÕES.

Hiperatividade – Na criança, no adolescente, ou mesmo no adulto, se nota uma inquietação exagerada, com muitas idéias ao mesmo tempo, inteligência superior, na maioria dos portadores, mas com dificuldades em aproveitá-las, devido ao exagero de motivações que surgem ao mesmo tempo. Podem ter dificuldades com a atenção, exatamente pelo excesso de pensamentos. Irrequieto, quase deixa descontrolada a professora ou sua chefia.

Alguns deles tem dificuldade de controlar seus esfíncteres, urinando na cama ou na roupa.

As principais causas costumam ser os partos naturais rápidos, demorados, os partos a fórceps mal colocados, ou as cesarianas mal efetuadas, ou tardiamente realizadas, depois de uma demora em conseguir a dilatação dos ossos da bacia(pelve) materna, o que ocasionou contrações uterinas com pancadas múltiplas nos ossos da bacia.

Podem ser consequentes a quedas da mãe durante a gravidez, ou mesmo do recém-nascido.

Alguns casos podem surgir por derrame de bile no sangue ao nascer, ou infecções maternas que atingem o cérebro da criança.

Existe tratamento e os resultados são melhores quando tratados logo ao serem notados.

Não deixar se levar pela crença de que são crianças mal educadas, ou de mães ignorantes.

Abuso de drogas – As drogas mais comuns são o álcool, o fumo, o craque, a maconha, o haxixe , a cocaína, o LSD, as anfetaminas (medicamentos para emagrecer), a aiuasca (usada nas seitas do Santo Daime e vendida para muitos viciados por praticantes desta seita e usadas em proporções exageradas), causando perda da concentração, emagrecimento, agressividade, roubo para se conseguir compra-las, mentiras exageradas para despistar seu consumo e obter dinheiro para compra-las.

Muitos pedintes que visitam nossas casas, buscam dinheiro para compra-las ou observam os locais, para informar aos traficantes, que exigem de viciados que assaltem aqueles locais indicados.

As principais causas do uso destas substâncias são: a insegurança pessoal, “baladas com amigos” que buscam viciá-los, para ganharem drogas com os traficantes, a fuga aos problemas familiares, profissionais e principalmente insegurança sexual (especificamente o medo de falhar, ter ejaculação precoce ou impotência nos rapazes e medo nas meninas, muitas vezes com falta de orgasmos).

Sua cura requer coragem para abandonar a prática, uma ajuda enorme pelos familiares, apoiando sem cobranças impertinentes aos usuários, para que o tratamento possa obter resultados. Via de regra os Médicos analisam e ajudam a corrigir o ambiente familiar.

Dominação Exagerada - Pode ocorrer pelos pais e mestres sobre os menores, que se sentem acuados e muitas vezes usam fugas nas drogas, outras vezes se tornam tão passivos, dando a impressão de serem portadores de deficiência mental. Outros se tornam tão perfeccionistas, que são alunos com melhores notas na escola, tem pouca capacidade de controlar suas frustrações e podem se tornar irritadiços, com poucos amigos e aqueles que os conseguem, geralmente os dominam ou são dominados por eles.

Ocorre muitas vezes em crianças ou adolescentes que percebendo a incompetência em educá-los, adquirem uma atitude dominante, impondo gastos exagerados, realização de todos os seus desejos, que são conseguidos pelo fato muito frequente dos pais não terem uma comunicação adequada entre si. Os filhos percebem e fingem conquistar a simpatia de um dos pais, que também é dominado, mas por ter melhor atenção destes filhos, cumprem todos os seus desejos, não raramente fazendo do outro ‘persona nom grata’, que é tratada como mero espectador. Se for o que sustenta os gastos, passa a ser mero provedor, postando-se como figura secundária, o que agrava mais a questão. Conheço clientes cujos filhos têm vários celulares, computadores, televisões e toda uma sorte de doações, que jamais servirão como meio educativo, mas criação do conceito errado de que “quem tem, domina”

A cura implica numa reformulação de papéis e a percepção das consequências ocasionadas, com uma melhora no processo educativo, inspirando confiança.

Como me disse um cliente com pouca escolaridade, mas sábio, reforçando o aprendizado psiquiátrico: “É preciso olhar para dentro, se quisermos ver a solução e o surgimento de uma nova vida”!

Depressão reativa – Muitos filhos vivendo situações reais ou onde se culpam por algo acontecido em sua vida, passam a viver em estresse constante, evoluindo para uma depressão reativa, onde sua auto-imagem é de sofrimento, esboçando uma busca doentia de auto-expiação. Sofrem dores, vivem com corizas, esquecem facilmente o ensinado, vêem o presente vazio e o futuro sem nenhuma objetivação. Via de regra ao adquirirem a adolescência encontram um par semelhante ou criado com a sensação de ter que solidarizar-se com a figura sofrida da mãe e acabam se tornando “cabide sem soluções”. Os filhos, caso venham a constituir família, serão em sua maioria uma continuidade deste “direito de sofrer”, que persegue muitas gerações de uma mesma família, como temos constatado.

