O PROFETISMO NO ANTIGO TESTAMENTO.

Elias, Eliseu, Ezequiel, Joel, Jeremias, Isaías e outros mais eram homens levantados para um chamado muito específico. E boa parte dos escritos do Antigo Testamento é o resultado das palavras divinas por meio destes homens.

A expressão profetismo, segundo alguns intérpretes bíblicos é um movimento surgido no século VIII a.C. em Israel. Este movimento tinha como objetivo restaurar a adoração a Deus no meio da nação de Israel, fazendo com que o povo, os reis e os sacerdotes abandonassem a idolatria. Além disso, este movimento denunciava as injustiças sociais, proclamava o dia do Senhor,

bem como prediziam fatos que aconteceriam na nação como os cativeiros assírio e babilônico. E acima de tudo predizia a esperança messiânica, isto é, profecias quanto à vinda e a vida daquele que seria o Salvador.

Historiadores ainda informam que este movimento teria sido iniciado pelo profeta Amós e ido até o profeta Malaquias. No entanto, outros eruditos bíblicos, alegam que o profetismo dos judeus engloba todos os profetas do Antigo Testamento indo até João Batista, o último dos profetas da Antiga Aliança. Desta maneira não chega a ser um movimento, mas ao longo do Antigo Testamento se desenvolveu um ministério: Os Profetas.

Cabe salientar ainda que, quando se diz que o profetismo e os profetas foram até João Batista, está se afirmando que João Batista foi o último homem com o ministério nos moldes dos profetas do Antigo Testamento, pois a partir de Jesus e da descida do Espírito Santo este ministério toma outras dimensões.

Em termos bíblicos, o profeta é alguém, homem ou mulher, escolhidos por Deus para falar por Deus, e ainda predizer fatos dentro de um propósito divino. No Antigo Testamento é constante a figura do profeta, pois juntamente com o sacerdote e com o rei, quando alinhados com Deus, traziam paz e prosperidade para a nação. O rei tinha a responsabilidade pelo governo do povo, trazendo a segurança interna e externa do reino, bem como as questões políticas e sociais. O sacerdote era o representante do homem diante de Deus, tendo a incumbência do culto com todos os ritos sacrificiais, bem como a organização das festas religiosas. Ao profeta restava a representação de Deus em meio ao povo, ou seja, “falavam” por Deus e intercediam pelo povo.

Ao contrário disso, quando não havia harmonia entre o rei, o sacerdote e o profeta, certamente a nação sucumbiria, como foi no caso dos dois cativeiros (o cativeiro assírio e o cativeiro babilônico). Assim como muitos reis e sacerdotes de Israel (Reino do Norte) e de Judá (Reino do Sul) fizeram o que era mal diante de Deus, trazendo ruína para todos, muitos profetas levaram

o povo ao distanciamento de Deus, ou seja, eram falsos profetas.

Se faz necessário uma abordagem, dentro do estudo da Bíblia e da interpretação bíblica, sobre o papel do profeta, principalmente nas páginas do Antigo Testamento, já que boa parte dos escritos desta primeira parte da Bíblia Sagrada foi escrita pelos profetas.

O Antigo Testamento apresenta algumas palavras para descreverem o profeta: “enviou o senhor um homem profeta aos filhos de israel[...]” (Jz 6.8). Aqui nesse texto a palavra hebraica é nabiy, “profeta”. A palavra traduzida por “profeta” traz o entendimento de que “Deus toma a iniciativa”, fazendo com que o profeta seja, primeiramente, escolhido, chamado e, por fim, enviado como

profeta. Como no caso de jeremias: “[...]veio a mim a palavra do Senhor[...]”

(Jr 1.4) e “antes que te formasse no ventre te conheci, e antes que saísse da

madre te santifiquei: às nações te dei por profeta” (Jr 1.5).

