Ressentimento...

Dia destes estava em nossa propriedade rural num feriado observando o cavalo baio com o rabo levantado correndo em disparada de um lado para o outro do pasto. Pensei: porque corre assim em disparada? Conclui que talvez seja uma corrida para extravasar as energias. É como acontece conosco. Quando sentimos que estamos estressados ou tensos, a melhor maneira é extravasar através de uma caminhada ou mesmo uma corrida. Procurar uma distração como cantarolar, recordar piadas interessantes e mais...

Por outras vias, no nosso dia a dia temos o cuidado em não sermos assolados por esses sentimentos corroendo nossa energia e talvez até a nossa própria queda que é dar combustível para palavras, atos e ações que, muitas vezes, nos são dirigidas com o intuito de ofensa, prejuízo ou efeito moral negativo. Atinge-nos mais quando estamos carregados de complexo de inferioridade onde pequenas coisas ditas representam grande ofensa à nossa integridade moral.

Por quarenta anos, eu servi ao corpo do Júri e pude, ao longo desse período, ter presenciado julgamentos em diferentes casos em uma ideia como acima estamos nos referindo, pois na condição de réu a pessoa julgada deixou-se levar por momentos de forte emoção culminando por fulminar a vítima no auge de acaloradas discussões. O prejuízo de sentimentos abalados é incontável. No caso de pessoas ficarem em reclusão por molestar o desafeto ou mesmo matá-lo por ocasião de ofensas. Gastos com advogados tendo que enfrentar o banco dos réus, perdendo anos maravilhosos de vida. No meio comercial pode ocasionar a perda de clientes. Nos lares, as separações, as mortes e o desencaminhamento dos filhos. Afora que, aquele que não explode externamente, mas que explode internamente pode causar problemas de saúde ao ficar guardando ressentimento.

O balanceamento e a confiança em Deus nos faz considerar que estes desafetos talvez sejam anjos que vem nos ensinar algo. Equilíbrio, equilíbrio e equilíbrio – eis a solução.

A seguir, artigo publicado na Revista Consciência:

Sim, você recebeu um tratamento péssimo daquele cliente, daquele namorado, do professor, do seu marido, dos seus pais, dos seus filhos, dos vizinhos, do seu chefe, dos seus colegas, dos amigos, dos críticos, do cachorro. Você tem toda a razão em ter sentido mágoa, tristeza e desapontamento quanto isso aconteceu.

Mas, sentir tais coisas só tem lógica se for naquele momento. Nunca mais. Se você está, ainda hoje, sentindo essa decepção, essa tristeza, essa mágoa com outra pessoa, então você está ressentido com ela. Veja com atenção o significado da palavra ressentimento.

Ressentimento

Sentir novamente, sentir infinitamente, para alguns. Qual a razão de usa sua mente e seu coração para sentir novamente coisas ruins, fragilidade e decepções? Sentir coisas ruins novamente não tem absolutamente nenhuma função, exceto prender você ao passado e tornar você uma eterna vítima de alguém que nem mesmo está tentando lhe prejudicar mais.

Ao guardar qualquer ressentimento você está se acorrentando a alguém que lhe fez mal, mesmo que essa pessoa não queira mais isso.

Você está ressentindo a dor que só existe em sua memória. A outra pessoa, por pior que tenha sido, não será prejudicada por seu ressentimento. Mas você será.

Você desperdiçará momentos únicos das suas 24 horas para pegar o punhal que alguém usou contra você semanas, meses, anos ou décadas atrás e, acredite ou não, você mesmo estará se apunhalando dia após dia, com seu ressentimento.

Se o caso for tão grave que tenha que ser resolvido em tribunais, deixe advogados cuidando disso e se concentre em sua vida e sua felicidade. Não caia na armadilha do ressentimento. Viva o momento que estiver vivendo.

Esqueça as coisas ruins do passado. Ele não existe mais. E, se mesmo com toda a lógica do mundo, você ainda estiver sentindo ressentimento e mágoa de alguém, lembre-se do que disse William Shakespeare: “Guardar ressentimento é como tomar veneno e esperar que a outra pessoa morra”.

André Luiz

Reproduzido por Irmão Ademir Batista de Oliveira

Diretor da Revista Consciência

Por José Pedroso

Josepedroso
Enviado por Josepedroso em 02/05/2010
Reeditado em 02/05/2010
Código do texto: T2233365
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