AMIGO FIEL
Antes de clamarem, eu responderei; ainda não estarão falando, e eu os ouvirei.
Isaías 65:24
A solidão não existe quando a gente faz de Jesus o companheiro para todos os momentos, portanto, não conheço esse estado de ânimo.Jesus está perto, bem perto. Sinto o seu perfume, o calor que emana dele. Sempre conversamos e muitas vezes ouço a sua voz. Preciso aguçar a audição, pois ele fala baixinho. Ouço quando Ele me diz. “Desista, não vá nesse lugar”, ele também me diz: “Se aqui estou, não há motivos para você ficar triste. Vamos! Sorria!" Imediatamente respondo: “Obrigada, Senhor, eu te amo”. Aí, cheia de ânimo, canto e até faço poesia.
Não sei mensurar quantas vezes falo o seu nome. Não, banalmente, mas porque ele povoa os meus pensamentos dia e noite. Também temos encontro marcado para oração: Dezoito horas e na primeira hora da madrugada.
Às vezes, fecho os olhos e vejo-me num lugar outonal. Muitas folhas secas pelo chão e algumas árvores. De repente, vejo Jesus caminhando em minha direção. Ele usa túnica branca e uma aura prateada com muito brilho,
surge ao seu redor. Ao se aproximar ele me abraça... Nos abraçamos!
Jesus caminha ao meu lado de mãos dadas, até chegarmos debaixo de uma frondosa árvore. Ele me convida a sentar no chão e faz o mesmo. Não tenho vergonha de mim, da minha inferioridade, sinto uma incrível paz. Deito minha cabeça em seu colo e ele acaricia os meus cabelos. E eu, que não sou digna de estar aos seus pés, encontro-me bebendo a sua luz, fartando-me do carinho que emana de seu olhar.
Olhos castanhos? Não consigo decifrar, diante de tanta luz. Seus cabelos, também parecem castanhos, deitando-se
lindamente em seus ombros. As pontas são queimadas pelo sol e também queimadas são algumas mechas desencontradas. Suas mãos são leves e quando penetram nos meus cabelos, sinto-me poderosa. Esqueço meus medos e minha insignificância. Sinto-me forte! Não quero ir embora. Desejo ficar com ele ali, para sempre.
Quando perco a concentração, não o vejo ir embora. Como o gênio da lâmpada, ele penetra no meu peito, no meu
coração. Uma onda de ternura me invade. Uma felicidade que ninguém entenderia. Sinto-me invencível diante
da artrose dos meus joelhos e da neuropatia dos meus pés. Não lhe peço cura. Esse é o fardo que quero carregar,
em troca do tanto que ele sofreu por mim, pela minha salvação. Ao contrário, agradeço por essa cruz tão leve! Como ele me ama! Sou sua! Ele é meu e de todos que o aceitam como salvador.
Pouco antes da hora do nosso encontro, ouço uma música suave, que lava as lembranças dos problemas recentes
e podem levar-me à distração.Fico ansiosa e olho o relógio. Não quero chegar atrasada. Vou para o meu quarto, pois
é lá que nos encontramos.
E quando chega uma visita justamente no nosso horário? Lamento meu desapontamento disfarçadamente, Mas logo
me recomponho e experimento com alegria a presença de quem chegou de surpresa. É que eu e o meu Senhor
temos um trato. Todas as vezes em que isso acontece, ou que preciso sair, nosso horário fica desmarcado, mas
com a promessa de demorar mais na oração da madrugada. Nessa hora não chegam visitas, nem interferências.
Algumas vezes, ele chega de surpresa e acalma minhas tempestades, entra nas minhas brigas e luta por mim.
Ele dá-me coragem para lutar, piedade para os insultos e misericórdia para as ingratidões e injustiças.
Não troco, vão vendo e não dou esse tão fiel companheiro, porém, como ele me ensinou a partilhar,
divido-o com você, amigo.
Clame amim e eu responderei e direi a você coisas grandiosas
e insondáveis que você não conhece".
Jeremias 33:3
18 de maio de 2024
21:05h
Rio