Anjos - de Jorge Amaral (Incompleto)
Anjos - de Jorge Amaral
A verdade
que muitos conhecem, mas
nunca te contaram.
Jorge Amaral
Nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, tendo-se tornado tão superior aos anjos quanto herdou mais excelente nome do que eles. Não são todos eles espíritos ministradores, enviados para serviço a favor dos que hão de herdar a salvação? (Hb 1. 2,3,4,14 - ARA)
INTRODUÇÃO
É possível que isso o surpreenda, mas pode ser que tudo aquilo que você ouviu sobre anjos durante toda a sua vida, pode estar errado, ou pode ser, quem sabe, uma “meia-verdade”. Esse ser espiritual que inspira pessoas de todos os segmentos e religiões, está no âmago de muitas discussões, sem que haja, entretanto, um conceito amplo desse ente que no cristianismo é representado por um indivíduo alado.
Os anjos estão retratados de várias formas, em várias culturas, uns com mais, outros com menos importância entre os diversos povos, pois a humanidade tem, dentro de si, conceitos diferenciados sobre suas crenças, dependendo da região ou país onde vive.
A origem da palavra “anjo” vem do latim - ANJELUS – e também tem sua origem do grego “aggelos” e da palavra hebraica “mal’ak”, que significam “mensageiro” e pode ser atribuído tanto a homens como a espíritos. Como teremos exemplos do uso da palavra “anjo” se referindo às pessoas, concluímos que somente pelo contexto é que podemos afirmar se o “mensageiro” é um ser angelical (espírito) ou um ser humano (carne).
Segundo a Bíblia Sagrada, os anjos são espíritos designados por Deus para ministrarem em favor dos homens na terra. Existem vários livros escritos sobre os anjos e suas nuances, entretanto, muitos são os pontos divergentes do que seriam os primeiros seres criados por Deus, o Todo Poderoso. Desde o primeiro livro das Escrituras Sagradas, o Gênesis, até o último livro, Apocalipse, teremos muitos e diversos relatos sobre anjos. Todos eles destacam promessas e aparições destes às pessoas que, com fidelidade, obedeciam à voz de Deus. Contudo, as muitas variações sobre a palavra “anjo”, nos leva à percepção de que tudo o que foi escrito para o nosso conhecimento, nos leva a uma busca por entendimento desse ser - aos meus olhos - misterioso. Começando com ANJOS DE DEUS e ANJOS DO CÉU. Outro ponto a ser destacado é que anjos são seres espirituais, logo não possuem um corpo físico. E por fim, os anjos são seres assexuados, sendo assim, são impossibilitados de procriar. E por serem criados, e não gerados, estão ou são desprovidos de órgão reprodutor.
O que sabemos ao certo sobre os anjos, é basicamente aquilo que está escrito na Bíblia Sagrada; ainda assim, há um leque de pensamentos e teorias com pseudo verdades sobre estes, muitas delas, contrariando a própria Palavra de Deus, numa tentativa de desconstruir tudo aquilo que nos foi escrito há milhares de anos - cerca de seis mil anos - e que ainda deixa muitos maravilhados. Em toda a Escritura Sagrada há claras notas sobre os filhos de Deus, sobre os anjos de Deus e sobre os anjos do céu, mostrando claramente os diferentes conceitos de cada um, e, que há uma valorização da mensagem que nos é transmitida sobre anjos, de modo que o principal interlocutor nunca erre quanto à ideia a ser implantada e transferida aos nossos corações, não deixando dúvidas sobre a existência de anjos. Simplesmente porque o Senhor não pode invalidar a sua palavra.
“EU SOU O SENHOR E NÃO MUDO.” (Ml 3,6 a) NTLH
Essa verdade, inspirada pelo próprio Deus, e escrita por pessoas das mais diferentes culturas; desde um simples agricultor a eruditos e doutores, continua sendo, até hoje, algo que nos norteia e nos desafia a buscar a Deus, e sermos fortalecidos pelo Seu Espírito Santo. E para isso, basta tão somente nos permitir que sejamos cheios do Seu conhecimento e poder.
Por fim, que estas revelações abram, através do Espírito Santo de Deus, os nossos olhos espirituais, para enxergarmos tudo aquilo que é do céu, e nos fortaleçam para vivermos e cumprirmos a vontade de Deus na terra. Vivendo assim, uma vida de plenitude e graça.
Jorge Amaral
Este livro é um verdadeiro estudo bíblico. Quem se aprofundar nesta leitura estará usufruindo de verdades inquestionáveis. É um tesouro inextinguível.
O LIVRO DE DEUS E OS ANJOS
A Bíblia é um livro cheio de histórias fascinantes e transborda confiança. As histórias da Bíblia foram escritas por homens comuns, mas inspiradas pelo Espírito Santo de Deus. Por isso, estas histórias falam de pessoas comuns, como você e eu. De alguma forma você vai se encaixar numa das histórias da Bíblia, seja para o bem ou para o mal. Suas histórias falam de pessoas que venceram, mas falam também de pessoas que foram derrotadas, mas em todos os casos, Deus sempre inspirou pessoas a enfrentar os gigantes que as desafiavam.
Quando esperamos nas promessas do Senhor, reconhecemos que Ele está acima de todos os nossos problemas, e alimentamos a nossa fé, porque nos firmamos na certeza de que há um Deus que guarda-nos e nos ama de tal modo que ultrapassa o nosso entendimento. Não há um desafio que Deus não possa resolver e não um único momento nas nossas vidas no qual Deus não esteja presente. Observe, por exemplo, que os maiores milagres aconteceram no deserto, para onde o Senhor enviou o seu povo, mas com a promessa de que o Seu anjo o acompanharia. Ali Deus, com seu grande amor, mostrou uma saída para cada uma das circunstâncias adversas que o povo enfrentou. Quando sentiram sede, tirou água da rocha, quando sentiram fome, mandou pão do céu, durante o frio, uma coluna de fogo os aquecia e aluminava, no calor intenso, uma nuvem os cobria, evitando assim, a exaustão e a fadiga. Além disso, a graça, o perdão e a misericórdia divina mostravam o Seu amor infinito abastecendo um povo tão grande, tudo isso por um povo que se rebelou contra Deus no deserto. E tudo isso depois que viram os milagres que o Senhor executou para honrar a Sua promessa, pois falava como Moisés face a face, que tinha um relacionamento íntimo com Deus a ponto de acreditar naquilo que ainda não tinha visto com seus olhos físicos.
“Pela fé, ele abandonou o Egito, não ficando amedrontado com a cólera do rei; antes, permaneceu firme como quem vê aquele que é invisível.” (Hb 11:27) ARA
CAPÍTULO I
O MISTÉRIO DOS ANJOS
A curiosidade do homem quase sempre o leva a buscas intermináveis. Entretanto, alguns questionamentos jamais terão respostas, pois aquilo que julgamos ser simples, pode esconder mistérios indecifráveis. O ser humano, é em sua essência, a expressão da sabedoria de Deus, por isso, está sempre se ajustando àquilo que lhe é apresentado, seja espiritual ou materialmente. E, se houver sinceridade no coração do ser humano, em algum momento da sua vida, embora muitos não queiram, ele vai admitir, mesmo instintivamente, que existe um ser que é onipotente, onipresente e onisciente, enquanto o homem é limitado. Não importa no que acreditemos, haverá sempre uma busca por algo que por muitos jamais será encontrado. E, esse anseio está no coração de todos, do rei ao plebeu. Se não tivermos essa compreensão, todos os nossos questionamentos redundarão em nada, pois são mistérios a serem revelados.
“Mas há um Deus no céu, o qual revela os mistérios.” (Dn 2,28 a) ARA
Eu posso afirmar sem sombras de dúvidas, que Deus em sua infinita sabedoria, nos dá várias oportunidades de adquirir conhecimento através da Sua Palavra. Não há como negar que a Sua verdade é absoluta, queira o homem ou não. E isso inclui você e eu. Nós só chegaremos a conhecer essa verdade, se nos inserirmos na mensagem do Senhor, diretamente ou indiretamente, porque sabemos que alguém a escreveu. Essa mensagem é contemporânea, e se renova a cada dia, devido ao cumprimento das Suas promessas. Aliás, é tamanha a importância dessa verdade, que ocorre uma transformação na vida de todos aqueles que a recebe; e absorvem o seu conteúdo. Entretanto, aquilo que não nos convém saber nesta vida, nos será revelado na vida eterna.
“As coisas encobertas pertencem ao Senhor, nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem, a nós e a nossos filhos, para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei”. (Dt 29,29) ARA
Então, como nosso assunto principal é “anjos”, devemos saber que eles estão sempre cercados de mistérios, e, que esses mistérios podem sim, ser desvendados, quando estudamos profundamente a sua atuação desde a sua criação. Porque muitas pessoas acreditam neles, outras tantas não, e, por isso, nos limitamos apenas a acreditar no que os outros dizem.
A razão porque algumas pessoas dizem que veem anjos, enquanto outras não, é um mistério. Entretanto, como a Bíblia se explica, podemos conjecturar, dado ao vasto material que nela nos é apresentado, que eles existem. O que também podemos afirmar, com certeza, é que anjos são seres espirituais, e como tais, não possuem corpo físico.
“Também há corpos celestiais e corpos terrestres; e, sem dúvida, uma é a glória dos celestiais, e outra, a dos terrestres.” (I Co 15,40) ARA
A Palavra de Deus nos diz que há diferença de corpos, isso por causa da corrupção do gênero humano. Isso é claramente entendido quando se fala da ressurreição de Cristo. Por isso também, os anjos não tem corpo físico, porque eles não morrem, logo não ressuscitarão. Não acredito que alguém já tenha participado do velório de um anjo quando nos referimos a seres celestiais. A falta de interesse leva as pessoas a viverem uma vida fadada ao erro e à ignorância. É uma guerra travada contra si mesmo, porque sem conhecimento vivemos apenas aquilo que é superficial, e assim, somos facilmente submetidos ao engano que nos são apresentados com erros grosseiros.
“Semeia-se corpo natural, ressuscita corpo espiritual. Se há corpo natural, há também corpo espiritual.” (I Co15,44) ARA
Se sabemos que o corpo é formado por vários membros, deduzimos então, que se há corpo espiritual, não podemos negar que haja também olhos(membros) espirituais. Logo, aquilo que é espiritual só poderá ser visto a partir de um olhar diferenciado, ou seja, com olhos espirituais. Enquanto aquilo é que natural, digo, carnal, poderá ser visto com os olhos físicos, ou naturais. Esses olhos espirituais só poderão ser abertos pelo próprio Deus e segundo a vontade de Deus.
“E acontecerá, depois, que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos velhos sonharão, e vossos jovens terão visões.” (Jl 2,28) ARA
Depois que o Espírito Santo começa a agir na vida das pessoas, conforme a promessa do Senhor, estas pessoas não serão mais aprisionados pelas coisas terrenas e momentâneas como o mundo natural as apresenta. Elas passam a perceber o mover de Deus em suas vidas e na sociedade de forma diferente. É o mundo espiritual sendo apresentado a elas.
Uma das histórias mais interessantes da Bíblia está relacionada à vida ou à visão espiritual, e mostra a superação do medo de um homem como qualquer outra pessoa. Esta história está descrita no Velho Testamento e impressiona pela sua semelhança a fatos ocorridos nos dias atuais. O relato diz que o rei da Síria com seu exército poderoso havia cercado uma cidade israelita chamada Dotã. A princípio, o rei tinha o firme propósito de capturar o homem de Deus, o profeta Elizeu. O motivo era que todas as vezes que o rei da Síria fazia uma investida contra uma cidade israelita, o profeta Elizeu avisava o capitão do exército de Israel. O rei então, muito furioso, questionava aos seus comandados sobre a possibilidade de haver ali um traidor, mas ao receber uma resposta negativa, fica sabendo que o profeta Elizeu estava sempre divulgando os seus planos, frustrando os desígnios do rei e fazendo com que suas investidas fossem sempre malsucedidas. O rei assim, imagina que a única maneira de vencer o exército israelita é capturando e eliminando o profeta Elizeu,
O rei da Síria juntou o seu exército, talvez o mais poderoso da época, para sitiar a cidade, subjugando-a de modo que ninguém pudesse fugir. Ao acordar de manhã bem cedo, Geazi, servo do profeta Elizeu, olhou e viu toda a cidade cercada pelo exército sírio, e sentiu muito medo ao ver centenas de carros e cavalos. Geazi ficou extremamente preocupado e sentiu-se perdido. Ele correu até o profeta Elizeu e relatou sua visão e acrescentou: "Ah, meu senhor! o que faremos?" e a resposta de Elizeu foi um ato de fé sobrenatural que lhe deu conforto e despreocupação. Ele disse: "não tenha medo, porque maior são os que estão conosco do que os que estão com eles.
Elizeu orou para que Deus abrisse os olhos espirituais do seu servo, e Geazi viu um grande exército de anjos que Deus havia enviado para defendê-los daquela força síria. Por outro lado, o exército da Síria foi acometido de uma cegueira física, o que os impediu de invadir a cidade onde estava o profeta Elizeu.
“Orou Eliseu e disse: Senhor, peço-te que lhe abras os olhos para que veja. O Senhor abriu os olhos do moço, e ele viu que o monte estava cheio de cavalos e carros de fogo, em redor de Eliseu.” (2 Rs 6,17) ARA
Quando perdemos a nossa capacidade de vermos as coisas ao nosso redor com um olhar esperançoso, começamos a ver um amanhã sem futuro, incerto. O que muda a nossa percepção é o desejo fundamentado na fé e na visão de que tudo vai dar certo, que tudo será melhor. É a nossa fé agindo nas nossas vidas através da visão espiritual, porque não conseguimos visualizar o futuro, porque não é palpável, mas vemos a possibilidade de uma mudança, porque planejamos e estamos debaixo das promessas de Deus, que são certas. Isto não é uma ideia vaga ou um pensamento vão. Não são promessas sem fundamento para vidas sem expectativas. As promessas do Senhor são imutáveis e aquilo que os nossos olhos físicos não viram, é o que está preparado para aqueles que O amam e aguardam nas Suas promessas.
"Mas, como está escrito: Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam. " (1Co 2,9) ARA
Por mais que tenhamos sido transformados pelo poder de Deus, se não estivermos alicerçados nEle, às vezes, como Tomé, a nossa fé pode ser abalada por um motivo ou outro. Quando nos vemos na dependência do nosso Criador, as coisas mudam e passamos a ver tudo com um novo olhar.
“E me transportou, em espírito, até a uma grande e elevada montanha e me mostrou a santa cidade, Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus.” (Ap 21,10) ARA
Às vezes, estamos presos nas nossas limitações. Por isso, não conseguimos ver além daquilo que a natureza nos apresenta. Alguns evitam falar sobre coisas sobrenaturais, talvez pelo medo de chamarem atenção e setem desacreditados. No primeiro livro das crônicas, há um relato interessante sobre aquilo que o homem natural vê, e também aquilo que o homem espiritual, cujo socorro está no Senhor, vê. Há um único cenário, entretanto, com visões diferenciadas. O importante é saber que aquilo que Deus faz pode ser discernido através da vida espiritual.
“Então, enviou o Senhor a peste a Israel; e caíram de Israel setenta mil homens. Enviou Deus um anjo a Jerusalém, para a destruir; ao destruí-la, olhou o Senhor, e se arrependeu do mal, e disse ao anjo destruidor: Basta, retira, agora, a mão. O Anjo do Senhor estava junto à eira de Ornã, o jebuseu.” (1Cr 21,14-15) ARA
Percebemos que neste tempo, todo o povo de Israel sofreu com uma peste enviada pelo próprio Deus. Muitos morreram pela peste, numa visão natural. Talvez muitas pessoas façam especulações a respeito da peste enviada pelo Senhor, mas a realidade é que, enquanto as pessoas comuns viam pessoas morrerem por causa da peste, seja qual for, o homem de Deus via estas pessoas morrendo feridas pelo anjo enviado por Deus. Um mesmo cenário com visões diferentes, uma natural e outra espiritual. Davi tinha um relacionamento íntimo com Deus, por esta razão, seus olhos espirituais estavam sempre abertos. Davi então, reconhece o seu erro ao mandar enumerar o povo de Israel. Ele então, confessa seu pecado e assume que a culpa por aquela calamidade era sua e não do povo. Sendo assim, o povo não merecia ser castigado por aquela praga terrível. Deus ouviu o seu clamor, perdoou-o e deteve o anjo que trazia o mal, impedindo que mais pessoas fossem mortas. Não podemos ignorar este acontecimento, pois aquilo que vivemos na nossa vida espiritual, vivemos pela fé e o Satanás quer fazer com que esta fé seja minada trazendo influências negativas aos nossos corações. Daí a importância de levarmos uma vida padronizada nos preceitos do Senhor.
Não podemos confrontar a fé das pessoas baseado naquilo que pensamos ou mesmo em experiências próprias. Muitas pessoas dizem ter várias experiências com anjos, acho que isso é discutível e até salutar, levando-se em consideração o poder de imaginação das pessoas. Entretanto há, segundo as Escrituras Sagradas, verdades irrefutáveis acerca de visões e contatos com anjos, isso sem mencionar o fato de que as várias traduções e interpretações das Escrituras Sagradas, podem trazer algumas confusões ou dúvidas aos indoutos, quanto ao que é na verdade, “ser um anjo”. Por isso, devemos avaliar com muito critério os comentários a respeito deste assunto.
Vale a pena observar que, como somos seres individuais, podemos vir a ser exclusivistas em determinados assuntos. Sabemos que os comentaristas bíblicos estão condicionados à sua visão pessoal. Isso não é um fator dominante no que diz respeito à Palavra de Deus, pois quando falamos me interpretações, opiniões e experiências próprias, devemos ter o cuidado de não nos expressarmos de forma a assumir uma opinião pessoal como uma verdade absoluta. Isso seria um desastre e um obstáculo para a evolução de um debate democrático que poderia levar a um entendimento geral, pois temos que abordar algumas questões, que muitas vezes, se tornam norma na vida das pessoas, mas que não é, necessariamente, bíblica.
“Sabendo, primeiramente, isto: que nenhuma profecia da Escritura provém de particular elucidação.” (II Pe 1,20) ARA
Ser humano algum é capaz de afirmar algo baseado na sua individualidade, no entanto, pode-se somar ideias, para que, com avaliações sinceras, possa se chegar a um consenso. Daí a importância da formação de concílios, como é o caso de muitos segmentos religiosos. Caso contrário, cairíamos no erro de Aitofel, que não aceitou ser contrariado, e, causou, por isso, a sua própria morte. Por mais que sejamos questionados de forma indevida, haverá sempre uma razão para que sejamos serenos em qualquer situação. Tudo deverá ser esclarecido à luz da Palavra de Deus.
“Vendo, pois, Aitofel que não fora seguido o seu conselho, albardou o jumento, dispôs-se e foi para casa e para a sua cidade; pôs em ordem os seus negócios e se enforcou; morreu e foi sepultado na sepultura do seu pai.” (II Sm 17,23) ARA
Você pode se perguntar o que tem a ver esse caso com o “mistério dos anjos”. Nada mesmo. É apenas para ilustrar o fato de que ninguém detém o “absolutismo da verdade”, e que, ao ponto de vista de cada um, é possível que a razão esteja sempre com este ou com aquele, mesmo que a ética mostre algo diferente do que para alguns seja inexplicável.
Não existe confronto saudável quanto à Palavra de Deus. O que precisamos aqui, é desvendar os mistérios dos anjos. Isso pode parecer estranho para muitas pessoas, mas pode ser revelador, e, trará, como benefício, algo que só quem vive o sobrenatural pode adquirir. Isso acontece pela fé, e só dará vantagem a quem tem uma consciência espiritual. Esse sim, estará sempre apto a ver o mundo pelos olhos da fé. Fé esta que sempre impulsiona as pessoas a buscarem instintivamente o caminho de Deus - a própria Verdade.
A primeira aparição de anjos nas Escrituras Sagradas, se dá logo no início, no livro de Gênesis. A escrita do capítulo 16 de Gênesis, fala do “Anjo do SENHOR”, deixando claro que ali, do modo como foi escrito, faz alusão ao Espírito Santo de Deus, o próprio Senhor Jesus, que ainda não havia encarnado. Isso mesmo, eu disse encarnado. Se Deus é espírito, e anjo é espírito, podemos concluir que se trata então, do Espírito Santo de Deus.
“Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.” (Jo 4,24) ARC
“Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; tocai-me e vede, pois um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho.” (Lc 24,39) ARC
Há uma linha tênue entre o mundo físico e o espiritual. É evidente que tudo aquilo que é espiritual pode ser discernido facilmente por aquelas pessoas que são espirituais. É meio complicado entender isso, mas se mergulharmos nos ensinos descritos na Palavra de Deus, perceberemos com clareza que algumas pessoas podem realmente manter contato com os anjos, outras não. Isso vai depender do nível espiritual de cada uma, e, obviamente, do seu relacionamento com Deus.
Um exemplo claro desse relacionamento com Deus, está na vida de Abraão. Há uma mensagem que se inicia no capítulo 18 de Gênesis, e que deve ser estudado com cautela. Sim, porque neste relato, em alguns momentos temos a referência a varões, ou seja, homens. Noutro momento temos referência a anjos, que são mensageiros, que tem corpo físico e aparência masculina. O que vemos com nitidez é que entre Eles está também o próprio Senhor, Deus. Por isso, Abraão: “inclinou-se à terra”. Porque anjos não podem e não recebem adoração. Quem quis ser adorado foi Lúcifer, “anjo de luz”, e sabemos qual foi o seu fim.
“Prostrei-me ante os seus pés para adorá-lo. Ele, porém, me disse: Vê, não faças isso; sou conservo teu e dos teus irmãos que mantêm o testemunho de Jesus; adora a Deus.” (Ap 19,10 a) ARA
Há ainda nas Sagradas Escrituras, vários exemplos de pessoas que viviam um relacionamento com Deus a ponto de serem elogiadas por Deus, como Moisés e tantos outros. É interessante observarmos que um relacionamento deve ser baseado em confiança e credibilidade. E isso exige fidelidade.
“Não é assim com o meu servo Moisés, que é fiel em toda a minha casa. Boca a boca falo com ele, claramente e não por enigmas; pois ele vê a forma do Senhor; como, pois, não temestes falar contra o meu servo, contra Moisés?” (Nm 12,7-8) ARA
Apesar de vivermos cercados de nossas subjetividades, apenas a Deus devemos adorar, e só a Ele devemos prestar cultos. Não podemos adorar aos anjos ou qualquer outra criatura. Essa atitude nos leva a um relacionamento com Deus. É necessário que seja um relacionamento íntimo, assim Deus vai permitir que vejamos e que tenhamos contato com seus anjos, que são seres espirituais. Só Deus tem o poder de fazer a conexão entre o espiritual e o natural, através de Jesus Cristo. Ele é tão poderoso que mais de um bilhão de seres como anjos e serafins ficam ao Seu lado no céu, e, o tempo todo clamam uns aos outros a Sua força, o Seu poder e a Sua majestade. Embora pareça um tanto exagerado, é impossível não acreditar que o número de anjos esteja na casa do “bilhão’, mas o nosso Deus é realmente um Deus grandioso, e como tal, merece ser magnificado.
“Então, me falou o anjo: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E acrescentou: São estas as verdadeiras palavras de Deus. Prostrei-me ante os seus pés para adorá-lo. Ele, porém, me disse: Vê, não faças isso; sou conservo teu e dos teus irmãos que mantêm o testemunho de Jesus; adora a Deus. Pois o testemunho de Jesus é o espírito da profecia.” (AP 19, 9-10)ARA
“Eu, João, sou quem ouviu e viu estas coisas. E, quando as ouvi e vi, prostrei-me ante os pés do anjo que me mostrou essas coisas, para adorá-lo. 9Então, ele me disse: Vê, não faças isso; eu sou conservo teu, dos teus irmãos, os profetas, e dos que guardam as palavras deste livro. Adora a Deus.” (AP 22,8-9) ARA
Creio que, ao abordarmos alguns assuntos, vem sempre as dúvidas sobre a sinceridade que há nos corações das pessoas. Se realmente houve um estudo, uma pesquisa sobre a questão, ou se estão se firmando em algo que apenas satisfaça ao seu ego. Então, o melhor mesmo, é que todos mergulhem juntos numa jornada de estudos baseada nas Escrituras Sagradas, para que não haja conclusões infundadas sobre assuntos tão relevantes. O professor que se preocupa com os seus alunos, procura primeiramente aprender a fórmula, para só depois de tornar-se especialista, então, ensiná-la. E por mais que alguém seja sábio, há sempre espaço para aprender sobre mais e mais assuntos e sobre determinados temas.
“A prova de que algo existe não é quando vemos; é quando concordamos com um estímulo alimentado por algo verdadeiro. Nós não vemos o vento, mas sentimos o arrepio da pele, quando somos estimulados pelos sensores que absorvem a sua ação. A ação alimenta a reação, e, sabemos então, que o vento é real, é verdadeiro.”
É importante observar que Deus não fala com os céticos. Ele fala com pessoas que acreditam naquilo que não veem, porque Deus fala aos nossos corações, não à nossa visão. Só podemos servi-lo, se acreditarmos que Deus é espírito, e pela fé, guardá-lo em nossos corações.
“De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam.” (Hb11,6) ARA
O mistério de Deus, assim como o mistério dos anjos, só poderá ser revelado pelo próprio Deus. Seja para ensinamento ou exortação. Ele se revela no Seu Evangelho, na Sua Palavra, àqueles que são por Ele guiados. Não há dúvidas de que a fé nas revelações divinas nos alimenta no dia a dia, e nos leva a vencer certos obstáculos. A incerteza, por sua vez, gera destruição, estagnação e é capaz de paralisar. O propósito da fé é nos direcionar e impulsionar, por isso, não podemos deixá-la inerte.
“Porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou.” (Rm 1,19) ARA
Deus se faz conhecido entre nós através da Sua Palavra, do Seu Filho. Dessa forma o seu reino também se manifesta a todos nós, porquanto Deus está profundamente alinhado conosco a ponto de nos revelar os seus mistérios e seus segredos. E para que recebamos a plenitude do Seu conhecimento, o próprio Deus nos promete que um dia seremos transformados, para que sejamos como os anjos, e, assim, tenhamos mais intimidade com Ele. Sabemos que Deus se faz conhecido aos Seus de diversas formas, e é da vontade de Deus que as pessoas se conectem com Ele através de um relacionamento íntimo e profundo. E isso não acontece apenas de modo espiritual, pois as nossas atitudes mostram quem somos nós.
“Eis que vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos.” (I Co 15,51) ARA
A promessa de que seremos transformados, nos dá a esperança da certeza de que estaremos com o próprio Deus, onde Ele está. E com corpo de glória, viveremos o sobrenatural de Deus sob uma perspectiva espiritual. Sem este corpo físico que nos traz dor e sofrimento. Esse é o grande mistério de Deus, nosso novo corpo; como o corpo de Cristo, como os anjos no céu.
“Porque, na ressurreição, nem casam, nem se dão em casamento; são, porém, como os anjos no céu.” (Mt 22,30) ARA
A primeira coisa a ser enfatizada em relação a esse versículo, é o mistério que Deus nos revela ao afirmar que seremos como anjos “no céu”. Sim, porque o próprio Deus afirma que carne e sangue não herdarão o reino dos céus. Talvez não consideremos essa verdade vendo tudo de modo natural, mas teremos um corpo transformado. Então seremos indivíduos diferentes do que somos, e cada um preparado para um relacionamento pessoal com Deus. Isso nos é garantido através de Jesus Cristo, que nos uniu a Deus através da sua morte na cruz. Ele não rejeitou ninguém.
O nosso relacionamento pessoal com Deus, caracteriza-se então, por uma vida espiritual sincera, e ,que nos leva a escolhas que envolvem uma proximidade com tudo aquilo que nos direciona a uma vida de oração e uma entrega total ao Criador. Isso implica, muitas vezes, a abrirmos mão da nossa sanidade, para acreditarmos no sobrenatural. E assim, passamos a viver na terra, aquilo que viveremos no céu. Uma vida de comunhão e interação com o Pai, para que Ele nos revele Seus mistérios e segredos.
Todavia, mais do que descobrir os segredos dos anjos, descobriremos um Deus amoroso. Um Deus que nos valoriza tanto, que se revela a todos nós a cada dia, de uma forma maravilhosa e revigorante. Basta tão somente, ouvirmos a Sua doce voz quando diz: “vinde a mim…”
É lamentável que ainda hoje, milhões de pessoas continuem sob a cegueira da incredulidade. Dizem que tudo aquilo que se refere a Deus é mito; e passam a obedecer a mentira de um momento, ignorando a verdade de uma eternidade. Elas se esquecem que tem um Pai bondoso e passam a acreditar na sua própria bondade. Por isso, é vital a importância de conhecer a Deus através da Sua própria revelação: As Sagradas Escrituras. E, não por nós mesmos. Por isso devemos examinar as Escrituras Sagradas, pois elas revelam o próprio Deus vivo.
“Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim.” (Jo 5,39)ARA
A Bíblia revela a existência de vários seres no céu. E entre querubins, serafins, anjos e arcanjos, apenas dois nomes de destacam: Miguel e Gabriel. As Escrituras Sagradas não falam muito sobre cada um deles, pois o foco das Escrituras é o Senhor Jesus. Ainda temos citações sobre anjos caídos e várias referências aos seres espirituais, como principados e potestades. Num estudo mais apurado, podemos deduzir que são categorias de anjos, assim como Querubins e Serafins. O importante é evitar os exageros sobre anjos, e ter maturidade espiritual suficiente para discernir aquilo que verdadeiro do que é falso sobre os anjos. Para isso, basta sabermos que o Diabo pode se disfarçar de anjo de luz, segundo as Escrituras. E se o assunto é anjos, não podemos nos deixar seduzir pelo engano e astúcia deste ser milenar.
“E não é de admirar, porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz.” (II Co 11,14) ARA
Sabemos que Deus é amor, e que na sua infinita bondade criou todos os seres espirituais bons, uma parte deles se rebelou contra o Senhor, o principal foi Lúcifer, que ainda hoje, continua tentando perverter as criaturas de Deus, por isso, o Senhor nos adverte contra o senhor do engano.
No entanto, aquele que vive segundo a vontade de Deus, estará sempre cercado pelos Seus anjos, pois é promessa do Senhor. E, sendo assim, todos terão a chance de serem servidos pelos anjos. Afinal, isso é o que diz a Palavra de Deus. Isso, por hora, é o mais importante sobre os anjos.
“Não são todos eles espíritos ministradores, enviados para serviço a favor dos que hão de herdar a salvação?” (Hb1,14) ARA
Deus, como um Ser onisciente, sempre soube que os seres humanos enfrentariam seus desafios e que diante das dificuldades pelas quais passariam, precisariam de apoio e conforto para vencerem os obstáculos. Por isso, Ele preparou um exército poderoso de anjos para os socorrer, uma vez ouvida suas orações Ele lhes envia seus ministros para confortar, cuidar, proteger, aconselhar e guiar. Outras vezes, Ele envia também Seus anjos com mensagens importantes, para direcionar Seus filhos e lhes mostrar que o céu não está alheio aos acontecimentos na terra e que Sua mão está sempre estendida e próxima. De fato, algumas pessoas ao se encontrarem sozinhas no mundo, sentindo-se triste e solitária, recebem conforto através da oração, que tem o significado de um diálogo no qual Deus é mais ouvinte do que qualquer outro ser. Daí vem a resposta para qualquer questionamento, vinda do Redentor prometido que um dia voltará à terra para nos levar consigo.
“Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também. E vós sabeis o caminho para onde eu vou.” (Jo 14,1-4)ARA
Não há dúvidas de que o Senhor promete que estaremos com Ele na Sua morada eterna, onde obviamente, está sempre cercado pelos anjos. Se em algum momento em nossas vidas, deixarmos de acreditar na existência dos anjos, perderemos a oportunidade de vivenciarmos uma vida cheia das bênçãos do Senhor, e com isso, abrimos espaço para que o inimigo das nossas almas aja em nosso desfavor, ou seja, seremos derrotados em nosso campo de batalha, mesmo porque eles não vão deixar de existir só porque não acreditamos que eles existem. Há sempre uma ocasião oportuna para alimentarmos a nossa fé e buscar explicações sobre o mistério que cerca todas as coisas acerca dos anjos, e que traz aos nossos corações os ensinamentos segundo a nossa fé em Cristo, pois a Sua vinda foi anunciada por anjos. Há várias pessoas que relatam experiências impressionantes e verdadeiras em relação a estes seres espirituais. Uma vida pautada nos ensinamentos cristãos pode mudar o nosso entendimento e a nossa maneira de olhar para alguns acontecimentos além de nos levar a vivermos essencialmente a prática de uma vida espiritual ao ponto de sabermos como usufruir da presença e da convivência com os anjos. É o ponto de partida e o início de uma espiritualidade com intensidade que cheda ao ponto de decifrarmos o mistério dos anjos, o que muitos desejam no fundo da sua alma.
CAPÍTULO II
QUEM SÃO OS ANJOS?
Neste capítulo, vamos tratar de um questionamento secular. E o assunto pode ser, às vezes, controverso, levando-se em consideração o elevado número de livros e artigos escritos sobre este tema. Algumas pessoas distorcem a verdade das Escrituras Sagradas e tentam simular uma realidade diferente a respeito de quem são os anjos. Afinal, quem são os anjos na Bíblia?
“Não são todos eles espíritos ministradores, enviados para serviço a
favor dos que hão de herdar a salvação?” (Hb 1.14) ARA
A Bíblia Sagrada mostra claramente quem são os anjos. São “espíritos ministradores”. Não podemos contrariar o que está escrito, pois a Bíblia foi escrita por cerca de 40 pessoas de vários segmentos, de pastores a reis. Paulo jamais contradisse o que está escrito na Palavra de Deus, pelo contrário, algumas vezes ele dava conselhos e dizia: “digo eu, não o Senhor.”
Não! Definitivamente os anjos não são filhos de Deus. E isso fica evidente em várias passagens das Sagradas Escrituras. Embora tenhamos na bíblia, várias ocasiões em que, os anjos interagem com pessoas. Na verdade, como dizem as Escrituras, creio que anjos estão sempre ao nosso redor, nos livrando de muitos e diferentes perigos.
Se examinarmos cuidadosamente as Escrituras Sagradas, descobriremos o que ou quem realmente são os anjos, mas podemos também confrontar várias pessoas que afirmam que os anjos são “filhos de Deus”. Pode ser difícil aceitarmos algumas verdades, e os culpados por isso, somos nós mesmos, pois não temos o costume de pesquisar a fundo sobre os assuntos aos quais acreditamos “dominar bem”. E todos, ou muitos, acreditam conhecer “muito” sobre anjos. Isso possivelmente aconteça conosco, desde que éramos crianças, quando ouvíamos sobre mitos e fábulas, e depois, como bons narradores, contávamos aos outros tudo que ouvíamos.
Vamos refletir sobre a Palavra de Deus, onde Ele próprio diz jamais chamar anjo de filho.
“Tendo-se tornado tão superior aos anjos quanto herdou mais excelente nome do que eles.
Pois a qual dos anjos disse jamais:
Tu és meu Filho, eu hoje te gerei?
E outra vez:
Eu lhe serei Pai, e ele me será Filho?
E, novamente, ao introduzir o Primogênito no mundo, diz:
E todos os anjos de Deus o adorem”. (Hb 1,4-6) ARA
Note que as Escrituras afirmam que Jesus foi gerado. Por outro lado, deduzimos que os anjos foram criados. Há uma enorme diferença entre gerar e criar. Vejamos, por exemplo, que o homem foi criado à imagem de Deus, enquanto Jesus foi gerado conforme a imagem de Deus. É importante frisar que a Bíblia não fala sobre o tempo da criação dos anjos, o que temos em discussão são meras especulações e como essa referência é deixada indefinida na Bíblia, apenas sabemos que os anjos não participaram da fundação do mundo, pois eles também foram criados.
“Este é a imagem do Deus invisível…” (Cl 1,15) ARA
Jesus representa o Deus que jamais pode ser visto pelos olhos humanos. João disse que ninguém jamais viu a Deus, mas era necessário que Ele se manifestasse aos homens, como homem. Acredito que se os macacos tivessem um deus, ele se manifestaria a eles como um macaco.
“Porquanto, nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade.” (Cl 2,9) ARA
O Senhor Jesus respondendo a um dos seus discípulos, disse:
“Quem me vê a mim vê o Pai.” (Jo 41,8) ARA
Como certeza, não há comparação possível, entre Jesus Cristo e os anjos. Jesus Cristo é a mais perfeita revelação de Deus aos homens, pois ele é o próprio Deus. Os anjos foram criados com a função de servir, de modo que estejam sempre disponíveis para cumprirem os desígnios do Criador.
“Eu e o Pai somos um.” (Jo 10,30) ARA
Em geral, os filhos são parecidos com o pai. Às vezes, é tão notável a semelhança que alguns dizem ser uma “cópia fiel”. Entretanto, aqui Jesus não diz se parecido com Deus, Ele afirma ser o próprio Deus. E Ele é Deus, não “um deus”, o Deus vivo. O Deus que se fez carne e habitou com os homens.
“Aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus.” (Tt 2,13) ARA
E quanto aos anjos? Embora muito se fale sobre anjos sob forma humana, não creio que seja tão “material”, pois são seres espirituais. Por outro lado, a Bíblia nos afirma que pessoas tem aparência de anjos. E, isso é compreensível quando analisamos alguns textos.
“Dizia mais a tua serva: Seja, agora, a palavra do rei, meu senhor, para a minha tranquilidade; porque, como um anjo de Deus, assim é o rei, meu senhor, para discernir entre o bem e o mal. O Senhor, teu Deus, será contigo.” (2Sm 14,17) ARA
“Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, e da sua boca devem os homens procurar a instrução, porque ele é mensageiro (anjo) do Senhor dos Exércitos.” (Ml 2,7) ARA
Observem que no segundo caso também, o profeta é chamado de ANJO (grifo meu), mas anjos não são chamados de homem. E por que? Porque os anjos têm conhecimento, mas não tem livre arbítrio. Talvez por isso, os judeus valorizavam tanto os anjos. A razão está justamente no Velho Testamento, porque ainda não havia acontecido a presença física de Jesus Cristo. O que muitos chamam de “teofania”, pode ter outras explicações além de seres espirituais que se materializam em “seres humanos”. A primeira seria que, pessoas fossem cheias do Espírito Santo, e viessem com a função exclusiva de passar determinadas mensagens, porque nesse tempo, o Espírito Santo não havia sido derramado sobre todos. Mas alguns recebiam-no por algum tempo, e, depois, este voltava para o pai. Outra explicação é que a expressão “ Anjo de Senhor”, se refere ao próprio Jesus Cristo, que, como ainda não havia encarnado, se manifestava na forma humana, na qual seria gerado. Afinal, as Escrituras afirmam que Ele sempre existiu. Isto aconteceria apenas para aqueles que tinham comunhão com Deus. Este, por sua vez, abria os olhos espirituais destas pessoas, para que pudessem se aproximar mais e mais de Deus, e ver o impossível. Assim, para que houvesse um relacionamento único com o Pai celestial, Deus se tornou carne e habitou entre os homens.
“Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste.” (Cl 1,17) ARA
“Evidentemente, grande é o mistério da piedade:
Aquele que foi manifestado na carne
foi justificado em espírito,
contemplado por anjos,
pregado entre os gentios,
crido no mundo,
recebido na glória.” (1Tm 3,16) ARA
A história sobre anjos pode ser entendida naturalmente, pois não está fundamentada em mitos ou lendas, mas naquilo visto espiritualmente e relatado por pessoas que tiveram o privilégio de receber o recado vindo do próprio Deus, o Autor de Sua biografia. Toda mensagem de Deus, se fundamenta na verdade, que é o próprio Jesus. Por isso, Ele sempre existiu, pois é o próprio Deus. E essa mensagem tem como alvo, a vida daqueles que tem o coração puro, porque somente estes poderão ver a Deus. Então, terão uma visão espiritual a ponto de vivenciarem novas e diferentes experiências. Não como negar a glória de Jesus como Deus.
“Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus.” (Mt 5,8) ARA
Tudo se resume a isto: desde o princípio Deus criou os seres humanos à sua semelhança, refletindo a natureza de Deus, e Jesus Cristo é o próprio Deus, por isso, seus seguidores são chamados “cristãos”, porque são parecidos com Cristo - Deus. Se os macacos ou os cavalos, por exemplo, tivessem um deus, este se manifestaria a cada um deles, de acordo com a particularidade de cada um, segundo a sua aparência. Ou seja, o deus dos cavalos teria a forma de um cavalo, o deus do macaco, a forma de um macaco e assim por diante.
“Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.” (Gn1,27) ARA
Mas não foi assim com os anjos. Os anjos não foram criados a imagem de Deus. Embora um deles tenha desejado ser semelhante a Deus. Tampouco anjos tenham sido gerados. Jesus Cristo é o filho, foi gerado como Deus encarnado, para habitar entre os homens.
“Porque aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude.” (CL 1,19) ARA
Quando falamos de imagem, falamos de existência, o que de Deus se pode afirmar pode ser também aquilo que se refere à parte imaterial do homem, que permite que ele tenha comunhão com Deus, o Criador. Podemos dizer que com o coração sentimos/vimos a Deus e com os olhos contemplamos a Jesus Cristo.
“Porquanto, nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade.” (Cl 2,9) ARA
Sabemos que Jesus Cristo foi gerado. Por ser gerado, e não criado, Jesus Cristo se torna muito superior aos anjos. E, como a impossibilidade de pecar o torna superior aos homens, isso o qualifica como Deus e a ser Deus.
“Enquanto ponderava nestas coisas, eis que lhe apareceu, em sonho, um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo.” (Mt 1,20) ARA
Até hoje, provavelmente muitos tenham ouvido sobre o nascimento de Jesus, mas é muito provável também que poucos tenham atentado para um detalhe: por que o anjo apareceu em sonho a José, para anunciar sobre o filho de Deus, que havia sido gerado no ventre de Maria? Simplesmente porque anjo não tem corpo físico como Jesus Cristo. E, como o corpo físico está sujeito às mazelas terrenas, Jesus também sentiu cansaço. Quanto aos anjos, não há menção alguma nas Escrituras Sagradas relatando algo parecido. Que tenham, por exemplo, se transfigurado.
“Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser… Tendo-se tornado tão superior aos anjos quanto herdou mais excelente nome do que eles.” (Hb 1,3-4) ARA
Jesus Cristo sempre existiu na trindade divina de Deus (De acordo com o ensinamento central da maioria das religiões cristãs, existe apenas um Deus, em três pessoas, conforme 1Jo 5,7-8). Ele não foi, e não poderia ser criado, porque já existia antes da fundação dos tempos (Tt 1,2). Seu corpo terreno, foi gerado na terra, como qualquer homem comum, porém, esse corpo jamais se tornaria pó, como os demais homens, porquanto o próprio Deus dissera que seu corpo jamais veria a corrupção.
“Pois não deixarás a minha alma na morte,
nem permitirás que o teu Santo veja corrupção.” (Sl 16,10) ARA
Então, quem são os anjos? Afinal, temos a afirmação bíblica de que Deus jamais chamou anjos de filhos. Sendo assim, o que ou quem são os anjos? Vejamos a passagem bíblica:
“Pois a qual dos anjos disse jamais:
Tu és meu Filho, eu hoje te gerei?” (Hb 1,5a) ARA
Jesus Cristo é o filho, o primogênito dos homens, o unigênito do Pai. Os anjos são ministros de Deus, e a responsabilidade destes ministros, é agir em favor daqueles que aceitam a sua fragilidade enquanto seres humanos.
“Não são todos eles espíritos ministradores, enviados para serviço a favor dos que hão de herdar a salvação?” (Hb 1,14) ARA
“E lhe disse: Se és Filho de Deus, atira-te abaixo, porque está escrito:
Aos seus anjos ordenará a teu respeito que te guardem;
e:
Eles te susterão nas suas mãos, para não tropeçares nalguma pedra.
Com isto, o deixou o diabo, e eis que vieram anjos e o serviram.” (Mt 4,6 e 11)
Vimos ai, que há “o Filho de Deus” e os “anjos” de modo distinto. E como sabemos que Deus não chama anjos de filho, podemos descartar essa possibilidade. Em vez de chamar anjos de “filho”, eles os chama de “espíritos ministradores”. E, se eles estão a serviço, eles são enviados para servir, em outras palavras, são servos.
Podemos seguramente afirmar, que muitas perguntas a respeito de anjos, ficarão sem respostas. Entretanto, uma pesquisa mais apurada às Escrituras Sagradas, poderá nos trazer revelações surpreendentes. O que fica óbvio é que seres humanos, formados ou feitos à imagem de Deus, tem corpo, alma e espírito. Os anjos ao contrário, tem espírito, mas não tem corpo físico. Se os anjos tivessem corpo, teriam carne e sangue, sendo assim, não poderiam habitar no céu. Ademais, um corpo humano, cor certeza, vai passar por decomposição, excetuando-se o Senhor Jesus Cristo, que era homem, mas era também Deus.
“Isto afirmo, irmãos, que a carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus, nem a corrupção herdar a incorrupção.” (1Co 15,50) ARA
A realidade é que não receberemos nada de Deus, se não acreditarmos naquilo que vemos com os nossos olhos espirituais. É impossível termos respostas e provisão de Deus, se não vivermos uma vida santa, separada daquilo que o mundo aceita como natural. Como cristãos, vivemos pela fé e isso exige uma vida de santificação.
“Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor.” (Hb 12,14) ARA
Muitos talvez se questionem sobre a possibilidade de ver ou não o Senhor. E, o que tem isso a ver com o anjos? A resposta é simplesmente esta: os anjos estão cercando o Senhor, estão ao seu redor. Então, quem vê o Senhor, vê também os anjos. No entanto, para que isso aconteça, é preciso experimentar uma interação pessoal com o Senhor, só assim, seremos servidos pelos anjos, pelos ministros do Senhor. Só assim, o Senhor se mostrará àqueles que são obedientes, estes O verão claramente.
“Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me manifestarei a ele.” (Jo 14,21) ARA
Não existe nenhuma afirmação lógica de que pessoas desobedientes tenham visto anjos, ou mesmo Jesus ressurreto. Contudo a Bíblia nos revela nomes de várias pessoas santas (separadas) que viram anjos. Todas elas, com certeza, tiveram sua visão potencializada devido a um relacionamento pessoal com Deus. Quanto ao Senhor Jesus, com corpo glorificado, foi visto por seus discípulos, por uma mulher, e só depois foi visto por 500 pessoas de uma vez.
Mais uma vez, é importante ressaltar que, pessoas que vivem uma vida de impiedade, jamais terão abertos os seus olhos espirituais, portanto jamais verão o Deus do sobrenatural. Entretanto, todos veem e verão a ação de Deus.
“Seguindo ele estrada fora, ao aproximar-se de Damasco, subitamente uma luz do céu brilhou ao seu redor, e, caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues?
Os seus companheiros de viagem pararam emudecidos, ouvindo a voz, não vendo, contudo, ninguém.
Então, se levantou Saulo da terra e, abrindo os olhos, nada podia ver. E, guiando-o pela mão, levaram-no para Damasco.
Ora, havia em Damasco um discípulo chamado Ananias. Disse-lhe o Senhor numa visão: Ananias! Ao que respondeu: Eis-me aqui, Senhor!
Então, Ananias foi e, entrando na casa, impôs sobre ele as mãos, dizendo: Saulo, irmão, o Senhor me enviou, a saber, o próprio Jesus que te apareceu no caminho por onde vinhas, para que recuperes a vista e fiques cheio do Espírito Santo. Imediatamente, lhe caíram dos olhos como que umas escamas, e tornou a ver. A seguir, levantou-se e foi batizado.” (At 9.3,4,7,8,10,17,18) ARA
O apóstolo passou a andar e a viver na luz da sua nova natureza, numa íntima comunhão com o Senhor Jesus. O que Saulo vira até então, eram só trevas e incertezas. Depois que deixou de ser Saulo, ele começou a ver o Senhor e também aos anjos. Não com os olhos físicos, mas com o que chamamos de “olhos espirituais”. Seus olhos espirituais foram finalmente abertos, até o fim da sua vida.
“Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados,
Isto, portanto, digo e no Senhor testifico que não mais andeis como também andam os gentios, na vaidade dos seus próprios pensamentos,
e vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade.” (Ef 4.1,17,24) ARA
Talvez você questione tudo que está escrito, e, talvez ainda tenha dúvidas sobre quem são os anjos. Mas pode estar certo de que os anjos não são filhos de Deus. E por que esta afirmação? Simplesmente porque nada poderia ser escrito nas Escrituras sem que fosse inspirado pelo próprio Criador, através do Seu Espírito Santo. Deus, com certeza, inspirou toda a Sua Palavra.
“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça.” (2Tm 3,16)
“Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo.” (2Pe 1,21) ARC
Lembre-se, a Palavra de Deus é a verdade, e não uma teoria. Muitas respostas para muitos questionamentos são encontrados na Palavra de Deus. Por isso, temos que acessá-la frequentemente, para que não seja interrompida a nossa conexão espiritual com o Pai. Por isso, cremos que não se trata de palavra de “crente”, mas da palavra do próprio Deus. E o pai fala tão fortemente através da Sua Palavra, que acreditamos em cada evidência e em cada verdade que nos é transmitida.
“Proclamarei o decreto do Senhor:
Ele me disse: Tu és meu Filho,
eu, hoje, te gerei.” (Sl 2,7) ARA
“Pois a qual dos anjos disse jamais:
Tu és meu Filho, eu hoje te gerei?
E outra vez:
Eu lhe serei Pai, e ele me será Filho?” (Hb 1,5) ARA
Há uma verdade que não pode ser ignorada. Somos chamados para uma vida cheia de poder sobrenatural, porque o Senhor Jesus nos disse que nos daria poder. Mas para recebermos esse poder, precisamos viver com Jesus e para Jesus. E viver para Jesus, implica numa mudança de vida. Uma vida de renúncia com mudança de caráter, e inclusive nos relacionamentos interpessoais. Implica viver em santidade. E, essa santificação, se opõe a tudo aquilo que o mundo julga natural ou normal. Assim, aprenderemos que dessa maneira, esteremos vivendo um relacionamento com Deus. Dessa forma, estaremos inseridos no seu mundo espiritual, que é habitado pelos anjos. Afinal, só teremos uma visão espiritual, se vivermos uma vida de santidade. Na vontade daquele que criou todas as coisas.
“E me transportou, em espírito, até a uma grande e elevada montanha e me mostrou a santa cidade, Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus.” (Ap 21,10) ARA
Precisamos compreender a missão dos anjos para as nossas vidas. Somos fracos, Cristo então, se torna a fonte da nossa força, nos fortalecendo. Se permanecermos firmes no Seu propósito, Ele será o nosso alicerce, a nossa salvação. E os anjos serão sempre enviados a nosso serviço. Pois Deus honrará a nossa fé.
A Bíblia nos traz inúmeras informações a respeito de anjos, entretanto, o pouco que sabemos a respeito deles, nos mostra uma diferença entre os anjos e os seres humanos. E o poder de escolha é que nos mantém num campo diferente, servido por eles, e, por fim, sendo por eles guardados.
CAPÍTULO III
QUEM SÃO OS ANJOS?
É muito comum, quando pensamos em anjos, vir à nossa mente, a tradicional imagem de um ser muito bonito, ou mesmo de um menino ou um rapaz de cabelos loiros ou cacheados, de aparência agradável e muitas vezes de olhos azuis. Mas pode ser que os anjos tenham uma aparência diferente daquela que muitos de nós imaginamos, como vemos no livro de Apocalipse. E poderíamos até mesmo nos questionar se o relato faz realmente referência a anjos, entretanto no livro de Ezequiel, no primeiro capítulo, temos a descrição dos mesmos "Quatro Seres Viventes", com especificidades de como são conhecidos os querubins, e que sempre estão ao redor do trono de Deus. O que podemos imaginar pelo relato é que se trata de anjos bons. Vejamos:
“E os quatro seres viventes, tendo cada um deles, respectivamente, seis asas, estão cheios de olhos, ao redor e por dentro.” (Ap 4,8) ARA
Ao longo dos anos, sempre tivemos aqueles que dizem quanto aos anjos: “eu não acredito”. Ou mesmo: “eu tenho que ver, para crer”. Em contrapartida, muitos acreditam em tudo o que ouvem, mas duvidam do criador. Simplesmente porque não acreditam naquilo que não veem. Há, entretanto, aqueles que vivem pela fé, como dizem as Escrituras Sagradas, estes tem o sobrenatural de Deus. Porque sem fé é impossível agradar a Deus. Muitos cristãos não se preocupam em estudar sobre os anjos e os demônios, e nem sequer procuram entender a forma como eles agem na nossa vida física ou espiritual.
“Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não veem.” (Hb 11:1). ARA
Num momento de toral incredulidade, um dos discípulos duvidou da ressurreição de Jesus. Para quebrar a sua barreira de incredulidade, Jesus se colocou entre eles num local onde as portas e as janelas estavam todas fechadas, pois os discípulos se escondiam dos seus algozes. Isso aconteceu por duas vezes. Depois disso, Jesus elogiou os que acreditam naquilo que não veem, que acreditam no sobrenatural.
“Passados oito dias, estavam outra vez ali reunidos os seus discípulos, e Tomé, com eles. Estando as portas trancadas, veio Jesus, pôs-se no meio e disse-lhes: Paz seja convosco!
E logo disse a Tomé: Põe aqui o dedo e vê as minhas mãos; chega também a mão e põe-na no meu lado; não sejas incrédulo, mas crente.
Respondeu-lhe Tomé: Senhor meu e Deus meu! Disse-lhe Jesus: Porque me viste, creste? Bem-aventurados os que não viram e creram.” (Jo 20,26-28) ARA
É muito comum vermos apenas aquilo que nos interessa, e, assim, ficarmos alheios às outras coisas. Quantas vezes não percebemos sequer a beleza da natureza ao nosso redor? Se não vemos ou percebemos as coisas naturais, tampouco veremos as coisas espirituais. Entretanto, as Escrituras nos revelam que várias pessoas viram muito além daquilo que é físico, material e palpável.
Na realidade, nos dias de hoje, temos muitos debates entre muitas pessoas sobre religião e fé, como nos primórdios havia entre Fariseus e Saduceus.
Dois tipos de pensamentos, duas visões diferenciadas. Os Saduceus acreditavam apenas naquilo que viam, naquilo que era palpável, acreditando na materialidade de todas as coisas, excetuando-se aquilo que era audível. Os fariseus, por sua vez, acreditavam no sobrenatural.
“Pois os saduceus declaram não haver ressurreição, nem anjo, nem espírito; ao passo que os fariseus admitem todas essas coisas.” (At 23,8) ARA
Uma das principais razões para que acreditemos em anjos, é porque o Senhor relata sobre eles nas Sagradas Escrituras de Gênesis a Apocalipse. O homem que escreveu mais da metade dos livros do Novo Testamento, nos relata várias experiências espirituais, desde o seu primeiro encontro com o Senhor Jesus, ao encontro com anjos que lhe traziam mensagens de conforto. No primeiro caso, Paulo, ainda Saulo, estava a caminho de Damasco, com ele estavam outras pessoas, entretanto, só Saulo viu a luz, que seria o próprio Jesus. Enquanto seus companheiros apenas ouviam a voz, Saulo via uma luz ao seu redor. E o resultado de tudo isso, sabemos que foi uma ação sobrenatural que muitos não acreditaram e não acreditam até hoje.
“E, caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? Ele perguntou: Quem és tu, Senhor? E a resposta foi: Eu sou Jesus, a quem tu persegues; mas levanta-te e entra na cidade, onde te dirão o que te convém fazer. Os seus companheiros de viagem pararam emudecidos, ouvindo a voz, não vendo, contudo, ninguém.” (At 9,4-7) ARA
Nós, que servimos a Cristo, temos a certeza de que vivemos “pela fé”. Isso não nos deixa imunes ao pecado, tampouco faz com que sejamos supercrentes ou super-humanos. Isso significa apenas que deixamos de ver as coisas como o mundo vê. Se vivemos uma vida “em Cristo”, por completo, temos razões para acreditar nas suas promessas. Uma dessas promessas é que jamais nos abandonaria. E, se Ele não nos abandona, estará sempre conosco; nos ajudando, nos orientando, nos confortando. Foi assim com Paulo e será com todos aqueles que decidirem por uma vida nas pegadas do Mestre. Uma vida com uma natureza divina. Deus é o nosso consolo em qualquer momento de tribulação e Ele mesmo é o nosso conforto quando nos sentimos perdidos.
“Porque, esta mesma noite, um anjo de Deus, de quem eu sou e a quem sirvo, esteve comigo, dizendo: Paulo, não temas! É preciso que compareças perante César, e eis que Deus, por sua graça, te deu todos quantos navegam contigo. Portanto, senhores, tende bom ânimo! Pois eu confio em Deus que sucederá do modo por que me foi dito.” (At 27,23-25) ARA
O que precisamos de fato, como cristãos, é acreditar no impossível. Não podemos nos enganar com determinadas visões. De modo geral, há muito ocultismo e várias formas de manifestação sobrenatural. Afinal, se acreditamos em anjos, acreditamos também em demônios. Somos tendenciosos a partir em busca daquilo que é misterioso, contudo devemos ter o cuidado para não nos deixar corromper pelo lado oculto desses mistérios, e, assim, nos afundar nas trevas, porque a principal estratégia das trevas é sufocar a luz. Por outro lado, se vivermos na luz, jamais seremos alcançados pelas trevas, pois sabemos que a presença da luz dissipa todas as trevas. Escuridão alguma é capaz de resistir a luz de Cristo.
“E não é de admirar, porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz.” (2Co 11,14) ARA
Antes que fizéssemos algo que fortalecesse a nossa fé, Deus já tinha preparado tudo para que acreditássemos. No dia que abrimos os nossos corações para o Senhor Jesus, nunca mais seremos bombardeados com a dúvida que nos impede de vermos aquilo que Deus coloca bem à nossa frente. Foi assim com Gideão. Gideão tinha um fé natural, mas após colocar Deus literalmente à prova, essa fé se tornou sobrenatural. Ele teve que “ver para crer”. Depois deste episódio, Gideão se fortaleceu. Deus confirmou o que o anjo falara a Gideão.
É muito comum duvidarmos na hora do desespero. Entretanto, quando o Senhor muda a nossa situação, passamos a usar o poder sobrenatural que Deus coloca à nossa disposição. E esta realidade está bem perto de nós, nos nossos corações.
“Então, o Anjo do Senhor lhe apareceu e lhe disse: O Senhor é contigo, homem valente.
Ele respondeu: Se, agora, achei mercê diante dos teus olhos, dá-me um sinal de que és tu, Senhor, que me falas.
Viu Gideão que era o Anjo do Senhor e disse: Ai de mim, Senhor Deus! Pois vi o Anjo do Senhor face a face.” (Jz 6.12,17,22) ARA
O campo de batalha espiritual é enorme. Há razões para crermos numa luta constante entre o bem e o mal. A verdade é que esta luta não é simbólica, é real. Este é o motivo pelo qual acreditamos na promessa do Senhor, quando afirma que nos livra, acampando um anjo ao nosso redor. O principal combate é espiritual, e isso só termina no final dos tempos, conforme lemos no livro de Apocalipse.
“O anjo do Senhor acampa-se
ao redor dos que o temem e os livra.” (Sl 34,7) ARA
Às vezes, costumamos tomar decisões que nem sempre são acertadas. Entretanto, quando tomamos a decisão de andar nos caminhos do Senhor Jesus Cristo, podemos crer em suas promessas. Ele nos promete tudo que está muito além das nossas expectativas, pois são promessas naturais e espirituais. Além de suprir as nossas necessidades físicas, ele vai nos fazer transbordar de paz, alegria, amor e satisfação. Caso contrário, nossas vidas não teriam sentido algum.