Ensino obrigatório – Temos abordado por diversas vezes este assunto, que tem gerado muitos e-mails de mestres que não entenderam minha explicação, razão pela qual volto a abordá-la de forma diferente, quase como histórica, porém o mais realística, como foi vivida.

No início do século XX um fazendeiro inteligente percebeu que a forma mais concreta de despertar o amor de seus funcionários braçais, que recebiam ‘merrecas’, seria ensinar aos filhos destes uma educação básica.

Dirigiu-se a São Paulo, contratou um professor com 36 anos, já com experiência de ensino e levou-o à sua fazenda para tratar da educação dos rebentos.

As aulas começaram invariavelmente às 6 horas e persistiam até às 16 horas, com duas horas de intervalo para o almoço. O início das aulas era num rio da fazenda, que neste horário tinha suas águas mornas, aquecidas pelas terras que devolviam o calor do sol da tarde anterior.

Enquanto todos mergulhavam no rio, o mestre aguçava a observação dos alunos para perceberem a mata ciliar, os répteis, os peixes e cuidava para mostrar o básico sobre a preservação do ambiente.

As aulas prosseguiam nos estábulos, em meio as vacas e seus bezerros, onde se ensinava os dados sobre a natureza dos animais, sua reprodução, alimentação, a aritmética e a percepção das letras, sílabas, nomes e demais palavras.

Este professor usando técnica tão elementar, tão produtiva, agradou às filhas adolescentes e adultas, para a busca do aprendizado, muitas delas sonhando com um sábio marido.

Com a divulgação, o mestre foi convidado a receber parte dos minguados salários dos peões, para serem ensinados a ler.

O relator desta história real nos declarou que os alunos menores eram em número de 35. Com o progredir do ensino, até as filhas do fazendeiro e moradores da vizinhança compuseram um total de 50 alunos, sendo necessária a contratação de outros professores e a construção de um prédio escolar, com horários totalmente usados das 6 horas até às 20 horas.

Sei o que muitos estão pensando: “Este doutorzinho está sonhando com histórias da carochinha. Onde já se viu pensar isto nestes tempos modernos”?

Não quero e nem sou ingênuo para tentar retornar aos tempos antigos. Uma só lição me serve desta história: É preciso ter muita vocação e muito amor na arte de ensinar! E é lógico, é preciso formar bons mestres, que sejam bem remunerados, não como condição “sine qua non”, mas para se dedicar de corpo e alma, com amor, é preciso sentir que o valorizam e o sustentam com um mínimo de dignidade. O resto é a constatação óbvia de se formar bons mestres, que envolvam as famílias no processo educativo, com manutenção dos pais elogiando e participando da educação de seus filhos. Mestres bem remunerados, repito.

infelizmente vivemos passivamente aceitando mentiras de candidatos que juram falsear a verdade, mentindo sobre escolas de ouro, com alunos lapidados para serem brilhantes em meio a uma sociedade que não se formará, se não tiver educação sadia, direito de escolher gente distinta para nos governar.

Abandono de um ensino de Medicina Preventiva na Escola – Este item, descuidado até em países de grande capacidade econômica, pode baratear em muito os gastos com saúde.

Assim, a matrícula escolar deveria ser acompanhada de um teste de competência visual e auditiva avaliadas. São exames fáceis, que a própria Escola deveria ter direito de solicitar e ser atendida.

Junto a estas medidas básicas, deveria a escola ter professores quem fossem treinados a fornecer aulas aos alunos e seus pais, sobre alimentação adequada, com cardápios simples e com todos os itens necessários ao bom crescimento dos alunos e à saúde dos pais.

Este cardápio contemplaria, como já disse em outros artigos, a totalidade dos familiares, que discutiriam alimentos do agrado de todos, mudando conforme as entressafras e de forma a serem modificados de tempos em tempos.

As aulas de Educação Física visariam exercícios relaxantes, divertidos, corretores de posturas deformantes e criadoras da auto-estima corporal, como parte da auto-admiração do ser não exibicionista, mas valorizado por si, ao sentir-se portador de uma educação adequada.

Não sei criar idéias inviáveis. Costumo Otimizar Revoluindo, isto é, melhorar galgando passos estudados, com uma revisão do que deu certo e do que deu errado, ensejando um melhor caminhar, sem medo de errar, pois é isto que nos leva a acertar.

Que este artigo deixe claro que não pretende ser terminal, conclusivo, mas espero que enseje discussões evolutivas, que aponte o que pode ser feito, sem preguiça, sem desculpas pelo salário baixo dos mestres e profissionais citados, mas mostrem que devem ser melhor remunerados, pois estão produzindo acima do que se espera deles.

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