Uma característica deste grupo de profetas é que em algumas situações profetizavam em estado de êxtase: “5 Encontrarás um rancho de profetas que descem do alto, e trazem diante de si saltérios, e tambores, e flautas, e harpas e profetizarão. Espírito do Senhor se apoderará de ti, e profetizarás com eles” (1Sm 10.5,6).

Encontramos também no Antigo Testamento a expressão homem de Deus (2Rs 4.9), do hebraico elohiym, “homem de Deus”. Esta expressão demonstra mais o relacionamento do profeta com Deus e, por isso, é chamado de “homem de Deus”. Uma outra expressão usada é vidente: “Vinde, e vamos ao vidente: porque ao profeta de hoje antigamente se chamava vidente” (1Sm 9.9). O vidente diz respeito a algo além da pregação do profeta, mas com o poder de “percepção”, ou seja, a capacidade dada por Deus para ver além do que está no seu estado natural. Como no caso de Natã, o profeta que repreende Davi diante do crime e do adultério: “então disse Natã a Davi: tu és este homem[...]” (2Sm 12.7 ARC).

A ênfase ao profetismo no Antigo Testamento era que os profetas representavam Deus. Isso mesmo, a verdadeira importância dos profetas era que eles representavam Deus e falavam por ele ao povo. Além disso, traziam a palavra divina ao povo (os oráculos), e constantemente intercediam pelo povo. Abraão foi considerado um “profeta” (Gn 20.7) e “orou por Abimeleque” é o que diz o texto de gênesis (Gn 20.17).

A pessoa do profeta trazia em suas palavras o peso da Palavra de Deus. Tendo ele assim autoridade em suas palavras. Por esta razão se distinguiam dos demais homens de sua época, e por divina revelação tinham conhecimento da importância dos eventos históricos. A mensagem divina era transmitida de várias maneiras, conforme a personalidade do profeta. Em algumas situações o profeta apenas falava, em outras, por meio de sonhos e visões, revelava os oráculos divinos. E, e em alguns momentos, as atitudes dos profetas eram manifestações divinas, como no caso de Ezequiel: “e veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: tu, pois, ó filho do homem, toma um pedaço de madeira e escreve nele: por Judá e pelos filhos de Israel, seus companheiros. E toma outro pedaço de madeira e escreve nele: por José, vara de Efraim, e por toda a casa de Israel, seus companheiros. E ajunta um ao outro, para que se unam e se tornem um só na tua mão” (Ez 37.15-17).

Alguns profetas tinham seguidores ou discípulos que eram reconhecidos como filhos dos profetas (2Rs 4.38). Estes filhos dos profetas repetiam as mensagens dos profetas e também escreviam as palavras dos profetas. Os profetas não eram simplesmente indivíduos perceptivos na questão religiosa, eles também tinham o conhecimento das situações políticas e sociais que a nação de Israel ou que os dois reinos viviam. Assim, tanto falavam das situações presentes como também de fatos históricos futuros e suas devidas consequências para a nação. Alguns profetas tiveram palavras divinas com relação às demais nações, como as predições sobre a Babilônia, Síria, Egito etc.

Um entendimento mais aprimorado do profetismo na Antiga Aliança trará um conhecimento mais abrangente do ministério de Jesus Cristo no Novo Testamento. Durante a peregrinação do povo de hebreu no deserto, Deus faz a Moisés um anúncio do ministério profético do Senhor Jesus Cristo: “eis que suscitarei um profeta do meio de seus irmãos, como tu, e porei as minhas palavras na sua boca, e ele falará tudo o que eu lhe ordenar” (Dt 18.18). O que para alguns intérpretes bíblicos corresponde a um movimento espiritual denominado profetismo, contudo, para outros comentaristas são homens levantados por Deus para apontarem um caminho de arrependimento ao povo, aos reis, aos profetas e às nações, e principalmente tiveram visões e palavras vindas de Deus acerca da vida e da obra do Messias: o Senhor Jesus Cristo.

Amem

Fique na paz

Bibliografia

Youtube: profetismo no Antigo Testamento - Moises Brasil.

pslarios
Enviado por pslarios em 28/05/2024
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