“Eu creio que verei a bondade do Senhor
na terra dos viventes.
Espera pelo Senhor,
tem bom ânimo, e fortifique-se o teu coração;
espera, pois, pelo Senhor.” (Sl 27.13,14) ARA
A vida do cristão não é definida unicamente pelo que ele vê. Sua esperança não está apenas naquilo que é visível. Está nas promessas do Senhor, nas mais de 3 mil promessas que podem mudar a vida de todo aquele que nelas creem. É impossível vivermos uma vida de segurança sem acreditar que há um Deus que vela por nós. O combate invisível está acontecendo o tempo todo, nós apenas não percebemos isso com olhos naturais.
“Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não veem. Pois, pela fé, os antigos obtiveram bom testemunho. Pela fé, entendemos que foi o universo formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparecem.” (Hb 11.1-3) ARA
Nenhum ser humano pode viver sem algo em que acredite. Portanto, o simples fato de acreditarmos, já nos dá esperança. E, se cremos que Jesus Cristo morreu e ressuscitou, cremos também que Deus nos ressuscitará, e que, por fim, seremos como os anjos. Esta é a prerrogativa daqueles que vivem de maneira apropriada no seu relacionamento com Deus. Essa é uma das razões para crermos. E porque cremos, seremos recompensados, com certeza.
“Mas, como está escrito:
Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam.
“Porque qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o seu próprio espírito, que nele está? Assim, também as coisas de Deus, ninguém as conhece, senão o Espírito de Deus.” (1Co 2.9 e 11) ARA
Provavelmente a imaginação humana jamais será capaz de criar aquilo que existe preparado para aqueles que creem no mundo espiritual. O fato de crermos, e esperarmos com fé no invisível, faz com que pessoas caçoem dos cristãos, e mergulhados na zombaria podem trazer prejuízos físicos para o homem de Deus. Porém, esta certeza que nutrimos em nossos corações, é o que nos difere daqueles que, além de não acreditarem, querem nos desmotivar, ignorando tudo o que está escrito nas Escrituras Sagradas. Tudo está escrito, basta esperar o seu tempo de cumprir.
“Tendo em conta, antes de tudo, que, nos últimos dias, virão escarnecedores com os seus escárnios, andando segundo as próprias paixões e dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? Porque, desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação.” (2Pe 3.3-4) ARA
O cristão goza do privilégio de ver o mundo com outros olhos. Com a expectativa de, um dia, morar no céu, na Jerusalém Celestial, um mundo diferente onde os seres celestiais habitam. Quando falamos da existência de anjos, exaltamos o poder daquele que nos criou. Não podemos rejeitar a realidade que o próprio Deus descreve, que os anjos foram criados apenas para servir. E, muitos defendem que Deus criou uma “porção” de anjos, e que estes atuam até hoje, com evidências claras. Embora muitos afirmem o contrário, não houve evolução dos anjos. Anjo continua sendo anjo, apesar de muitos os verem em visões diferentes. O importante é que acreditemos nas revelações que nos são transmitidas, e, sobretudo, no agir de Deus. O que passar e for além daquilo que está escrito, são apenas meras especulações ou pesquisas infundadas.
“Ao que lhe respondeu Jesus: Se podes! Tudo é possível ao que crê.” (Mc 9,23) ARA
Talvez tenhamos medo de assumir uma ação sobrenatural de Deus em nossas vidas. Talvez nos questionemos sobre aquilo que vivemos seja real ou ilusão. É certo que Deus age de maneira inusitada, mas Ele não nos deixa confundidos.
Acreditar naquilo que o Senhor nos mostra, vai muito além de crer com uma fé natural. É se entregar e lançar-se a uma certeza de que as promessas do Senhor se cumprirão, quer no mundo material, quer no mundo espiritual com um entendimento único. E, somente os que creem poderão ser agraciados com as promessas de Deus. Então, o único passaporte que nos conduz ao mundo espiritual é a fé. A fé sobrenatural.
“De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam.” (Hb 11,6) ARA
Ao discutirmos sobre o que nos leva a acreditar na convivência com os anjos, podemos ilustrar como um caminho que leva a um lugar diferente de tudo o que já vimos. Então, surge uma nova pergunta: quando se cumprirá esse encontro? A resposta é: na volta do Senhor Jesus Cristo, pois sabemos que a Sua promessa se cumprirá, esta é a razão pela qual aceitamos e acreditamos nos anjos, pois viveremos com eles, juntamente com o Senhor.
“Depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor.” (1Ts 4,17) ARA
O cristão verdadeiramente fiel, vive uma vida espiritual movida pelo Espírito Santo que o impulsiona. E, quando finalmente reconhecemos que temos um corpo físico, que é habitado por um espírito vivo, concluímos que somos também seres espirituais, mas com uma natureza terrena. E, enquanto não aprendermos a ver e viver o impossível, não ficaremos satisfeitos com as nossas vidas, aceitando o que chamamos de “natural”. Mas, se permitirmos que o nosso espírito se una ao Espírito Santo, o Senhor Jesus Cristo vai nos encher de poder, e teremos, então, visão clara para mudarmos o mundo ao nosso redor, pois teremos confiança para colocar a nossa fé em ação, para crescermos numa caminhada na visão de Deus, com seus anjos, todos os dias. Essa visão será clara e podemos retirar o rótulo da incredulidade, que tem impedido o nosso progresso individual e como cidadão do céu. Asim, então, teremos um relacionamento melhor com Deus, porque viveremos no espírito e não na carne.
“Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito.” (Gl 5,25) ARA
“Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne.” (Gl 5,16)
No passado, estávamos presos ao frágeis rudimentos da religião. O que nos trazia incertezas e desmotivação para nos posicionar diante do que acreditamos. Mas podemos nos questionar mais uma, ou várias vezes: quais as razões para crermos? Estes questionamentos fazem parte da vida de cada um. É natural. Entretanto, as respostas estarão sempre fundamentadas na Palava de Deus. Nada além disso. O Senhor Jesus também foi questionado. Note que o questionamento não partiu apenas daqueles que não acreditavam, porque as Escrituras afirmam que os Fariseus acreditavam em anjos e espíritos, mas os Saduceus não acreditavam em nada que não vissem. Os Fariseus, entretanto, sempre pediam que Jesus lhes mostrasse sinais ou milagres que provassem que Ele seria o filho do Deus vivo. Então, sua fé estava baseada apenas no imediatismo dos “sinais do céu”. Os Saduceus porém, tinham sua doutrina, por isso, queriam um sinal que pudesse contradizer aquilo no que acreditavam. Eles viam e sabiam sobre os milagres de Jesus, mas a sua cegueira espiritual os impediam de aceirar uma evidência vinda do céu, por isso queriam algo que fosse exclusivamente para eles.
“Aproximando-se os fariseus e os saduceus, tentando-o, pediram-lhe que lhes mostrasse um sinal vindo do céu.
Uma geração má e adúltera pede um sinal; e nenhum sinal lhe será dado, senão o de Jonas. E, deixando-os, retirou-se.” (Mt 16.1e4) ARA
Somos bem-aventurados, porque cremos mesmo sem ver. Há uma verdade em nossas vidas: todos nós conhecemos instintivamente os desígnios de Deus, pois estão inseridos na nossa consciência desde que nascemos. Afinal, fomos desejados no coração de alguém. Apenas escolhemos deixar de acreditar.
“ Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva.” (Jo 7,38) ARA
As Escrituras nos dão razões para crermos em tudo o que está escrito. Lendo as Escrituras, conhecemos a Deus, conhecemos a Jesus Cristo e também aos anjos. Apenas através da Palavra de Deus, escrita por homens usados pelo Espírito Santo, chegamos à verdade que nos traz vida. Por isso, também cremos que tudo o que está escrito, é também sobre o doador da Vida.
Por esta razão, como filhos, somos ensinados que o que o pai diz, é verdade. A fé nos ajuda a permanecermos constantes, firmes na verdade e a não desistirmos antes de vermos a ação de Deus nas nossas vidas, porque Deus é real. Embora não o vejamos, podemos senti-lo. Assim como Deus, os anjos também são reais, mas não são visíveis aos olhos humanos, pois são seres espirituais. Mas acreditem, os anjos estão por ai, na terra e no céu, em grandes multidões.
Então por que muitas pessoas não acreditam em anjos? A resposta está dita claramente mas Escrituras Sagradas. Falta fé.
“Então, lhes disse Jesus: Ó néscios e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram!” (Lc 24,25) ARA
Agora, se nos alicerçarmos na Palavra de Deus, podemos seguramente dizer que estamos cheios do seu amor. A realidade é que neste caso, vamos crescendo em amor e fé. Isso é o que nos identifica como “cristãos”, o que muda a nossa natureza humana e nos leva a compreender que vivemos num mundo natural, físico, alinhado com um mundo espiritual, sobrenatural. Isso não é filosofia, é um mistério de Deus para com o Seu povo.
Portanto, o amor genuíno de Deus para conosco, nos impulsiona a viver uma vida que nos assemelha ao próprio Cristo. Esse é o propósito da graça de Deus, e que nos leva a crer e aceitar as suas promessas. E cremos que Ele é fiel ara cumpri-las. Acreditar na lei de Deus é receber vida abundante. É viver algo infinitamente maior do que tudo o que imaginamos. Essa verdade nos traz vida, e nos leva a acreditar que já vencemos os conflitos que o dia a dia nos apresenta. Porque Ele mesmo, dará ordem aos seus anjos para nos guardar e proteger.
“Porque aos seus anjos dará ordens a teu respeito,
para que te guardem em todos os teus caminhos.” (Sl 91,11) ARA
Isso mostra o quanto somos importantes para Deus. O Senhor nos ama, sabemos disso, pois até mesmo aos anjos Ele dá ordens ao nosso respeito. Por isso, nossa fé está nas suas promessas, e, por isso temos confiança. Nos momentos mais difíceis das nossas vidas, clamamos ao Senhor, Ele envia os Seus e nos socorre. E para que isso aconteça, basta somente vivermos uma vida de intimidade com Deus, pois qual pai não atende um pedido de socorro do filho? E temos uma oportunidade de nos aproximarmos de Deus a cada dia, amando e cuidado das pessoas que estão ao nosso redor, como Deus nos ama e Se importa conosco.
“Bendizei ao Senhor, todos os seus anjos,
valorosos em poder, que executais as suas ordens
e lhe obedeceis à palavra.” (Sl 103,20) ARA
CAPÍTULO IV
ONDE VIVEM OS ANJOS?
Este é um tópico que traz muitos questionamentos. As coisas nem sempre são o que aparentam ser. Todos, ou quase todos, acreditam que os anjos, por não terem um corpo humano, vivem apenas no céu. Pelo menos é o que a maioria das pessoas pensa. Entretanto, este é um assunto que pode deixar as pessoas confusas. A verdade é que nem tudo pode se encaixar nas histórias que ouvimos sobre anjos, principalmente sobre a sua moradia. Mesmo assim, estou bem certo de que o anjo do Senhor está ao meu lado todos os dias, de acordo com a promessa do próprio Deus. E como eu moro no planeta terra, o anjo estará também na terra. E, embora, às vezes, não tenhamos respostas lógicas para todos os nossos questionamentos, não quer dizer que o Senhor não se preocupa conosco, e com certeza, vai nos revelar Seus mistérios.
O amor de Deus para conosco, mostra a sua disposição de nos abençoar. Isso significa que, apesar de não percebermos, os seus anjos, seus servidores, estão na terra, trabalhando em nosso favor para que se cumpram os propósitos do Altíssimo em nossas vidas. É assim, que Deus se revela a cada um de nós. Por esta razão, a Palavra de Deus nos relata que os anjos de Deus “sobem e descem”, e não “descem e sobem”. Daí, concluímos que os anjos vivem, também, na terra. Vemos também, que os Serafins (categoria de anjos) estão ao lado do Senhor que habita no Céu.
“No ano da morte do rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as abas de suas vestes enchiam o templo. Serafins estavam por cima dele; cada um tinha seis asas: com duas cobria o rosto, com duas cobria os seus pés e com duas voava.” (Is 6.1,2) ARA
O primeiro ponto a ser observado, é que o céu é morada dos anjos. Entretanto, os Serafins são seres angelicais, que não mencionados em outro lugar. A raiz hebraica por trás dessa palavra significa “arder”, e talvez indique a pureza deles como ministros de Deus, visto que o nosso Deus é “Fogo consumidor”. Note que Isaías viu os Serafins ao redor do Senhor, trata-se obviamente de uma “visão” espiritual. Em outras passagens bíblicas, temos várias referências ao movimento dos anjos.
“E sonhou: Eis posta na terra uma escada cujo topo atingia o céu; e os anjos de Deus subiam e desciam por ela.” (Gn 28,12) ARA
“E acrescentou: Em verdade, em verdade vos digo que vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem.” (Jo 1,51) ARA
O que acabamos de ler, não aborda apenas o deslocamento dos anjos, mas monstra também, com clareza, dois pontos cruciais: o primeiro é que a visão foi em sonho, uma visão espiritual. O segundo é que a visão, no segundo caso, seria para aqueles discípulos que seguem ao Senhor Jesus, apenas aqueles que nasceram de novo, tem e terão esse privilégio.
Não há muito para relatar sobre habitação dos anjos, mas podemos aprender sobre isso, examinando com atenção as Escrituras Sagradas. Quando começamos a examinar com cuidado e nos embrenhamos nessa verdade, algo maravilhoso nos acontece. Ocorre uma mudança na dinâmica do nosso relacionamento com o Criador, pois Ele passa a compartilhar os seus segredos. Então passamos a viver apaixonadamente por todos os seus ensinamentos.
“O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem e os livra.” (Sl 34,7) ARA
Se tememos ao Senhor, temos a garantia de que o Seu anjo está ao nosso redor. Ora, se vivemos na terra, onde estará este anjo? Deus cuida de todos aqueles que são seus; Ele guarda e livra aqueles que o temem. Vemos claramente que a Palavra de Deus nos mostra que os anjos estão também na terra, isso depende apenas do Construtor do universo, Ele os coloca onde quiser.
É possível que muitos pensem que muitas coisas sobre céu e anjos, sejam apenas fruto da nossa imaginação. Mas creio da palavra que diz que o Senhor Jesus está no céu cercado por anjos, e que, um dia, descerá do céu com toda a sua glória, para buscar o que são seus. Afinal, o céu é o lugar onde vivem os seres divinos. É evidente que muitos negam e rejeitam essa realidade, mas é porque não conhecem a Deus de verdade. Talvez O conheçam apenas por conceitos humanos, como um amuleto, mas jamais conheceram o Deus sobrenatural.
“Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; todos os povos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e muita glória. E ele enviará os seus anjos, com grande clangor de trombeta, os quais reunirão os seus escolhidos, dos quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus.” (Mt 24.30-31) ARA
“Esperando que se movesse a água. Porquanto um anjo descia em certo tempo, agitando-a; e o primeiro que entrava no tanque, uma vez agitada a água, sarava de qualquer doença que tivesse.” (Jo 5,4) ARA
“Então, lhe apareceu um anjo do céu que o confortava.” (Lc 22,43) ARA
Percebemos que a ajuda dos anjos, vem do céu e da terra. Neste segundo caso, eles já estão a nosso serviço, para lembrar-nos de que o Senhor vela por nós, e que, durante as tentações ou lutas sofridas, somos capacitados para que possamos suportar e vencer. Além disso, nos mostra a nossa fraqueza humana, pois a nossa força vem de Deus. Então, basta um toque do Senhor para que possamos desfrutar de tudo o que é espiritual.
“Então, me tornou a tocar aquele semelhante a um homem e me fortaleceu.” (Dn 1,18) ARA
Existem muitas histórias escritas sobre a habitação dos anjos. A maioria afirma que, assim como o trono de Deus está localizado no céu, ali estão também os seus servidores, os anjos. E, não há dúvidas de que eles estão em atividade, pois são seres espirituais.
“Vede, não desprezeis a qualquer destes pequeninos; porque eu vos afirmo que os seus anjos nos céus veem incessantemente a face de meu Pai celeste.” (Mt 18,10) ARA
“Mas a respeito daquele dia ou da hora ninguém sabe; nem os anjos no céu, nem o Filho, senão o Pai.” (Mc 13,32) ARA
É necessário que entendamos a verdade das Escrituras Sagradas. Tudo foi escrito para nós, então podemos sim, entender os seus mistérios. Nenhum de nós poderá ver a Deus, se não viver uma vida de obediência. E essa obediência deve ser total. Só assim, Deus permitirá que o Espírito Santo nos revele tudo aquilo que está sob sua influência, e, Ele mesmo se mostre a cada um de nós. O certo é que, Deus está no céu, e, ao Seu lado, seus anjos em hierarquias.
“No ano da morte do rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as abas de suas vestes enchiam o templo. Serafins estavam por cima dele; cada um tinha seis asas: com duas cobria o rosto, com duas cobria os seus pés e com duas voava.” (Is 6,1-2) ARA
Existem outras informações na Bíblia que nos mostram algumas referências sobre a habitação de Deus. E, faz também menção , obviamente, sobre os anjos. Porém vemos que há categorias diferenciadas de anjos. Eles estão sempre ao lado do Todo Poderoso, em seu Reino, onde estão sempre adorando-O e servindo-O. A Escritura Sagrada nos diz que o trono de Deus está no céu, não em lugar físico, e que o seu reino está em nossos corações. Isso é visão espiritual.
“Imediatamente, eu me achei em espírito, e eis armado no céu um trono, e, no trono, alguém sentado.” (Ap 4,2) ARA
Vale a pena lembrar, que o céu é morada dos anjos, porque anjos são seres espirituais. Ali estão também os arcanjos, os serafins e os querubins. Cada um tem sua especialidade, desempenhando diferentes atividades, mas todos a serviço do Criador de todas as coisas.
Então, por que muitos cristãos não creem que existam anjos, e que eles habitam junto ao Pai? Simplesmente porque eles querem que os anjos ajam como humanos. É importante lembrar que os anjos não possuem um corpo físico ou material, embora saibamos que muitas pessoas acham que tenham visto anjo ou anjos em corpos físicos. Na verdade, pessoas terrenas se apresentaram a algumas pessoas no passado, o que para muitos, foi interpretado como manifestações “teofânicas”. Vale a pena ler Gn 18 e 19 com muita atenção para desvendar esse mistério.
“Não negligencieis a hospitalidade, pois alguns, praticando-a, sem o saber acolheram anjos.” (Hb 13,2) ARA
Sim, você leu corretamente. Mas é correto também, afirmar que a palavra “anjo” significa “mensageiro”. Um dos maiores erros dos leitores da Palavra de Deus, é não analisá-la segundo o conselho do Senhor Jesus, examinando-a. Não se preocupe se pensa em espiritualizar tudo, mas peça a Deus que lhe mostre algo além dos olhos carnais. Repito: anjos do céu são seres espirituais, e como tais, não precisam de hospedagem física. Às vezes, o que precisamos, é simplesmente buscar entendimento na própria Palavra de Deus. Temos a oportunidade de servir a Deus e aos nossos semelhantes. Podemos mostrar isso como pequenas atitudes, e que podem trazer conforto para os nossos corações, e recompensas para toda vida. Porque quando ajudamos aos nossos semelhantes, somos comparados aos anjos, tamanha a importância da nossa missão. Daí, concluímos mais uma vez, que os anjos vivem também na terra, porque sabemos em nossos corações, que Jesus estava dizendo a verdade em sua oração, quando disse:
“Venha o teu reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu.” (Mt 6,10) ARA
Temos aqui, outro exemplo de que para Deus não há limite entre o céu e a terra. Aquilo que há no céu, Deus pode enviar para a terra, e, aquilo que há na terra, Deus pode enviar para o céu. Durante a peregrinação do povo de Deus pelo deserto, Deus lhe enviou o pão do céu, que era chamado “maná”. Esse alimento lina todos os nutrientes necessários para o corpo físico daquele povo, de modo que nem doente ele ficava. Por isso, o maná também era chamado de comida dos anjos.
