Misericórdia enquanto Dom.
Misericórdia enquanto dom.
TEM misericórdia de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; apaga as minhas transgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias.(Sl 51:1).
Misericórdia, no pensamento ocidental vem do latim : “miseratio /miséria e cordis/coração”. Então entende-se que é o coração que se debruça sobre a miséria ou o sofrimento e confunde-se com a compaixão. E no grego é: ἔλεος/éleos, que está ligado a benevolência e a compaixão divina.
Mas no pensamento hebraico existem duas palavras que são traduzidas por misericórdia a primeira é, (חָ֫סֶד/checed), esta palavra está ligada a benignidade e infinita bondade de Deus.
E temos uma segunda palavra que é (רָ֫חַם/racham) e aqui nasce a diferença entre o ocidente e o oriente. No ocidente misericórdia está ligado a emoção que leva o sentir, e misericórdia está ligado ao coração.
Já no oriente a palavra racham vem de (רֶחֶם/rachem), que é o útero, ou seja, o lugar onde o óvulo é abrigado até a chegada do espermatozoide e então o milagre físico da vida começa.
Ou seja, a misericórdia que Deus nos ordena a termos e praticarmos (Oséias 6:6; Mat 9:13), é aquela que vai além das emoções e do sentir momentâneo.
É a misericórdia que deve fazer parte de nós, como um vivo órgão ou dom, que está sempre pronto a propiciar vida e vida em plenitude por onde passarmos.
Eis, o princípio do entendimento de: “Porque eu quero a misericórdia, e não o sacrifício; e o conhecimento de Deus, mais do que os holocaustos.”(Os 6:6).
(Molivars)