REENCARNAÇÃO E JUSTIÇA PARTE II

A Doutrina da reencarnação, ensinada pelo Espiritismo, pela sua riqueza de detalhes e pela sua conjugação com a justiça Divina e leis de Progresso e de Causa e Efeito, difere em seu contexto, dos renascimentos sucessivos das doutrinas orientais.

A lei de Causa e Efeito é muito mais lógica e complexa que o chamado “Karma” do Hinduísmo e outras religiões e filosofias.

Daí porque será sempre preferível a nomenclatura espírita, evitando-se as confusões desnecessárias.

A Codificação Espírita refere-se sempre à lei de causa e efeito e nunca a Karma.

A reencarnação está profundamente vinculada à Justiça Divina, de tal sorte que, sem se admitir as vidas sucessivas, não há como compreender as desigualdades humanas e sociais na Terra, em qualquer época da história do homem.

A unicidade da existência leva as Igrejas que a adotam a terríveis incongruências e a consequências paradoxais com relação aos atributos de Deus. Como admitir-se ajustiça de Deus diante da desigualdade total de seus filhos na terra? Pela doutrina da Graça? Mas então Deus criaria a seu alvedrio criaturas felizes e infelizes, sãs e doentes, inteligentes e néscias, ricas e pobres, sem a mínima noção de justiça? E ainda assim condenaria milhões dessas criaturas a um inferno a que não poderiam escapar, pelas condições de sua criação?

Essas indagações, que estão nas mentes de milhões de pessoas, mostram quão difícil é a sustentação de doutrinas contrárias à lógica e ao bom senso, que não quiseram acompanhar a progressividade das revelações divinas.

A reencarnação é, assim, o processo através do qual se cumpre a justiça total, verdadeira, infalível, mostrando aos homens que todos são filhos do Deus misericordioso, que lhes oferece sempre oportunidade de renovação.

Por isso, não há deserdados, mas somente os que resgatam o mal que fizeram, e cada um é herdeiro das próprias obras.

Reencarnação e justiça são manifestações da sabedoria de Deus que, assim, vela permanentemente pelo bom e pelo mau. Ninguém fica à margem da vida e da redenção. Cada qual colhe os frutos de suas obras, mas todos se destinam, afinal, a ser felizes.

Juvanir Borges de Souza

Revista Reformador/ ano 113/ fevereiro 1995/ n° 1.991– pag.8

Federação Espírita Brasileira