“Então, disse o Senhor a Moisés: Eis que vos farei chover do céu pão, e o povo sairá e colherá diariamente a porção para cada dia, para que eu ponha à prova se anda na minha lei ou não.” (Ex 16,4) ARA
“Comeu cada qual o pão dos anjos;
enviou-lhes ele comida a fartar.” (Sl 78,25) ARA
Há ainda, referências de que pessoas foram simplesmente levadas por Deus. Porém, é óbvio que foram casos excepcionais. E, cabe a cada um de nós, decidir acreditar se isso aconteceria no nosso tempo ou não. A verdade é que muitos professam uma fé sobrenatural, mas não estão dispostos a acreditar naquilo que não veem. Eles não aceitam que Deus faz e pode fazer tudo aquilo que aos olhos humanos é impossível, porque não sabem manter um relacionamento sincero com Deus: “da terra para o céu”.
“Indo eles andando e falando, eis que um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro; e Elias subiu ao céu num redemoinho.” (2Rs 2,11) ARA
“Andou Enoque com Deus e já não era, porque Deus o tomou para si.” (Gn 5,24) ARA
“Viver na terra, como no céu”. Obedecer a Deus, custa tudo. É aceitar que as nossas vidas não são nossas. Os nossos desejos estão submetidos a Deus, porque Ele é o controlador de tudo: na terra e no céu. Ele é o dono de todas as coisas, por isso a nossa esperança deve estar nele, o criador e provedor de todas as coisas, quer seja na terra, quer seja no céu. Feito isto, seremos como os anjos.
“… São, porém, como os anjos no céu.” (Mt 22,30) ARA
Na obediência, não podemos em nada, ser diferentes dos anjos do céu. Entretanto, as consequências das nossas escolhas é que determinarão esse estado de santidade, e o lugar da nossa habitação. Aquilo que alcançarmos será de acordo com as nossas escolhas, nosso estilo de vida terreno.
À luz das Escrituras, todos nós compareceremos perante o tribunal de Cristo, mas nem todos habitarão com Ele no céu. Temos que nos lembrar que estas pessoas estão bem no nosso meio, por isso, devemos nos afastar de tudo aquilo e daqueles que nos impedem que tenhamos um relacionamento genuíno com Deus. Da mesma forma, se vivermos de acordo com os ensinamentos de Cristo, não apenas estaremos com Ele no céu, mas seremos como os próprios anjos no céu.
“Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo.” (2Co 5,10) ARA
“Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.” (Mt 7,21) ARA
Muitas pessoas não sabem o quão importantes são para Deus. Por significarmos tanto para Deus, Ele mesmo nos preparou morada com os anjos, seres perfeitos, que são tão reais quanto o próprio Deus. Um dia, afinal, vamos morar nesse lugar tão esperado, o santuário secreto onde Deus habita.
De fato, o céu é real. Entretanto, para herdá-lo, devemos viver em união com Cristo. Jesus Cristo deixou muito claro que voltará para nos levar para o céu. Isso, porém, vai depender das nossas escolhas, e do grandioso amor de Cristo por nós. E nada poderá mudar isso, porque somos filhos de Deus, e lugar de filhos é ao lado do pai.
Nada pode ser mais belo que o céu. Essa verdade é confirmada nas Santas Escrituras, e pelos anjos que estão ao lado do Pai, exaltando-O e glorificando-O, e nos convidando para que juntos, vivamos, um dia, uma nova experiência no céu.
O ser humano está sempre em busca de algo mais cômodo. Talvez, fugir dessa regra uma resposta para os nossos questionamentos. A maravilha das Sagradas Escrituras é que nada se perde dos seus conceitos, e por conseguinte, todas as suas promessas se cumprirão. O Senhor Jesus afirmou que iria para o céu e nos prepararia morada. O desejo que temos de estarmos nessa morada é muito nobre, por isso, seguimos o caminho da verdade. No entanto, alguns hoje, incluindo muitos do meio cristão, estão preocupados apenas com moradias terrenas, ou se preocupam com o conforte e materialidade. Isso é o que seduz estas pessoas que não compreendem que tudo isto é para o dia de hoje, e por isso, neglicenciam a verdade. Uma coisa, porém é certa: no mundo há moradas diversificadas, que escondem dor, desespero e sofrimento. A nossa esperança é viver na morada celestial, habitação dos anjos e morada do Deus vivo. Ele é o fundamento da nossa esperança. Ali estaremos reunidos para adorar a Deus numa alegria e a paz contínua.
CAPÍTULO V
OS ANJOS SÃO CRIATURAS, JESUS É CRIADOR.
Atualmente a tecnologia tem mudado muitas crenças, tem inclusive interferido em alguns segmentos que professam a fé no Senhor Jesus Cristo. Em contrapartida, muitos estudiosos, cientistas e pesquisadores de hoje deixam bem claro que há muitas evidências da existência de Jesus Cristo.
Mas alguém poderá sempre questionar: quem é Jesus Cristo?
A maioria dos cristãos responde com segurança sobre quem é Jesus Cristo. Uns dirão que Jesus Cristo é o Salvador, outros dirão que é o Messias, outros ainda dirão que é Deus ou o Filho do Deus vivo. Entretanto, não dirão ser Jesus Cristo, um “anjo”. Afinal, se Jesus Cristo é Deus, Ele é o criador, não a criatura.
Alguns segmentos religiosos não percebem que o princípio da criação de todas as coisas veio por determinação de Deus: afirmar que Deus é Criador significa perceber à relação entre criador e criaturas, mas há um equívoco quando se trata de anjos, pois os anjos também foram criados. O próprio Deus afirma em sua Palavra: “Pois a qual dos anjos disse jamais: tu és meu filho, eu hoje te gerei?” (Hb1,5). Se os anjos não foram gerados, com certeza foram criados, porque eles existem. E se foram criados, são criaturas, e, como tais, não são independentes. Embora sejam seres inteligentes, sabedores do bem e do mal, eles não tem vontade própria. Se os anjos pecarem, como o fizeram na rebelião contra Deus, não poderão receber perdão, isso é exclusividade dos seres humanos. Então, quando um anjo “peca”, provavelmente se transforme automaticamente em demônio. Pelo menos é o que aprendemos, e o que dizem alguns eruditos em relação à queda de Lúcifer, querubim ungido, que após sua rebeldia contra o Criador, veio a se tornar Satanás, e foi expulso do céu. Embora a Bíblia não fale detalhadamente sobre essa mudança, muitas passagens bíblicas nos levam a esta interpretação, que é aceita pela tradição judaica.
“Ora, se Deus não poupou anjos quando pecaram, antes, precipitando-os no inferno.” (2Pe 2,4) ARA
Algumas passagens bíblicas falam de Satanás, nome cuja tradução em hebraico é “acusador” ou “opositor”. Vemos que nos dois primeiros capítulos do livro de Jó há muitas referências a Satanás, o principal “anjo caído”. Ali Satanás aparece conversando com Deus, e desse encontro ele sai com a autorização de colocar Jó à prova, uma história muito conhecida. Diante destas apresentações, podemos concluir que, Jesus Cristo como anjo, estaria numa posição antagônica quanto ao que afirma a Escritura: A impossibilidade de pecar e sua escolha de entregar a si mesmo para morrer por toda a humanidade, deixando que se cumprisse a vontade do Pai, e não a sua vontade própria. Afinal existe uma razão pela qual Jesus Cristo veio ao mundo: salvar a humanidade da morte espiritual. Aos anjos não caberia esta tarefa.
Então, tendo tomado conhecimento de tudo isto, voltemos à condição dos anjos quanto a criaturas de Deus,; que aliás são inúmeros, e estão sempre a serviço Deus, em qualquer lugar ou ocasião. A razão pela qual o anjos foram criados, é servir. É isso!
“Não são todos eles espíritos ministradores, enviados para serviço a favor dos que hão de herdar a salvação?” (Hb 1,14) ARA
“Bendizei ao Senhor, todos os seus anjos,
valorosos em poder, que executais as suas ordens
e lhe obedeceis à palavra.” (Sl 103,20) ARA
Deus nunca esteve sozinho no céu, Ele sempre teve seres que cumprem os Seus mandamentos e fazem isso de forma obediente. Esses seres são os anjos, descritos também nas Sagradas Escrituras como seres celestiais. Os anjos não foram gerados como o Filho, eles foram criados por Deus para serví-Lo e para que sejam Seus mensageiros, executando Sua vontade nos céus e na terra.
Vemos em toda as Escrituras Sagradas, a superioridade de Jesus Cristo em relação aos anjos, com indicações de que o Senhor Jesus é muito superior não apenas aos anjos do céu, mas também aos anjos do inferno, que são os demônios.
“o qual, depois de ir para o céu, está à destra de Deus, ficando-lhe subordinados anjos, e potestades, e poderes.” (1Pe 3,22) ARA
É evidente que quando nos referimos aos anjos, temos o cuidado de obedecer aos critérios da nomenclatura bíblica. Não conseguiríamos focar no aspecto da palavra “anjo”, se neglicenciássemos a particularidade de cada texto, em diversas situações. Pois quem sabe como cada citação poderá alargar o caminho do nosso conhecimento? Ou simplesmente ajudar a desvendar os mistérios dos anjos?
Se analisarmos cada passagem bíblica referente a anjos, teremos resultados diferentes, e que definirão sua posição diante do Criador. Cada manifestação de anjo na Bíblia, mostra que cada um deles trazia uma mensagem específica, cada um em sua função. E isso é, sem dúvidas, um indicativo de que os anjos estão sempre em atividade.
Apenas uma mensagem! Muitas vezes o anjo aparecia para passar uma única mensagem, e desaparecia, por isso a variedade das funções quando aparecia ao povo de Deus, desde o livro de Gênesis até o livro de Apocalipse, de um simples mensageiro ao “enviado do Senhor”. Seguindo a nossa fé seguiremos tomando consciência e reconheceremos a presença dos anjos em momentos importantes nas nossas vidas, tornando-nos sempre auxiliados por eles.
É necessário que haja cautela quanto ao tema relacionado, principalmente quando encontramos na Bíblia, muitas variações de anjos. Encontramos, por exemplo, as designações como: anjos(Gn19,1), Anjo de Deus(Gn21,17), Anjo do Senhor(Gn22,11), o seu anjo(Gn24,7), anjos de Deus(Gn28,12), anjo mensageiro do Senhor dos Exércitos(Ml2,7), anjo da igreja(Ap2,1) e tantas outras notificações descritas nas Sagradas Escrituras.
A ideia de que os anjos são seres espirituais dotados de poderes sobrenaturais, sem corpo físico, e que vivem no céu, não é aceita por toda a comunidade cristã. A palavra “anjo”, pode ser usada também para designar mensageiro ou embaixador, e, essa função pode ser também atribuída aos seres humanos. Pode ser ainda usada para conceituar pessoas bondosas, e que tem o costume de ajudar outras pessoas. Isto é especificado também na Bíblia Sagrada, especialmente no livro de Apocalipse, quando se refere aos líderes das igrejas locais. Vejamos, então:
“Ao anjo da igreja em Éfeso escreve:
Estas coisas diz aquele que conserva na mão direita as sete estrelas e que anda no meio dos sete candeeiros de ouro:”(Ap2,1) ARA
“Quanto ao mistério das sete estrelas que viste na minha mão direita e aos sete candeeiros de ouro, as sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete candeeiros são as sete igrejas.” (Ap 1,20) ARA
Quando ouvirmos falar sobre anjos, logo imaginamos um ser perfeito e com asas. Aliás, no cinema é assim que eles são retratados. Faz parte da imaginação das pessoas, e aceitamos isso com muita naturalidade. Mas o certo é que aceitamos com louvor aquilo que pode nos dar esperança. Por isso, podemos esperar em Jesus Cristo, que é a fonte da nossa esperança e amor. Afinal, Ele é a fonte de toda criação.
“Este é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste.” (Cl1,15-17) ARA
Há uma grande diferença entre a criatura e seu criador. Um dos maiores exemplos disso, é que anjos não aceitam adoração. O único que merece e por isto pode receber toda a adoração, é o Senhor Jesus Cristo, porque Ele é Deus. No livro de Josué, era o próprio Jesus que ali aparece ao seu servo. Só ele e digno de adoração, criatura jamais poderá questionar o criador. Não podemos cometer o erro de confundir a criatura com o Criador. Uma é a natureza dos anjos como criatura, outra é a natureza de Jesus Cristo, como criador. Ao analisarmos cuidadosamente a Bíblia Sagrada, é impossível não percebermos essa brutal diferença entre Jesus e os anjos. A primeira coisa que devemos saber sobre essa diferença, é que Deus fez Jesus maior que os anjos em força e poder, mas o fez menor que os anjos por causa da “paixão da morte”. A única possibilidade de mudarmos esta verdade, é ignorando os textos bíblicos. Anjos não morrem, simplesmente porque não tem corpo físico. Anjos são espíritos, e espíritos não morrem.
“Vemos, todavia, aquele que, por um pouco, tendo sido feito menor que os anjos, Jesus, por causa do sofrimento da morte, foi coroado de glória e de honra, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todo homem.” (Hb 2,9) ARA
Primeiro, é necessário entender que não somos os donos da verdade. Logo, precisamos aprender a ver as coisas à luz das Escrituras. Aprenderemos, então, que poderemos deixar os pontos importantes mais claros, se formos orientados pelo Espírito Santo de Deus. Por isso, antes de questionarmos o que está escrito na Palavra de Deus, devemos nos instruir sob perspectivas diferentes, isto é, examinar o texto de acordo com versões diferentes da Bíblia, para que tenhamos uma resposta clara sobre o que estamos buscando entender. Veja, por exemplo, o texto acima, numa versão diferente.
“Mas nós vemos Jesus fazendo isso. Por um pouco de tempo ele foi colocado em posição inferior à dos anjos, para que, pela graça de Deus, ele morresse por todas as pessoas. Agora nós o vemos coroado de glória e de honra por causa da morte que ele sofreu.” (Hb 2,9) NTLH
Esse desejo de conhecer mais, ilustra por si só, a nossa capacidade de mudar os nossos pensamentos, e, mostra quem nós somos. E quem somos nós? Somos criaturas, assim como os anjos. Nos tornos filhos de Deus através da adoção por Jesus Cristo. Isso não acontece com os anjos, porque eles não tem vontade própria. Jesus estava presente durante todo o processo da criação do mundo e do homem. A Bíblia não deixa qualquer margem de dúvida sobre o relato da criação e do Criador. A ação de Deus mostra que Ele usou seu próprio poder para criar o homem ou qualquer outra forma de vida. Não somos fruto da evolução, como muitos afirmam. Essa teoria é fraca. Somos fruto do grande amor de Deus, que se revelou a cada um de nós, através de Jesus Cristo. Ele nos ama tanto que nos dá a oportunidade de acreditarmos ou não na sua Palavra, na Bíblia Sagrada, ou no ser humano. Esta escolha é nossa.
“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez.” (Jo 1,1-3) ARA
Podemos e temos a liberdade de escolher em quem queremos acreditar. Da mesma forma que as pessoas que optam pelo evolucionismo o fazem. Todos podem discordar dos ensinamentos bíblicos. Com todo respeito e apreço àqueles que optaram por esta “tese”, eu digo que eles serão eternamente uma criatura em evolução. Jamais se tornarão filhos de Deus, pois a oportunidade é para aqueles que acreditam nas promessas bíblicas, aqueles que aceitam a verdade contida nas Escrituras Sagradas. Não há como compatibilizar as verdades bíblicas do criacionismo com o evolucionismo. As pessoas céticas querem apenas viver sem regras, e se estão na escuridão, têm medo de virem para a luz.
“Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome;” (Jo 1,12) ARA
A nossa expectativa é desvendar alguns mistérios. O propósito de Deus ao criar os anjos, era que estes estivessem sempre auxiliando os seres humanos. Entretanto, alguns se rebelaram muito antes que os seres humanos habitassem a terra. (grifo nosso). Os anjos serviram de porta-voz anunciando o nascimento de algumas pessoas, inclusive do próprio Jesus Cristo, o Salvador. Os anjos serviram a Jesus, também na sua vida terrena; na tentação no deserto, durante sua agonia no jardim Getsêmani, e, depois, na sua ressurreição e na sua ascensão ao céu. Isso mostra, mais uma vez, a diferença entre a criatura e o criador. O arcanjo Miguel, se inclui também, no ministério de Jesus Cristo, estando assim, a Seu serviço. Mais uma vez advirto que não se pode confundir o criador com a criatura. E não podemos permitir que o Criador esteja submisso à criatura. Seria como se nada do que criamos tivesse valor diante daqueles que observam com olhar crítico. Afinal, um único quadro pintado e emoldurado pode valorizar um pintor por todo o século.
“E logo o Espírito o impeliu para o deserto, onde permaneceu quarenta dias, sendo tentado por Satanás; estava com as feras, mas os anjos o serviam.” (Mc 1,12-13) ARA
“E apareceu-lhe um anjo do céu, que o confortava.” (Lc 22,43) ARC
“E eis que houve um grande terremoto; porque um anjo do Senhor desceu do céu, chegou-se, removeu a pedra e assentou-se sobre ela.
Mas o anjo, dirigindo-se às mulheres, disse: Não temais; porque sei que buscais Jesus, que foi crucificado.” (Mt 28,2 e 5) ARA
Há, nos dias atuais, um modismo intelectual, no qual as pessoas se ancoram dizendo que não creem em nada que não seja palpável. Isso acontece nas universidades e nos meios de comunicação, onde as pessoas mais versadas se julgam autossuficientes, e dispensam o Criador. O interessante é que muitas delas se apegam ao esoterismo e cultuam os anjos. Como entender isso? Quando minha filha Pamela entrou para a faculdade, eu a adverti a esse respeito. Eu disse a ela, que as universidades têm como princípio básico, implantar o ateísmo nas salas de aulas. É claro que isso não se aplica a todas, mas dali, muitos saem se declarando publicamente “ateus”. O apóstolo Paulo, em sua primeira carta a Timóteo, já nos advertia sobre este perigo.
“E tu, ó Timóteo, guarda o que te foi confiado, evitando os falatórios inúteis e profanos e as contradições do saber, como falsamente lhe chamam, 21pois alguns, professando-o, se desviaram da fé. (1Tm 6,20-21) ARA
Aprendemos que tudo o que nós somos, é fruto da nossa fé em Jesus Cristo, nosso Criador. E, quando negamos a aceitar Jesus Cristo como nosso criador, nós O colocamos numa posição de inferioridade em relação aos anjos. Nós limitamos Jesus Cristo e tiramos a sua deidade. Desta forma, em que estaria fundamentada a nossa esperança? Na criatura? Não! A nossa esperança está no Cristo ressurreto, que é o próprio Deus.
“Aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus,” (Tt 2,13) ARA
Quem nos garante isto, é o próprio Deus. Afinal, se a sua morte nos trouxe vida, é porque Ele é realmente o criador de todas as coisas, porque Ele é o início e o fim, todas as coisas convergem para Ele. E não há nada que possamos aprender se não for através dEle.
“Pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. 17Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste.” (Cl1,16-17) ARA
É provável que muitas pessoas nunca cheguem a uma conclusão a respeito do assunto criatura e criador quando se trata de anjos e Jesus. Entretanto, é preciso se informar e avançar aprendendo, pois o desconhecido pode nos trazer experiências interessantes.
O propósito deste escrito não é causar confusão com os conceitos teóricos, e sim, provocar reações que induzam as pessoas a buscarem informações que as levem a novas experiências, e com diferentes conceitos, cada vez, mais apaixonantes.
“Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim.” (Jo 5,39) ARA
A Bíblia é a fonte mais confiável sobre a criação, sobre os anjos, sobre os seres humanos e sobre o Criador. Qualquer voz que tenha o propósito de contradizer a voz de Deus, está em desarmonia com a Bíblia, e deve ser ouvida com cautela. Basta sabermos que devemos aceitar a autoridade do Criador, que nos ensinará todas as coisas.
Para muitos, é difícil acreditar no que não vê. Por outro lado, sabemos que isso depende da nossa fé. Não há outra forma! O único modo de vermos o nosso Criador, é através da nossa fé. Então, estaremos usufruindo, e revelando a grandeza de Deus, o nosso Supremo Criador.
