EXISTENCIALISMO E PSICANÁLISE (LUCY IN HELL WITH HER LOVERS) (XXXIV)
EXISTENCIALISMO E PSICANÁLISE
(LUCY IN HELL WITH HER LOVERS) (XXXIV)
ESTAMOS NUM mundo super conectado. A água nos conecta a memórias das quais não temos acesso conscientemente. Quando mergulho em águas do mar, a salinidade e a temperatura me investem e vestem minha pele e órgãos de imemoriais memórias. São tão múltiplas que não consigo coordená-las. Mas a sensação de vivenciar um tempo que anão está mais no presente do indicativo, é simplesmente nítida, manifesta.
AS ONDAS A marejar na areia da praia, a espuma que se esvai, o aquecer do sol na pele, os pés a pisar a fria areia, os passos a desafiar a força da gravidade, o vento, a luz do sol ou do luar, são sensações que me fazem voltar aa um estado memorial mais primitivo. Essas sensações são, suponho, comuns a qualquer pessoa: umas mais, outras menos.
É COMO SE, de alguma forma, eu estivesse a me devolver a algum passado, numa viagem no tempo ancestral. Ainda que esse tempo regressivo não esteja bem definido, o ventre da mãe Terra me abriga nele, em suas entranhas. O tempo secular, mundano, profano, me abraça com uma ternura mágica. Num minuto e não faço mais parte da contemporaneidade. Estou na máquina do tempo em companhia de antepassados. Eles estão em grupo e vivem numa intensidade selvagem, numa convivência entre bugres.
A SUBCONSCIÊNCIA me diz que eles, esses seres visualizados nesse ambiente antigo, indomável, indócil, nômade, estão extintos. Eles, relativamente à atualidade do século XXI, inexistem. Mas como, se ainda os vejo??? Esse visual é tão real, impressiona-me os sentidos na paisagem natural, inalterada, no somático organogênico ambiental, como se estivesse eu ainda no processo de desenvolvimento germinativo, embrionário, nessa região diferenciada das cidades de bípedes correndo atrás da sobrevivência, sem prestar mínima atenção ao tanto que a natureza animal e vegetal lhes proporcionou ao longo das eras que se diluíram no espaço existencial da pulsação vital passada.
ESTOU A flamejar nas asas do pássaro do tempo. Dragões voejam, tremulam, flutuam, como se num filme de ficção científica. As naves planam, algumas cospem fogo de seu motor a laser, para acelerar elétrons à uma velocidade pouco abaixo à da luz. Um espelhamento de ouro cria um feixe de fótons.
MINHA RAZÃO e sensibilidade se irmanam em mim. A irmandade da natureza do consumismo e da cultura sodomita da cloaca, que vive e sobrevive para o vaso sanitário, não mais faz sentido em meus sentidos perspicazes. O tempo passa e me traz de volta a essa multidão nômade, entre esses seres que vagam e divagam no manicômio de relações medrosas e intempestivas no deserto do Sinai. O deserto não é tão longo, mas a multidão gira em torno dele por quarenta anos.
POR QUE ESSE povo fugidio, transeunte da areia, entre o deserto e as estrelas, caminha de dia sob o sol e à noite sob a luminosidade da lua??? Caminha para lugar nenhum como se estivesse em direção a Canaã, a terra prometida enquanto acreditam que a punição da caminhada um dia há de chegar a um fim. A espécie Alien que os fazia movimentarem-se dando voltas no deserto, fornecia מָן man (maná em hebraico) e codornizes para alimentá-los, apesar desse povo conduzir rebanhos de carneiros, ovelhas, cabras, bovinos.
POR QUE ESSES Alien, os extraterrestres que alimentaram o povo do Êxodo bíblico no reinado de Ramsés II, por quatro décadas, não se aproximaram mais visível e manifestamente deles, hebreus??? Esta é uma pergunta ingênua. Quem disse que não??? Se a espécie Alien os libertou da escravização no Egito aproveitando-se de circunstâncias catastróficas naturais (erupções vulcânicas, entre outras) que tingiram as águas do Nilo em sangue, provocaram a invasão de piolhos, moscas, morte dos rebanhos, a devastação das colheitas, chuva de pedras e nuvens de gafanhotos...
...É POSSÍVEL que os Alien tivessem observadores entre eles, judeus e entre eles, egípcios. A reação desses povos aos três dias de escuridão e a morte dos primogênitos pelos extraterrestres controladas, tiveram consequência na estratégia posterior de libertação da multidão. Os historiadores não consideram a narrativa bíblica do Êxodo uma verdade histórica. A narrativa judaica não passaria de um mito, desde que anão foram encontradas evidências arqueológicas de que realmente aconteceram.
AS PRAGAS do Egito teriam ocorrido devido às consequências de uma devastadora erupção vulcânica na ilha de Santorini, na Grécia, entre 1300 a 1600 a. C. Seus efeitos foram verificados em toda a Europa, estendendo-se até o Egito. A violência fantástica da erupção vulcânica provocou o lançamento na atmosfera de grandes quantidades de cinábrio, mineral capaz de alterar a coloração das águas para o vermelho, tal qual aconteceu com as águas do rio Nilo.
A NARRATIVA do Êxodo mostra que o povo saído do Egito não tinha controle sobre suas vidas. A circunstância dos acontecimentos o controlava. Era dependente do maná e codornas que o alimentava. As necessidades fisiológicas eram feitas à vista de todos. O contexto de incidentes e ocorrências estava fora de sua intervenção. Limpavam o ânus na areia do deserto. Os rituais pagãos não estavam de todo ausentes de suas comemorações ritualísticas. O deus Alien estava no comando invisível de seu sustento.
DOMINADOS PELO medo, temiam voltar à condição de escravos, ao mesmo tempo não sabia ao certo, esse povo, como conseguir autonomia no mundo nômade, cheio de incertezas, onde a sobrevivência dependia do maná Alien. A cidade ambulante do povo judeu e demais estrangeiros fugidos do Egito que estavam a viver entre ele, por certo não compreendiam porque o deus Alien que os alimentava, não tinha contato direto com eles. A distância que os separava era de anos-luz de cultura e civilidade.
ESSE POVO não tinha voz própria, vivia, no Egito, numa cultura dominada por interesses que não eram os seus. Ainda agora, hoje, século XXI, não conseguem uma interação de simpatia com outros povos que circundam o Estado de Israel. Mas aprendeu, nos quarenta anos de deserto, ao chegar na Canaã prometida, a abastecer a própria fome e a construir uma empatia regida pelo medo de que sua identidade, relativamente livre, pudesse novamente ser devastada pela intervenção de autonomia de outros povos sobre ele. Mas os sacerdotes do Templo, as Sinagogas de Hambúrgueres, ainda fazem soprar o vento de seus interesses modernizados, sobre os vasos sanitários.