ENSINAMENTOS MAÇÔNICOS- A CADEIA DA UNIÃO; FUNDAMENTOS TEOLÓGICOS E CIENTÍFICOS

A CADEIA DA UNIÃO- FUNDAMENTO TEOLÓGICO E CIENTÍFICO

 

Oh, como é bom e agradável quando os irmãos convivem em união!

2 É como óleo precioso derramado sobre a cabeça, que desce pela barba, a barba de Arão, até a gola das suas vestes.

3 É como o orvalho do Hermom quando desce sobre os montes de Sião. Ali o Senhor concede a bênção da vida para sempre.

 

                                                                                                               א

 

Como todos os Irmãos sabem, as seções da Loja Simbólica do Aprendiz sempre são abertas com a leitura do Salmo 133, que consagra o simbolismo da Fraternidade. Esse salmo não foi escolhido aleatoriamente. Ele foi escolhido porque tem um fundamento teológico e científico que casa muito bem com os propósitos da Maçonaria. Ele é o núcleo da ideia que os maçons conhecem como Egrégora.

Egrégora, como sabemos, significa uma comunhão de pensamentos dirigidos para um objetivo comum. Espera-se que, com vários pensamentos reunidos em sinergia, os objetivos buscados pelo grupo que assim se congrega alcance seus objetivos com mais segurança e competência.

Nesse pressuposto estão os fundamentos teológicos e científicos dessa ideia. É fato incontestável que a nação de Israel foi concebida como uma Irmandade consagrada por Deus para espalhar pela humanidade toda os fundamentos da sua Vontade. Seriam, no caso, os desígnios de Deus para o comportamento da sua criação. Em outras palavras, Israel deveria ser visto como uma maquete da humanidade perfeita, na qual ela pudesse se espelhar na busca da perfeição. Pelo menos é isso que se infere das palavras de Moisés quando deu aos israelitas as tábuas da lei, contendo o Decálogo: Nessa ocasião ele disse: sereis para o mundo um reino de sacerdotes destinado a ensinar ao mundo o comportamento desejado pelo Senhor.

Esse foi o fundamento teológico. O científico vem fundamentado em modernas descobertas feitas pelos estudiosos da física quântica. De acordo com essas pesquisas, os atos da natureza podem acontecer independente de nós. Mas eles só passam a “existir” e ter significado para nós a partir do momento em que a nossa consciência toma conhecimento deles e os julgamos pelos critérios que escolhemos como padrões de julgamento. Nesse sentido, a natureza é construída em nossa consciência pelas inferências que dela fazemos.

Pela ótica dos cientistas que estudam a mecânica quântica, todas as realidades universais são formadas por medidas de energia que eles chamam de “quantas”. Esses “quantas” são minúsculos blocos energéticos que aparecem no mundo real sob a forma de ondas e partículas que só se tornam reais quando são detectadas pela consciência humana através de aparelhos específicos ou pela intuição do nosso aparelho neurológico. Os primeiros informam as teses científicas, os segundos a especulações filosóficas. E elas tomam a forma que a nossa consciência lhes dá. Assim, se cada consciência pudesse agir sozinha na formatação da realidade universal, teríamos uma forma única para ele e assim desaparecia toda a diversidade que observamos na composição do universo. Mas a humanidade é constituída de uma grande quantidade de consciências a detectar esses quantas de energia e dar a elas a forma que nossas consciência “pensam” que elas têm. Por isso tantas diferenças na forma de pensar e ver o mundo. Isso explica porque quando se reúne um grupo com convergência de pensamento para dar a um assunto uma forma unificada, a sinergia que se obtém dessa egrégora concorre com mais facilidade para que o objetivo possa ser alcançado. A dispersão promove o caos. A união é o fundamento da forma perfeita. E nesse sentido se explica o simbolismo da cadeia da União. Por isso uma das divisas fundamentais da maçonaria está na frase Ordo ab Chaos, ou seja, colocar ordem no caos.