Jesus é o unigênito do Pai, o único ser gerado pelo Criador, através do Espírito Santo. Jesus é também o primogênito, o primeiro a ressuscitar dentre os mortos para nunca mais morrer. Os anjos, por não serem gerados, jamais passarão por este processo ou receberão tais títulos. Afinal, os anjos são criaturas, Jesus é o Deus criador. Sendo Deus, Cristo é também Criador. Ele não é criatura, mas sempre existiu, e foi conhecido desde o princípio.
“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.” (Jo 1,1) ARA
Em conclusão, dizemos que o texto acima afirma que Jesus é o próprio Deus, e não sugere que o Filho foi criado, pelo contrário, afirma Seu poder criador e Sua eternidade. As Escrituras Sagradas nos mostram o valor de reconhecer o poder e a autoridade do Senhor Jesus Cristo em todas as situações, pois todo Poder Lhe foi dado no céu e na terra.
CAPÍTULO VI
O IDIOMA DOS ANJOS.
Se você já ouviu falar sobre línguas estranhas, ou sobre línguas dos anjos, deve estar imaginando algo sobre um idioma desconhecido e de difícil interpretação. Talvez seja porque você ainda não tenha analisado com atenção, o evento descrito na Bíblia, especificamente no segundo capítulo do livro de Atos dos Apóstolos.
É comum cristãos pentecostais acreditarem no que a Bíblia diz sobre o “dom de línguas”. E, que, segundo pesquisas, o “dom de línguas” associado ao movimento pentecostal, se deu início no começo do século XX, na cidade de Los Angeles, numa rua chamada Azuza. Ali, passou a acontecer um movimento chamado de “o reavivamento da rua Azuza”, no qual os cristãos afirmavam falar em línguas estranhas, movidos pelo Espírito Santo, além de outros dons.
Hoje, infelizmente, vemos que há uma banalização a respeito do uso destes dons, principalmente porque Jesus Cristo disse que aqueles que nele cressem, falariam novas línguas, ou seja, falariam em novos idiomas. Com certeza, para que exercessem a função específica de anunciarem as Boas Novas. Seriam línguas estrangeiras, o que nada teria a ver com língua dos anjos.
Conforme relatos de Atos Capítulo 2, depois de batizados pelo Espírito Santo, os discípulos receberam dom de línguas, e começaram a falar em outras línguas, outros idiomas. O que causou espanto naqueles que ali estavam, e muitos conheciam aquelas pessoas, e aquelas novas línguas, diferentes do idioma comumente usado entre eles. Embora muitas pessoas confundam esse “falar novas línguas”, com “falar a língua dos anjos”, a Bíblia deixa muito claro que se tratava de idiomas já existentes, mas novos para eles, aqueles que receberam.
“De repente, veio do céu um som, como de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam assentados. E apareceram, distribuídas entre eles, línguas, como de fogo, e pousou uma sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem.
Estavam, pois, atônitos e se admiravam, dizendo: Vede! Não são, porventura, galileus todos esses que aí estão falando? E como os ouvimos falar, cada um em nossa própria língua materna? Somos partos, medos, elamitas e os naturais da Mesopotâmia, Judeia, Capadócia, Ponto e Ásia, da Frígia, da Panfília, do Egito e das regiões da Líbia, nas imediações de Cirene, e romanos que aqui residem, tanto judeus como prosélitos, cretenses e arábios. Como os ouvimos falar em nossas próprias línguas as grandezas de Deus?” (At 2. 2,3,4,7,8,9,10,11) ARA
É compreensível o acontecimento de Atos 2 no dia de Pentecostes. Basta analisarmos o que aconteceu em Gênesis 11, quando Deus confundiu a língua daquele povo, para que não entendesse um ao outro. Ali começou a diversificação das línguas estrangeiras ou estranhas, pois até então, o povo falava uma única língua. Portanto, o que houve em Atos 2, foi exatamente o contrário do acontecimento de Gênesis 11.
“Vinde, desçamos e confundamos ali a sua linguagem, para que um não entenda a linguagem de outro.” (Gn 11,7) ARA
A Bíblia não relata que Jesus Cristo tenha usado uma língua específica para se comunicar com os anjos que O auxiliavam. Este mesmo Jesus Cristo, não orientou os seus discípulos a fazerem isso. Não há evidência alguma de que eles tenham falado a “língua dos anjos”.
É muito provável que Jesus Cristo tenha usado pelo menos dois idiomas para se comunicar com os seus interlocutores: o grego e o aramaico. E talvez, o hebraico também. O que sabemos é que Jesus Cristo prometeu aos cristãos que estes falariam “novas línguas”, o que seria uma nova ferramenta usada em favor da evangelização global. Este seria o propósito primário.
“Estes sinais hão de acompanhar aqueles que creem: em meu nome, expelirão demônios; falarão novas línguas.” (Mc 16,17) ARA
É comum ouvirmos nos dias atuais, em algumas igrejas, várias falas ou monólogos que sempre são falados de modo incompreensível. Seria algo como descrito no segundo capítulo de Atos? Certamente, Jesus Cristo não se referia ali, à língua dos anjos ou um idioma que ninguém conhecia. Aliás, é muito provável que os anjos sejam poliglotas, ou falem com as pessoas as quais aparecem, na sua própria língua, pois não há relato algum de que alguém tenha ficado confuso, ou não tenha entendido a mensagem trazida pelos anjos.
Não podemos sustentar, portanto, que eles tenham ou usem uma língua específica. Entretanto, Paulo se refere a uma língua misteriosa, creio que entendida por poucos, e que ele chama, num único momento, de “a língua dos anjos”. Ainda assim, não podemos afirmar nem negar, a literalidade desta manifestação. O que Paulo nos afirma, com certeza, é que o amor está muito além daquilo que ele mesmo descreve como “língua dos anjos”.
“ Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine.” (1Co 13,1) ARA
Precisamos entender, que não temos o direito de “demonizar” tudo o que julgamos extravagante ou incompreensível. Alguns mistérios trazem, por si só, segredos que estão fora da compreensão humana. O fato de acreditarmos ou não em algumas manifestações, não faz de nós , cristãos mais “racionais”. Não podemos imputar aos pentecostais, uma falsa operação de determinados fenômenos, apenas baseado nas nossas convicções. E, não podemos dizer, portanto, que isso não seja fruto do Espírito Santo. Por outro lado, não podemos afirmar também, que estas pessoas que tem esta experiência, sejam cristãos mais consagrados a Deus que as demais. Não podemos ignorar as formas às quais Deus usa para Se revelar àqueles que são Seus. Sim, principalmente porque o próprio Paulo nos escreve sobre uma língua que ninguém entende, apenas o Senhor Deus. E, muitos dos que reconhecem os mistérios de Deus, se recusam a reconhecer também, o que está escrito nas Escrituras Sagradas. Neste caso, especificamente no capítulo 14 da primeira carta ao povo de Corinto, Paulo adverte.
“Quem fala em línguas estranhas fala a Deus e não às pessoas, pois ninguém o entende. Pelo poder do Espírito Santo ele diz verdades secretas.” (1Co 14,2) NTLH
Em outra versão da Bíblia Sagrada, temos o seguinte:
“Pois quem fala em outra língua não fala a homens, senão a Deus, visto que ninguém o entende, e em espírito fala mistérios.” (1Co 14,2) ARA
O conceito de uma língua específica para a comunicação entre os seres humanos e os anjos, para muitos cristãos, não tem respaldo bíblico. Ele entrou na igreja seguindo alguns segmentos religiosos, por meio dos pentecostais. Este, entretanto, não é um tema muito abrangente nas Sagradas Escrituras, visto ser pequeno o número de referências, e, apenas no Novo Testamento.
O que Paulo estava explicando, quando se dirigiu ao povo de Corinto, é que a língua do amor é universal, e, que o mais importante não é falar muitas línguas, o mais importante é ter amor. Certamente, a apóstolo Paulo, ao se referir ao termo “línguas estranhas” ou línguas dos anjos”, quis afirmar a importância da espiritualidade das pessoas, não, porém a todos os seres humanos, mas somente àqueles que tem fé, e que acreditam nos mistérios de Deus. Sabemos disso, porque Jesus Cristo disse que os sinais seguiriam apenas “os que creem”. Em segundo lugar, é impossível que um não cristão, ou seja, aquele que não crê, receba algo vindo do Espírito Santo, porque eles não tem comunhão, nem aliança com Deus. Sendo assim, jamais se comunicariam com os anjos, porque não vivem uma vida espiritual. E os dons espirituais são distribuídos às pessoas escolhidas por Deus. A verdade é que não podemos julgar aquilo que não conhecemos, por causa da nossa incredulidade.
“Tende cuidado, irmãos, jamais aconteça haver em qualquer de vós perverso coração de incredulidade que vos afaste do Deus vivo.” (Hb 13,2) ARA
Antes de adotarmos uma postura conflitante a respeito de “falar em línguas”, devemos aprender sobre o Espírito Santo. “Quem” ou “O que é” o Espírito Santo. A realidade é que não podemos receber sabedoria, nem nada que venha de Deus, a menos que tenhamos uma fé sobrenatural. Além do mais, a resposta sobre tudo aquilo que vem de Deus, só poderá vir baseado numa vida de santidade. Deste modo, estaremos aptos a uma vida de comunicação com Deus e com os anjos. Talvez assim, possamos ter respostas aos nossos questionamentos sobre a “língua dos anjos”, Pois, quanto aos mistérios de Deus, só Ele mesmo pode desvendar. Como a Bíblia não diz que línguas são essas, somente diz que são mistérios, que só Deus entende, não diz que os anjos também entendem, mas só Deus. Devemos então ter o cuidado de não faltarmos com a verdade quanto à Palavra de Deus.
“Pois quem fala em outra língua não fala a homens, senão a Deus, visto que ninguém o entende, e em espírito fala mistérios.” (1Co 14,2) ARA
“Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor.” (Hb 12,14) ARA
É notável o número de passagens bíblicas nas quais os anjos se comunicam com os humanos. Sob a Antiga Aliança, Deus enviava Seus anjos para instruírem as pessoas acerca de Sua vontade. Havia uma variedade de línguas, entretanto, não há relatos de que alguém tenha deixado de entender os enviados do Senhor. Não há como não entender a mensagem de Deus, pois Ele sempre é direto e claro. O problema é que as pessoas se opõem à vontade de Deus, e, com isso, ignoram as verdades bíblicas. Algumas personagens bíblicas, tiveram um “bate papo” com anjos, ninguém, entretanto, precisou de tradutor para que se entendessem mutuamente. No caso de Gideão, por exemplo, houve um momento no qual este demonstrou pequena fé e esperança, porém entendeu com clareza o que o anjo do Senhor lhe disse.
“Então, o Anjo do Senhor lhe apareceu e lhe disse: O Senhor é contigo, homem valente. Respondeu-lhe Gideão: Ai, senhor meu! Se o Senhor é conosco, por que nos sobreveio tudo isto? E que é feito de todas as suas maravilhas que nossos pais nos contaram, dizendo: Não nos fez o Senhor subir do Egito? Porém, agora, o Senhor nos desamparou e nos entregou nas mãos dos midianitas.” (Jz 6.12,13) ARA
As inúmeras aparições de anjos nas Sagradas Escrituras, chamadas de “angelofania”, se dão em vários momentos e várias situações. Desde o livro de Gênesis até Apocalipse. Em muitos casos, há referência ao Anjo do SENHOR, como o próprio Jesus Cristo, que ainda não tinha se tornado carne. Um exemplo está no livro de Juízes, nos casos de Gideão e Manoá, mas vemos também um acontecimento que podemos examinar com cuidado no capítulo 19 do livro de Gênesis.
“Então, se virou o Senhor para ele e disse: Vai nessa tua força e livra Israel da mão dos midianitas; porventura, não te enviei eu? Tornou-lhe o Senhor: Já que eu estou contigo, ferirás os midianitas como se fossem um só homem.” (Jz 6.14 e 16) ARA
“Então, se levantou Manoá, e seguiu a sua mulher, e, tendo chegado ao homem, lhe disse: És tu o que falaste a esta mulher? Ele respondeu: Eu sou.
Respondeu-lhe o Anjo do Senhor e lhe disse: Por que perguntas assim pelo meu nome, que é maravilhoso?” (Jz 13. 11 e 18) ARA
Isso só é possível, quando aceitamos obedecer a Deus pela fé. Não aquela fé cega, mas a fé de vermos com olhos espirituais. Então passamos a aceitar o impossível como “normal”. Deus sempre encheu homens de poder, através do Seu Espírito Santo para mudar o mundo. Isto começa no Velho Testamento, e continua nos dias atuais. Mas isso só pode acontecer, através da fé e da obediência irrestrita à Palavra de Deus. Então, nesta confiança, ouvimos sim, a voz de Deus e aos seus anjos. Este reconhecimento ilustra, por si só, o poder de Deus, pois Ele tem o poder de fazer e executar todas as coisas. Um Deus que pode fazer uma jumenta falar, pode também, com certeza, fazer com que falemos línguas diferentes. Quem prometeu que daria poder aos Seus seguidores, foi o próprio Jesus Cristo. E, esse poder, teria um propósito imediato: a edificação da Igreja de Cristo. Para que a igreja fosse testemunha de Cristo em todos os lugares. E, quando Ele os envia até os “confins da terra”, está se referindo, obviamente, a lugares/países com línguas estranhas, diferentes, desconhecidas por aqueles homens considerados “indoutos”.
“Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra.” (At 1,8) ARA
“Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem.” (At 2,4) ARA
Quando falamos em dons concedidos pelo Espírito Santo, e, principalmente sobre línguas estranhas e línguas dos anjos, temos que ter em mente, que o importante é deixarmos que o Espírito Santo de Deus dirija as nossas vidas, de maneira que deixemos de obedecer à nossa natureza humana, e passemos a obedecer a direção do Espírito de Deus. Afinal, acima de tudo, de todos os dons espirituais, o mais importante é o amor. Os cristãos que praticam o amor, estão falando a linguagem de Deus. Essa língua, todas as pessoas, e os anjos também entendem.
Na verdade, o que fica entendido é que os anjos aparecem para cada pessoa em determinado país e se comunica a partir do dialeto local. Não há como afirmar que os anjos tenham uma língua própria ou tantas línguas, porque a Bíblia não explica nada sobre isto. Apenas temos conhecimento de que os anjos se comunicaram com muitas pessoas na Bíblia e que estas pessoas entendiam a mensagem perfeitamente, pois eram mensagens de Deus. E Deus não deixa ninguém confundido. Daí concluímos que de o anjo aparece para alguém nos Estados Unidos ou na Inglaterra, por exemplo, vai usar o idioma principal que é o inglês, se aparece para alguém no Brasil ou em Portugal, por exemplo, vai usar a língua portuguesa, e assim por diante. O que sabemos portanto, é que a mensagem vai ser entendida.
CAPÍTULO VII
ANJOS FAZEM MILAGRES?
Deus está muito acima daquilo que apenas conhecemos como natural, e da razão humana. Por isso, acredito que só Deus pode fazer milagres. Mas o que é milagre? “milagre é um evento incomum, extraordinário, uma experiência inédita e inexplicável pela ciência”. Podemos afirmar que milagre é uma coisa que ninguém pode operar, a não ser Deus. “É uma intervenção poderosa de Deus na ordem natural das coisas.”
Reitero que Deus está muito acima daquilo que é natural. Portanto, só Deus pode fazer milagres. Quando me refiro a Deus, obviamente não excluo o Senhor Jesus, visto ser Ele a encarnação do próprio Deus. Embora muitos não concordem com esta afirmação, muitos segmentos continuam acreditando na Trindade de Deus. É claro que não temos referência quanto a isso nas Escrituras Sagradas, porém no livro escrito por Mateus no capítulo 3 e versos 16 e 17, vemos a junção de 3 pessoas da divindade. Vemos JESUS sendo batizado, o ESPÍRITO SANTO que desce sobre o Mesmo, e por fim, a voz do PAI que elogia a Filho.
“Batizado Jesus, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba, vindo sobre ele. E eis uma voz dos céus, que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo”. (Mt 3,16-17) ARA
Uma outra passagem completa o que está descrito por Mateus, mas existem tantas outras evidências desta verdade, que a torna para muitos, irrefutável. Embora algumas pessoas se julguem “autoridade” em desacreditar naquilo que está escrito.
“Porquanto, nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade.” (Cl 2,9) ARA
Em outra passagem, temos a afirmação de que Jesus Cristo é Deus. Deus é Salvador. Muito daquilo que os eruditos em relação à Bíblia afirmam, estão nas suas “entrelinhas”, portanto, é necessário um estudo profundo sobre as Escrituras Sagradas para que não caiamos em descrédito. Muitos querem “distorcer” as verdades bíblicas para sua própria ruína. Portanto, é importante que os cristãos disponha-se de várias traduções bíblicas para perceber alguns detalhes importantes.
“Aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus.” (Tt 2,13) ARA
Não é comum vermos comida cair do céu, ou mesmo, água brotar da Rocha. Não vemos no dia a dia, roupas ou sandálias não sofrerem o desgaste do tempo, ou mesmo não apodrecerem por causa da ação do oxigênio ou do tempo. Mas Deus fez tudo isso no deserto por 40 anos. Quando o Seu povo peregrinou pelo deserto rumo à terra prometida, sua sobrevivência dependia exclusivamente de Deus. Não há, portanto, evidências bíblicas de que anjos façam milagres, e sim, que os milagres foram feitos por Deus.
Há, entretanto, nas Sagradas Escrituras, uma passagem um tanto complexa, aquilo que está descrito no capítulo 05 do Evangelho de João, que fala sobre a cura de um paralítico de Betesda. Enquanto muitos pregam sobre a descrita ação de um anjo nas águas do tanque de Betesda como um milagre, outros dizem que na verdade, o que estes desconhecem, é o real significado de um relato tão importante para uma visão do poder de Deus. Alguns pontos devem ser observados com atenção, para que não incorramos no erro da “falsa interpretação”. Um exemplo, é o fato de ser um tanque pertencente a um templo de um deus pagão, Esculápio (deus grego-romano da cura) e o que dizem é que o movimento das águas se dava por uma ação da física, o que é perfeitamente explicável. Por que um homem seria questionado por Jesus naquela situação? Por causa do misticismo que havia naquele local, que aliás, tratava-se de um local considerado sagrado por judeus, cristãos e muçulmanos. Fala-se de uma fonte de água que ficava próximo da “porta das ovelhas”, onde havia também um mercado de animais, onde estes eram vendidos para o sacrifício, e por isso, havia todo um ritual de purificação.
Algumas verdades devem ser pontuadas a respeito do ocorrido no Tanque de Betesda:
1 – Trata-se do relato de uma história pagã;
2 – O local era usado como santuário para o deus Esculápio:
3 – As pessoas acreditavam que eram agitadas por um anjo. Talvez fosse um fenômeno natural, ou o resultado da manutenção do templo, quando este era usado para a purificação dos sacrifícios quando o faziam com o sangue dos animais, ao deus pagão – Esculápio.
4 – Anjos não curam, eis a razão da pergunta que Jesus Cristo fez àquele moribundo: “queres ser curado?”
5 – Jesus Cristo sabia que aquele homem buscava a cura no caminho errado, pois só Deus pode curar, e sendo Jesus Cristo o Deus encarnado, Ele mesmo faria o milagre.
6 – Deus jamais colocaria as pessoas enfermas numa competição tão perversa a ponto não se compadecer daquelas pessoas que não conseguiriam entrar nas águas do tanque. Jesus ao contrário, curava todas, isto lhes dava esperanças.
“Pois curava a muitos, de modo que TODOS os que padeciam de qualquer enfermidade se arrojavam a Ele para O tocar”. (Mc 3,10)ARA
A Palavra de Deus no mostra em várias oportunidades que o Senhor Jesus Cristo não selecionava as pessoas que seriam curadas. Jesus Cristo curava a todos. Em várias ocasiões, as pessoas percorriam grandes distâncias para serem curados por Jesus Cristo, e por isso mesmo, podemos deduzir que anjos não curam, caso contrário, Ele os teria enviado, afinal, os anjos são servidores do Senhor Jesus Cristo.
