DONA CULPA, FORA DAQUI!
Preciso compartilhar esse insight de psicólogo com vocês, não posso guardar somente para mim, não posso. Acordei às 04h00 para lhes dizer isto.
Fiz uma coisa ruim, mas nem tanto. Não vou dizer exatamente o que fiz, mas fiz uma coisa condenável, do ponto de vista social.
O que fiz de ruim, então?
Criei uma expectativa numa pessoa, aliás, para esta determinada pessoa, era uma grande expectativa. Contudo, não cumpri o que prometi.
Em verdade, além do ferimento psicológico, não causei nenhum dano a essa pessoa. E nem é tão importante assim o que deixei de cumprir. A pessoa não perdeu nada, nem deixou de ganhar nada, mas apenas teve uma expectativa frustrada, sem maiores danos.
De início, nem achei que o que tinha feito teria sido tão prejudicial a essa pessoa. Entretanto, ao falar com ela pelo telefone, esta me cobrou rispidamente pela promessa não cumprida.
Depois de minhas escusas, disse-me que era brincadeira e que entendia minhas razões, ou seja, estava tudo bem, sem crise.
Nisso, uma antiga companheira de viagem abordou-me para um café e me perguntou: posso entrar?
Era a danada da Dona Culpa querendo já se instalar em minha consciência. Na verdade fui eu quem a abordei e não o contrário, pois por ela, a Dona Culpa, sua entrada seria sem pedir licença.
Se eu não estivesse bem “ligado” a Dona Culpa nem iria falar comigo.
Ela simplesmente iria sentar na poltrona da minha cabeça e ficar ali por uma semana apontando o dedo para mim:
- Olhe o que você fez! Não tem vergonha não? Fazer isso! Isso não é coisa que se faça, que papelão!
E posso vê-la a todo momento balançando a cabeça em sinal de reprovação. Vejo-a também com um açoite na mão, ferindo-me dia e noite sem trégua.
Mas, tudo que vi ainda era pouco.
Tive que estabelecer contato telefônico novamente com a pessoa que frustrei, contudo, conversei desta vez com seu cônjuge. E ele me disse assim:
- Nossa, a fulana está bem chateada contigo, hein! Você promete uma coisa e não cumpre, ela está uma arara!
Imagine o leitor que desta vez a Dona Culpa já nem queria entrar sorrateiramente em minha consciência, mas dava socos e pontapés nas portas desta, tentando por todas as formas fazer morada no lugar em que não era chamada.
Confesso que foi difícil, muito difícil barrá-la.
Tamanha era sua vontade de invadir. Então comecei a ponderar, eu e minha consciência. Começamos a prosear numa conversa franca.
Esta me dizia assim:
- De fato, o que você fez não está certo.
- É verdade, reconheço. Não estou certo.
- Mas deixar a culpa se instalar aqui em mim também não mudará nada, absolutamente nada.
- Você está certa. Novamente certa.
O insight é que percebi o quanto somos culturalmente condicionados a sentir a tal da Dona Culpa. Percebi que há uma tendência silenciosa para que ela se instale em nós quando nós mesmos reprovamos aquilo que fazemos.
Mas o que a Dona Culpa iria fazer em minha consciência além de me punir?
Nada, mas somente isso, punir. O “dano” não seria recomposto.
Conclusão: SENTIR CULPA É INÚTIL. NÃO SERVE PARA NADA.
Portanto, meus queridos leitores e leitoras, instalem um radar em sua percepção. Para que ele detecte os sentimentos ruins antes mesmo de sua entrada e hospedagem aí na sua frágil consciência.
Vigie e ore. Façam como Jesus mandou. Vigie e ore, o tempo todo.
O beneficio é levar uma vida mais leve e feliz.