O egoísmo nos leva a morte

Quem ama o egoísmo morre, porque vive pra si mesmo.

Quem ama a sua vida, perdê-la-á; e quem neste mundo odeia a sua vida, guardá-la-á para a vida eterna. (João 12:25). Este versículo quando lido na letra pela letra pode nos levar a um erro.

Jesus aqui não está ensinando a desprezarmos a nossa vida, e sim os sentimentos egoístas. Tanto no grego como no hebraico a vida enquanto vida na qualidade do existir do ser é (חַיִים//chyim;ΖΩΗ/ zoe). Mas aqui Jesus usa a palavra (ψυχή/psiquê; נֶפֶשׁ...//nefëshe), que no contexto vai além da tradução comum que é alma ou vida, aqui ela está ligada ao sentimento e aos pensamentos que carregamos em nossa mente.

Lembremos que naquele tempo ainda não tinha o conceito de mente psicológica e do ego, mas Jesus sendo o Mestre dos mestres já via o ser humano por inteiro. Ou seja, Ele sabia que a parte dos sentimentos e personalidade é expressão da vida e, é a parte fundamental do nosso ser, pois pode nos levar a evolução espiritual ou a morte por completo.

Hoje com o advento da ciência que trabalha com o cérebro e com a nossa psicologia e mente, começamos a entender que a vida vai além do que vemos, comemos, ouvimos e tocamos, pois todos estes sofrem influência do que sentimos ou pensamos. Ou seja, das emoções e sentimentos.

Então, relegar a vida aqui está ligada em transformar os sentimentos egoístas num sentir altruísta, ou seja, rejeitar a vida egoísta baseada no eu quero, eu tenho onde o eu egoísta vem a frente das vidas que nos rodeia. A história nos mostra quão danoso é o agir egoísta, mas tristemente ainda vemos um ensino e direcionamento para este pensar.

E o mais triste é que vemos isso no seio da igreja, muitos líderes, professores e pregadores ensinam a primar pelo si mesmo. Nos dizeres Deus te ama, deus me ama, deus está comigo, mas Jesus ensinou, que o Pai é nosso, que Ele nos ama, e que devemos estar no lado de Deus.

Assim sendo a Igreja é um corpo onde templos do Espírito Santo se unem em um, composto de muitos, pois a união é vida e a separação é morte. É por isso que Jesus ensina a negar o si mesmo, ou seja, rejeitar uma vida egoísta em prol de uma vida em comunhão no amor. Mas isso se faz impossível se primarmos pela individualidade egoísta.

E sabendo disso cabe a cada um de nós se auto avaliar e orar para que o Espírito Santo faça frutificar seu fruto em nós, onde morremos para as obras da carne e nascemos para o fruto do Espírito. Que o amor de Cristo Jesus seja sempre o árbitro de nossos corações.

(Molivars)