“E lhe rogavam que ao menos pudessem toca na orla da sua veste. E TODOS os que tocaram ficaram sãos.” (Mt 14,36) ARA
Quando vemos aqui, a expressão “todos”, podemos imaginar a plenitude, todas as enfermidades e doenças. Não há como imaginarmos o contrário ou a seleção de alguns para receberem a cura, enquanto outros voltam para casa, frustrados. Este definitivamente não é Deus que afirma: “Eu sou o Senhor que te sara”. Além de várias outras formas, Deus se apresenta como aquele que cura e dá saúde a todos aqueles que O obedecem seguindo os seus mandamentos. Ele não diz que vai enviar o “anjo da cura”, diz que Ele é o Senhor que cura.
“E disse: Se ouvires atento a voz do Senhor, teu Deus, e fizeres o que é reto diate dos seus olhos, e deres ouvido aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, nenhuma enfermidade virá sobre ti, das que enviei sobre os egípcios; pois eu sou o Senhor, que te sara.” (Ex 15,26) ARA
É evidente que milagres são ações provenientes do resultado do nosso relacionamento com Deus. Este relacionamento se dá principalmente através da oração, e como não devemos orar aos anjos, como receberíamos a resposta através de milagres que venham destes?
Sabemos que durante a sua passagem pelo mundo natural, Jesus realizou vários milagres. Era exatamente através dos seus milagres que Jesus mostrava Sua deidade e o Seu poder. Através dos muitos milagres Jesus Cristo fazia com que as pessoas O reconhecesse como o verdadeiro filho de Deus. E também despertava o ódio e a inveja naqueles que sempre se posicionavam contra a Sua divindade. É possível encontrarmos na Bíblia Sagrada o registro de muitos milagres feitos por Jesus Cristo, mas também encontramos registro de milagres executados pelos Seus seguidores, em Seu Nome. Mas sem dúvida alguma, a pessoa que notoriamente mais fez milagres e que estão registrados na Bíblia´Sagrada, foi o Senhor Jesus Cristo. Segundo nos escreveu o Apóstolo João me seu Evangelho, muitos milagres de Jesus fizera, não foram escritos na Bíblia Sagrada, pois não caberiam nem sequer nos livros existentes no mundo. Portanto, os milagres feitos pelo Senhor Jesus Cristo foram muitos.
“Há, porém, ainda muitas outras coisas que Jesus fez. Se todas elas fossem relatadas uma por uma, creio eu que nem no mundo inteiro caberiam os livros que seriam escritos.” (Jo 21,25) ARA
Voltemos ao fato de que não há evidências de que anjos tenham feito milagres. Já sabemos que anjos não foram gerados, foram criados, logo, anjos não morrem. Sabemos também que anjos são criaturas e Jesus Cristo é criador. É sabido que o nascimento de Jesus Cristo é, sem dúvida alguma, o milagre mais importante que a humanidade teve conhecimento ou mesmo testemunhou. Sendo gerado no ventre de uma virgem, sem intervenção humana, o seu nascimento daria razão ao grande sacrifício, e por fim, o milagre da ressurreição seria o ápice da Sua lista de milagres, pois assim, pode salvar da morte eterna toda a humanidade.
“Enquanto ponderava nestas coisas, eis que lhe apareceu, em sonho, um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles.” (Mt 1,20-21) ARA
Segundo a Bíblia, vários milagres aconteceram no deserto durante a peregrinação do povo hebreu. Embora o um anjo tenha seguido aquele povo durante a sua jornada, em momento algum vemos este anjo executando algum milagre para suprir as necessidades daquele povo. A Bíblia relata que foi Moisés quem ergueu as mãos para o mar Vermelho para que ficasse aberto durante toda a noite, na verdade, ele ainda foi repreendido pelo próprio Deus ao clamar ao invés de agir. A resposta foi: “Por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem.” E foi Deus quem separou, segundo as Escrituras, as águas com um forte vento do leste para permitir a fuga do povo hebreu do Egito para um lugar que já havia sido preparado pelo próprio Senhor, hoje a atual Palestina. Em momento algum, temos relato de que o anjo tenha feito algum milagre.
“Eis que eu envio um Anjo adiante de ti, para que te guarde pelo caminho e te leve ao lugar que tenho preparado.” (Ex 23,20) ARA
Com certeza, nosso Deus é um Deus de milagres. O que impede que o milagre aconteça na vida daquele que serve ao Senhor, é a incredulidade. Houve um tempo no qual o próprio Deus andou pela terra como um ser humano comum, e durante este tempo, muito, mas muitos milagres foram feitos e registrados na Bíblia Sagrada. Os textos bíblicos deixam claro que há vários livramentos em várias ocasiões, executados por Deus a Seu povo, e muitos contemplaram “anjos do Senhor” que revelavam a face do Criador. Em uma ocasião, após ser abençoado por Deus, Jacó teve uma visão de anjos do Senhor que saíram ao seu encontro em Maanaim, foi então que ele declarou cheio de temor: “Este é o acampamento de Deus”. Este fato está relatado em Gênesis 32,2.
Naquele momento, Jacó recebia conforto e proteção, vindos de Deus. Um acontecimento notável, foi que naquela noite, Jacó também teve uma luta com um homem naquela região, como descrito em Gênesis 32:24-32. A luta foi vencida por Jacó, e não há espaço para dúvidas de que ele lutara contra um homem e não contra Deus. Mas podemos dizer que Jacó lutou com Deus e vencer, ou seja, lutou com Deus ao seu lado. Não vamos pormenorizar este episódio, mas vale a pena fazer um estudo a respeito deste encontro de Jacó com os anjos e a sua luta contra este homem, que mudou toda a sua vida.
Segundo o que está escrito num dos livros apócrifos, o chamado Tobias, o Senhor envia o Anjo Rafael para curar as feridas de Sara e Tobit, a missão do Anjo Rafael é trazer a cura. (“Na mesma hora foi ouvida a oração de ambos, na presença da glória de Deus. E o Anjo Rafael foi enviado para curar os dois.”Tb 3,17). Vale lembrar que o anjo Rafael aqui mencionado não aparece em nenhum dos livros canônicos, desta forma é desconsiderado entre os protestantes.
Observemos atentamente este texto extraído da internet.
O Tanque de Betesda/Asclépio (filial de Jerusalém) foi, provavelmente, uma parte da Helenização de Jerusalém juntamente a vários outros projetos importantes, tais como o teatro Romano, complexo Romano esportivo, banhos Romanos e Fortaleza Romana Antônia (perto do tanque). Foi provavelmente referindo-se a tal Helenização de Jerusalém que devotos Qumranitas, autores do seu comentário sobre o Profeta Naum escreveram: “Onde está a cova dos leões, a caverna dos jovens leões? (Na.2:12b) A interpretação disto diz respeito a Jerusalém, que havia se tornado uma habitação para os ímpios dos Gentios… (4QpNa).”
Nesse caso, o tanque de Betesda (casa da misericórdia em Hebraico) não tem que ser absolutamente um local Judeu, mas antes uma instalação Grega afiliada a Asclépio. É muito importante notar que nesta cura particular Jesus não ordena a quem ele curou para se lavar no tanque (tanque de Betesda), enquanto ele deu uma ordem direta para ir e se lavar no tanque de Siloé, quando se trata de cura do homem cego (João 9:6-7). Portanto, parece que enquanto o tanque de Betesda era um lugar pagão (Asclépio), o tanque de Siloé estava ligado ao Templo de Jerusalém. Claro, Jerusalém era o centro para os Judeus religiosos nos dias de Jesus, mas também era um quartel para os ideais Helenizados na Judeia, que estava sob estrito controle Romano com a Fortaleza Antônia dominando a extremidade noroeste do Monte do Templo.
Gostaria de sugerir o vídeo a seguir, no qual o Dr Rodrigo Silva, fala sobre anjos e suas peculiaridades.
https://youtu.be/CjqadXDxca4
Capítulo VIII
O PECADO DOS ANJOS
Talvez muitos se questionem sobre o pecado dos anjos. Afinal, anjos podem pecar? Eu diria que de certa forma, sim. Entretanto, os anjos não tem, como os homens, o livre arbítrio. Somente o homem tem a liberdade de escolher entre o bem e o mal. Um anjo, não tem inclinação para o mal, por isso, não tem o livre arbítrio. Isso quer dizer que um anjo é uma espécie de escravo sem opção para fugir do seu senhor, ou seja, um anjo não pode pecar sem se rebelar, se um anjo pecar vira demônio. E como poderíamos afirmar que anjos pecaram? Observado as Escrituras Sagradas.
“Ora, se Deus não poupou anjos quando pecaram, antes, precipitando-os no inferno, os entregou a abismos de trevas, reservando-os para juízo”. 2Pe 2,4 (ARA)
Há algum tempo li certo artigo sobre anjos que dizia o seguinte: “Os anjos são os seres espirituais que fazem o meio de campo entre os homens e o Todo Poderoso. As asas possibilitam que eles façam o caminho entre o céu e a terra. Ainda segundo a tradição cristã, anjos não nascem, não morrem e não se reproduzem. Podem manifestar-se corporalmente, mas não têm peso ou altura”.
Não há evidências bíblicas de que o texto acima seja verdadeiro, pois nas variadas citações sobre anjos nas Escrituras Sagradas, fica claro que anjos são seres espirituais. Nós somos humanos dotados de corpo, alma e espírito; os anjos são seres puramente espirituais, portanto, somos mortais, enquanto os anjos são imortais. Segundo o que está escrito no livro de Lucas, anjos não morrem. No capítulo 20 e versículo 36, diz: "e nunca mais morrerão. Nesse sentido, serão como os anjos”. Esse relato é tremendo. Acreditamos portanto, que a referência sobre a imortalidade do espírito se aplica aos anjos justamente por estes não terem corpo físico.
“Não são todos eles espíritos ministradores, enviados para serviço a favor dos que hão de herdar a salvação?” Hb 1,14 (ARA)
Entendemos pela Bíblia Sagrada, que os anjos são espíritos preparados para trabalhar no projeto de Deus para com os seres humanos. Portanto, eles vivem no mundo espiritual, mas podem agir no mundo natural segundo a ordem do Senhor. São mensageiros que uma vez divididos em classes, assume cada um, uma função específica e com responsabilidades diferentes. Para que possamos entender este mistério, precisamos saber que há alguns dos tipos de anjos, e que todos são mencionados na Bíblia Sagrada.
“Respondeu-lhe o anjo: Eu sou Gabriel, que assisto diante de Deus, e fui enviado para falar-te e trazer-te estas boas-novas”. (Lc 1,19) ARA
Lucas escreveu na sua carta sobre a função do anjo Gabriel – estar sempre junto a Deus. Essa função de “assistir diante de Deus” poderia ser atribuída a tantos outros anjos, mas muitos rejeitaram a subserviência a Deus e seguiram Lúcifer. A rejeição dos anjos a Deus, veio de uma tentativa de Lúcifer de usurpar o trono do Criador de todas as coisas. Eles não quiseram se submeter a Deus; quiseram seguir a Lúcifer que no seu intento maligno quis “ser como Deus”. Por isso, na ação da desobediência, podemos reconhecer que esse foi, o pecado dos anjos. Obviamente não conhecemos os detalhes concretos do pecado dos anjos, nem sequer podemos imaginar outras coisas relacionadas ao pecado dos anjos.
“Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filho da alva! Como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações! Tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono e no monte da congregação me assentarei, nas extremidades do Norte; subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo.” (Is 14,12-14) ARA
Como podemos perceber, o pecado dos anjos consiste na desobediência e na rejeição a Deus. Aquilo que Deus dera a Lúcifer, talvez a sua liberdade, foi justamente o que fez com que ele se voltasse contra Deus. É interessante observarmos o fato de que Lúcifer não teve uma segunda chance, como acontece com a humanidade. Apesar de tudo depender de uma escolha, não foi dado ao então Portador da Luz o benefício do arrependimento.
Essa escolha contra Deus é, pela sua própria natureza, irrevogável, pois sendo o anjo puro espírito, na sua liberdade de escolha, dispõe inteiramente de si e se determina, portanto, de maneira definitiva.
Também o homem, na sua liberdade de escolha, dispõe de si. Mas, por causa dos seus condicionamentos, essa disposição não é total; pode assim se arrepender, mudar de vida, enquanto ainda se encontra neste mundo. E sempre que o homem se arrepende, confessa os seus pecados e os abandona, o Senhor, na Sua infinita bondade, o perdoa e o limpa totalmente, tornado-o justificado pelo sangue se Jesus Cristo. E este ato de perdão de Deus, é uma demonstração de amor e graça incondicional, e que não é merecido pela humanidade. Ainda assim, muitos rejeitam este perdão que é concedido por meio da obra expiatória de Jesus que se entregou pelo ser humano, e a palavra final de Jesus na cruz foi "Tetelestai", que significa "está pago, está perdoado".
Capítulo IX
OUVINDO A VOZ DOS ANJOS
Podemos ouvir a voz de um anjo? Sim, com certeza! Mas não da forma que muito descrevem. Na verdade, como anjos são seres espirituais, é comum que haja um discernimento espiritual quanto à voz de um anjo. Um exemplo de como podemos ouvir a voz de anjos, é através de sonho, e isso é retratado na Bíblia Sagrada em diversos contextos. Num destes casos, um anjo apareceu a José num sonho e informando-lhe de que Maria seria a mãe do Filho de Deus, lhe deu orientações específicas. O anjo afirmou a José que este deveria se casar com Maria, que esta teria um bebê e que o chamasse de Jesus. Afirmando que Jesus seria o Salvador do mundo.
“Enquanto ponderava nestas coisas, eis que lhe apareceu, em sonho, um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles.” (Mt 1,20-21) ARA
Em vários outros contextos, vemos a interação entre um homem e um anjo, ou vice-versa. O que vemos é que isso acontece diante das necessidades de pessoas tementes a Deus, afinal, uma das funções dos anjos, é auxiliar os seres humanos no relacionamento com Deus.
“Não são todos eles espíritos ministradores, enviados para serviço a favor dos que hão de herdar a salvação?” (Hb 1,14) ARA
Sabemos que os anjos têm a missão de transmitir as mensagens de Deus, mas também são designados para nos proteger das armadilhas preparadas pelo inimigo das nossas almas – Satanás.
“Porque aos seus anjos dará ordens a teu respeito, para que te guardem em todos os teus caminhos.” (Sl 91,11)
Quando somos obedientes à voz de Deus, somos também sensíveis à voz dos anjos. Uma das histórias de interação com anjos que julgo mais interessante, foi quando Gideão se escondia dos seus inimigos. Sempre que os israelitas se rebelavam e desobedeciam ao Senhor, Deus permitia que estes fossem oprimidos fortemente por seus inimigos. No tempo de Gideão, a opressão de deu pelos midianitas, que oprimia e saqueava os israelitas. Porém certo dia, por meio de um anjo, o Senhor chamou Gideão para libertar o povo Israelita. Gideão, cheio de incredulidade, pediu um teste, uma prova de que era realmente um recado de Deus. Gideão recebeu a confirmação, e assim, ele e seu exército de apenas 300 homens, derrotaram o imenso exército dos midianitas que os oprimia e saqueava.
Capítulo X
MIGUEL ERA CRISTO?
Há muitos casos nos quais as pessoas são conhecidas por mais de um nome, Jesus Cristo, por exemplo, foi chamado pelo próprio Deus por vários nomes, conforme foi escrito pelo profeta Isaías, mas não há referência ao nome de Jesus Cristo como Miguel. Definitivamente Jesus Cristo e o arcanjo Miguel não são a mesma pessoa. Podemos voltar ao assunto sobre Criador e criatura. Alguns segmentos religiosos afirmam que o arcanjo Miguel e o Senhor Jesus Cristo são a mesma pessoa. Entretanto, a própria Bíblia Sagrada nega essa prática de divulgação. Miguel, o arcanjo, pode até ter funções parecidas ou as mesmas funções que Jesus, mas a Bíblia não afirma serem eles a mesma pessoa. Então, como sabemos que Miguel não é Jesus? – Jesus é Deus; Miguel não é Deus Ademais, enquanto disputava com o diabo, Miguel disse “o Senhor o repreenda”, o que indica claramente que ele (Miguel), não era o Senhor. Miguel não é o anjo, e sim um anjo. Há uma diferença entre o principado de Jesus Cristo e o principado de Miguel. Talvez pela importância deste anjo haja uma valorização exagerada quanto ao seu nome, uma vez que este é citado na Bíblia por cinco vezes, mas sem dúvidas Miguel não é o verbo de Deus.
Nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, tendo-se tornado tão superior aos anjos quanto herdou mais excelente nome do que eles. Não são todos eles espíritos ministradores, enviados para serviço a favor dos que hão de herdar a salvação? (Hb 1. 2,3,4,14 – ARA)
Um dos principais motivos para acreditarmos que Miguel não é Jesus Cristo, é que o Arcanjo Miguel é conhecido como um dos príncipes supremos entre os anjos. Ainda, de acordo com as Escrituras Sagradas, Miguel é um anjo guerreiro, que trava uma contra o diabo e defende os servos de Deus. Há uma guerra entre os anjos de Deus e os anjos do Diabo que é finalizada com uma grande batalha entre o Arcanjo Miguel e Satanás é conhecida no mundo inteiro por ser uma batalha descrita na Bíblia Sagrada. As Escrituras Sagradas falam pouco sobre o arcanjo Miguel, e nunca o menciona como Salvador Supremo. O arcanjo Miguel aparece 5 vezes na Bíblia:
No livro de Daniel 10,13 quando um anjo apareceu ao profeta Daniel em uma visão e lhe explicou que só não tinha chegado mais cedo porque o príncipe da Pérsia (um agente de satanás) o impediu. Mas quando o arcanjo Miguel chegou e o ajudou, ele conseguiu chegar a Daniel. (adaptado da internet)
Em Daniel 10:20-21 e Daniel 11:1 - Miguel ajudou a lutar contra o príncipe da Pérsia e da Grécia e tinha recebido ajuda do anjo da visão de Daniel, uma ajuda muito importante. (adaptado da internet)
Em Daniel 12:1 - o arcanjo Miguel virá no fim dos tempos e terá um papel importante que não é explicado, mas será revelado. (adaptado da internet)
No livro de Judas 1:9 - o arcanjo Miguel entrou em uma disputa com o diabo pelo corpo de Moisés quando ele morreu. Nessa disputa Miguel mostrou sabedoria ao não entrar em difamações, mas deixou a repreensão para o Senhor, o próprio Jesus Cristo. Observando Mt 4,10, vemos que realmente é Jesus Cristo quem repreende Satanás. (adaptado da internet)
Apocalipse 12:7-9 - esta visão fala sobre uma grande batalha nos céus entre o exército dos anjos de Deus, liderado por Miguel, e o exército de satanás. Satanás perdeu a batalha e foi lançado à terra. Essa batalha não é a mesma que a grande batalha final quando o diabo será lançado no lago de fogo. Miguel tem a primazia entre os anjos do céu por um príncipe. (adaptado da internet)
Lendo todas estas referências nas Escrituras Sagradas, percebemos que Miguel não é o Cristo, e sim um arcanjo, ou seja, um príncipe entre os anjos, ou um anjo principal. É muito provável que ele tenha mais poder que alguns anjos, e por isso ajuda a lutar contra os anjos das trevas mais poderosos do exército de Satanás. Miguel é, na verdade, um grande guerreiro e defende o povo de Deus. Esta realidade é evidenciada em toda a Bíblia Sagrada. Concluímos, portanto, que Miguel não é Jesus, pois Jesus é Deus encarnado e Miguel é um anjo criado por Deus.
Capítulo XI
ANJO DA GUARDA EXISTE?
