MORPHIA PARTE 66

O atributo da PERFEIÇÃO INFINITA DE DEUS

A perfeição maior inclui e supera a perfeição menor. Royo Marin exemplificando esse assunto em seu livro diz:

“o Anjo não é um ser racional (como o homem), mas intelectual, que é mais perfeito e vale muito mais (é melhor o conhecimento intelectual intuitivo do que o racional discursivo)”.

Além dos três modos de posse de uma perfeição (formal, virtual e eminente), também podemos considerar duas formas pelas quais uma perfeição pode estar presente em um ser:

a) Fisicamente (ou Realmente):

Uma perfeição existe fisicamente ou realmente em um ser quando ela faz parte de sua própria constituição, da sua própria existência 77.

77 Ou seja, segundo sua própria entidade (por exemplo, como a alma no homem). Portanto, uma perfeição existe fisicamente ou realmente em um ser quando ela faz parte integrante de sua constituição ontológica, de sua própria existência.

A alma, por exemplo, existe fisicamente no corpo humano; ela é parte integrante do ser humano, sua forma substancial. A posse física implica uma união intrínseca e inseparável entre o ser e a perfeição.

b) Intencionalmente:

Uma perfeição existe intencionalmente em um ser quando este a possui apenas como representação ou conceito, sem que ela seja parte da sua própria constituição física ou ontológica. Por exemplo, as coisas que conhecemos estão no nosso entendimento apenas como representações mentais, como imagens ou conceitos. Não são fisicamente parte de nós mesmos, mas estão presentes em nossa mente como objetos de conhecimento. A perfeição está presente em nossa mente, mas não como parte integrante do nosso ser. É uma posse subjetiva, enquanto a posse física é objetiva 78 .

78 Intencionalmente, ou por espécies representativas (por exemplo, como as coisas conhecidas estão no entendimento daquele que as conhece).