UMA RASTEIRA DA VIDA
“A vida me passou uma rasteira, mas sapateei, dancei e estou de pé, para dançar na gafieira, no forró; mergulhar, nadar e mais o que eu quiser! Viva a vida!”.
Foi assim que a amiga Lenira Cruz reagiu depois de vencer a dor e o sofrimento causados por uma doença que teimava em lhe arrancar a vida.
Ela seguiu o conselho do velho samba de Paulo Vanzolini: “Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima”. Mas ancorada no poder e na graça de Deus.
Além das quedas acidentais, caímos porque somos frágeis; não somos onipotentes, em que pese a nossa arrogância ao nos apresentarmos como tanto.
Diante de uma queda na vida, podemos reagir pelo menos de três formas:
1. Com um espírito de inconformismo e revolta, amaldiçoando a tudo e a todos, como a mulher de Jó: “amaldiçoa o teu Deus e morre”;
2. Com resignação, apatia, sem luta, aceitando a tudo com passividade;
3. Ou reconhecendo nossas limitações, mas acolhendo o poder e a graça de Deus, que nos fortalece e nos ergue para prosseguir a caminhada.
Por mais paradoxal que seja, é na fraqueza que podemos reconhecer nossa força. Em momento de fraqueza somos fortes, não por nossos méritos, mas pela graça de Deus. “A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza, segreda Deus a Paulo, que lhe suplicava a cura de sua enfermidade.
Paulo, por três vezes, pediu a Deus para retirar o espinho da sua carne, mas Deus respondeu que a sua graça era o suficiente. É aí, então, que o Apóstolo reconhece: “quando sou frágil, então é que sou forte”. E conclui:
“Nada nunca mais abalará meu coração nem me fará perder o pé na vida. Nem homens nem potestades nem qualquer outra criatura poderão me separar do amor divino revelado em Cristo Jesus”.