No cristianismo, as denominações cristãs, acreditam que Deus sempre envia um anjo para proteger aqueles que O obedecem. A argumentação se baseia no que a Bíblia diz a respeito da proteção divina, quando o Senhor tirou o seu povo do Egito, livrando-o da escravidão de cerca de 490 anos. Ao enviar o povo a caminho pelo deserto, o Senhor prometeu:
“'Eis que eu envio um Anjo adiante de ti, para que te guarde pelo caminho e te leve ao lugar que tenho preparado.” (Ex 23,20 – ARA)
Muitas dúvidas ou questionamentos são levantados quanto à existência de “anjo da guarda”. Embora haja muito misticismo acerca deste assunto, nada se assemelha à realidade daquilo que as Sagradas Escrituras descrevem. Acredito que não exista especificamente “um anjo da guarda” e sim que haja “um anjo que guarda”. Algumas pessoas acreditam na existência deste ser desde sempre muito cedo, o que acaba se tornando uma espécie de amuleto. Dizem ainda que é uma presença espiritual liberada diretamente por Deus para proteger as pessoas. Por outro lado, temos o seguinte sobre este tema.
“O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que O temem e os livra.” (Sl 34,7) ARA
A promessa do Senhor é que o Seu anjo estará presente na vida daqueles que confiam e aguardam a sua proteção. Isso é uma resposta aos mais íntimos dos seres humanos, pois quando estamos enfrentando situações adversas e vários temores, sabemos que há quem vela por nós, e o próprio Deus nos direciona, mostrando-nos uma saída para que possamos vencer nossos medos.
Um ponto importante a ser destacado é que a presença do anjo no meio do povo, simbolizava a presença do próprio Deus, exemplificando a bondade do Senhor para com o Seu povo. Afinal, alguns estudiosos afirmam que as manifestações do Anjo do Senhor são claramente a aparição de Jesus Cristo pré encarnado. Entretanto, ressalto que, como destacado em outras ocasiões, há diferenças entre “o anjo do Senhor” e “o Anjo do Senhor”.
Deus usa meios inusitados para cuidar e proteger aqueles que confiam nEle, e muitas vezes Ele demonstra seu cuidado e sua proteção através dos seus anjos. Por isso, os anjos do Senhor acampam ao redor dos que o temem para que nada de mal lhes aconteça.
Apesar de não vermos fisicamente os anjos, acreditar que eles estão ao nosso redor, nos capacita a triunfar em meio às dificuldades da vida. Na Bíblia não está escrito que cada pessoa recebe um anjo da guarda, apenas diz que existem anjos que nos ajudam, pois estão acampados ao redor daqueles que temem a Deus. Também não está escrito que os anjos intercedem por nós junto de Deus, só Jesus pode interceder por nós por conhecer nossas fraquezas.
“Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem.” (1 Tm 2:5) ARA
Sim, os anjos são enviados para ministrar aos filhos de Deus que são fiéis. Anjos guardam os seus passos para que não tropecem e os livram de milhares de perigos que porventura possam aparecer pelos seus caminhos. Eles estão na terra e no céu.
Capítulo XII
OS ANJOS CAÍDOS
O relacionamento entre Deus e alguns anjos foi “abalado” faz muito tempo. Ainda hoje, muito se fala sobre anjos caídos e suas histórias. E algumas delas afirmavam que anjos caídos são aqueles anjos que foram expulsos do céu por terem se entregue ao pecado e à cobiça de mais poder, dos quais, o principal era Lúcifer. Entretanto, esta teologia católica e aceita também por muitos protestantes não condiz com a realidade bíblica. E as dúvidas persistem desde os primórdios da humanidade. Mas o que ou quem são os “anjos caídos”? Na verdade, o que chamamos de anjos caídos, são conhecidos como demônios, ou seja, são anjos que se rebelaram contra o Criador e por este motivo, se tornaram indesejáveis no céu por se tornarem maus. Lemos artigos, livros, teses e muito mais sobre anjos caídos, e nem sempre chegamos a um veredicto sobre o assunto, pois devido à sua complexidade, há uma diversidade de relatos verdadeiros ou não sobre este assunto. Ao contrário do que muitos afirmam, aqueles homens de Gn 6,2, não eram “anjos caídos”. É um absurdo e uma irresponsabilidade afirmar que anjos, que são seres espirituais e assexuados (Mt 22,30), possuíram as filhas dos homens, das quais nasceram “homens poderosos” e gigantes, principalmente porque os chamados “anjos caídos”, em princípio, foram lançados ou enviados para o inferno e não para a terra (2Pe 2,4). Muitos cristãos criam uma enorme confusão, iniciando até mesmo discussões com teólogos e adeptos do cristianismo primitivo e, mutias vezes, confundido um assunto espiritual tão importante e deixando-se influenciar até mesmo pelas áreas da mitologia, quando se refere ao cupido, chamado anjo do amor, que teria a função de tornar a vida das pessoas mais prazerosa e divertida, mas estas histórias nada tem a ver com a realidade bíblica. Vamos observar a seguinte passagem:
Como se foram multiplicando os homens na terra, e lhes nasceram filhas, vendo os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas, tomaram para si mulheres, as que, entre todas, mais lhes agradaram. (Gn 6,1-12) ARA
Se observarmos o texto e o contexto veremos claramente que a referência no texto do capítulo 6 do livro de Gênesis não faz menção aos anjos e sim ao gênero humano e sua corrupção. De acordo com a maioria dos estudiosos, o que levou a raça humana a esse estado de perversidade foi o que poderíamos chamar de “união errada”, que poderia ser os casamentos mistos, entre os justos e os ímpios, levando assim, a uma distorção dos seres humanos. Isso chamou a atenção de Deus levando-O a uma grande ira.
“Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática de pecado; pois o que permanece nele é a divina semente; ora, esse não pode viver pecando, porque é nascido de Deus.” (1Jo 3,9)ARA
Vendo tudo espiritualmente, descobrimos que o que diferencia o filho de Deus do filho do Diabo é uma vida de retidão. E isso vivemos pela fé, que é o nosso relacionamento com Deus da forma que Ele pede, com fidelidade e sinceridade.
A terra estava povoada muito antes do pecado, visto que a função primário daquele casal, era simplesmente povoá-la. Foi uma ordem expressa no Senhor e não há como negar, o verbo está no imperativo e a ordem é direta. E todos viviam sem a presença do pecado, era uma intensa comunhão com o Criador.
“E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra.” (Gn1,28)ARA
Há uma verdade bíblica que muda o pensamento das pessoas quanto à vida da humanidade antes e pós queda. Quaisquer que tenham sido os estudos que obtivemos a respeito da vida na terra, tudo pode ser confirmado ou mudado à luz da Palavra de Deus. Afinal, foi Ele mesmo que disse que não criou a terra para ser um caos, mas para ser habitada.
“Porque assim diz o Senhor, que criou os céus, o Deus que formou a terra, que a fez e a estabeleceu; que não a criou para ser um caos, mas para ser habitada: Eu sou o Senhor, e não há outro.” (Is 45,18)ARA
Originalmente, não foi da foi a vontade de Deus que o homem morresse. Além disso, a morte chegou à humanidade após a escolha de Adão. A Bíblia nos dá a entender que o homem poderia ter escolhido comer da árvore da vida, pois ele seria eterno, mas ele fez uma escolha infeliz. O que Deus ordenou ao homem, foi apenas que não comesse da árvore da ciência do bem e do mal, pois se comesse, certamente morreria. Até então, as pessoas viviam sem o conhecimento da morte, e depois do pecado, as pessoas ainda viviam um tempo considerável, até que Deus decidiu mudar tudo quanto ao tempo de vida das pessoas na terra.
“Então, disse o Senhor: O meu Espírito não agirá para sempre no homem, pois este é carnal; e os seus dias serão cento e vinte anos.” (Gn6,3) ARA
Devido à sua natureza pecaminosa, o homem se corrompeu e a terra se contaminou, mas as primeiras pessoas que povoaram a terra, viviam num perfeito equilíbrio com o Criador. E não eram anjos, podemos acreditar que por esta razão, estas pessoas foram chamadas de “filhos de Deus” e não “filhos dos homens”. O resultado da transgressão do homem é evidenciado nos escritos no apóstolo Paulo e dá uma ideia do que aconteceu a todas as pessoas, mesmo aquelas que nasceram antes do pecado.
“Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram. Porque até ao regime da lei havia pecado no mundo, mas o pecado não é levado em conta quando não há lei. Entretanto, reinou a morte desde Adão até Moisés, mesmo sobre aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão, o qual prefigurava aquele que havia de vir.” (Rm 5,12-14) ARA
Os anjos caídos eram, antes da sua queda, seres celestiais criados por Deus para estarem sempre diante dEle. Isso nos leva a acreditar que estes seres possuíam a beleza e o esplendor que fazem jus ao mundo imaginário dos seres humanos. Lendo alguns versículos dos livros de Isaías 14 e de Ezequiel 28, entendemos que Lúcifer, também chamado de estrela da manhã, era o anjo caído mais importante do grupo,
De acordo com o que está escrito na Bíblia Sagrada, Deus criou um espírito poderoso (anjo é espírito), inteligente e bonito que liderava todos os anjos. Seu nome era Lúcifer (que significa ‘Aquele que Brilha’) – e ele era perfeito. Entretanto, Lúcifer resolveu rebelar-se contra o Criador. Uma passagem de Isaías 14 registra a escolha que ele fez ao aspirar uma posição que não poderia ser de mais ninguém a não ser do Deus Altíssimo. Tudo o que aconteceu ao anjo foi em decorrência da ambição por mais poder. O que não podemos afirmar, por não haver evidências bíblicas, é o que muitos dizem: que os anjos que abandonaram sua habitação original no céu e desceram à terra se misturaram com as filhas dos homens. Isso é um absurdo que tomado a mente de muitas pessoas que não se dedicam a um estudo mais profundo sobre o assunto.
“Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filho da alva! Como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações! Tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono e no monte da congregação me assentarei, nas extremidades do Norte; subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo.” (Is 14,12-14)
Talvez pareça exagerado dizer que Lúcifer tenha levado tantos anjos a uma queda que acreditamos ser ao inferno. Mas, segundo as Sagradas Escrituras, Lúcifer em seu orgulho, escolheu acreditar em sua fantasia, e assim, criou e liderou uma revolta cósmica contra seu Criador, para ver se em sua estratégia, ocuparia o lugar de Deus. Não nos esqueçamos de que Lúcifer já foi um anjo. Não um mero anjo, mas o mais bonito, sábio e poderoso de todos os anjos, por isso, Lúcifer (também conhecido como Satanás) seria até então, “o portador da luz”. Talvez por esta razão, Deus embora o tenha amado, não o perdoou após sua rebeldia. O que não aconteceu com o homem.
“Ora, se Deus não poupou anjos quando pecaram, antes, precipitando-os no inferno, os entregou a abismos de trevas, reservando-os para juízo.” (2Pe 2,4-5) ARA
“Porque sete vezes cairá o justo e se levantará…” (Pv 24,16) ARA
Um dos casos mais notáveis sobre o perdão e o amor de Deus para com o homem, é a história sobre o rei Davi, pois este rei era considerado “um homem segundo o coração de Deus”. Davi foi um homem que pecou terrivelmente, e pagou caro por isso. Muitos dos seus inimigos armaram-lhe ciladas e até seus filhos Absalão e Adonias se rebelaram contra ele. Ele chegou por um tempo a perder o controle do seu reino, e durante a sua fuga, um homem chamado Simei o amaldiçoou impiedosamente por ser um homem de sangue. Ainda assim, Deus perdoou a Davi, o levantou novamente e fez com que este triunfasse sobre os seus inimigos. Davi foi tão abençoado que a sua posteridade trouxe paz sobre o seu reino através do seu filho Salomão. O perdão de Deus ao homem, é ilimitado. Isso mostra que apenas os soberbos não se humilham para receber o perdão.
"Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça". (1Jo 1,19) ARA
Uma vez que o Diabo não foi perdoado por Deus, ele então, tem em si mesmo, a nefasta função de levar o homem a pecar, para que o homem o acompanhe no lugar que foi para ele preparado, o inferno. Sim, porque a Palavra de Deus diz que o inferno foi preparado para Diabo e seus anjos (demônios). Isto quem escreveu foi Mateus e está registrado no capítulo 25 e versos 41 e 42. Assim, muitos serão conduzidos ao fogo eterno, mas como cativos do Satanás. Entretanto, todos aqueles que permanecerem firmes no Senhor, são espiritualmente preparados para resistir as tentações do Diabo e ficarão livres do pecado e das ciladas por ele armadas. Isso é garantido pela obra redentora de Jesus Cristo no calvário, é a extrema vocação de Deus a nos dar perdão.
“Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete.” (Mt 18,22) ARA
Se pesquisarmos na internet, hoje veremos várias versões sobre o tema “anjos caídos”. Nos segmentos protestante e católico. O Anjo Caído, é um anjo que, por ter cobiçado um poder que não poderia exercer, acaba se entregando "às trevas e ao pecado", e é expulso do Paraíso. Quando falamos em anjos caídos, referimo-nos justamente aos anjos que, literalmente “caíram dos céus”. Sabemos que o mais famoso dos Anjos Caídos é o próprio Lúcifer, sendo este, o líder de milhares de outros anjos que foram expulsos do Céu. É muito comum vermos histórias sobre Anjos Caídos associadas ao conflito entre o bem e o mal, que se findará apenas no “fim dos tempos”.
“Houve peleja no céu. Miguel e os seus anjos pelejaram contra o dragão. Também pelejaram o dragão e seus anjos; todavia, não prevaleceram; nem mais se achou no céu o lugar deles. E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo, sim, foi atirado para a terra, e, com ele, os seus anjos.” (Ap 12,7-9) ARA
Há muitas divergências entre os estudiosos das Sagradas Escrituras sobre a última grande batalha no céu e a expulsão final de Satanás, como é descrita em Apocalipse 12:7-12. O que vemos nesta passagem, é uma narração sobre o futuro, onde João vê uma grande guerra que coloca Miguel e os anjos de Deus contra o dragão (Satanás) e seus anjos caídos ou demônios.
Isso ocorrerá no fim dos tempos, durante a tribulação. Satanás, em seu grande orgulho e ilusão de que pode ser como Deus, vai liderar uma rebelião final contra o Senhor. Esse será um descompasso cósmico. O dragão e seus demônios perderão a batalha e serão expulsos do céu para sempre.
Existem textos dos livros chamados apócrifos e que são adotados pela igreja católica que falam sobre os anjos caídos. Estes textos dão sempre ênfase ao relacionamento dos anjos caídos com mulheres. De acordo com o livro de Enoque, os nefilins eram gigantes gerados por anjos chamados Sentinelas que tomaram mulheres para serem suas esposas. A Bíblia fala em gigantes com grandes estaturas, como os "filhos de Anaque" e os "nefilins".
Segundo os escritos de autores como: Adam Clarke, Carl Friedrich Keil e Franz Delitzsch, podemos acreditar que o texto de Gênesis diferencia os filhos dos homens dos filhos dos Anjos, sendo os nefilins os filhos dos homens, nascidos da terra e com uma mente diabólica e animalesca. Entretanto, não há naquele texto afirmação sobre os “filhos dos Anjos”, deixando apenas uma interpretação falha do que é especificado como filhos de Deus e filhos dos homens.
Esta citação de um texto extraído da internet ilustra muito bem a verdade sobre Gênisis 6,2.
A Septuaginta traduziu o termo Nefilim pela palavra grega que significa, literalmente, nascido da terra, e as traduções seguintes verteram o termo para gigantes. Lutero traduziu Nefilim como tiranos.
O livro (apócrifo) de Enoque relata como anjos chamados Sentinelas tomaram mulheres por esposas e geraram gigantes chamados Nefilins. Esses gigantes são descritos como guerreiros corajosos e cruéis, que se voltaram contra os próprios seres humanos.
Outro cristão que defende essa tese é o ex-pastor Caio Fábio no livro "Nephilim".
Todas as referências de gigantes que aparecem nos livros de Erich von Däniken também apontam para os Nefilins, bem como os escritos de Zecharia Sitchin que ao se referir aos Anunakis das tabuletas do povo sumério também apontam para os Nefilins.
Os gigantes que aparecem no Antigo Testamento bíblico deixaram de existir no período do Rei Davi, quando possivelmente foram todos dizimados. O próprio gigante Golias, morto por Davi era um descendente longínquo dos Nefilins, mas bem inferior aos primeiros que aparecem no período pré-diluviano e que são possivelmente os principais motivadores da destruição daquele mundo antigo, conforme II Pedro 2:4 e Judas 6.
Segundo Adam Clarke, a tradução de nefilim como gigantes é um erro: o texto de Gênesis faz uma distinção entre os filhos dos homens e os filhos de Anjos; os filhos dos homens seriam os nefilim, homens caídos e nascidos da terra, com a mente animalesca e diabólica, contrastando com os filhos de Anjos. Esta distinção seria entre os pecadores e os santos. Os nefilim teriam se tornado giborim, do hebraico gabar (eles prevaleceram, foram vitoriosos) que significa conquistadores ou heróis.
Carl Friedrich Keil e Franz Delitzsch também entendem que a tradução de nefilim como gigantes a um erro. Segundo estes autores, a interpretação de Gênesis 6:4 é controversa, porém eles rejeitam como absurda a ideia de que a passagem se refere à reprodução entre anjos (filhos de Deus) e filhas dos homens, produzindo uma raça de monstros, como se fossem semideuses, demônios ou anjos-homens. Segundo Keil e Delitzsh, os nefilim, ou seja, os tiranos, já habitavam a terra antes dos filhos de Deus (descendentes de Sete) terem filhos com as filhas dos homens (descendentes de Caim), e continuaram existindo depois que nasceram os filhos destas uniões.
A. H. Sayce, porém, ao comentar sua tradução de uma inscrição de Tiglate-Pileser I, interpretou que a palavra naplu, que ele verteu como o poderoso destruidor, era a mesma palavra que nefilim, ou gigantes. Senaqueribe também menciona Napallu como um deus protetor.
Como vimos, há vários estudos e relatos sobre quem seriam os personagens que compõem o capítulo 6 do livro de Gênesis, entretanto muito do que está escrito não está embasado nas Sagradas Escrituras. A Bíblia não afirmava em lugar algum que estes anjos caídos se transformaram em demônios, mas a história mostra que todos eles são anjos doutrinados para o mal. Não afirma também que os anjos, assim como os seres humanos, possuem o livre-arbítrio, que possam fazer suas escolhas, mas podemos imaginar que, ao serem liderados pelo maioral, Lúcifer, muitos destes anjos decidiram pecar, e a consequência foi a expulsão da presença do Soberano. É muito comum vermos pessoas que saíram da presença e Deus e não vivem em comunhão como os membros da igreja, e neste caso, costumamos dizer que tais pessoas “caíram”. Concluímos portanto, que estes seres são os que chamamos de “anjos caídos”, ainda que não seja uma nomenclatura aceita com unanimidade.
Lendo alguns textos do Antigo Testamento, como Isaías capítulo 14.12-15 e Ezequiel capítulo 28.12-19, temos referência àquilo que pode ser considerado como indicadores da queda de daquele que passou a ser chamado Satanás. E como ele não caiu sozinho, a tradição cristã os chama de “anjos caídos”.
Querido leitor,
Espero que os ensinamentos aqui aplicados tenham sido úteis de forma ampla e para sua vida espiritual. E que tenham trazido inspiração para enriquecer sua percepção a respeito dos anjos, seres espirituais de extremo valor para o nosso Deus.
O propósito deste livro não se resume apenas em informar. Ele também busca inspirar. Através das passagens bíblicas apresentadas e das suas interpretações baseadas na Palavra de Deus, você poderá perceber que a busca pelo conhecimento a respeito dos anjos vai muito além de simples curiosidade, é um ato de fé. É uma grande jornada que pode lhe proporcionar consolo, esperança e um sentido renovado de conexão com o que pode parecer invisível, mas é real. Essa é a sua vez, sua oportunidade de ver tudo que é sobrenatural, mas como olhos espirituais. À medida que você se depara com novas descobertas, convido-o a manter um coração aberto e uma fé sobrenatural. Saiba que cada revelação é uma nova oportunidade de crescimento pessoal e espiritual.
Ao final desta leitura, eu espero de coração, que você não apenas compreenda mais sobre os anjos, seu poder e suas ações, mas também que descubra algo valioso sobre si mesmo. Quando vivemos uma vida de fidelidade a Deus, nos permitimos acreditar nos anjos e em sua mensagem, abrimos portas para novas experiências e um mundo cheio de bênçãos do Senhor.
Com afeto,
Jorge Amaral